[Música] Eu me chamo Fabiano e naquele dia eu estava começando meu primeiro turno noturno no supermercado 24 horas Sinceramente eu não estava exatamente animado tinha aceitado o trabalho por necessidade desde que saí da casa dos meus pais para morar em São José dos Campos as contas estavam apertadas e qualquer dinheiro a mais era bem-vindo o turno da madrugada parecia uma boa escolha poucas pessoas silêncio e a chance de estudar nos intervalos o lugar não era grande mas achava as prateleiras altas e corredores largos de noite sem o barulho das conversas e o fluxo de clientes
o supermercado parecia outro mundo quase assombrado pelo silêncio as luzes fluorescentes e o som ecoava pelos corredores Eu estava tentando me acostumar com aquele ambiente Mas a sensação de estar completamente sozinho era incômoda nas primeiras horas as coisas estavam normais eu fazia minhas tarefas de rotina organizava as prateleiras e repunha produtos no estoque não tinha muito o que fazer além disso já que o movimento era quase inexistente poucas pessoas entravam e saíam e a noite estava calma tudo parecia tranquilo até por volta das 3 da manhã foi nesse horário que notei um homem entrando no
supermercado ele usava uma blusa de capuz preta com o capuz cobrindo boa parte de seu rosto ele caminhava devagar com passos leves como se estivesse apenas dando uma olhada nos produtos nada demais eu continuei trabalhando mas depois de um tempo me dei conta de que não conseguia mais vê-lo em nenhum corredor talvez eu tivesse perdido ele de vista mas o supermercado não era tão grande assim achei aquilo estranho mas segui com as minhas tarefas talvez o cara estivesse em algum canto do mercado e eu simplesmente não ou vi sair mais ou menos uma hora depois
lá pelas 4 da manhã eu estava no corredor dos frios quando o vi de novo o mesmo homem com a blusa de capuz entrando pela porta da frente ele passou por mim sem sequer me notar eu o observei por alguns segundos esperando que ele fizesse alguma coisa mas ele só andava pelo mercado pegando alguns produtos dessa vez fiquei de olho nele curioso e um pouco desconfiado Foi então que aconteceu de novo ele sumiu um segundo ele estava lá e no seguinte nada corri para o corredor onde ele estava mas não havia sinal dele nenhum som
nenhum movimento era como se ele tivesse desaparecido no ar o ambiente começou a me deixar tenso o supermercado que já era quieto por natureza agora parecia mais sinistro eu continuei trabalhando tentando ignorar o desconforto crescente mas algo me dizia que tinha algo muito errado enquanto eu organizava alguns pacotes em uma prateleira houvi Passos atrás de mim sabe quando você sente que alguém está bem perto de você foi exatamente isso Me virei rápido mas não havia ninguém o corredor estava completamente vazio meu o coração começou a acelerar o som dos meus próprios Passos agora me parecia
mais alto e a cada novo barulho eu me virava esperando encontrar algo mas sempre que olhava não via nada quando estava dobrando outro corredor Minha respiração ficou presa no peito dei de cara com ele o homem de capuz estava ali parado na minha frente olhando diretamente para mim tentei focar no rosto dele mas não conseguia ver nada era apenas uma sombra uma escuridão estranha cobria o que deveria ser o rosto dele com a voz trêmula perguntei você precisa de ajuda o homem não respondeu ele apenas se virou com calma e começou a andar para longe
desaparecendo mais uma vez no meio dos corredores depois de tudo o que aconteceu eu não conseguia mais me concentrar no trabalho aquela imagem do homem com o pus e a Escuridão no lugar do rosto não saía da minha cabeça a sensação de que havia algo muito errado naquele Supermercado era inegável decidi que precisava contar para alguém e a primeira pessoa que veio à mente foi o segurança do turno noturno o Roberto Ele estava lá há mais tempo já tinha visto de tudo Ou pelo menos era o que ele sempre dizia quando cheguei até ele expliquei
o que tinha visto o homem entrando sumindo nos corredores aparecendo de novo e depois aquele encontro assustador onde não consegui ver o rosto dele contei tudo com detalhes esperando que Roberto levasse a sério mas para minha surpresa ele apenas deu risada ele me disse que era normal ficar assustado nas primeiras madrugadas O Silêncio do supermercado as luzes piscando de vez em quando a sensação de estar sozinho tudo isso podia mexer com a cabeça de quem estava começando segundo ele outros funcionários já tinham passado por isso ouvindo passos vendo sombras ou até achando que alguém estava
por perto quando não havia ninguém mesmo assim insisti para que ele olhasse as câmeras comigo eu sabia o que tinha visto e aquilo não era apenas Cansaço ou a imaginação me pregando peças Depois de muita insistência ele finalmente concordou em dar uma olhada embora não estivesse levando a a sério disse que com certeza não haveria nada de estranho nas gravações e que eu estava exagerando Fomos até a sala de monitoramento Roberto puxou as gravações das câmeras e eu fiquei ao lado dele nervoso esperando que a verdade aparecesse na tela as imagens começaram a rodar e
assistimos ao momento em que supostamente o homem de capuz entrou pela porta mas para minha surpresa e ele não aparecia as câmeras mostravam o supermercado completamente vazio sem nenhum sinal de movimento Roberto me olhou de canto de olho com aquele sorriso de quem já esperava por isso ele estava convencido de que eu estava apenas cansado talvez até impressionado pelo primeiro turno noturno eu no entanto sabia que aquilo não fazia sentido decidi avançar a gravação até o momento em que cara a cara com o homem quando chegamos nesse ponto a câmera mostrava exatamente o que aconteceu
eu parado no corredor olhando fixamente para a frente mas assim como antes o homem não aparecia eu estava sozinho na gravação não havia sombra não havia escuridão apenas eu parado ali encarando o vazio Roberto Apenas me disse para relaxar que eu estava vendo coisas por causa do cansaço ele recomendou que eu fosse para casa descansasse e que tudo ficaria mais claro depois de uma boa noite de sono mas para mim não era tão simples enquanto eu caminhava para fora do supermercado naquela manhã com o sol começando a aparecer no horizonte eu só conseguia pensar no
que tinha acabado de presenciar o homem de capuz que eu sabia que tinha visto não estava nas gravações era como se ele nunca tivesse existido mesmo depois daquela primeira noite eu continuei trabalhando no supermercado confesso que nos dias seguintes toda vez que meu turno começava eu olhava em volta esperando ver o homem de capuz entrar de novo mas ele nunca mais apareceu com o tempo comecei a me perguntar se talvez só Talvez o Roberto estivesse certo talvez aquilo tivesse sido só o cansaço do meu primeiro turno noturno combinado com o ambiente silencioso e a tensão
de estar sozinho ainda assim algo no fundo de mim dizia que o que aconteceu naquela noite não era normal apesar de nunca mais ter visto aquele homem comecei a perceber outras coisas estranhas de vez em quando eu ouvia barulhos nos corredores vazios não eram Passos Claros mas pequenos ruídos como se alguém estivesse movendo alguma coisa ou mexendo em embalagens quando eu ia verificar não havia ninguém no começo isso me deixava nervoso cada som parecia ser uma possível aparição do homem de capuz mas com o tempo acabei me acostumando era como se o supermercado à noite
tivesse vida própria como se estivesse sempre se movendo em silêncio de um jeito que só quem trabalha de madrugada consegue perceber os ruídos se tornaram parte da minha rotina Às vezes o barulho vinha de um corredor que tinha acabado de organizar ou de uma prateleira onde eu não tinha mexido mas como nunca vi mais nada além disso aprendi a ignorar continuei trabalhando naquele Supermercado por mais uns 3 anos até conseguir achar um estáo para minha área Espero que nunca mais precise trabalhar durante as madrugadas Olha eu sei que parece estranho falar disso hoje Mas há
alguns anos atrás eu trabalhei como telefonista aquela função que mal existe mais já era um trabalho ultrapassado na época e eu só consegui Essa vaga porque a empresa em que fui parar ainda insistia em manter as coisas antigas tudo lá Parecia ter parado no tempo o sistema os equipamentos e até o ambiente eu tinha acabado de sair da faculdade desesperada por um emprego e aquela vaga apareceu como uma solução rápida não era o trabalho dos meus sonhos mas com contas acumulando aceitei o escritório era um prédio antigo no centro de São Paulo desses que tem
escadas de mármore desgastadas e elevadores que rangem ao subir a sala de telefonia ficava num canto isolado quase esquecida e o telefone em si era um aparelho antigo com fios emaranhados e botões desgastados no meu primeiro dia movimento a maior parte das ligações eram de clientes e fornecedores coisa básica mas no meio da tarde recebi uma ligação estranha o número era desconhecido e quando atendi só ouvi sussurros abafados Perguntei várias vezes Quem estava falando mas ninguém respondia só o som distante de uma respiração e aquele susurros queam sentido na hora pensei que fosse algum trote
dia pessoa nova na empresa quem sabe alguém queria brincar comigo desliguei e segui com o trabalho mas aquele incômodo ficou aquele som esquisito quase perturbador Parecia ter grudado na minha cabeça no final do expediente as ligações estranhas continuaram toda vez que o número desconhecido aparecia eu ouvia os mesmos sussurros a mesma sensação estranha de que algo estava fora do lugar aquilo começou a mexer comigo e eu não sabia se estava ficando paranoica ou se havia algo realmente bizarro acontecendo decidi comentar com uma colega da recepção que me olhou de um jeito estranho antes de dizer
isso acontece com todo mundo que trabalha naquela sala de telefonia a frase me deixou com um arrepio na espinha mas tentei não dar muita importância primeiro dia mente cansada devia ser só coincidência ou talvez alguma inventada pelos funcionários antigos mas o desconforto estava lá e eu não sabia explicar o porqu depois que ouvi a história na recepção o clima do lugar mudou completamente para mim eu que sempre fui cética não conseguia parar de pensar naquelas ligações e nos sussurros estranhos tentei me distrair com o trabalho atender as chamadas normais organizar os papéis mas no fundo
eu estava esperando o telefone tocar de novo e claro ele tocou era sempre o mesmo padrão o número desconhecido aparecia na tela e quando eu atendia só ouvia aqueles sussurros o som era quase inaudível como se a pessoa do outro lado estivesse muito distante ou tentando não ser ouvida perguntei algumas vezes Quem estava falando mas a resposta era sempre a mesma nada além de um som abafado e perturbador foi então que resolvi perguntar a mais colegas sobre essas ligações queria entender se era algo comum talvez algum problema com o sistema mas a resposta que obtive
me deixou ainda mais inquieta um dos funcionários mais antigos com um olhar meio desconfiado me contou que uma antiga funcionária havia tirado a própria vida naquela mesma sala de telefonia ela trabalhava aqui faz alguns anos ele disse era uma telefonista antiga ficou nessa função por muito tempo um dia depois do expediente a encontraram na sala sozinha ela se enforcou logo após uma ligação estranha desde então todo mundo que trabalha aqui comenta sobre essas chamadas esquisitas algumas pessoas até pediram transferência depois de passarem um tempo nessa sala Aquilo me gelou até os ossos eu não sabia
se o cara estava tentando me assustar ou se havia um fundo de verdade na história o fato é que depois de ouvir aquilo novo to do telefone meu coração acelerava ainda assim tentei racionalizar talvez fosse só uma lenda que o pessoal da empresa mantinha viva para assustar os novatos sabe como é hisória de fantasma sempre rola em lugares antigos mas os sussurros esses eram reais demais para eu simplesmente ignorar mais tarde já quase no final do expediente A sala estava vazia e o silêncio era total de repente O Telefone Tocou de novo eu sabia que
era o mesmo número e já não tinha mais forças para ignorar o que estava acontecendo atendi dessa vez porém os sussurros não eram apenas sons aleatórios a voz do outro lado sussurrou meu nome meu corpo Travou a voz disse mais algumas coisas detalhes da minha vida que ninguém na empresa poderia saber informações pessoais que me deixaram em Pânico eu desliguei o telefone na hora com as mãos tremendo aquilo não era mais só uma brincadeira havia algo muito errado ali e pela primeira vez comecei a acreditar que talvez essa história fosse mais real do que eu
estava disposta a admitir depois daquela Última ligação minhas mãos não paravam de tremer o escritório Parecia ter ficado ainda mais frio e a sensação de estar sendo observada era sufocante o relógio marcava que faltavam apenas alguns minutos Para eu terminar meu turno mas o tempo parecia se arrastar o som dos sussurros ainda ecoava na minha cabeça junto com as palavras que aquela voz disse sobre mim eu tentava me convencer de que era apenas um trote Mas alguma coisa no fundo me dizia que aquilo não era normal levantei da cadeira para organizar minhas coisas e enquanto
juntava alguns papéis ouvi um som no começo pensei que fosse algum colega voltando para pegar algo mas ao virar a cabeça vi que a porta da sala ainda estava fechada não havia ninguém ali o som no entanto continuava eram Passos leves quase imperceptíveis como se alguém estivesse caminhando por ali mas sem querer ser notado meu coração começou a disparar os passos se aproximavam e eu sentia o peso de cada um deles se intensificando a sensação de estar sendo observada voltou com força total o ar ao meu redor parecia mais pesado quase difícil de respirar Foi
então que a luz da sala piscou apagou por um segundo e depois voltou mas com uma intensidade Estranha como se estivesse mais fraca meu corpo todo ficou tenso e um arrepio percorreu minha espinha quando olhei para a mesa de telefonia o telefone estava lá parado como sempre até que tocou novamente o toque foi alto estridente e o número desconhecido apareceu na tela eu sabia que não deveria atender sabia que algo terrível aconteceria se eu pegasse o telefone mas por algum motivo que até hoje não consigo explicar minha mão se moveu sozinha como se fosse atraída
eu peguei o telefone e coloquei no ouvido dessa vez os sussurros estavam mais claros mais próximos e no meio deles uma voz feminina gélida e desesperada sussurrou eu estou aqui não me deixe sozinha senti meu corpo congelar a voz parecia tão real tão perto a cada palavra que ela dizia o ambiente ficava mais sufocante era como se aquela presença estivesse ao meu lado como se ela estivesse na sala ao meu lado implorando por ajuda desliguei o telefone com força quase jogando o aparelho no chão eu precisava sair dali o mais rápido possível juntei minhas coisas
e fui em direção à porta mas antes de sair ouvi um último som um leve arranhar vindo da porta como se alguém estivesse tentando passar as unhas por ela do outro lado foi a última coisa que ouvi Antes de abrir a porta e correr para fora saí do prédio sem olhar para trás ofegante com o coração batendo a 1 naquela noite não consegui dormir até hoje não sei exatamente o que aconteceu naquela sala de telefonia uma coisa é certa nunca mais voltei para aquele lugar na manhã seguinte ainda com o coração ainda acelerado o medo
da noite anterior ainda me acompanhava e só de pensar em voltar para aquele lugar uma sensação de pânico tomava conta de mim eu precisava daquele emprego disso eu sabia as contas estavam se acumulando e encontrar trabalho não era fácil mas o que eu vivenciei naquela sala de telefonia isso eu não conseguia tirar da cabeça passei o dia inteiro pensando no que fazer parte de mim tentava racionalizar dizendo que aquilo tudo tinha sido fruto da exaustão do primeiro dia de trabalho que talvez eu estivesse me assustando por causa das histórias dos colegas mas outra parte a
que me deixou gelada de medo sabia que não era tão simples aqueles sussurros os passos a sensação de estar sendo observada isso era real demais Conversei com minha mãe que sempre foi muito prática e sabia o quanto eu precisava desse emprego ela tentou me convencer a voltar disse que era só o primeiro dia que talvez eu estivesse exagerando Mas eu sabia que não poderia não depois de tudo o que aconteceu no fundo eu tinha certeza de que se voltasse para aquela sala Algo pior iria acontecer tomei minha decisão mesma tarde peguei o telefone liguei para
a empresa e pedi demissão não consegui explicar o motivo de verdade então inventei uma desculpa qualquer sobre ter recebido outra oportunidade e que infelizmente não poderia continuar do outro lado da linha o chefe parecia entender mas me disse algo que fez o arrepio voltar você é a terceira pessoa a pedir demissão logo no primeiro dia sabia Tone com a sensação de alívio misturada ao medo eu sabia que tinha feito a escolha certa mas ao mesmo tempo algo me dizia que aquele lugar aquela sala de telefonia nunca me deixaria completamente até hoje quando penso no que
aconteceu o som dos sussurros ainda ecoa na minha cabeça e por mais que tenha tentado seguir em frente não consigo esquecer as últimas palavras que ouvi naquela ligação eu estou aqui não me deixe sozinha a verdade é que nunca saberei o que realmente aconteceu naquela sala Mas uma coisa eu sei eu nunca mais voltaria lá Nem que fosse o útimo emprego da minha vida meu nome é Camil e na época em que essa hisa aconteceu eu tinha 19 anos faz mais de 10 anos mas lembro de cada detalhe como se fosse ontem Eu sempre gostei
de crianças então desde adolescente costumava fazer bicos de babá não era só pelo dinheiro claro que me ajudava muito mas porque eu realmente gostava de passar tempo com os pequenos brincar contar histórias cuidar era algo que me fazia bem foi por isso que quando minha mãe me indicou para cuidar da filha de uma colega de trabalho aceitei na hora eu tinha acabado de terminar o colégio e ainda não sabia muito bem o que fazer da vida era uma fase de transição e pegar esses bicos me ajudava a ter uma renda enquanto eu decidia o próximo
passo minha mãe trabalhava há anos com a mãe de Mariana a menina que eu iria cuidar naquela noite Mariana tinha 6 anos e a mãe dela me avisou que a filha era muito quieta mas se comportava bem e não dava trabalho quando cheguei na casa deles logo percebi que era uma família de classe média alta a casa era grande num bairro bem silencioso Sabe aqueles lugares onde à noite Você só ouve o barulho dos Grilos pois é era assim os pais de Mariana iam sair para um jantar e precisavam de alguém para ficar com a
filha até voltarem assim que cheguei a mãe me explicou a rotina da menina jantar às 8 uma hora de TV e depois cama parecia ser bem tranquilo Mariana estava sentada no sofá Assistindo TV quando eu cheguei e mal levantou os olhos para mim tentei puxar conversa perguntei do que ela gostava se queria brincar mas ela só Balançou a cabeça negativamente sem tirar os olhos da tela eu já tinha lidado com crianças mais tímidas então não forcei fiquei no meu canto sentada no sofá enquanto a menina assistia à TV até então o trabalho estava sendo mais
fácil do que eu esperava mas claro as coisas estavam prestes a mudar por volta das 9 da noite O telefone da casa tocou o som foi tão alto que me fez pular do sofá Mariana por outro lado nem se mexeu continuou assistindo a TV como se nada estivesse acontecendo achei aquilo estranho mas me levantei para atender peguei o telefone de fio coloquei no ouvido e uma voz masculina grossa e arrastada falou diretamente Cuide bem dela fiquei congelada por alguns segundos a voz era muito séria quase ameaçadora perguntei quem estava falando mas a linha caiu logo
depois voltei para a sala ainda meio atordoada tentando agir naturalmente Mariana continuava lá tranquila como se nada tivesse acontecido tentei ignorar Mas aquela frase não saía da minha cabeça Cuide bem dela não parecia uma simples brincadeira mesmo com o telefone Ainda martelando na minha cabeça em e focar no trabalho afinal podia ter sido só uma coincidência talvez até um trote resolvi não dar muita importância Mariana continuava lá sentada no sofá assistindo a TV como se nada tivesse acontecido por mais que algo no ar Me incomodasse tentei me manter calma era só uma noite de trabalho
eu repetia para mim mesma levantei e fui até cozinha lanche que a mãe dela tinha deixado pronto quando voltei para a sala com a bandeja Mariana ainda estava imóvel como se não tivesse se mexido desde a hora em que eu cheguei coloquei o prato na frente dela e perguntei meio sem jeito se ela estava com fome ela Balançou a cabeça olhando fixamente para a TV mas sem realmente parecer prestar atenção no que eu estava falando sentei no sofá ao lado dela tentando quebrar o cla estranho foi aí que aconteceu sem qualquer aviso Mariana se virou
lentamente para mim seus olhos estavam fixos nos meus mas parecia que ela estava olhando através de mim como se não estivesse realmente presente minha espinha gelou no mesmo instante e então do nada ela disse com a mesma voz grave que eu tinha ouvido no telefone Cuide bem dela meu corpo inteiro travou era a mesma frase o mesmo tom de voz Mariana o que você disse mas a menina não respondeu ela simplesmente voltou a olhar para a TV como se nada tivesse acontecido Era como se aquelas palavras não tivessem saído dela meu coração parecia que ia
sair pela boca e eu não sabia o que fazer tentei me convencer de que era só uma coincidência que de alguma forma eu estava ficando nervosa à toa mas como ela teria dito exatamente a mesma frase com aquele tom sendo que nem sabia da ligação a sala que antes parecia apenas silenciosa agora parecia sufocante eu mal conseguia respirar direito e a presença de Mariana que antes era inofensiva agora me deixava inquieta algo estava errado muito errado e eu só queria que os pais dela voltassem logo depois daquele Episódio estranho em que Mariana repetiu a frase
do telefone tudo Parecia ter voltado ao normal ela continuava quieta vidrada na TV e eu estava tentando manter a calma mesmo com aquela sensação incômoda no fundo da mente o relógio já passava das 10:30 e a menina deveria estar na cama mas cada vez que eu tentava conversar com ela Mariana me ignorava completamente como se eu nem estivesse ali Mariana vamos dormir perguntei tentando usar um tom calmo e amigável sem querer forçar muito ela não respondeu não tirou os olhos da TV e nem se mexeu confesso que por alguns segundos me bateu a vontade de
insistir mas algo me impedia de forçar a barra não sabia se era o medo do que tinha acontecido antes ou se era só o incômodo de lidar com aquela situação estranha de qualquer forma decidi que preferia levar uma bronca dos pais dela do que discutir com a menina Melhor Assim Me sentei de volta no sofá esperando a passar até que finalmente ouvi o barulho do carro dos pais dela chegando quando eles entraram pela porta Mariana se levantou do sofá e correu até eles agindo como se nada tivesse acontecido parecia uma criança normal outra vez o
que só me deixou ainda mais intrigada assim que a mãe dela a viu fora da cama soltou um suspiro e me lançou um olhar de reprovação seguido pelo pai dela que disse com um tom um pouco seco ela Já devia estar dormindo eu senti o peso daquela pequena bronca mas me mantive calma Eles não sabiam o que tinha acontecido e sinceramente eu não queria explicar dei um sorriso sem graça e disse que ela não queria ir sem entrar em muitos detalhes aquela expressão de desaprovação deles não durou muito logo mudaram de assunto perguntando como tinham
sido as horas que passei com a filha deles e claro eu só mencionei o básico que tudo tinha corrido bem sem mencionar a parte estranha do telefone ou da frase que Mariana repetiu Não queria causar pânico nem parecer exagerada melhor deixar passar antes de ir embora porém comentei sobre o telefone ter tocado só para aliviar um pouco Minha Curiosidade perguntei casualmente como se fosse só uma situação engraçada se alguém tinha ligado para casa naquela noite Foi aí que a mãe dela franziu a testa e me olou meio confusa esse telefone está desligado faz tempo ela
disse apontando para o aparelho na mesa a gente desativou a linha já faz dias estamos esperando a nova operadora vir instalar naquele momento um arrepio percorreu meu corpo inteiro Como assim o telefone estava como poderia ter tocado e Aqua voz est a mãe de a conva Mas minha mente estava tentando encontrar alguma explicação lógica ao final da noite eles me pagaram conforme combinado e eu agradeci sa de lá sem tocar mais no assunto no caminho para casa enquanto eu caminhava pelas ruas escuras e silenciosas só aviso e por Mariana repetiu aquelas palavras com a mesma
voz São perguntas que até hoje eu não consegui responder mas que continuam me perseguindo