A noite de hoje vamos falar a respeito da Morte numa perspectiva cristã católica, como a Igreja interpreta a realidade da morte, a dor, o sofrimento, a ausência daqueles que partiram, como nós podemos alimentar a nossa esperança cristã e como nós podemos meditar sobre essa realidade que um dia também vai nos tocar. Então, é justamente olhando para a Sagrada Escritura, para a tradição da Igreja e para o Magistério que nós queremos entender um pouquinho mais a respeito desta temática: a morte. A morte que São Francisco de Assis chamava de irmã, a morte que Jesus no
Calvário venceu, a morte que, para os que não creem, causa desespero, mas, para os que creem, ela é apenas a transformação de uma vida que continua. A nossa vida não é tirada; ela é transformada. Bom, meus caros, esse é o nosso tema na noite de hoje. Eu sou o professor Rafael, sou professor de Filosofia e de História, sou membro da Comunidade Católica Pantocrátor. Está chegando aqui pela primeira vez? Faça a sua inscrição no nosso canal, ative as notificações e, assim, tudo aquilo que for produzido de conteúdo aqui no nosso canal, na evangelização digital da Comunidade
Pantocrátor, você terá acesso. No início do nosso programa, nessa noite, quero convidá-los para que coloquem suas intenções. Vamos nos colocar na presença de Deus e pedir a Ele que olhe pelas nossas necessidades, nossas intenções. Na noite de hoje, falaremos do tema da morte. Coloquemos diante de Deus, sobretudo, aqueles nossos parentes, amigos, aqueles nossos entes queridos que tanta falta nos fazem. Coloquemos diante de Deus aquelas situações que nos causam tanto sofrimento com a ausência daqueles que amamos. Apresentemos tudo isso diante de Deus e façamos a nossa oração. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Amém. Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino. Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós dentre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na
hora de nossa morte. Amém. Nossa Senhora, nossa Mãe, colocamos as vidas, nossos entes queridos, nas tuas mãos, para que a Senhora apresente a Jesus. Que as almas dos nossos parentes, amigos, pais, irmãos, filhos que já estão com Deus, possam, caso estejam no Purgatório, receber as nossas orações, o nosso sufrágio, e que se purifiquem o quanto antes para entrar na presença definitiva de Deus no céu. Já estejam no céu, que possam rezar por nós para que também cheguemos lá. O Senhor nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. Amém. Muito bem, meus queridos. Então, na noite de hoje, falaremos a respeito da morte. Quando nós olhamos para a Sagrada Escritura, lá no livro do Gênesis, nós lemos como Deus criou o mundo e como Deus pensou todas as coisas. Acontece que Deus é poderoso, mas Deus também é um Pai amoroso, bondoso, misericordioso. Ele é justo, mas é bom. Deus é a suma perfeição; ele é o próprio bem. O bem está nele e dele. Então, Deus é bom. Deus é bom. Deus é eterno. Deus é extremamente simples. Sendo bondoso, eterno, poderoso, aquilo que
Deus decidiu, aquilo que Deus decretou, Ele decreta de uma vez por todas. Deus não muda de opinião. Mudar de opinião é próprio de nós, homens. Por quê? Nós somos imperfeitos. Eu posso ter uma opinião hoje e essa opinião pode ser baseada na minha ignorância. Na medida em que eu vou rezando mais, estudando mais, aprendendo mais, de repente eu me dou conta de que estou errado e mudo de opinião. Por que nós mudamos de opinião? Porque mudar é próprio daqueles seres onde existe uma falta, falta de algo. Se eu tenho uma opinião e essa opinião está
errada, eu estudo, eu aprendo, me faltava conhecimento; é uma falta. Então, eu mudo de opinião porque percebo que estava errado. Em Deus não há falta; Deus é pleno, é completo. Se Deus necessitasse de alguma coisa, ele seria imperfeito e, portanto, não seria Deus. Sendo Deus, Ele não precisa de nada; Ele se satisfaz nele mesmo. E aquilo que Deus pensa, aquilo que Deus decreta, Ele o faz de uma única vez e de uma vez por todas. É definitivo. E Deus, quando criou o homem, concebeu, pensou no ser humano, no homem e na mulher, de uma maneira.
Como Deus pensou o homem e a mulher? Deus pensou o homem e a mulher com uma realidade dupla, ou seja, o ser humano possui o espírito, a alma, mas também possui o corpo, a corporeidade. Mas possui também um espírito imortal, diferente dos anjos, que são espíritos puros. O ser humano foi pensado para viver num corpo material. Deus quis o ser humano num corpo, mas possuindo uma alma imortal. Esse é o plano de Deus: corpo e alma integrados, não separados. Deus queria a vida do homem assim. Outra coisa: Deus pensou o homem para viver junto da
mulher. Crescei e multiplicai-vos. A família, a constituição da família, é desejo de Deus, plano de Deus. Deus pensou o homem para ser imortal. Por que nós temos uma recusa natural pela morte? Por que nós fugimos da morte? Justamente pelo fato de que não é natural para nós. Deus não nos pensou, não planejou a existência do homem para morrer. O ser humano não nasceu para acabar; ele nasceu para ser imagem e semelhança de Deus, deste Deus que é eterno, que não morre e que quer que o ser humano não... Morra, Santo Irineu de Leon, que é
um dos grandes autores católicos dos primeiros séculos. Ele dizia: "A glória de Deus é o homem vivo." Então, o ser humano, pelo simples fato de existir, já glorifica a Deus, porque ele reflete essas perfeições de Deus, essa imagem, essa semelhança. Então, Deus pensou o homem para não morrer. Deus deu a Adão e Eva o dom da imortalidade, deu a eles o dom da impassibilidade. Adão e Eva não sentiam incômodos, não sentiam fome, frio; não sentiam esses incômodos próprios do nosso corpo, não ficavam doentes. Então, assim, Deus pensou e Deus deu a eles o dom da
ciência infusa. Bastava que surgisse, aliás, algum problema, alguma questão a ser resolvida, que Adão e Eva pensariam na solução e encontrariam dentro de si, dentro da própria inteligência, a solução para aquilo que precisavam, pois a inteligência de ambos estava aberta e era capaz de captar as soluções para as coisas. Deus, além de tudo isso, andava pelo Jardim do Éden e ofereceu ao homem e à mulher a sua amizade. Deus deu a Adão e Eva a graça, a graça santificante. O que é a graça santificante? É a amizade com Deus. Deus falava com eles, Deus andava
no meio deles, Deus convivia com eles visivelmente, de modo próximo. Esse era o plano de Deus para toda a humanidade; acontece que Deus não muda de ideia, mas Ele deu liberdade ao homem. O homem recusou esta liberdade e pecou: o primeiro pecado do mundo. O que foi? A desobediência. Adão desobedeceu a Deus. E esse pecado foi motivado pelo quê? Pela soberba, por querer ser mais do que Deus, por querer ser como Deus. E, na verdade, o pecado não é uma invenção humana; é uma invenção angélica. Lúcifer, o demônio, o príncipe dos demônios, concebeu esta ideia
de destruir o ser humano, e esse é o grande trabalho dos demônios, é o grande trabalho das hostes infernais até hoje. Qual é o grande interesse do inferno? Destruir a obra-prima de Deus, que reflete a sua imagem no mundo. E quem é que faz isso? Nós, seres humanos. É por isso que o inferno investe todo o seu poder. Para quê? Para destruir o ser humano através dos vícios, através das discórdias, através de situações que criam inimizades, guerras, conflitos, situações que levam a divórcios, à destruição de famílias. O demônio age o tempo todo tentando destruir o
ser humano. Agora, é claro, nem todo pecado vem do demônio. Muitos dos pecados, dos erros, dos problemas que nós temos na nossa vida são causados pelo nosso egoísmo, pelo nosso pecado, pela nossa soberba, pelo nosso modo de reagir às situações. Muita coisa vem do espírito humano, muita coisa vem do espírito do mundo. O que o mundo quer que eu faça? Nessa intenção de corresponder, às vezes, a essas expectativas mundanas, nós vamos caindo de pecado em pecado e, por último, ao espírito do mal. Então, são três espíritos que podem levar o ser humano ao pecado: o
espírito humano, a própria pessoa; o espírito do mundo, o ambiente; e o espírito maligno, o demônio. Então, são as formas por onde nós podemos cair. E esse primeiro grande pecado é a desobediência movida pela soberba. Acontece que Deus tinha um plano. Deus pensou a humanidade de um determinado jeito, mas deu liberdade. O homem usou mal, o pecado entrou no mundo. Então, quer dizer que Deus mudou o plano? Não, os planos de Deus continuam os mesmos, os mesmos, porque Deus é Deus e Deus não muda. Deus pode adiar os seus planos quando nós não correspondemos à
sua graça, mas, no fim, Ele executa todas as coisas do jeito que Ele pensou, do jeito que Ele desejou, porque Deus vence sempre. Deus governa todas as coisas através da sua providência. A sua providência é a mão que rege a história e, mesmo quando o mal parece triunfar, é Deus que está dando licença para que o mal atue, e Deus faz isso para triunfar sobre o mal. Essa é a lógica de Deus. A morte mais ignominiosa do tempo de Jesus era a morte por crucificação. Os bandidos, os ladrões, eram crucificados. Deus usa daquilo que é
mais vil, que é mais desprezível, para triunfar sobre o mal. É justamente usando a cruz, que era desprezível, que era algo horroroso, que Cristo nos redime. É usando da cruz que Cristo merece para nós aquilo que nós não poderíamos alcançar: a salvação eterna, a herança eterna, através daquilo que é desprezível, daquilo que é mal, daquilo que é terrível. Deus vence sempre. Então, essa é a lógica da salvação. O catecismo da Igreja, quando fala da morte como salário do pecado, fala da morte como consequência do pecado. Ele nos explica muito bem que Deus não nos abandonou.
Deus adiou os seus planos, expulsou Adão e Eva do Paraíso por uma questão de justiça. Deus é bom, mas Deus é justo. Deus deu ao homem a possibilidade de salvação, porque Deus dá a graça, mas Deus deseja que nós, por vontade própria, conquistemos a glória. A graça é a amizade que Deus nos oferece. Isso é a graça. Deus nos dá graça, mas nós devemos conquistar a glória colaborando e correspondendo à graça de Deus. Olha que interessante! Adão e Eva, no Paraíso, eles já tinham a plenitude da felicidade em Deus, os anjos que estavam no céu
ainda não. Por quê? Porque Deus criou anjos e homens, lhes deu liberdade, ofereceu-lhes a sua amizade, a graça, mas Deus coloca sempre uma prova. Nós precisamos demonstrar para Deus, ativamente, a nossa adesão a Ele. Deus nos dá a graça, mas, para conquistar a glória, nós precisamos passar por essa prova. Qual era a prova de Adão e Eva? O mandamento de Deus: "Deste fruto não comereis." Árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus disse: "Pode comer de tudo, desta árvore não." É a prova. O que Deus exigiu? Obediência. A palavra "obediência" vem do latim "obedire",
que significa "ouvir bem". Quem ouve bem executa as ordens que ouviu; quem não executa direito é porque não ouviu direito. Obedecer é ouvir bem. E os nossos primeiros pais ouviram o que Deus disse. Ouviram, mas aquilo que ouviram não caiu, não entrou de fato no coração deles. Eles foram provados e não passaram pela prova; receberam a reprovação divina. Deus disse: "Deste fruto não comereis, deste só, deste é a prova." O que eles fazem? Comem. Nós somos livres, mas todas as nossas ações têm uma consequência, e esta consequência é fruto da justiça de Deus, mas é
fruto do amor de Deus por nós. Deus é um pai amoroso que nos cerca, mostrando para onde devemos ir. E às vezes Deus permite o mal para que nós despertemos, acordemos e nos voltemos para Ele. Deus é bom, mas é justo. Deus deu um paraíso, Deus deu a sua amizade, Deus deu a sua companhia. Mas Adão e Eva escolheram acreditar na serpente sedutora, acreditando que Deus os havia enganado e que se comessem do fruto, seriam iguais a Deus. Desobedeceram. Não ouviram bem; ouviram, mas não caiu no próprio coração aquilo que ouviram de Deus. Por uma
questão de justiça, Deus, que já havia dado a graça, não lhes deu a glória. Se a serpente tivesse tentado Adão e Eva e eles resistissem e não comessem do fruto, eles receberiam naquele momento a glória, a plenitude da compreensão e da vida em Deus. Eles iriam receber porque teriam passado pela prova. Assim, Deus fez com os anjos. Quando os anjos souberam da criação do homem e souberam que o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade, iria se encarnar como homem, eles se rebelaram. A prova dos anjos foi esta: aqueles anjos que, na sua soberba,
queriam ensinar a Deus o que fazer, caíram. Receberam a graça, não corresponderam à graça, perderam a glória. Agora, os outros anjos que se mantiveram fiéis a Deus, incluindo o nosso anjo da guarda, estavam lá no dia desta batalha decisiva. Nosso anjo da guarda estava lá, e cada um já conquistou a glória porque o nosso anjo da guarda passou por uma prova e disse "sim" a Deus. É uma questão de justiça. Justiça é dar a cada qual aquilo que lhe compete. O Papa Bento 16 dizia: "Quando eu dou ao outro aquilo que é, isso é justiça.
Mas quando eu dou ao outro aquilo que é meu, isso é amor." Amor é dar de si. Mas Deus, que nos criou e nos ama, não nos abandona. Então, como entender a morte como consequência do pecado? O parágrafo 410 do Catecismo vai nos dizer o seguinte: depois da queda, o homem não foi abandonado por Deus. Deus o chama e anuncia de modo misterioso a vitória sobre o mal e o soerguimento da queda. Esta passagem do Gênesis foi chamada de protoevangelho por ser o primeiro anúncio do Messias redentor e do combate entre a serpente e a
mulher e a vitória final de um descendente da mulher. Quando Deus amaldiçoa a serpente, ele faz um anúncio da salvação. Ele diz à serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela; que lhe ferirá a cabeça e tu tentarás lhe ferir o calcanhar, mas ela esmagará a tua cabeça." Deus anuncia a derrota do mal, e esta derrota vem através de uma mulher e através do descendente desta mulher. Ora, nós já sabemos quem é esta mulher: a Virgem Maria. Quem é o descendente de Maria? O seu único Filho, Jesus. Em
Cristo, nós temos a salvação. Quando Jesus começa a pregar, ele anuncia o Reino de Deus, expulsando os demônios. É a vitória sobre o mal. A tradição cristã vê nesta passagem o anúncio do novo Adão, o qual pela sua obediência até a morte de cruz, Filipenses, capítulo 2, versículo 8, reparou com superabundância a desobediência de Adão. De resto, numerosos padres e doutores da Igreja veem na mulher anunciada no protoevangelho, a mãe de Cristo, Maria, como a nova Eva. Foi ela que, por primeira e de forma única, se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo.
Ela foi preservada de toda mancha do pecado original e, durante toda a sua vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu nenhuma espécie de pecado. Mas por que Deus não impediu que o primeiro homem pecasse? São Leão Magno responde. No parágrafo 412 do Catecismo, a graça inefável de Cristo deu-nos bens melhores do que aqueles que a inveja do demônio nos havia subtraído. Olha que interessante: ninguém vence a Deus. Lembrem-se daquilo que eu falei: Deus pode permitir um mal, mas desse mal — e às vezes esse mal é a morte de uma pessoa que
nós amamos — Ele tirará disso um grande fruto e dará muitas graças. Então, aquilo que Jesus nos dá na cruz é muito mais do que aquilo que o demônio nos tirou lá no Paraíso. Santo Tomás de Aquino vai dizer que nada obsta a que a natureza humana tenha sido destinada a um fim mais elevado após o pecado. Com efeito, Deus permite que os males aconteçam para tirar deles um bem maior. De fato, a palavra de São Paulo, onde abundou o pecado, superabundou a graça. Romanos, capítulo 5, versículo 20. E o canto do exultet: "Ó feliz
culpa que nos mereceu tão grande Redentor." Então, Deus não nos abandona. Devemos ter isso em mente: a morte entrou no mundo, mas a morte não tem a palavra final. Quando nós, geralmente, perdemos um ente querido, é muito difícil a gente conseguir... Digerir a situação, né? Então, imagina quando nós perdemos, por exemplo, os nossos pais. E os nossos pais, já mais velhos, estão doentes. Bom, é uma coisa, né? A gente até olha pra vida da pessoa e fala: "Bom, ele viveu aqui muitos anos, né, já estava sofrendo muito, então Deus o chamou." Nós nos consolamos um
pouco mais; isso não resolve a questão. Nós vamos sofrer e, às vezes, esse sofrimento vai perdurar por um bom tempo. Nós não somos isentos do sofrimento, porque a ausência, não abraçar mais, não ver mais, não conseguir estar com a pessoa, isso vai doer, isso vai fazer falta. Mas uma coisa é quando a pessoa vive um pouco mais, e outra coisa, né, que já foge um pouco do caminho natural das coisas, é quando, por exemplo, um pai e uma mãe perdem um filho. Um filho sepultar os pais ainda acaba sendo um pouco mais... é terrível, mas
é mais fácil de superar. Agora, pais, por exemplo, que perdem os filhos, é muito mais difícil, muito mais difícil, ainda mais quando perdem, às vezes, os filhos, eh... muito [música] novos ou uma esposa, um esposo que perde o cônjuge por conta de uma doença súbita, por conta de um acidente. Então, quanto mais improvisada for a morte — quando eu digo improvisada, é a morte de repente, ou a morte num curto espaço de tempo — maior será a dor e a dificuldade de superar a morte. Então isso é humano; é a marca do pecado em nós
também, que tem este egoísmo de querer reter para nós as pessoas que amamos. Acontece que nós não nascemos para morrer, nós nascemos para viver eternamente. Agora, é claro que Adão e Eva, eh, acabaram bagunçando aí essa história, mas Deus não se deixa vencer. Lembra do que eu falei no começo? Aquilo que Deus pensa, ele faz. E Deus havia prometido lá no Gênesis que viria uma mulher e viria o descendente da mulher que triunfaria sobre o mal. O descendente da mulher que vem é muito mais excelente do que Adão. Por quê? Porque é o próprio Deus
feito homem. Jesus é uma pessoa divina; Jesus já existia antes de todos os séculos. Jesus sempre existiu e, de repente, Jesus — que sempre existiu — entra na história, entra no tempo e se faz homem. Nós temos um Deus e homem, um homem Deus que veio para nos redimir. Nós, pelos nossos pecados, nossas misérias, mesmo se oferecêssemos a nossa vida para Deus, a nossa vida não seria o suficiente para reparar os nossos pecados. Não seria o suficiente. Então Deus manda o seu Filho, que não devia nada; ele morre no nosso lugar para nos merecer a
vida eterna. Então, na nossa fé, nós olhamos pra morte com uma outra visão, com a visão de que a vida não acaba; ela continua. Uma vez que fomos concebidos e que nascemos, nós não deixamos mais de existir. Então, um espermatozoide e um óvulo, naquele momento ali da fecundação, o que Deus faz? Deus infunde ali uma alma imortal. Naquele momento da união, este milagre de Deus acontece dentro do corpo da mulher, acontece no momento da união do casal, marido e mulher, unidos em Santo Matrimônio, que concebem aquela nova vida. Ah, mas e os filhos que não
foram concebidos assim? Bom, Deus é bom. Deus é bom. Às vezes, os pais é que não são, mas os filhos são, né? São sempre bem-vindos, é uma vida, mesmo que não seja concebida às vezes como Deus pensou, né? Deus é bom. Naquele momento, Deus infunde uma alma; existe ali uma alma imortal que não vai deixar de existir nunca mais, nunca mais. É uma alma eterna. Todos nós que estamos vivos hoje, nós já existíamos no pensamento de Deus desde toda a eternidade. Desde quando Deus é Deus, Deus pensa em você, Deus pensa em mim. Se Deus
não pensasse em nós, nós deixaríamos de existir. Deus já pensava em nós quando Deus criou os anjos. Deus já criou o seu anjo da guarda; você nem existia, mas o seu anjo da guarda já estava lá. Por quê? Porque Deus já pensava em você. E anjo da guarda não troca de uma pessoa para outra. Deus destina um anjo da guarda; o anjo da guarda é seu, é pra você. Ah, mas e depois que eu morrer? Ele volta pro céu e vai adorar a Deus e viver feliz por toda a eternidade. Entendeu? Assim como ele já
vivia antes de você, agora ele cuida de você. Quando você morrer, a missão do seu anjo é te conduzir diante de Deus para o seu juízo particular. A nossa vida não acaba; ela não acaba. Nós temos de ter essa consciência. Quando nós temos essa consciência, quando nós entendemos essa questão da morte a partir da fé, isso nos fortalece, serve de consolo para nós. Eh, eu faz 11 anos que eu perdi meu pai. 11 anos. Parece que eu perdi meu pai ontem. Eu tenho saudades. Eu ainda, né, sinto pelas coisas que foram acontecendo na minha vida
que meu pai não viu. Por exemplo, meu pai morreu 9 meses antes do meu casamento. Meu pai me viu noivo, mas meu pai não me viu casado. No dia do meu casamento, não tinha o meu pai para entrar com a minha mãe na igreja, não tinha o meu pai para ficar lá junto com ela. Meu pai não viu meu irmão se formar na faculdade; meu pai não viu. Meu pai lutou tanto para que meu irmão estudasse, ele não viu. Meu pai não conheceu os netos. Então, cada coisa na minha vida que vai acontecendo, eu me
lembro do meu pai. Eu tenho certeza que vocês que estão assistindo e, sobretudo, as pessoas que devem estar passando por uma situação de luto agora certamente devem sentir esse... O sentimento que você tem, cada coisa, cada celebração em família, cada momento, você vai lembrar da pessoa. Isso é natural. Agora, quando nós vivemos isso, em Deus conseguimos dar um sentido para tudo isso. Então, quer dizer que eu, ao mesmo tempo, né, quando estava entrando ali para o meu casamento, pensei nisso, porque a fé me ajudou a pensar nisso. Na hora em que eu estava ali, eu
queria que meu pai estivesse ali fisicamente presente, mas tinha essa consciência: "Bom, meu pai, se estiver no céu, Deus permitirá que ele veja aqui o que está acontecendo." Meu casamento foi com missa, inclusive nós rezamos pela intenção dele. Mas eu pensei: se meu pai estiver no purgatório, essa missa, que é a missa do meu casamento, vai ser rezada em sufrágio pela alma dele. Então, de alguma maneira, ele vai celebrar, nem que ele esteja no purgatório; ele vai celebrar com o sufrágio dessa missa que estamos oferecendo. Então, quando a gente vai entendendo as coisas nessa lógica
de Deus, isso nos ajuda, nos ajuda bastante. Quando cheguei ao hospital, meu pai teve um AVC hemorrágico muito forte e caiu, teve um traumatismo craniano. Então, juntaram as duas coisas. Eu me lembro que, quando cheguei ao hospital, cheguei 5 minutos depois da morte dele, e era 25. O médico falou: "Olha, quando deu meio-dia, teve a última parada cardíaca e nós não conseguimos reanimar seu pai." Naquele momento, o que eu pensei? Meu pai sempre foi muito devoto de Nossa Senhora; ele morreu ao meio-dia, a hora do Angelus, a hora da Ave Maria. E aí eu comecei
a pensar, né? Fui correr atrás das coisas, fui providenciar as coisas e fiquei pensando nisso enquanto ia cuidar do cemitério, do velório, de todos esses trâmites. Eu ia pensando comigo: "Neste momento, meu pai está no seu juízo particular; ele está diante de Jesus, que está julgando meu pai." Então, enquanto fui fazendo essas coisas, o que eu ia pensando e rezando comigo, né? Pedindo a Jesus que tivesse misericórdia do meu pai. Eu fui lembrando Jesus, não que Jesus precise ser lembrado, mas Jesus quer a nossa oração; ele quer a nossa liberdade, que nós possamos e falemos
as coisas de livre e espontânea vontade. Então, o que eu fui fazendo? Fui conversando com Jesus, lembrando a Jesus, contando para Jesus. É claro que Jesus já sabia, mas eu fui contando aquilo de bom que meu pai tinha feito para minha família, para minha mãe, para meu irmão e para mim. Eu fui lembrando a Jesus, inclusive, do quanto meu pai falou dele, falou de Jesus para mim. Meu pai foi o meu primeiro grande catequista que, do jeitinho dele, na simplicidade dele, me ensinou a fé. Então, foi isso que eu fui falando. Por quê? Porque eu
sabia que, naquele exato momento, ele acabou de morrer. O que a doutrina da Igreja nos ensina sobre quem acabou de morrer? Você fecha os olhos para esse mundo e abre os olhos para a eternidade. O Catecismo da Igreja, quando nós pegamos o parágrafo 1021 em diante, fala sobre a morte: o que acontece imediatamente depois da nossa morte, o juízo particular. Todos nós compareceremos diante de Deus. E como é o juízo particular? É muito simples. Nós nos veremos, veremos a nossa vida em Deus, ou seja, do jeito que Deus vê a nossa vida, nós nos veremos.
Não é que Deus vai ficar lá julgando, mostrando: "Olha, você fez isso tal dia, você fez aquilo." Não. O juízo particular será um estalo, um lapso de tempo na eternidade. Não existe tempo, mas só para entendermos, é um instante. Quando nós morrermos, as escamas vão cair dos nossos olhos, nós veremos a Deus como Ele é, e nós nos veremos em Deus. E aí já saberemos qual é a nossa sentença: se a nossa vida está de acordo com aquilo que Deus desejou dela ou se não. É assim que é o juízo particular. Agora, é claro que
pesa muito no juízo particular a misericórdia de Deus, a bondade de Deus que olha para o nosso esforço, que olha para a nossa boa vontade. E é nesse momento, depois da nossa morte, que seremos confrontados com aquilo que correspondemos à graça de Deus. Ah, mas a pessoa fugiu de Deus, recusou a Deus, não quis a Deus. Muito bem, é a liberdade dela, mas a liberdade sempre tem uma consequência. Se eu passo a minha vida inteira fugindo de Deus, recusando a Deus, o que eu vou ter na eternidade? Uma vida longe de Deus. E a vida
longe de Deus, por toda a eternidade, se chama inferno. O inferno é a grande prova de que Deus nos dá liberdade e que Deus respeita a nossa liberdade. Quem passar a vida toda escolhendo blasfemar, brincar com a fé, zombar da fé, desprezar a fé, não acreditar, muito bem, liberdade é uma escolha. Se eu passo a minha vida toda escolhendo isso, quando eu morrer, eu vou colher aquilo que eu plantei. Se eu plantei o desejo de recusar Deus, de viver longe de Deus, então, se foi assim a vida inteira, na eternidade eu vou me juntar aos
zombadores de Deus que estão no inferno, e lá permanecerão por toda a eternidade em um tormento sem fim. Ah, mas como pode Deus, que é bom, mandar alguém para um tormento assim? Eu me lembro que, uma vez, dando uma aula de doutrina sobre o inferno, uma pessoa me questionou assim: "Nossa, mas eu acho tão incompatível como que um Deus bom, um Deus amor, vai mandar alguém para o inferno?" Eu falei: "Não, mas Deus não manda." É a... Pessoa que vai sozinha, sozinha Deus apenas respeita a liberdade. Só que acontece o seguinte: quando nós morremos, nossa
vida acabou, nosso tempo de merecer algo diante de Deus acabou. Acabou! O que eu fiz está feito; o que eu não fiz, não há tempo de fazer. Então, se eu escolhi a Deus, muito bem! Eu vou encontrar Deus. Se eu fui misericordioso com os outros, se eu fui caridoso com os outros, se eu fui bom, eu encontrarei bondade, eu encontrarei caridade, e Deus me dará muito mais do que eu mereço. Agora, do mesmo modo, se eu recusei a Deus, blasfemei contra Deus, zombei de Deus, então, muito bem, é isso que eu vou encontrar do lado
de lá. É uma escolha. E Deus é tão bom que Ele permite, até que, talvez, aqueles que não estejam suficientemente puros no momento da morte se salvem. Então, quantas pessoas vivem uma vida voltada para Deus, mas às vezes morrem com algum pecado, né? Pequeno, alguma mágoa, alguma coisa não resolvida. Esta impureza, se Deus fosse aplicar a sua justiça sem a sua misericórdia, a pessoa já estaria no inferno. Mas Deus é justo, mas é misericordioso. Então, o que Deus faz? Deus dá a possibilidade de que esta pessoa expie esses pecados antes de entrar na eternidade. Por
quê? Porque a pessoa escolheu a Deus, mas ela tinha ainda algumas imperfeições. Então, por justiça, é necessário se purificar dessas imperfeições para, então, entrar no céu. É o purgatório. Quem está no purgatório não pode rezar por si; quem está no céu, sim, pode rezar por ele. Quem está na terra também! Nós estamos no ano do Jubileu, estamos no ano Santo. Nós podemos oferecer, né? Podemos oferecer a indulgência plenária pelos falecidos da nossa família. Se você passar pela porta Santa das catedrais ou das igrejas jubilares, se você estiver confessado, se você comungar dentro do período de
oito dias, se você rezar pelas intenções do Santo Padre, o Papa, e se você conservar o desapego ao pecado no seu coração, você alcança indulgência plenária e pode oferecer por um falecido. O Papa Francisco, nesse ano de 2025, abriu uma exceção à norma da Igreja, que diz que um fiel católico só pode alcançar indulgência plenária uma vez por dia. O Papa Francisco abriu uma exceção: o fiel católico pode ganhar duas indulgências no mesmo dia, desde que pelo menos uma seja oferecida pelas almas do purgatório. Olha só! Então, se você passar pela porta Santa, comungar, rezar
pelas intenções do Papa, estiver confessado e desapegado do pecado, você alcança indulgência plenária que pode usar para você mesmo. O que é indulgência plenária? É o apagamento das penas, as penas do pecado, as penas temporais do pecado que ficam no seu coração. O que são essas penas temporais? São essas manchas que o pecado deixa na gente. Ah, mas eu já me confessei! Sim, você confessou, você tirou o pecado, mas a mancha do pecado ainda está aí. Você precisa purificar. Tem dois jeitos de purificar: a prática da caridade. Quem pratica caridade apaga as manchas do pecado
no seu coração. Se você fizer o bem, se você ouvir alguém que precisa, se você ajudar um pobre, um necessitado, por meio da caridade, você está pagando as suas penas. E a outra forma é obtendo a indulgência. Então, olha o que o Papa fez: ele deu a permissão para que você obtenha duas indulgências. Ah, eu fui de manhã numa igreja jubilar. Se eu for à tarde, eu posso rezar de novo para obter a indulgência de novo. Pode! E aí você vai oferecer essa indulgência ou por um parente falecido seu, pode ser nominal: Jesus, eu te
ofereço pelo meu pai, pelo meu avô, pela minha avó. Ah, mas isso! Eu oferecia indulgência pelo meu pai; meu pai já está no céu. A sua indulgência não é perdida. Jesus vai pegar o mérito da sua indulgência e vai dar para outra alma mais necessitada. Porém, ninguém reza, Jesus vai dar para esta alma, e, às vezes, esta alma será purificada de vez, acabará o seu tempo de purificação graças à sua oração. Quem está no purgatório está salvo. Muita gente fala assim: "Vamos rezar para quem está no purgatório para que a pessoa se salve." Não, está
errado! Quem está no purgatório já está salvo. Quem está no purgatório está feliz porque sabe que está salvo, e está feliz porque sabe que está no purgatório por misericórdia de Deus. Hoje em dia, as pessoas têm uma pressa em colocar todo mundo no céu que é impressionante. A pessoa morreu e já diz: "Ah, está com Deus, está no céu." A maioria das pessoas, mesmo as pessoas boas, passarão pelo purgatório para se purificar, né, dos seus erros. O Catecismo da Igreja, lá no parágrafo 1031, vai dizer o seguinte: "No que concerne a certas faltas leves, deve-se
crer que existe, antes do juízo, um fogo purificador", segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mateus, capítulo 12, versículo 31). Desta afirmação, podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras podem ser perdoadas no século futuro, no outro mundo. Então, Jesus está dizendo isso: Jesus fala que quem pecar contra o Espírito Santo não vai ter perdão nem neste mundo, e nem no outro. Ou seja,
existe perdão no outro mundo. Este perdão no outro mundo é o que nós chamamos de purgatório. Aonde que o purgatório está na Bíblia? Mateus 12:31, parágrafo 1031 do Catecismo da Igreja está lá. Ah, mas a palavra purgatório não existe na Bíblia. Não existe mesmo! A teologia católica é que atribuiu esse termo. Purgatório, para explicar essa realidade de modo mais claro, tem gente que diz: "Ah, mas não está na Bíblia!" Eu não acredito; tem um monte de coisa que não está na Bíblia. Se você for levar a ferro e fogo tudo que não está na Bíblia,
você não acredita. Você não deve acreditar em nada das tecnologias modernas que não estão descritas na Bíblia. Aí pode vir alguém com uma interpretação absurda dizer: "Não, está tudo previsto. Estava lá." Se estivesse, estaria com os nomes exatos. Isso não acontece. Por quê? Porque a Bíblia não é um livro de adivinhação; é a revelação de Deus e do seu plano de amor para conosco. É isso que a Sagrada Escritura é. Nós devemos lê-la dentro do espírito e do escopo daquilo que ela é, daquilo que ela se propõe. O que é a Sagrada Escritura? Sagrada Escritura,
essencialmente, é uma carta de amor de Deus para a humanidade. Ontem, domingo, nós celebramos o Domingo da Palavra de Deus; exatamente isso. Então, quando morremos, se morremos em Deus e tivermos algo a ser purificado, nós passaremos pelo purgatório. Então, nós podemos rezar pelos nossos entes queridos; podemos oferecer-lhes a indulgência neste ano santo. É a melhor maneira de ajudá-los, e Deus, na sua misericórdia, sabe do amor que nós temos por essas pessoas. Essas pessoas que estão do lado de lá não se esquecem de quem elas são. Um pai e uma mãe, mesmo estando no purgatório ou
no céu, não se esquecerão dos seus filhos. O que faz um pai e uma mãe no céu, senão rezar pelos seus filhos que estão vivos, pedir a Deus por aqueles que ficaram? Muita gente se pergunta: "Ah, mas ele sabe bem do que está acontecendo aqui." Quem está na eternidade não fica o tempo todo ligado naquilo que está acontecendo aqui. Mas Deus, na sua sabedoria e na sua grandeza, a depender da necessidade, pode mostrar aos nossos entes queridos que estão no céu ou no purgatório como nós estamos, a nossa situação, inclusive, para que eles rezem por
nós. É o que nós chamamos de comunhão dos Santos, onde todos ajudam a todos, movidos pelo amor de Cristo. Quando nós morremos, o que sobra? Deus. Deus é aquilo que nós construímos, que nós fizemos; tudo isso fica para trás. No fim das contas, o que importa é Deus: o quanto amamos a Deus, o quanto servimos a Deus. Quando morremos, o que encontramos do lado de lá? Deus. Isso tem muito a nos dizer quando nós olhamos para essa realidade da morte. Nós devemos pensar na vida. Se o que importa depois da morte é Deus, as coisas
de Deus, tudo para Deus, então vivamos já agora a nossa vida colocando Deus como centro da nossa vida. Por esses dias, eu escutava um bispo, já idoso, dizendo o seguinte, falando às famílias católicas, falando sobretudo para os pais, para os maridos. Ele dizia assim: "Tirem as televisões das salas de vocês; coloquem uma imagem do Sagrado Coração de Jesus. Leiam a Bíblia para os seus filhos. Leiam as histórias dos Santos. Conversem com os filhos de vocês; eles precisam mais disso, mais da presença de vocês, que são pais, educando-os, formando-os, do que de qualquer outra coisa." E
esse bispo dizia: "Se vocês fizerem isso, que parece tão trivial, tão simples, logo logo nós teremos uma geração de pessoas que entendem que Deus é o centro da nossa vida." É um conselho saído da boca de um bispo, né, de um sucessor dos Apóstolos. Eu vi esse vídeo e fiquei pensando, né, inclusive na minha vida como pai de família. Fiquei pensando o quanto eu estou falando de Deus para os meus filhos. Então, que nós façamos esse exame de consciência. Pensemos na morte para viver bem. Meus caros, a hora já vai avançada; já vamos caminhando aqui
para o final. Recados finais: a primeira coisa, se você não está inscrito nas nossas redes, inscreva-se. Em segundo lugar, eu gostaria de agradecer a todos aqueles que têm colaborado com a nossa evangelização digital. Nós já atingimos, na nossa campanha mensal, 70% da nossa meta. O mês de janeiro é sempre muito desafiador, né, porque é uma época em que todos nós pagamos IPTU, IPVA, uma porção de impostos, plano de saúde e escola das crianças que ajusta o valor; lista de materiais, então é desafiador para todos nós que somos pais e mães de família. Mas é desafiador
também para as instituições da igreja, que nessa época também sofrem um pouco para fechar as contas. Então, se você já colaborou, que Deus o abençoe e retribua muito. Se ainda não colaborou, tá aí na tela alguns meios para que você possa fazer a sua doação. A loja Pantocrator, a livraria Pantocrator, está com saldão de ofertas de até 70% de desconto em vários itens da livraria. Então, acesse a livraria da comunidade; adquirindo ali os materiais da livraria, você ajuda também na evangelização digital. Tá bom? Se você ainda não me segue nas minhas redes sociais particulares, então
fica aqui a recomendação: lá no Instagram, eu estou com @rafaelpton. Tá na tela. Aí no YouTube, eu também tenho um canal pessoal, Rafael Tonon. Este ano, lá no meu canal do YouTube, eu estou fazendo meditações diárias a partir dos escritos de Santa Teresa de Jesus, Santa Teresa d'Ávila. O ano passado, eu peguei os escritos de Santo Afonso; este ano estamos meditando Santa Teresa de Jesus, começando pelo livro "Caminho de Perfeição." Hoje foi o 27º dia de meditação; começamos no primeiro de janeiro. Se você não está participando ainda, fica o convite para começar; estamos ainda no
primeiro mês do ano, ainda dá tempo. Começar, tá bom? Fica aí o convite: no meio do ano, em julho, eu faço a peregrinação para os santuários europeus. Caso você ainda esteja pensando na peregrinação, ainda tem vaga, né? Então procure lá a ATM Viagens ou ATM Travel. É só digitar no Google "ATM Viagens Rafael Tonon" (Rafael com ph) e vocês já caem lá na programação dessa peregrinação. Vai ter o telefone da Roselie e podem conversar com ela, tá bom? Vou responder aqui algumas questões, só porque já passou nosso tempo. Embora, vamos lá: "A Bambola, professor, e
as mortes inesperadas e repentinas, qual o estado pós-morte dessas almas que não puderam receber a Extrema Unção?" Para quem teve uma morte inesperada ou repentina, se a pessoa estava em união com Deus, mas não recebeu os sacramentos devido à situação da morte. Mas, se fosse em outra situação e ela estivesse, por exemplo, consciente, tivesse tempo de se preparar para a morte, ela pediria; e Deus conhece nossos corações. Então, a graça chega nessa pessoa. Deus vai olhar para ela com misericórdia, entendeu? Então, Deus sabe. Uma pessoa que vive uma vida em Deus e morre, sei lá,
num acidente inesperado, mas essa pessoa, se tivesse num leito de hospital, pediria a Unção dos Enfermos. Então, nesse caso, a graça de Deus chega, né? E, é claro, se a pessoa tiver algum pecado ou alguma coisa, isso vai ser purificado no purgatório. A Vera Guimarães: "Boa noite, professor. Descobri há pouco tempo que o meu anjinho, que viveu somente 9 horas, não foi batizado. Quando sepultada, o que eu posso fazer para reparar essa situação?" Obrigada, boa noite. Então, aqui a Vera se refere a um filhinho falecido logo depois de nascido. O que a Igreja ensina? A
Igreja ensina o seguinte: você, imagino, certamente na sua gestação, quando você estava esperando o nenê, já tinha pensado em batizar o bebê, mas não deu tempo. Então, não é uma questão de culpa sua, não é algo culposo. Você tinha essa intenção e não esperava o falecimento do bebê. Mas aconteceu que o bebê faleceu e, nesse caso, nós chamamos de "batismo de desejo". O Catecismo da Igreja ensina isso: o desejo dos pais de dar o batismo à criança, mesmo que não tenha dado tempo, alcança a criança. A criança está salva, entendeu? Nesse caso, muita gente pensa:
uma vez, eu estava no seminário, ainda estava ajudando um padre idoso numa cidade interior de Minas, e o pessoal chegou altas horas da noite chamando o padre às pressas para batizar uma criança que tinha nascido e estava muito mal. Era uma distância de mais de 10 km da cidade até o sítio onde a criança tinha acabado de nascer. O padre, já bem idoso, falou para mim: "Olha, eu não tenho condições de ir muito rápido nem nada, minha vista não ajuda. Então vai você." Aí eu peguei o carro e fui relativamente rápido, mais rápido que o
padre. Quando cheguei lá, era seminarista; em caso de emergência, qualquer pessoa pode batizar. Cheguei lá para batizar a criança; quando cheguei, a criança já havia morrido. E aí foi um desespero, os pais falando para mim: "Não batiza ela", numa menininha. Eu expliquei para os pais: "Olha, vocês mandaram avisar lá na cidade, eu vim correndo. A intenção de vocês era batizar, e a minha também. Eu vim correndo porque o padre não podia vir. Então, todos nós nos mobilizamos aqui pelo batismo da criança." Então, fiquem tranquilos, como a criança já morreu, não existe batismo depois da morte;
não é necessário, a vida acabou. Mas o desejo que vocês tinham é sincero e Deus viu isso. Então, a graça de Deus alcançou essa criança, ela está redimida, ela está salva. É isso o que a doutrina da Igreja nos ensina. Então, Vera, certamente você tinha esse desejo, então a graça alcançou seu filhinho. E lá no céu, quando você chegar, a gente sabe que lá não existirão nem velhos nem crianças. Então, você vai encontrar esse filho ou filha, salvo. E nós sabemos que, na eternidade, todos nós teremos a aparência de adultos, na plenitude da idade adulta,
entre 20 e 30 anos. Então, você vai conhecer esse filho ou essa filha que estará lá, junto de Deus, e no dia que você morrer, ele ou ela estará lá, pronto para te receber como mãe. Então, é isso que acontece. Maria José: "Boa noite, eu tenho uma dúvida. Se não nascemos para morrer e, com o pecado, perdemos o paraíso, e Deus nos dá uma graça maior pela vinda de Jesus, como explicar as almas que se perdem?" A gente explica pela liberdade. Deus não força ninguém a se salvar. Assim como ele fez com Adão e Eva,
ele colocou uma ordem: "desse fruto vocês não vão comer". Eles foram lá e comeram. Então, Deus respeita a liberdade; o que as pessoas quiserem fazer, Deus não impedirá. Mas depois virá a justiça de Deus, certo? Então, é uma escolha que nós fazemos. Perfil: Vocação de uma coroinha. "Boa noite! O que aconteceu com a alma de Lázaro antes de Jesus ressuscitá-lo?" Tenho 13 anos, gosto muito do canal. Muito bem! Parabéns! Nesta idade, você está interessado em aprender doutrina, e é isso mesmo! O que acontece com Lázaro? As almas não dormem; as almas permanecem num estado sempre
consciente. Os justos que morreram antes de... Cristo morrer. Eles estavam numa espécie de limbo, é o que nós chamamos na oração do Creio de mansão dos mortos; ou seja, né, eles sabiam que o Messias viria, estavam conscientes, mas não podiam entrar no céu. Esse era o estado de Lázaro, né? É o que provavelmente aconteceu também com São José. Por quê? Porque, quando Jesus morre na cruz, no capítulo 19 de João, Jesus entrega Nossa Senhora a João, que é o discípulo amado. Tem muita gente que diz: "Ah, mas José estava vivo!" Eu sei até de teorias
que tem por aí que dizem que José estava vivo. Se José estivesse vivo, qual seria o sentido de Jesus entregar sua mãe, o grande tesouro que é a sua mãe, a João, que é um estranho? Assim, é discípulo amado, tudo, mas não é parente, né? Jesus amava João profundamente, mas não é parente. Se São José estivesse vivo, o mais adequado era que Nossa Senhora continuasse com São José. Então, São José, na altura da morte de Cristo na cruz, ele já havia morrido. Então, imagine: São José viveu com o Messias aqui na terra, e depois ele
morreu e foi separado do Messias na mansão dos mortos. Imagine, né, como isso foi terrível para São José conhecer o Messias e se separar do Messias. É diferente dos profetas que esperaram o Messias, mas não viram o Messias. José viu. Então, os justos ficaram aguardando a morte de Cristo. Por isso, quando Jesus morre, é colocado na sepultura. Jesus desce à mansão dos mortos para resgatar os justos, todos aqueles que se arrependeram, inclusive Adão e Eva. Adão e Eva se arrependeram do pecado que cometeram, né? Então, é isso que Jesus faz. A Valesca, professor, as igrejas
jubilares são só em Roma. Nesse ano de 2025, parece que as catedrais não têm porta santa. Esse ano ouvi aqui em ário, Canadá. Obrigado, Valesca. As igrejas cujas portas santas foram abertas são as basílicas papais de Roma, mas existem as igrejas jubilares. Cada diocese teve abertura das portas das suas catedrais e das igrejas jubilares, e as graças são as mesmas, entendeu? Então, pode procurar a catedral da sua diocese ou algum santuário por aí em Ontário que as graças são as mesmas, né? Eh, meus caros, vamos encerrando. Permanecem aqui uns minutinhos; vocês serão direcionados já, né,
para a TAMB da nossa live da semana que vem. Aproveitem, curtam e já encaminhem para os seus contatos. Deus abençoe a todos e a cada um de vocês. Semana que vem, nós falaremos um pouquinho sobre o livro do Apocalipse de São João. Fiquem com Deus até a semana que vem.