Não sou nada...

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TV Cultura
Autor: Fernando Pessoa Programa do dia 29/08/2004.
Video Transcript:
fernando pessoa a fernando pessoa realmente o grande poeta que influenciou toda a minha geração um dos maiores poetas de todos os tempos escreveu um dos maiores poemas da língua portuguesa tabacaria não deve haver nem lisboa um programa de televisão que tenha dito fernando pessoa mas o que nós aqui em provocações mas nunca tínhamos dito inteiro tabakaria esse grande poema da língua portuguesa nunca mas só até hoje vocês vão ouvir lá não sou nada nunca serei nada não posso querer ser nada à parte isso tem em mim todos os sonhos do mundo janela do meu quarto
do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é e se soubesse quem é o que saberiam das para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente para uma rua e acessível a todos os pensamentos real impossivelmente real certa desconhecida mente certa com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres com a morte ea por umidade nas paredes e cabelos brancos dos homens com destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada do nada estou hoje vencido como se soubesse a verdade estou hoje lúcido como se estivesse
para morrer e não tivesse mais irmandade com as coisas se não uma despedida tornando esta casa este lado da rua a fileira de carroça de um comboio e uma parte da pitada de dentro da minha cabeça e uma sacudida dos meus nervos e um rangers de ossos na ida estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu estou hoje dividido entre a lealdade que deu à tabacaria do outro lado da rua como coisa real por fora a sensação de que tudo é sonho como coisa real por dentro falhei em tudo como não fiz propósito
nenhum talvez tudo fosse nada aprendizagem que me deram eu desci dela pela janela das traseiras da casa eu fui até o campo com grandes propósitos mas já encontrei só ervas e árvores e quando a vi a gente é igual a outra saiu da janela sento-me numa cadeira em que de pensar que saiu do que serei eu que não sei o que sou sei o que eu penso mas eu penso ser tanta coisa e há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos gênio neste momento 100 mil cérebros se conseguem soluções geniais
como eu ea história do marcar a quem sabe nenhum e nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras não crê em mim não crê em mim em todos os manicômios a 2 dos malucos com tantas certezas e eu que não tenho nenhuma certeza sou mais certo ou menos certo não em mim enquanto avançadas e da avançadas do mundo não estão nessa hora gênios para si mesmos sonhando quanto às aspirações altas e nobres e lúcida sim verdadeiramente altas e nobres e lúcidos e quem sabe se realizáveis nunca verão a luz do sol real nem se eram
ouvidos de gente o mundo é para quem nasce para conquistar e não para quem sonha que pode conquistá lo ainda que tenha razão tenho sonhado mais do que napoleão fez tem apertado o psicotécnico mais humanidade de cristo tem feito filosofia em segredo que nenhum canto escreveu mas sobre ele sempre dá mansarda ainda que não mora nelas serei sempre o que não nasceu para isso ele sempre só que tinha qualidades eu serei sempre o que espero que abrisse a porta ao pé de uma parede sem porta e cantou a cantiga do infinito de uma capoeira e
ouviu a voz de deus não possuo tapado crer em mim não nem nada derrame a natureza sobre a cabeça tem que o seu sol a sua chuva o feto que me a seu cabelo no resto que venha se vier eu tiver que vir ou não tenha escravos cardíacos das estrelas nós conquistamos todo mundo antes de nos levantar da cama mas acordamos ele é opaco levantamo-nos ele é alheio saímos de casa ele a terra inteira mas o sistema solar a via láctea eo indefinido como chocolates pequena como chocolates olha que não há mais 'beta' física no
mundo senão chocolates e olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria come pequena suja come poder se eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes mas eu penso eu tirar do papel de prata que é de folha de estanho eu deito tudo para o chão como tenho deitado a minha vida mais ou menos fica da amargura do que nunca serei a caligrafia rápida desses versos porte com o partido para impossível mas - ao menos eu consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas nobel - no gesto largo com que a
tiro a roupa suja que sou 100 hall para o decurso das coisas e fica em casa sem camisa e com salas que não existe e por isso consolas ou deusa grega concebida como estátua que fosse viva o patrícia romano e possivelmente nobre de afastar o cot serve no tempo de nossos pais tudo isso seja o que for que seja se pode inspirar que inspire meu coração é um balde despejado como que enfocam espíritos enfocam espíritos invoco a mim mesmo e não encontrou nada eu chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta eu
vejo as lojas mesmo os passeios vejo os carros que passam vejo sentes vivos vestidos que se cruzam veja os cães que também existem e tudo isso me pesa como uma condenação ao degredo e tudo isso é estrangeiro como tudo vivi estudei amei e até acreditei e hoje não há mendigos e não investe só por não ser eu eu olho cada um 'sandra jesus das chagas a mentira e penso talvez talvez nunca vivi esses nem estudassem a macy's nem acreditar se expor que é possível fazer na realidade de tudo isto sem fazer nada disso talvez tenha
existido apenas como lagarto a quem corta o rabo e que rabo pra quem do lagarto remexida mente fez de mim o que eu não soube o que eu podia fazer de mim não fiz a roupa que eu vesti era errada conhecer o nome logo porque eu não era e não desmentir e perdi me quando quis tirar a máscara estava pegada cara quando atirei me ver ao espelho já tinha envelhecido estava bêbado já não sabia vestir a roupa que eu não tinha tirado deitei fora máscara de dormir no vestiário como um cão tolerado pela gerência por
ser inofensivo e vou escrever essa história para provar que eu sou sublime essência musical dos meus versos e no teis querem me dar encontrar-me como coisa que eu fizesse e não ficasse sempre defronte da tabacaria de frontin calcando aos pés a consciência de estar existindo como um tapete em um beco do tropeça ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada mas o dono da tabacaria chegou a porta ficou à porta e óleo clubes com o porto o desconforto da cabeça mal voltada e com o desconforto da alma mal entendendo ele morrerá eu
morrerei ele deixará a tabuleta eu deixarei versus a certa altura morrer a tabuleta também nos versos também depois de certa altura morreu na rua onde esteve a tabuleta ea língua em que foram escritos os versos a morrer depois o planeta gigante que tudo isso se deu em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas sempre uma coisa defronte da outra sempre uma coisa tão inútil como a outra sempre impossível então estúpido como real sempre o mistério do fundo tão certo como sono
de mistério da superfície sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra mas o momento na tabacaria para comprar tabaco ea realidade plausível cai de repente em cima de mim se eu mesmo me enérgico convencido o mano e vou pressionar e escrever esses versos em que diga o contrário assim não cigarro pensar em escrever los e sabores no cigarro a libertação de todos os pensamentos eu sigo fumo como uma rota própria e gozo no momento sensitiva e competente a libertação de todas as especulações ea consciência de que a metafísica é uma consequência
de se estar mal disposto depois eu deixei para trás na cadeira e continua fumando enquanto o destino me conceder eu continuarei fumando seu casasse com a filha da minha lavadeira talvez fosse feliz picchu eu levanto me na cadeira vou até a janela o homem saiu da tabacaria metendo o troco na algibeira das calças a conheço conheço é o esteves sem metafísica o dono da tabacaria chegou à porta como por um instinto divino o esteves voltou se e viu me a seu nome deus gritei e adeus aos service e universo reconstruiu cimi sem ideal nem esperança
e o dono da tabacaria sorriu
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