Quem me Roubou de minha terra não me trouxe só trouxe comigo meu saber meus costumes minha crença não alimentei ódio não dei luz aou preconceito corpo escravizado espírito livre Não aprisionaram minha habilidade em colher na dor a vontade de res me Reinventar de camuflar Minha Essência espiritual me deram outra vida me deram outra família me deram outro nome mas de África guardei o sentimento de comunhão e fraternidade o pensamento de união de liberdade banto sou eu é você somos nós el eland kwa k k k papa [Música] a [Música] a [Música] [Música] D [Música] [Aplausos]
[Música] L coração de Deus todas as [Música] coisas bant é todo aquele povo africano que vive do Sul do Saara né do Saara do Atlântico ao Índico para se ter uma ideia África tem 54 países até 2 anos atrás eram 53 agora com a divisão do cogo São 54 algumas Ilhas e alguns territórios e a maior parte mesmo desses países estão onde se diz que é cultura banto que foi uma designação dada por um holandês e depois confirmada por um alemão né sem olhar a diversidade que existia multiplicidade que existia de seres e fazeres de
todo aquele povo que estava no sul do Saara só em Angola tem nove etnias principais lá você encontra o bacongo lá você encontra o tchoko lá se encontra o gangel lá se encontra o quama lá se encontra o mukau lá se encontra o ovimbundo que é o mundo né são cerca de 500 línguas hoje considerada 5 línguas falado em todo esse território Mas entre essas línguas que mais se destacaram foi as línguas faladas no antigo Reino de indongo e no Reino do Congo Que línguas são essas o kikongo o quimbundo e umbundo são três línguas
principais são línguas litorâneas tipologicamente muito muito próximas elas eram provenientes do mesmo tronco linguístico chamado proto que é falado no continente africano há mais de 5000 anos ur significa pessoa ser e o prefixo ba é plural então pessoa seres comunidades sociedade então quando se refere ao povo banto ou aos povos bantos porque são diversos entendeu significa isso não é uma etnia não é uma não é uma raça entendeu É só para identificar que são irmãos falantes da mesma língua proveniente do mesmo tronco linguístico do ponto de vista do pensamento do que a gente pode chamar
de filosofia do dos povos bantos há uma contribuição muito grande para nós muito muito bonita que a gente nesse momento considera ainda mais preciosa não é eu me refiro ao famoso conceito de um bunto que é a a ideia da Solidariedade que deve haver entre todos os humanos não é a ideia da Generosa da da da partilha da consideração pelo outro ser uma participação efetiva na construção da português que falamos na construção da nossa cultura na construção da nossa identidade brasileira [Música] [Música] CDE L Lu me cende l de Gina L Lu meu atend lá
de China atend de L cha Lu [Música] o coração humano não se contenta com pouco nem com muito nós não tivemos escravos Nós não somos descendentes de escravos nós somos descendent de povos que foram escravizados é uma diferença muito grande dizer isso e ess povos escravizados foram trazidos para o Brasil a partir do século X até a até o fim do tráfico Transatlântico que foi cerca de 1830 1850 mais ou menos eh no Brasil os bantos a me ver eles deixaram heranças fantásticas mas a a herança que eu tenho uma enorme admiração e eu acho
que isso foi que fez a manutenção da Nossa Alma Negra do nosso espírito no sentido mais poderoso né que eles criaram a família brasileira e eles não perderam o que trouxeram de mais importante do continente africano o sentido da família o sentido agregador eles conseguiram se reunir na cala Mais tarde nos quilombos e além de se acolherem mutuamente ainda acolheram os indígenas e os brancos pobres po banto se abrasileirou ele se tornou brasileiro e como o povo banto foi o povo que chegou primeiro e que ficou definitivamente mais de 300 anos em maioria absoluta as
maiores contribuições que se tem do povo africano para o Brasil é do Povo B povos falantes das diversas líu é o tronco linguístico banto recriaram no Brasil diversas formas de comunidades estabeleceram laços familiares sem sombra de dúvida de norte a sul do país e está presente em todas as dimensões de nossa vida podemos dizer assim na dimensão religiosa na sua coreografia magnífica nas suas danças Sua Música Musicalidade bando nos acompanha não existe nenhum idioma musical mais forte no Brasil do que o samba o samba tem uma raiz não é mano óbvia [Música] Clara a mesma
coisa que aconteceu com o jan na França foi queimado fogueira viva a profetisa qu Vita também foi queimada viva no Congo porque quando os portugueses Já chegaram na época da Inquisição século xv1 ela se disse católica se batizou como aqui todos os africanos que chegaram se batizavam também mas fundou uma seita a seita chamada dos antonianos daqueles que rezavam e seguiam as ordens de Santo Antônio ela colocou nesta seita eh traços e e manifestações da sua cultura Nativa banto e os portugueses vivem isso como uma heresia e uma grande ameaça a Igreja Católica estava sendo
implantada lá e os seus seguidores aconteceu com os seus seguidores Eles foram enviados comc para o Brasil e fundaram a Igreja do Rosário dos pretos e fundaram todas as congregações do Rosário dos Pretos que existem hoje em todo o território [Música] brasileiro [Música] [Música] am [Aplausos] Deus Deus Mambo magnata [Música] [Aplausos] [Música] questõ do coração a cabeça do homem não [Música] compa porque ela se misturou de uma forma muito profunda na experiência da vida brasileira o Brasil ele foi construído de uma forma extremamente importante sobre essa tradição bant nas suas mais variadas formas isso é
inegável muitas das experiências das tradições populares das festas das formas de vestir das comidas e a própria existência do Candomblé né próprio nome candomblé tem uma matriz banto [Música] importante os quilombos eram e na na época da rainha Ininga era o local de treinamento dos Guerreiros jagas eram os guerreiros mais perigosos do continente africano que eram de origem banto quando chegou aqui no Brasil a conotação de Quilombo já se já se deu de uma forma diferente o quilombo passou a ser a terra do sonho a terra da Liberdade a maior resistência que houve até hoje
foram várias mas as duas maiores uma foi Palmares e a outra foi a revolta dos maleis em Palmares Quem era a liderança no início gang zumba depois que gang zumba foi ADM estado e fez as pazes com os portugueses quem substituiu gang zumba o sobrinho dele zumbi os dois são bacongo [Música] bantos precisa lembrar de zumbi e lembrar de tantos eh quilombolas até a palavra Quilombo a gente já tá vendo que é uma palavra banto foram justamente esses esses angolas e Congos que estiveram à frente desse dessa luta de resistência o tempo inteiro então na
mata eles eram acolhido pelo indígena por isso que o Candomblé con angola no Brasil é o Candomblé que tem um indígena como o primeiro ancestral pelo acolhimento pelo cuidado pelo carinho e pela é todo dia que a gente tem a felicidade de ter ancestralidade batendo a nossa porta sej [Música] bem-vind o camb era o nome que se davam as casas das chefias dos quilombos São casas que ficavam no centro dos quilombos e que tinham uma escotilha onde eles subiam e dali eles viam tdo ao redor então quando alguém chegava o qualquer inimigo eles visualizavam logo
e se preparavam para não não sou combi quando é que foi Palmares 1635 a 1695 60 anos nessa época não ouvimos falar de não era os bantos que aqui [Música] estava [Música] [Música] [Aplausos] [Música] se o coração [Música] fosse quando eles vieram para cá eles foram os responsáveis pela introdução do processo de de de agricultura de mexer com a terra das Ferramentas da enchada do ancinho da da forja do ferro entendeu Eles é que foram os responsáveis por trazer isso tudo para cá e é óbvio quem mexe com a terra planta e é óbvio que
Quem planta cozinha então aí vem a a a tradição culinária porque a maioria das negras que ficavam na cala elas eram de origem banto Nós entramos no supermercado encontramos na área de H Fruit granjeira nós encontramos o que maxixe é Giló moranga é dendê tudo isso foi de Angola para cá eu me alimentei praticamente o tempo todo de comida africana e eu vejo que os ingredientes são os mesmos as misturas são diferentes então é muito próximo você tem aquela mistura né mas utilizando outros animais Às vezes você tem o milho que eles estão ali o
tempo todo utilizando o milho mas lá o milho deles é batido mesmo e feito como é feito aqui nas Casas de terreiro e feijão coisas que que a gente utiliza aqui o tempo eles se alimentam lá Foi algo que assim que para mim eu me senti em casa né porque a comida é muito parecida com a nossa comida Claro [Música] Evidente preocupa com dois tipos de energia a primeira energia energia espiritual que você consegue se reabastecer se fortalecer através da frequência seus rituais através de uma série de fatores religiosos outra parte que também te mantém
em pé é o que você come é o que você se alimenta você vai entrar numa cozinha Se você não tá com seu coração bom não entre porque você vai passar aquele amarg pra pessoa que vai comer aquilo que você fez a responsabilidade da cozinha daqu do terreno do campo sempre foi das três Rosiane recebeu o carro de toa sambi a dela tamban zamban é quem mora comigo na casa é quem tá no dia a dia e e Raimunda que al que é a macando lunda e que também transita pela [Música] cozinha todas as casas
do pelo menos a maioria delas agora no mês de junho elas fazem a feijoada de impo no meu caso e algum na tradição e essa fejoada que ela teve origem no terreiro de seu propó dej diz a linda que ele fez uma feijoada e aí quando a feijoada estava pronta chegou um filho de Santo daqueles que não não ajudar que não ficam na casa e aí ele pegou e falou assim olha de castigo e ele não vai comer a feijoada quando menino alum tomou provocó e falou assim agora ele vai chamar o menino vai fazer
uma feijoada e oferecer a ele sozinho porque comida de canoé para ser dividida com todo mundo com quem faz com quem não faz com quem vem com quem não vem a Fe deum é isso que as pessoas muitas vezes fazem sem saber a origem sem saber por acham que é a comida do Santo e fazem uma comida adotiva eu tô permitindo essa filmagem aqui porque essa comida Ela não é uma comida Sagrada não é uma comida é a comida que eu fui escolhido por para fazer é a única vez em todo o calendário de festa
da casa que eu venho PR cozinha Então dentro da nossa prensa eu iniciei em 1975 foi no auge da repressão em Angola eu me lembro que nós rezávamos Doo pedindo que desse paz em Angola que que resolvesse a coisa da Independência e você vê por isso Por que essa devolutiva da gente porque nós recebemos isso de lá e hoje o outro lado do c não tem mais nada para nos oferecer e nós dentro dos terreiros conseguimos preservar isso que para nós é tesouro lemb Z para lemb zamb [Música] para mamb [Música] M voz da [Música]
terra cerca de uns 40 anos eu tenho me dedicado a fazer pesquisas sobre línguas africanas no Brasil dos dois lados do Atlântico tanto na parte ocidental da África na parte do Golfo do benim e na África subsahariana quanto na no Brasil onde a presença africana é notável e é e é bem marcante quais então as línguas que foram mais faladas no Brasil as línguas da África subsahariana as línguas do Golfo do benim onde o ubai é falado e a língua jeje também a língua f e as línguas de Angola que são línguas de Angola e
do Congo que são línguas é do grupo do grupo bantu a língua portuguesa só é falada desse jeito aqui aqui no Brasil em todo lugar em todo país que fala a língua portuguesa fala o português de Portugal essa contribuição foi africana nas cozinhas das casas grandes é tuk Kong ebunda elas são muito parecidas realmente muito parecidas mas kongo prevalece um z a pronúncia do Z no lugar em que o quimbundo aparece a pronúncia do J é o caso daquelas famosa cantiga de Jó que Jó é esse esclavos de Jó jogavam Caxangá deixa o jambel ficar
muito fácil o Jó esse J aí quer dizer casa se fosse de origem k kungo seria in zó os escravos de in zó mas como de origem quimbundo é os escrav de Jó e quem é esse zambelê esse zambelê exatamente aquele escravo de um único senhor que serve é o único Senhor todo brasileiro sabe cantar isso em qualquer lugar onde eu chego que eu falo nisso uma das pessoas cantaram todo mundo canto com a maior simplicidade com a maior disposição porque conhece a palavra eu não tô querendo dizer com isso que a contribuição é exclusivamente
de origem banto existiram outras contribuições de etnias africanas para a cultura a língua a comida existiu uma influência do Povo escravizado no Brasil muito grande e a gente tem essa herança Guimarães Rosa chamou a atenção para o fato de que os nossos dicionários de português do Brasil são muito maiores do que os de Portugal porque no português do Brasil nós incorporamos eh muitos vocabulário expressões de línguas indígenas e das línguas eh africanas não é dos falantes de línguas africanas que vieram para cá nesse caso o banto as línguas bantos deram um contributo ordinário né gente
aqui na Bahia Então vamos falar de baianos que foram mapeados mostram isso com absoluta clareza o povo banto ele influenciou muito mais no português aqui no Brasil porque o português quando ele viu que escravizar africanos bantos dava dinheiro eles foram lá e colonizaram Angola quando os escravizados vinham já vinham falando português já vinham sabe porque hoje a língua Pátria vamos dizer em Angola é o português Esses povos trouxeram o queê para nós trouxeram só o que eles falavam não na história do português do Brasil por exemplo não é um só momento em que os povos
africanos T uma fala eles estão budos eles não dizem nada na história e é esse levantamento que eu tenho feito que eu tenho obrigado tenho dito há 40 anos que eu tenho chamado atenção para essa invisibilidade das línguas africanas na constitução do português do Brasil e eles foram obrigados a falar esse português acag esse português de camun de qualquer maneira de qualquer forma e claro que qualquer indivíduo que aprende uma língua estrangeira transfere para essa língua estrangeira que ele aprendeu os hábitos articulatórios da sua pronúncia Nativa uma de a palavra não é reg a palavra
é reg mas no Brasil na pronúncia baiana e na pronúncia de Gilberto Gil ficou reg e até hoje nós cantamos [Música] reg como houve uma coincidência no encontro das línguas negoa africanas com o português arcaico houve uma acomodação para mais ou para menos de africanização ou de aportuguesamento mas existe uma coisa fundamental que caracteriza o português do Brasil onde quer que seja e onde que ele esteja é o vocalismo é a riqueza da pronúncia das vogais eu não entendo até hoje porque é que você insiste dizer as crianças na escola que pneu tem uma sílaba
quando não tem pneu tem duas sílabas é pneu na pronúncia Portuguesa que ninguém entende o que é jogo então tem uma sílaba ritmo quantas sílabas tem ritmo então a gramática normativa diz que ritmo tem duas sílabas quando não tem pra gente ele tem três sílabas É ritmo e não ritmo E isso se deve o quê se deve exatamente a essa coincidência na estrutura das línguas do grupo banto que não tem as línguas do grup as palavras não tem grupo consonantal os grupo consonantal são desfeitos porque nós pronunciamos todas as vogais sempre e onde não há
vogal nós sempre colocamos e às vezes enfatizamos até essa colocação é o caso por exemplo de advogado que muita gente diz advogado o Caçula por exemplo é única palavra que existe no Brasil para dizer o filho menor mais novo da família é Caçula a palavra portuguesa Lusitana é Benjamim Benjamim pra gente virou interruptor de corrente elétrica o t não é isso que é um Benjamim Então mas quem foi responsável por isso quem foi responsável por chamar de babá que até hoje nós chamamos CAD cuidadora de criança chamar babá que é uma palavra do quimbundo quer
dizer exatamente cuidadora de criança baba o baba de futebol quem foi que chamou esse de baba que é uma palavra aqui bundo também tudo veio de Angola nós vamos paraa praia de kanga de tanga de sunga isso veio de Angola para cá e quem foi responsável por tudo isso a mulher negra uma mulher negra dentro da casa Senhor mulher negra como escava de Jó escava domé dentro da casa dentro da casa da senhorial ela que foi responsável por tudo isso foi essa mulher que infelizmente ainda não recebeu a dignidade que ela merece dentro da história
do Brasil da construção do Brasil [Música] é um verdadeiro monumento linguístico dos terreiros Angola que me atraiu muitoa chamada tabela que é uma uma espécie de ofício religioso né rezado em diferentes partes dos dias pelo nossos angolas que é um verdadeiro tesouro que ainda não foi a meu ver estudado nem explorado até porque existem dificuldades relacionadas com o sigilo religioso que protege esse tipo de [Música] oração um B um B por [Música] cova le cang muito limon pode ccó nó que Deus amarra o homem não pode desamarrar defina meu caminho [Música] [Aplausos] meu prossegue o
que será de quem será do Encanto do Encantado a coluna a coluna Achei um b a coluna a religião está presente evolutivo da humanidade todos Não Existe povo que a religião não preceda o seu desenrolar natural o estudo de Deus quem quiser chame de Deus quem quiser chame de natureza quem quiser Chame o que quiser mas o estudo dessa força é necessidade que nós temos de entender a natureza da qual nós fazemos parte que nós somos o meio ambiente vem de candom que significa lugar de oração os orixás são pessoas humanas que sobreviveram São Reis
rainhas e os inques não os inqu são forças da natureza então não tem uma representação antropomórfica quando se organizou o Cult banto que antes era candomblé de Caboco Na verdade era batuque como até hoje tem no R Grande do Sul então quando se organizaram os Os cultos e os candomblés de tu banto que não existe ex quando com gangoles precisavam para mostrar para se mostrar para fazer para fazer essa apresentação de uma de a figura antropomórfica dos inquis tomaram emprestado de qu dosis e os Ubá por sua vez tomaram emprestado As roupas a Parafernalha capacete
tudo de quem dos ibéricos dos portugueses então quer dizer houve uma sucessão de empréstimo ou de apropriação de um para o outro até que se formaram esses candombes que representam realmente uma grande forma de resistência a escravidão de resistência a intolerância de resistência a toda opressão dando continuidade as suas culturas e os seus tratos de Cultura naquilo que eles contribuíram para nos formar como brasileiros que somos hoje com muito orgulho as pessoas confundem muito o Candomblé não é africano o candomblé é brasileiro a origem dele a raiz é africana Mas e a forma de operar
foi necessário que houvesse uma série de reinvenções para que Ele pudesse sobreviver no novo mundo então o candomblé é brasileiro e de origem africana que na verdade no Brasil não existe C lebanto o que existe no Brasil são candomblés de raízes históricas trazidas do reino do con do indongo e que mais tarde essas raízes passaram a ser chamadas de bantu foram os terreiros de Candomblé os responsáveis pela manutenção das tradições religiosas que aqui chegaram aqui na Bahia destaca-se bem tem o terreiro tumben que é um dos mais antigos de lemb Bambina que foi fundado por
Maria nené século X e o terreiro mais recente de muita importância que é o terreiro no [Música] Cambo fora dos muros do Candomblé ninguém sabe nada também e quando eu falo não saber nada é você saber de você quem é você você é uma composição de raças porque o brasileiro é essa mistura não adianta é o indígena que é o dono da terra é o que veio construir e o europeu que veio mandar e essa é a construção do brasileiro em si então não [Música] adianta que dando tempo abençoe a ter de can um lugar
de acolhimento na época da ditadura daquela confusão o Candomblé abrigou muita gente acolheu muita gente hoje os terreiros de Candomblé eu falo que ele é uma uma ponte entre a sociedade desassistida e o poder [Música] constituído religiosidade e cultura são coisas que se entrelaçam pro povo africano você não pode falar de determinadas coisas Cult plurais sem você passar pelo vi religioso por quê Porque o Candomblé por exemplo não é uma religião de conversão ninguém se converte ao candomblé o candomblé é uma religião de chamamento a gente fala que as pessoas elas são chamadas pelas suas
divindades para irem pro candombl para estarem lá então elas vão com suas próprias [Música] p como é que nós viemos para aqui escravizado e trazemos conosco toda uma pedra basilar da nossa espiritualidade que hoje em dia culto de Xangô mesmo pedra basilar do culto de Xangô verdadeiro Aché veio pra Bahia culto Brasil da cultura de Odé do rito de Odé que nós chamam no queto de oxo veio pra Bahia o de agué veio pra Bahia o de azum veio para a Bahia por que veio porque não ficou no seu local de origem Assim como nós
viemos escravizado não viemos sozinho viemos com a missão ali já não dá para ficar isso extrapola a nossa percepção de vida né Afinal de conta quem somos n poder falar do meio ambiente mas trouxemos esse Aché e plantamos aqui tanto sim queem 1977 ou 78 veio uma Comitiva da Nigéria para ver o culto de oxo aqui na Bahia porque lá já não existia mais você não vê um processo de tombamento de um terreiro de candomblé como o tombamento de uma casa que morou e uma autoridade de lado no século não sei [Aplausos] [Música] quando então
como é que você não vai lutar para você poder salvaguardar isso esse Memorial onde a gente está a gente conta história desde o século X houve a perseguição policial na década de 20 todo mundo sabe que foi uma repressão horrorosa nós tivemos a felicidade de resgatar a cadeira do meu bisavô de santo que ficou presa 95 anos é o primeiro terreiro de cané que obteve uma peça que foi abstraída dessa forma truculenta e violenta e hoje tá no ambiente sagrado que z z z z z z zamb zamb seja bem-vindo meu pai é no próprio
continente Africano as religiões que são praticadas por todas as etnias Elas têm como base o culto ancestralidade porque é ali que reside toda a força do núcleo familiar porque as religiões eh lá elas são concentradas eh no núcleo familiar biológico então é essa ancestralidade desse grupo é quem vai fortalecer que vai fazer com que as coisas aconteçam é que vai acontecer aquela coisa da energia Vital da energia ancestral da reposição da energia através do nascimento de uma criança dentro daquela comunidade e quando veio para o Brasil e que precisou ser reinventada o núcleo passou a
ser o núcleo de familha de Santo e às vezes as pessoas não entendem muito bem o que é o pai de santo mãe de santo primo de Santo pensa que você tá falando que é pai do santo que é irmão do santo não é quando fala Fulano é meu pai de Santos se quer dizer que aquele aquela pessoa não é meu pai biológico ele é meu pai voltado à minha religiosidade Então o culto ao ancestral ele é extremamente importante dentro até do Candomblé no Brasil os os nossos antepassados bantos Eles simplesmente tentaram entender uma religião
oficial que eles era imposta eles não tinham como rejeitá-la não é era obrigatório chegava aqui era era batizado ou era batizado às portas do tráfico Mas eles tentaram entender essa religião tentaram usando como interpretante os seus próprios códigos religiosos isso deu um resultados muito interessantes a criatividade religiosa dos bandos é espantosa tudo eles eles tinham um princípio ecumênico que a gente possa conviver numa sociedade tão plural e tão diversa cultural e religiosamente em paz como nós poderemos manter a tradição Para o Futuro todo mundo quer se iniciar para ser pai de santo para ser m
de Santo e não é dessa maneira às vezes não é daquela forma que você vai contribuir PR a manutenção da tradição é o pessoal que se inicia mas não entra em transe você se confirma como Tata ou como macota então na na na própria confirmação você recebe uma missão você é Tata quin saava vai cuidar das Folhas você acota Mia você vai cuidar da cozinha você cota queed você vai cuidar das relações de paz e harmonia entre OSM Santo você é um tata chinara você vai cuidar de tocar você é um Tata cocó um tata
konda você vai cuidar das oferendas animais ou seja cada um tem sua importância para a manutenção do que foi instituído dentro do C ao contrário do que acontece com as chamadas religiões do livro eles nunca partiram do princípio eu estou certo você está errado não é eles admitiam a coexistência de códigos diferentes e não se eh e também tentavam entender outro tipo de prática religiosa Então a gente tem que se lembrar desse Princípio não é que nossos antepassados negros bantos em particular nos trouxeram é preciso diálogo é preciso convivência preciso admitir que o outro pensa
de modo diferente e pode est certo [Aplausos] [Aplausos] [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música] Kia [Música] fenô admirvel o doovo carne por dentro osso por fora [Música] [Aplausos] brasileiro sei lá ele pode ser louro de olhos azus descendente de alemães Mas ele tem anad B queira ou não queira porque na sua cultura tem umar banto que o Brasil não sabe do que ele tem de banto é aquilo que ele não aceita há uma diferença como havia muita gente antigamente que era negro e não aceitava ser negro muita gente que era descendente de africano não aceitava o ser
mesmo nos tempos iddos né porque o próprio africano mesmo aqui tinha também esse tipo de discriminação nós brasileiros nós somos herdeiros diretos dessa cultura banto entendeu E é isso que nos deu uma certa africanidade e que deu ao povo banto no Brasil uma brasilidade porque o povo banto se tornou brasileiro o povo banto deixou pra gente muita coisa que tem uma essência poderosa positiva Quando você pensa por exemplo capoeira tem coisa mais bonita mais plástica do que capoeira e sem pensar que capoeira é um ato de [Música] cuidado cando a capoeira como elemento africano Ela
traz para você o circo e nesse cículo se constrói uma unidade aonde ali todo mundo tem que pensar por todos todo mundo tem que aprender por todos e isso se transforma num ciclo familiar ali naquele espaço ninguém é melhor do que ninguém a capoeira ela dá esse sentido isso é um um um um um potencial da Cultura bamp [Música] é hora é hora capoeira é um instrumento completamente africano ela vem no corpo do africano Mas aquela por conta do regime escravocrata muito cruel a capoeira se transforma numa sagacidade numa malandragem a capoeira ela dá volta
por cima e vira uma luta de liberdade né é uma palavra que vem do Tupi Guarani mas a sua instrumentalização de movimentação e o que ela traz consigo é uma são são são elementos bantos capoeira da Bahia Bahia Bahia capoeira Daia ela quando nasce nasce como capoeira um elemento primitivo e com a criação da capoeira regional do mess bimba aí se traduz a capoeira de Angola e nessa capoeira nós temos o atender como é que o pai chama o fil como é que a mãe na capoeira a gente faz os elementos né de chamada para
prestar atenção isso é uma forma de como é que você vai viver na roda de capoeira e como é que você vai viver na roda da [Aplausos] vida música ela que nem a chuva onde ela cai ela ela toma forma desse lugar e durante um tempo que eu fiquei na África eu fiquei pesquisando lá praticamente 40 dias em tribos africanas até mesmo para poder fazer essa comparação entender um pouquinho da nossa linguagem da linguagem né como eu falo de formas né tô falando de formas então eu vejo que a influência quando a gente fala isso
aqui no Brasil é 90% da nossa música Se eu eu se eu se eu Para Não Dizer 100% da música brasileira tem o pé totalmente na [Música] [Aplausos] [Música] África a primeira cultura Negra Que se forma no Brasil é basicamente bant então isso egna a cultura brasileira de um sentido muito profundo né inclusive nas misturas ou seja onde os elementos bandos se misturam com os indígenas com os europeias então a gente vê muitas confluências de musicalidades portuguesas com expressões banto né porque eh o o os negros eles eles se apropriaram na verdade dos repertórios Portugueses
e transformaram do seu jeito o mundo ele vem estudando muito a música africana pela dificuldade que se tem de se entender a música africana né Eu acho que a gente já entendeu Praticamente tudo que se tinha que se entender da música europeia entre aspas né mas isso tá muito claro pra gente então essa música ela tá sendo redescoberta e o mais interessante ela tá sendo estudada e tá sendo levada paraas universidades como um estudo hoje de algo que é realmente muito complexo [Música] uma coisa que é muito interessante nessa cultura banto é que os elementos
na capoeira musicados deu sentido a uma outra figura banto também que é o samba já modernizado no Rio de Janeiro que muitos compositores começaram a levar isso para o seu cotidiano e isso era contado em versos e prosas dentro de uma roda de de de de diálogo familiar pelas tias catas isso aí já no Rio de Janeiro Então quando você fala eh quando eu morre disse bisouro não quero choro nem vela quero uma fita amarela gravada com o nome dela E aí Noel Rosa Ouve isso e entende que isso pode ser musicado E aí começa
a cantar quando eu morrer não quero choro nem vela quero uma fita amarela e dá o nome como o autor e que na verdade o autor real é bisouro Mangangá o termo Batu É genérico aliás todos os termos musicais que se usam né normalmente na mídia até na academia são muito genéricos e não abrangem a complexidade então assim ah eu batuk Isso não batuk é um termo genérico que pode ser milhares de coisas inclusive uma forma de c l no no Rio Grande do Sul né até esse termo samba ele é ele é muito impreciso
é a gente entende como uma espécie de continuidade dos que foi chamado de batuque Em algum momento no século X a gente vê na nos registros históricos surgi o termo samba então o samba o ato de sambar né é isso que importa ou seja não é o samba é o ato de sambar né de de basta dizer isso o Brasil sem samba eu acho que ninguém reconhece não é ninguém reconhece então isso isso é um legado deles e uma música que diz queem não gosta de samba eendo brasileiro não [Música] é [Música] de [Música] B
[Música] de é isso que nós temos de revelar isso que nós temos de aplaudir que nós temos de estudar e dentro disso dignificar a mulher negra africana dentro desse processo como a grande mãe ancestral dos brasileiros um pedaço de mim é banto sou fuela Azul sou zumbi hoje canto PR louvar meu santo e oo [Música] me Samba [Música] [Música] no no é a força de uma [Música] nação batucando Tambores em mim abençoa meu povo em zambe essa chama no meu coração abençoa meu povo zamb e preserva a nossa tradição que tanta atend babá Bobó Giló
caruru Bat Jing samb punga Bob guru B Jing Samba no P [Música] calunga é o suave a o país mãe que amamentou os filhos seus é o sambra no pé na raiz a mão acolhedora de Deus que B Samba [Música] [Música] no [Música] viol salve o povo banto não colora de [Música] Deus [Música] [Música] [Música] bo Cambo era o nome que se davam as casas das chefias dos quilombos o Brasil ele foi construído de uma forma extremamente importante sobre essa tradição banto nas suas mais variadas formas eles criaram a família [Música] brasileira é todo dia
que a gente tem a felicidade de ter a ancestralidade batendo a nossa [ __ ] seja bem-vind [Música] as línguas bantos deram um contributo extraordinário né uma coisa fundamental que caracteriza o português do Brasil onde quer que seja e onde que ele esteja Estamos em busca do nosso lado B ninguém se converte a candombl o candombl é uma religião de chamamento como é que nós vios para aqui escravizado e trazemos conosco pedra basilar da nossa espiritualidade os orixás são pessoas humanas que sobreviveram São Reis rainhas e os inícios não os inqu são forças da [Música]
natureza a capoeira traz para você o circo aonde ali todo mundo tem que pensar por todos isso é um potencial da Cultura e a eu tava [Música] cantando e a eu tava cantando a música ela é que nem a chuva onde ela cai ela ela toma forma desse lugar não existe nenhum idioma musical mais forte no Brasil do que o samba e o samba tem uma raiz não éo óbvia e quem foi responsável por tudo isso foi a mulher negra dentro da casa Senhor que infelizmente ainda não recebeu a dignidade que ela merece dentro da
história do [Música] [Música] Brasil [Música] zabal [Música] mais a boa convivência que a gente pode [Música] ter respeitando cada um dentro do que cada um faz dentro do que cada um contribuiu o que é que é oblé o que é que é a cultura africana agora você precisem você da tradição B consiste em transformar a energia de sofrimento do chor e das Lágrimas em alegria em Esperança de dias melhores e de fé que sempre vai ter um dia melhor que o [Música] outro z z [Música] z a coluna [Música] aa oru defina meu [Música] caminhar
[Música] caminh Estamos em busca do nosso lado banto que segundo historiadores esta nossa viagem do Povo bant versos Brasil começa com a chegada do navegador português Diogo C as margens do Rio zair hoje Rio [Música] Congo [Música] [Música] aiiiiii [Música] [Aplausos] [Música] a capoeira na verdade ela tem genuinamente uma uma [Música] formação dentro da linhagem B [Música] você que tem dúvida de entender a sua identidade de aprender sobre você Mocambo vem aí emb vamos embora camar [Aplausos] camar que Galo Cantou G [Música] [Música] cou Então nós vamos para praia de canga de tanga de sunga
isso veio de Angola para cá e quem foi responsável por tudo isso foi a mulher negra mulher negra dentro da casa senhorial mulher negra com escava de Jó escava do dentro da casa dentro da casa senhorial ela foi responsável por tudo isso foi essa mulher que infelizmente ainda não recebeu a dignidade que ela merece dentro da história do Brasil da construção do Brasil Foi ela que nos ensinou que nós podemos praticar duas religiões sem conflito de fé nós podemos ir ao Candomblé e ir a igreja sem nenhum problema porque simplesmente nós sabemos Por exemplo quando
nós Ramos para Iã nós não vamos achar que Iã é a mesma Santa Bárbara não é Santa Bárbara é Santa Bárbara Iã Iã Elas têm uma identidade própria que os antropólogos dentro dessa visão manía do mundo não entend e os próprios africanos hoje também não entendem eles não entendem eles chegam aqui Os negros africanos eles chegam aqui e fica espantados de ver como é que nós podemos fazer isso como é que vocês conseguem fazer isso foi vocês que nos [Música] [Música] ensinaram [Música] por aum aum bo ori ori [Música] a a a [Música] or a
or [Música] or a a or [Música] or a [Música] ag1 ag1 ag1 b ag1 ag1 b ag1 por u