Ricardo Antunes | O NOVO PROLETARIADO DA ERA DIGITAL | Curso: "O privilégio da servidão" | Aula 2

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TV Boitempo
Nesta segunda aula de seu webcurso na TV Boitempo, o sociólogo do trabalho Ricardo Antunes apresenta...
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pra que todos possam entender seu chá pivô se filmar os seus tempos modernos hoje porém prova que ele não começaria numa fábrica daquele tipo mas ele começaria talvez de uma fábrica de digitais e celulares a fábrica é onde se montam aparelhos celulares porque hoje digamos assim o nosso mundo e digitalizar [Música] eu vou começar então agora a apresentação da primeira parte do meu livro privilégio da servidão é que trata do proletariado do advento do proletariado industrial no setor de serviços na parte um chá mediante a corrosão e os escombros o que eu quero dizer com
isso estamos vivendo um período nas últimas três quatro décadas de devastação de um certo tipo de trabalho que nós conhecemos o trabalho terroristas for digitar não é que digamos sofria constrangimentos alienações mas tinha uma certa regulamentação do trabalho tinham elementos de contratação no caso brasileiro porque nós temos a clt no caso europeu nós tivemos o desenho e alguns países do chamado social-democracia welfare state né em outros países tiveram tivemos direitos conquistados direitos que talvez pudesse ser simbolizados com a greve no final do século 19 né os operários norte americanos lutando pela jornada de oito horas
de trabalho é que originou inclusive o dia histórico dos trabalhadores o primeiro de maio que aliás só no comemorado nos estados unidos que mostra que esse império é um pouco estranho né que eu trato nesse livro qual é a classe trabalhadora hoje então por exemplo para entendermos isso nós temos que primeiro a acompanhar o processo de precarização estrutural do trabalho que se acentuou ao longo dessas últimas décadas eu tratei é de algum modo até pioneiro e sistemas no adeus ao trabalho é uma pergunta no sentido do trabalho que processo de corrosão do trabalho vinha ocorrendo
fundamentalmente isto se deu com o advento do for do terrorismo fordismo no segundo momento aí sim a partir dos anos 70 com o desenvolvimento do turismo e das formas de empresa flexível isto gerou um outro tipo de trabalho de tal modo que para que todos possam entender chapa e fosse filmar os seus tempos modernos hoje sobre a prova que ele não começaria numa fábrica daquele tipo mas começaria talvez de uma fábrica de digitais e celulares entender uma fábrica é onde se montam aparelhos celulares porque hoje digamos assim o nosso mundo é digitalizado se o século
20 foi caracterizado como o século do automóvel o século 21 um talvez possa ser caracterizado como o século do celular o século do mundo digitalizado e por exemplo ao contar do fim da teoria do valor de que falaram à água mas andré góes claus offe tantos outros nós estamos vendo a monumental ampliação da teoria do valor especialmente pela privatização do monumental setor de serviços que 50 60 anos atrás era um setor predominantemente público sem fins lucrativos hoje quase tudo é privatizado nós estamos vendo uma monumental expansão pela economia digitalizadas celulares o trabalho do consumo de
novas formas de valor decorrentes da emergência desse tipo de equipamento que mudou um ou nenhum trabalhador bem no campo consegue mais se manter se não tiver o celular para receber a chamada que ele vai ter que fazer etapa não falar de daqueles que dependem de o mtur na mente do seu trabalho desse equipamento celular e nasceu também em uma imposição do sistema financeiro e devastar de quebrar de corroer os direitos do trabalho que a classe trabalhadora conquistou nos últimos dois três séculos digamos desde 1750 na revolução industrial quando houver pode ver da rosa do céu
é o momento de devastar os dias de trabalho na europa nos estados unidos no japão e na américa para não falar na américa latina áfrica e ásia onde os direitos são digamos do seu nível de de brutalização a perda de direitos tem muito maior intensidade isso gerou por exemplo trabalhos que nós chamamos hoje de intermitentes o trabalhador jovem homem ou mulher é chamado a trabalhar quem trabalha e recebe sem direito porque o espaço da burla se recebe se ele trabalha e recebe ele fica esperando num e o trabalho não se concretiza por um restauro ele
é chamado pra ficar preparar se tem movimento ele entre recebe pelas horas que trabalhou se não tem movimento recebe e isso aumentou muito com o trabalho digital então você tem call center telemarketing motoboys tá certo trabalho é nos do comércio nos hipermercados né nas nos restaurantes todos eles digamos em predominantemente desprovidos de direitos da inglaterra tem uma modalidade chamada zero hour contract que eu mostro aqui é um contrato de zero hora as pessoas ficam esperando um chamado se ela vem eles trabalham se ela não vem de um trabalho que o técnico esperando ele não recebe
nós estamos vendo a expansão do úbere seu processo de organização do trabalho você vai pra uber para 99 pra todos cabe fae e todas as empresas similares os proprietários dos seus instrumentos de trabalho alugam seus instrumentos de trabalho seu trabalho em uma grande corporação global núcleo 20 30% acerto é de uma corrida de automóvel por exemplo sendo que o motorista o motorista pagam o carro a limpeza do carro segundo carlos seguro dele trabalhadores a sua alimentação e 777 sendo que a empresa alega que ela não o salaria mas que é nas empresas dizem nós simplesmente
colocamos o dono do carro em contato com o consumidor é uma forma disfarçada que hoje se utiliza no capitalismo por muitas empresas para dizer que não é trabalho é assalariado quando de fato é e isso gerou uma classe trabalhadora diferenciada no passado era mais masculina muito claramente diferenciados e qualificados e não qualificados hoje é tanto masculina quanto feminina hoje acentuadamente é marcada pela presença de indígenas imigrantes negros e há muitas clivagens da classe trabalhadora aquele indivíduo que parecia que não era um assalariado é ainda que disfarçado então a classe trabalhadora hoje é mais heterogênea mais
complexa mais fragmentada e no caso dos dons desse nosso livro caminha como eu digo aqui para uma sociedade do trabalho intermitente nenhuma sociedade pode sustentar com base nisso porque o jovem não tem futuro e não tem perspectiva de futuro à sociedade uma sociedade desprovida de futuro uma sociedade desprovidos de outubro é por acaso que você vê o aumento por exemplo de suicídios a juventude no brasil e no exterior não é por acaso que teve uma massa de jovens da europa que vão montar o exército do estado islâmico porque não vêem perspectiva de futuro nos seus
países e vão atrás de uma coisa que é completamente equivocada como se aquilo fosse um sentido de futuro são cenas dessa tragédia e se basicamente o que o trato no meu livro na parte 1 e vai inclusive dizer que aquelas tese dos anos 70 e 80 que a classe trabalhadora acabou nossa quanta gente gosta é uma figura humana espetacular escreveu o livro adeus ao proletariado e claus offe escreveu o ensaio o trabalho é uma categoria sociológica central e respondia que não o abertas disse na sua teoria da ação comunicativa que o trabalho não tinha mais
sentido estruturante esses livros mostraram-se sem nenhuma longevidade esses livros digamos assim foram se decompondo livros ou ensaios né ao longo desses anos e ao contrário de uma sociedade sem trabalhadores e cheio de classe média o que nós estamos vendo é um processo de ampliação da classe trabalhadora mesmo aqueles setores que no passado eram considerados de classe média bancários trabalhadores em comércio médicos advogados hoje um jovem médico que não têm família rica é tem que ter três quatro cinco empresas os empregos numa em companhias de convênio médico para sobreviver já advogados jovens que pulou de um
escritório a outro em termos de modo intermitente ou seja ao invés de uma explosão da sociedade a classe média como dizem alguns sociólogos dos anos 50/60/70 daniel bell e tantos outros porque nós estamos vendo uma sociedade da proletarização do trabalho no sentido amplo do tempo então aí é é eu faço um comentário porque quando nós falamos em classe média é outra coisa a classe média ela se distingue da classe operária quando o seu trabalho é prevalentemente intelectual e ela sonha com os valores das classes dominantes já que as classes médias estão num processo decorreu de
corrosão que as aproxima do proletariado isso é uma parte importante do meu livro porque muitas pessoas imaginam que são classe média quando a sua concretude é de uma classe trabalhadora assalariada de novo tiver um novo proletariado de serviços da era digital como é que os sindicatos por exemplo organizam terceirizados e terceirizados eles não sabiam não sabem ainda por fazer como é que o sindicato organiza hoje no brasil segundo dados oficiais os dados reais são muito maiores do que 13 milhões de desempregados oficiais mas cinco milhões de desempregados por desalento ou seja 18 19 milhões de
trabalhadores e trabalhadoras [Música]
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