[Música] Bom dia a todas e a todos eh eu queria inicialmente agradecer a Carmen por essa por esse convite de est aqui mais uma vez né tivemos um ano atrás mais ou menos fazer uma discussão específica redes e dessa vez ela não me pediu que tratasse desse tema atenção primária saúde nas redes de atenção à saúde queria também agradecer a presença de todos né mas especialmente eu queria fazer uma menção a presença do professor Gaston Wagner que muito me honra aqui essa grande liderança da saúde pública brasileira sempre que a gente discute saúde a gente
deve começar perguntando de que as pessoas adoecem morrem se incapacitam em geral não é assim nãoé mas deveria ser assim então vou fazer uma incursão breve na situação de de saúde do Brasil tomando a transição demográfica e a situação epidemiológica singular de tripla carga de doenças [Música] Brasil vive como tá nesse nesse nesse slide não é uma situação de transição demográfica acelerado né O que os países ricos fizeram em um século nós fazemos em duas gerações né nossa população de pessoas idosas duplicará né nos próximos 20 anos e nós sabemos que uma população mais idosa
representa prospectivamente mais doenças crônicas né H uma associação a medida em que os dados da PIN eh 2008 mostr que 70% da população de mais de 60 anos no Brasil apresenta uma ou mais doença Crônicas do ponto de vista da situação epidemiológica nós poderíamos analisá-la de várias maneiras mas aqui nós vamos tomar a carga de doenças em anos de vida perdidos ajustado por incapacidade ou seja anos de vida perdidos né Eh e o que que nos mostra um estudo Nacional feito pela Escola Nacional de saúde pública que 23,6 dos avais ou dos dailes né são
do grupo um doenças infecciosas parasitárias e causas maternas e perinatais 10,2 são causas externas e 66% das da da carga de doenças no Brasil é de eh doenças crônicas né essa situação tem sido denominada de tripla carga de doenças porque ela inclui coetanei uma agenda não concluída de infecções desnutrição de problemas de saúde reprodutiva convivendo com o crescimento das causas externas fruto do fenômeno da urbanização e da violência mas já com morte predomina nós vimos ali 66% da carga de doenças de doenças crônicas e de seus fatores de risco como tabagismo sobrepeso inatividade física uso
excessivo de álcool e Outras Drogas e alimentação inadequada entre outros que são produtores sociais a médio e longo prazo de doenças crônicas essa situação dis de carga de a situação de Saúde Brasileira de transição demográfica acelerada e tripla carga de doenças com forte predominância de condições crônicas e aqui eu introduzo um novo conceito que vai além de doenças crônicas que é o conceito que a Organização Mundial da Saúde propõe recentemente em 2003 né de condições de saúde que não é recortado pela etiopatogenia Mas pela forma como se estrutura a resposta social sistemas de atenção à
saúde né aos problemas de saúde então então condições crônicas todas as doenças são condições crônicas Mas além das doenças crônicas as condições crônicas envolvem envolve envolvem as doenças transmissíveis de curso longo como tuberculose como renias e como HIV aides envolve o acompanhamento pelo ciclos de vida né acompanhamento a Puericultura a ebur do Adolescente a senic cura dos idosos as illnesses que são enfermidades mas não são doenças né os Sofrimentos difusos as histerias etc etc né então esse esse é o leque da as condições crônicas é sobre isso que eu tô falando né então condição crônica
Exige uma resposta social proativa contínua né dos sistemas de atenção à saúde sem o qu não funciona Portanto o recorte aqui não é da etiopatogenia mas é um recorte de como se organiza a resposta social do sistema de atenção saúde então a essa situação de saúde de tripla carga e de transição anelorada nós respondemos no SUS e também no sistema privado com um sistema que é fragmentado que opera de forma episódica e reativa e que se volta principalmente para atenção às condições agudas e às agudizações de condições crônicas aí reside a causa fundamental da crise
da do SUS como também a crise eh do sistema privado brasileiro a crise do sistema canadense a crise dos sistemas essa é uma crise Universal como se explica essa crise e aqui vou tomar o no SUS que é o nosso tema de a conversa aqui essa crise se dá porque há uma brecha há uma distância um GAP entre uma situação de saúde do século 21 que é essa que mostrei transição demográfica acelerada e tripla carga de doenças e um sistema uma resposta social da metade do século 20 por que que isso ocorre né isso ocorre
porque há um descompasso entre os fatores contingenciais do sistema de atenção à saúde no caso SUS que evoluem muito rapidamente né nós vimos a forte evolução da transição demográfica esse gráfico no fundo mostra a transição epidemiológica a partir da mortalidade proporcional vejam como caem as doenças infecciosas a mortalidade proporcional por doença infecciosa e como sobrem as doenças as as mortes por neoplasias doenças do aparelho circulatória e causas externas então esses fatores mais a a Inovação incorporação tecnológica eles evoluem rapidamente né e a capacidade dos sistemas de atenção à saúde se adaptarem a essas mudanças é
muito lenta daí né esse GAP essa brecha né É como se a os fatores contingenciais se movessem numa Red Bull 2011 e e a capacidade do sistema adaptar-se é um Fusca 64 e há uma grande diferença entre esses dois né Portanto o dilema está em como acelerar as mudanças do sistema porque esses fatores conais são bem-vindos a transição demográfica é bem-vinda né a transição e a transição epidemiológica é bem-vinda talvez aqui a gente tenha que dar uma uma uma consertada eh na incorporação tecnológica né Não sei se fica claro essa essa razão da crise então
esses sistemas eh assim concebidos né portanto quando eu falo o sistema da metade do século XX né É porque aquele sistema o sistema que hoje praticamos ele ainda é um sistema que o concebemos na metade do século XX quando metade das mortes eram por doenças infecciosas só que isso agora menos de 5% das mortes são por doenças infecciosas e cresceram avassaladoramente as mortes e não só as mortes a morbidade também por condições crônicas em geral nãoé esse essa crise que eu disse é universal ela se manifesta por exemplo em todas as condições crônicas aqui vou
tomar o exemplo do controle do diabetes no Brasil com um gasto per capita de27 por ano né apenas 10% dos portadores de diabet tipo 1 estão com nível glicêmico controlado apenas 27 dos portadores de diabete tipo dois estão com os níveis glicêmicos controlados ou seja hemoglobina glicada igual ou inferior a 7% em função disso e outros fatores 45% dos portadores de diabete apresentam sinais de retinopatia 44% apresentam é neuropatia 16% apresentam alterações renais Mas vejamos do outro lado a situação de um país que gasta muito mais 6.719 per Car os resultados são igualmente ruins né
8 milhões de portadores de diabetes eh com diagnóstico outro tanto sem 35% com sinais de retinopatia 58% com doenças cardiovasculares 70 70% neuropatias e num país que vive em guerra Estados Unidos a principal causa de amputação não é trauma é diabetes né essa comparação nos mostra que a crise é universal e que a crise independe do volume de recursos seja mas não entendo que eu tô dizendo que o SUS tá bem financiado o SUS é muito subfinanciado precisa mais dinheiro mas na literatura hoje tá claro que não há nenhuma associação entre volume de recursos gastos
e saúde existe uma associação entre volume de recursos e número de procedimentos mas não existe associação entre número de procedimentos e mais saúde é por essa razão que os Estados Unidos gastam muito e tem indicadores de saúde muito ruins Então qual é a solução paraa crise para essa crise fundamental do SUS né restabelecer a coerência entre a situação de saúde de transição demográfica acelerada e tripla carga de doença com predomínio relativo forte de condições crônicas e um sistema integrado de saúde que opere de forma contínua e proativa e voltado equilibradamente para as tensões as condições
da agudas e crônicas Essa é a proposta das redes não entendo aqui que eu tô fazendo um discurso de que atender as condições agudas não é fundamental é aliás a prioridade zero de um sistema de atenção à saúde é manter a integridade de um de um órgão de um sistema da vida portanto não tô dizendo que não é importante né mas a lógica de atenção a condição aguda é muito diferente da lógica da tensão às condições crônicas por quê Porque a lógica da tensão às condições agudas de um modo geral o sistema pode ser pode
ser descontínuo pode ser fragmentado e pode ser reativo mas isso não se aplica às condições crônicas uma rede ela tem três elementos fundamentais Então essa é a proposta de rede que é uma população que é a população a descrita a rede né quando a gente trabalha com população com rede com o conceito de rede nós não trabalhamos com população IBGE isso não nos diz nada isso é uma referência a população de uma rede não é a população IBGE é a população efetivamente cadastrada na atenção primária saúde Esso é um conceito que tem que ficar muito
claro