Queridos irmãos e irmãs, Será que existe uma mensagem que pode transformar a nossa vida, uma mensagem capaz de definir a eternidade? Sim, existe, e essa mensagem é essencial, porque no final das contas essa vida acaba mais cedo para alguns, mais tarde para outros; e a grande pergunta é: onde passaremos a nossa eternidade, no céu ou no inferno? Mas existe uma mensagem que pode determinar o nosso destino.
Não é uma mensagem filosófica, não é um conjunto de regras, não é nenhum tipo de norma de comportamento. É sobre isso que São Paulo nos fala na segunda leitura. Quero lembrar-vos, irmãos, o evangelho que vos preguei e que recebestes, e no qual estais firmes.
Por ele sois salvos se o estais guardando tal qual ele foi pregado por mim. O Evangelho é uma notícia, mas não uma notícia como qualquer outra; não é uma notícia velha, é uma notícia eterna. É a grande notícia que pode mudar o nosso destino para sempre.
É uma notícia que não perece e é uma notícia que é [Música] boa. Então ele diz: "Com efeito, transmiti-vos em primeiro lugar aquilo que eu mesmo tinha recebido, a saber, que Cristo morreu por nossos pecados segundo as escrituras. " Essa notícia é a notícia que muda tudo, porque o pecado é um problema entre nós e Deus e não é um problema qualquer.
O pecado é um problema de dimensões divinas, porque o pecado toma as proporções do Deus ofendido, do Deus agredido. Pelas nossas más escolhas, nós já nascemos pecadores; como diz Davi no Salmo 50: "pecador, minha mãe me concebeu". E por causa disso somos incapazes de nos salvar; nós estamos numa situação abandonados a nós mesmos, sem remédio.
Mas Deus, na sua infinita misericórdia e na sua infinita justiça, inventou um modo de fazer o impossível, porque o pecado, por assim dizer, colocou-nos numa posição em que, se ele não nos pune e nos perdoa, ele deixa de ser justo; e se ele nos pune e não nos perdoa, ele deixa de ser misericordioso. Então, ele inventou um jeito de sair desse impasse: um jeito de punir e, ao mesmo tempo, perdoar. E como ele fez isso?
Ele fez isso fazendo-se homem. Deus se fez homem de tal modo que, assumindo os nossos pecados, ele pode puni-los em si, para a misericórdia para conosco. Cristo morreu pelos nossos pecados; ele levou as nossas misérias, as nossas iniquidades, as nossas maldições, e ele puniu o pecado de toda a humanidade em seu próprio corpo.
Foi esse o jeito que Deus encontrou de ser misericordioso sem deixar de ser justo, assumindo as nossas culpas e morrendo em nosso lugar. Mas nós precisamos nos arrepender. Nós precisamos olhar para a nossa vida e reconhecermos que, por nós mesmos, nós não podemos nada.
É por isso que São Paulo continua e diz: "Cristo morreu por nossos pecados segundo as escrituras; foi sepultado; e, ao terceiro dia, ressuscitou segundo as escrituras. " Qual é a importância de ele ter ressuscitado? Ou seja, ele morreu na cruz em nosso lugar, mas ele não ficou na cruz, ele não permaneceu ado nela, nem aprisionado dentro de um sepulcro; ele venceu a morte.
Para quê? Diz São Paulo na carta aos Romanos, capítulo 4, versículo 25: "Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação. " Ou seja, é ele que nos perdoa, é ele que lava a nossa culpa, é ele que nos livra de toda iniquidade; é ele, porque ele vive e a morte não tem mais poder sobre ele.
Esta verdade é tão extraordinária que São Paulo, na mesma carta aos Romanos, diz: "Mortos com Cristo pelo batismo, ressuscitastes com ele. " De tal modo que o pecado não tem mais poder sobre vós. Ou seja, quando nós entregamos a nossa vida a Jesus Cristo, tudo isso se torna um problema dele.
É ele que nos vai transformando, é a sua graça que vai nos mudando, é o seu amor que vai nos purificando, contanto que nós, como diz o apóstolo logo no começo, "quero lembrar-vos, irmãos, o evangelho que vos preguei, que recebestes, e no qual estais firmes. Por ele sois salvos, se o estais guardando tal qual ele vos foi pregado por mim. " Ou seja, se nós permanecemos na consciência de que dependemos de Cristo para qualquer obra que necessitamos, o socorro da sua graça, que precisamos do Senhor desesperadamente.
Se permanecermos firmes nessa verdade do Evangelho, ela realmente nos santifica, porque nós entendemos que o que nos salva não é o que nós fazemos, mas é o que Cristo fez por nós no Calvário. O que nos salva não é o nosso esforço de automelhoramento ao encontro da divindade, mas exatamente o contrário: é o Deus que se aniquilou e se fez semelhante a nós em tudo, exceto no pecado, para nos salvar. Isso vem dele.
Paulo continua dizendo que Cristo ressuscitado apareceu a Cefas, depois aos Doze, depois a 500 irmãos de uma vez, dos quais a maior parte vivia no tempo em que ele escreveu a epístola; alguns morreram. Depois apareceu a Tiago, depois apareceu aos apóstolos todos juntos. E ele disse: "Por último apareceu também a mim, como a um abortivo.
" Na verdade, eu sou o menor dos apóstolos, nem mereço o nome de apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. O poder da cruz é tão extraordinário que até mesmo Paulo, um perseguidor da igreja, foi transformado pela graça no maior de todos os apóstolos do ponto de vista missionário. O homem que escreveu do Novo Testamento.
Talvez você olhe para a sua vida e diga: "Eu não tenho jeito, eu já estou perdido, eu não consigo. " Não! A graça de Deus não conhece nenhum limite; ela é poderosa para nos transformar realmente.
Graças ao Sangue de Cristo, derramado generosamente para nos perdoar, só ele pode nos salvar, e a única coisa que ele nos pede é a fé que nós depositemos nele, a nossa fé, que nele coloquemos toda a nossa confiança. Que nós saibamos que precisamos estar apoiados nele inteiramente. Se nós realmente nos arrependemos, se nós realmente entregamos a nossa vida a Cristo e não adiamos essa entrega, o Senhor Ele mesmo nos justifica, nos santifica e nos glorifica.
E é isso que todos vocês e eu também precisamos fazer, não uma única vez, mas diariamente, como uma perpétua confissão de dependência. Repita comigo: "Senhor, Senhor, eu reconheço que eu sou pecador, eu reconheço que eu sou pecador e que não me posso salvar. Por isso, hoje eu me arrependo dos meus pecados.
Aceito e recebo a Jesus Cristo como meu Senhor, como meu Salvador, e me entrego totalmente a Ele. Envia sobre mim o Teu Espírito, para que nunca mais eu me desvie da Tua palavra. Amém.
" Se essa oração brotou sincera do teu coração, saiba uma coisa: algo muito grande aconteceu. Jesus, o próprio Jesus, aquele que São Paulo também, na primeira carta aos Coríntios, diz: "Nós os anunciamos, Cristo e Cristo crucificado", o próprio Jesus toma a tua vida para nunca mais largá-la, desde que você não abandone. São Paulo diz: "É pela graça de Deus que eu sou o que sou; sua graça para comigo não foi vã.
A prova é que tenho trabalhado mais do que os outros apóstolos; não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo. " É isso, em resumo, que eu e eles temos pregado. E é isso que Cristo nos chama: temos que permanecer na graça de Deus; temos que buscar o Senhor com todo o nosso coração todos os dias da nossa vida.
Caso você esteja perdido, volte para Cristo com tudo. Não olhe para trás; faça como os apóstolos no evangelho que nós ouvimos, que deixaram tudo, deixaram até as suas próprias barcas à beira do mar da Galileia, com as redes e tudo mais, e seguiram Cristo de uma vez por todas. Agarrem-se a Ele, firme-se Nele e nunca mais voltem para o mundo.
Não regridam para o pecado, para aquilo que ofende a Deus. Vocês são jovens, a maior parte, e para alguns de nós a vida é longa. É muito fácil perseverar por uma semana, 15 dias; é difícil perseverar por uma vida inteira.
Isso não vem de nós; só quem vive numa dependência completa de Jesus Cristo, vivo e ressuscitado, somente esse consegue perseverar até o fim. Porque, como diz o apóstolo: "Não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo. " É Ele quem faz, é Ele quem produz.
Então, nós podemos viver completamente maravilhados com a santidade desse Deus que, ao invés de nos afastar porque somos pecadores, nos aproxima em Cristo e nos chama de filhos. Que o Senhor nos leve não apenas a propósitos firmes de permanência Nele, mas que nós nos deixemos conduzir pela Sua graça. E se assim permanecermos, é como diz o Senhor: "Aquele que vem a mim, eu não o lançarei fora.
" Aqueles que o Pai me deu, ninguém os tirará das minhas mãos. Permaneçamos, irmãos, permaneçamos nas mãos do nosso Redentor, então jamais teremos motivos para temer. Pelo contrário, viveremos o resto de nossas vidas como uma estação que acabará apenas nas alegrias da eternidade.