Boa tarde bem-vindos a mais uma iniciativa do público e da fundação Inatel ao longo da tarde vamos discutir o futuro do trabalho 50 anos depois do 25 de Abril para dar início aos trabalhos dou a palavra a José Manuel da Costa Soares presidente da fundação Inatel e David Pontes diretor do jornal público caros deputados da Assembleia da República caros dirigentes do serviços da administração pública aqui presentes caros autarcas representantes do movimento sindical administrador do público e seu e seu diretor caro David Pontes caros conferencistas e palestrantes aqui quero destacar e agradecer o ter aceito o
nosso convite o nosso orador principal o Pedro monta Soares representantes entidades parceiras da Inatel nomeadamente um parceiro que foi exed incedível neste neste nesta conferência que foi a galpe caros Associados da fundação Inatel caros colegas quadros da fundação é com enorme honra que de início à conferência futuro do trabalho 50 anos depois de Abril uma parceria da fundação Inatel e jornal público que Visa refletir sobre o futuro do trabalho o enquadramento dos jovens Face aos atuais desafios teremos a oportunidade de ouvir ao longo da tarde diversos especialistas que irão certamente envolver-nos nesta interessante temática será
também uma oportunidade para aferirmos os dados resultantes do inquérito encomendado patel e realizado pelo centro de sondagens da Universidade Católica portuguesa as jovens entre os 18 e 35 anos sobre a sua relação com o mundo do trabalho dados que permitirão ter uma leitura maior sobre perspectivas anseios necessidades e caminhos futuros esta conferência realiza-se também no âmbito das comemorações do Cinquentenário do 25 de Abril cujos valores estão bastante presentes na reflexão de hoje que futuro queremos a liberdade de cada indivíduo poder escolher escolher o seu rumo e nãoo menos a liberdade de expressão e o tão
perente combate à desinformação a fundação Inatel é uma referência nacional no âmbito da economia social assenta a sua atividade dinamizando iniciativas de turismo social cultura popular desporto amador direcionadas para o lazer e ocupação dos tempos livres de crianças jovens trabalhadores e respectivas famílias contribuindo para a melhoria das suas condições de vida a fundação Inatel é uma organização dinâmica que acompanha os tempos atuais e se por um lado preserva as nossas tradições por outro procura Inovar indo ao encontro das políticas de empregabilidade do país que muito contribuem para a coesão dos Municípios em que se inserem
as nossas infraestruturas atualmente dispomos de mais de 1000 trabalhadores distribuídos por 17 unidades hoteleiras 27 delegações um parque de jogos O Primeiro de Maio em Lisboa e o emblemático teatro da Trindade Inatel que hoje nos acolhe desse universo de trabalhadores cerca de 20% tem idade inferior a 35 anos e representa uma singela franja reforçada por quatro dezenas de estrangeiros oriundos do palop a inteligência artificial e automação assumem as principais tendências tecnológicas que estão a introduzir alterações no mercado no mercado de trabalho e a reconfigurar as profissões com novas perspectivas de trabalho muito distintas das que
existiam no tempo dos nossos avós e impondo desafios cada vez mais exigentes com os quais os jovens têm de saber [Música] lidar noutros Ramos de atividade contrastam com o paradigma da especialização que no passado assumia diferencial positivo para com os empregadores atualmente os jovens são confrontados com a necessidade de competências técnicas distintas domínio de novas tecnologias incluindo a inteligência artificial espírito crítico empreendedorismo e inovação capacidade de adaptação trabalho em equipa e uma robusta Inteligência Emocional exigências que o atual modelo de ensino ainda não consegue oferecer embora fosse desejável e que evidenci o papel da formação
contínua e a necessidade de acompanhar a evolução dos tempos explorando horizontes que permitam adquirir e desenvolver New skills para melhor lidar com os desafios com que se vão deparar ao longo da Vida Ativa sem que sejam emocionalmente afetados pela pressão ou incertezas do mundo laboral o que pode também contribuir para o conciliar melhor da vida pessoal e profissional importa ainda sublinhar que para alguns jovens o trabalho não representa apenas ter um salário ou estabilidade e vai mais além sobretudo para quem ambiciona alcançar algo superior que os permite envolverem organizações que compartilham seus valores e que
tenham um impacto Positivo na sociedade a responsabilidade de criar condições que permitam aos jovens uma preparação adequada para o futuro passa por todos nós governo empresas sociedade civil temos de investir em políticas públicas que promovam a inclusão digital o acesso à educação de qualidade e à inovação como motor de transformação social o futuro do trabalho pertence ao jovens e a nossa responsabilidade garantir que eles possam adquirir as ferramentas e o apoio necessário para mudar esse futuro estamos a viver um momento único na história e é nosso dever apoiar as novas gerações para que seja a
força motriz de um mundo mais justo inovador e sustentável Muito obrigado pela vossa atenção e aproveitem a conferência obrigado chamamos agora ao palco David Pontes diretor do jornal público Boa tarde obrigado a todos queria começar por dizer obviamente como é um prazer voltar a estar e em mais uma iniciativa em colaboração com a fundação Inatel o público nomeadamente naquilo que é uma das nossas missões que é o combate à desinformação teve o prazer de ter com Inatel uma colaboração longa num projeto chamado vozes de Gaia de que que guardamos com muito carinho que achamos que
foi Fantástico e por isso mais uma vez aqui e nomeadamente para discutir um tema tão per como isso mas antes de eu falar a palavra ao senhor presidente da república que felizmente não pode estar presente mas que não deixou de nos enviar uma mensagem com a autorização do senhor presidente na tela eu vou passar a ler porque me parece que que é que é essa a ordem necessária o senhor presidente diz e as palavras obviamente a partir daqui são deles é com grande satisfação que me associo através desta mensagem à vossa conferência subordinada ao mundo
do trabalho para a juventude a qual Agradeço ao jornal público e à Fundação Inatel pela organização É certo que quando falamos em trabalho para a minha geração e para as gerações mais jovens vemos e aspiramos a algo diferente eo por vezes essas visões são difíceis de conciliar elas obrigam-nos a questionar o papel do trabalho na nossa vida como indivíduos e como sociedade a abertura ao Mercado Global a possibilidade de teletrabalho os avanços no direito à conciliação da vida profissional com a vida pessoal social e familiar o alargamento da licença de parentalidade os testes sobre a
semana de dias são todos eles bons exemplos dos avanços que as novas gerações exigem e que o mercado tem sabido acompanhar é no entanto importante reconhecer que o mercado de trabalho hoje não reflete ainda totalmente o salto qualitativo no quadro dos direitos conseguidos nos últimos 50 anos o melhoramento das qualificações da sociedade portuguesa ainda se desbate nos valores elevados de Sub qualificação das novas gerações ainda se desbate Natividade como forma de Lig ar a precariedade sentida pelos jovens ainda se esbate na Imigração como forma de combater os baixos salários às dificuldades na progressão da carreira
e à falta de oportunidades ainda se esbate no idadismo que mantém os jovens longe dos lugar de sfia ainda se esbate na diferença de oportunidades no território que beneficia apenas uma minoria Urbana deixo-vos uma mensagem de incentivo ao debate e à procura de soluções que reflitam a intenção de caminharmos para uma economia do conhecimento de valorização do talento da criatividade e inovação das novas gerações como o caminho para o Portugal vibrante e inclusivo que queremos assinado Marcelo Belo de Sousa Agora sim as minhas palavras só estas foi obviamente com um enorme orgulho e com e
com a assertividade que o nosso Presidente nos habituou eh reforçando obviamente a oportunidade e a vantagem que é agradecendo a todos aqueles que estão presentes àqueles que nos estão a assistir em casa e aos nossos aos integrantes dos painéis Este é um convite para percebermos melhor e debatermos a relação entre os jovens e o mundo do trabalho refletir sobre as Profundas transformações pelo quais o mercado laboral tem passado nas últimas décadas sem nunca deixar de ter bem presente que o trabalho o é bem mais do que ocupação de onde retiramos o salário é um dos
eixos fundamentais das nossas vidas através do qual preocup também amealhar felicidade os mais jovens não nos deixam esquecer isso e é assim mesmo que deve ser por isso é importante que ao longo desta tarde possamos falar do que mudou daquilo que permanece mas sobretudo daquilo que esperamos do Futuro olhando para o que são as aspirações destas novas gerações o estudo da Universidade Católica portug Portuguesa que foi a mote para esta conversa e que já foi divulgado no público mostra bem quais são as preocupações centrais dos Jovens no mercado de trabalho Como escrevemos e passa a
citar as gerações mais novas querem progressão na carreira a possibilidade de conciliar vida pessoal com profissional e um trabalho que lhes Garanta bem-estar físico e mental estes são os principais requisitos para trás ficam coisas como autonomia segurança possibilidade de desempenhar em tarefas criativas e se possível teletrabalho Isto é são coisas importantes mas não o mais importante é mesmo importante notar que de acordo com o estudo a questão da Habitação e a possibilidade de emigrar para garantir melhores rendimentos continuam a pesar sobre os ombros dos mais novos a escassez de habitação a preços razoáveis os baixos
salários continuam a ser dois gigantescos problemas que a nossa sociedade tarda em ultrapassar um país com estes dois problemas é o país que nos mostra o estudo que nos revela que embora muitos jovens já estejam a trabalhar o seu poder económico especialmente daqueles com menos de 24 anos não se traduzem em Independência mais de 80% ainda vive com os pais e o sonho de uma vida autónoma parece para muitos distante não sei se eu tinha aqui se eu conseguir alguns números só para ajudar a ilustrar isto um dado relevante desta investigação mostra mesmo ambição aquela
que referi no início a de que o trabalho seja mesmo uma fonte de felicidade embora o salário seja uma questão importante não deixa de ser assinalável que para muitos jovens ele ocupa apenas o sexto lugar nas suas prioridades o que realmente os motiva é progressão na carreira a capacidade de não ficar parado de evoluir mesmo que isso implique aceitar rendimentos abaixo do espectável é a primeira razão e antes do salário estão ainda estabilidade e a segurança o conciliar a vida pessoal com trabalho oou ter um trabalho que salvaguarde o seu bem-estar e as boas e
ainda as boas relações com colegas e superiores só depois é que vem o salário não passa este é um destaque muito relevante mesmo que obviamente o salário permaneça determinante para muitas decisões No que diz respeito à motivação para emigrar é ele que volta a ser a razão primeira o sacrifício para a felicidade individual que é distância deverá pesar em que só depois surjam razões Como ter um trabalho interessante ou descobrir coisas novas aquilo que associamos às ambições dos primeiros anos de vida profissional e é também o salário a razão importante para a decisão de muitos
de pelar em entrada no mundo de trabalho se é baixo se calhar vale a pena procurar mais e essa é boa notícia num inquérito que a Universidade Católica fez em 2015 em onde fazia as mesmas perguntas os queridos respondiam que o desemprego jovens estava alto Porque Portugal não tinha empregos para os jovens hoje não é essa a resposta e isto para as novas gerações é uma evolução uma reivindicação necessária a de ter empregos bem pagos Já não basta ter um emprego é necessário que ele ofereça a dignidade evolução e equilíbrio algo que as gerações anteriores
talvez não tivessem exigido com a mesma pertinência a estabilidade oportunidade de progressão o equilíbrio entre vida pessoal e profissional a preocupação com o bem-estar são valores universais que as empresas devem abraçar Se quiserem atrair e reter os melhores talentos é o sublinhado que fica o o mercado de trabalho não é estático ele move-se e precisa de evoluir E aqui neste estudo que fizemos traçamos um retrato que mostra que é preciso acompanhar as necessidades dos jovens em criar condições que favoreçam o crescimento o bem-estar e a satisfação profissional é do Futuro de todos que falamos esta
referencia é uma oportunidade preciosa para refletirmos juntos sobre estes desafios e quem sabe para começarmos a desenhar soluções que nos levem a um futuro mais justo e promissor 50 anos de democracia é isso que reclam Muito obrigado a todos pela vossa presença e pela vossa participação obrigado Como o orador principal desta conferência vamos de seguida ouvir O Advogado Pedro Mota Soares antigo ministro da Solidariedade Segurança Social e emprego excelentíssimos senhores deputados autarcas representantes de forças sindicais dirigentes da administração pública por uns Breves momentos sinto que voltei um bocadinho à Tribo da Segurança Social um cumprimento
muito especial como não podia deixar de ser ao David Pontes do público pelo convite que me fizeram para estar aqui hoje e hoje penso que é um dia com tudo que podemos discutir mas é um dia importante também para a comunicação social e portanto nesse sentido ainda melhor estar aqui hoje e Se permitir um cumprimento ainda mais pessoal e pessoal ao presidente da fundação Inatel o José Manuel Costa Soares h eu conhecia a fundação Inatel como grande parte dos portugueses conhecem a fundação Inatel mas não tinha a noção do que é este universo absolutamente Fantástico
do trabalho que a Inatel faz eu hoje percebo que a Inatel é se calhar em pequeno um pequeno governo tem tudo tem turismo tem cultura tem desporto tem património mas tem acima de tudo uma enorme vocação o Inatel a fundação Inatel vem do mundo do trabalho e quer entregar ao mundo do trabalho dos Trabalhadores de quem quer ser ativo e produtivo na nossa sociedade de quem já trabalhou muito e está hoje legitimamente também a gozar a sua reforma e os seus tempos livres e eu acho que este desafio que nos fazem hoje e quando eu
digo nos fazem é que fazem a sociedade Portuguesa de pensarmos o futuro do trabalho mas o futuro do trabalho numa lógica que é a lógica de vermos o que foram os 50 anos desde o 25 de Abril Mas acima de tudo olhar para a frente ter a capacidade de perspetivar muitas coisas que estão a acontecer e até ter a capacidade de o fazer com de uma forma científica chamando à academia para este mesmo desafio e eu confesso que quando me pediram para falar sobre o futuro do trabalho eh e e nesse sentido sermos chamados um
bocadinho a fazer previsões lembrei-me de olhar para trás e ver o que é que as previsões passadas diziam sobre o futuro do trabalho nomeadamente e o impacto que a automatização hoje diríamos a robotização tem sobre a nossa vida de todos os dias e a forma como nós nos organizamos o Adam Smith em 1776 já lavam uns anos primeira vez que viu uma máquina a vapor chamou-lhe a tão bonita máquina esta máquina magnífica que vai libertar o homem do trabalho para não dizerem que só os liberais é que falham em 1930 Provavelmente o economista mais relevante
do século XX o Senor kines dizia que Face ao crescimento do Capital Face ao aumento da produtividade e acima de tudo Face aos avanços tecnológicos que a sociedade ia viver no espaço de 70 anos no início do Século XXI ninguém vai trabalhar mais do que 15 horas por semana pequeno disclaimer o estudo que o público fez eh que nós hoje estamos aqui também a analisar diz-nos que 77% dos jovens em Portugal trabalham 40 horas ou mais e que 15% trabalham mais do que 15 horas 15% trabalham mais do que 50 horas por semana e portanto
desse ponto de vista nós percebemos que as previsões não só falham mas como falham muitas vezes de forma estrondosa e isto para ter alguma cautela quando nós dizemos que o mundo do trabalho está a acabar que o mundo do trabalho vai ser radicalmente diferente há certamente coisas que estão a mudar há certamente tendências que estão a acontecer mas convém não sermos tão catastrofistas como alguns foram no passado porque se nós olharmos nomeadamente para os desafios da tecnologia percebemos que as previsões falham sempre por dois motivos o primeiro motivo é que as previsões raramente conseguem incorporar
o próprio impacto da transformação que esta tecnologia vai ter nós hoje chamaríamos a isto o impacto desru que muitas vezes uma tecnologia vai ter um exemplo que eu acho muito curioso aconteceu ainda no século passado em que o presidente da Western Union nos Estados Unidos quando viu um telefone Começou a dizer que hum isto não é não é útil isto não vai substituir os Correios que isto não é útil para a nossa vida todos os dias Dias claramente que ele falhou o impacto da tecnologia mas há uma segunda dimensão que nos faz muitas vezes também
falhar no impacto da tecnologia sobre a nossa vida e isso é que muitas vezes nós hiper valorizamos um fator esquecendo o resto deixem-me dar-vos dois exemplos muito muito concretos H uma companhia de eletrodomésticos Americana estimava em 1955 perante o que era o início da energia nuclear que todos os nossos elet domésticos caseiros seriam alimentados por por tecnologia nuclear na altura o nuclear estava em todo lado um bocadinho como o al Vera que também existia em todo o lado desde os champô Às nossas canetas ou então num outro exemplo não sei se se lembram de uns
desenhos animados que existiam já uns bons anos atrás que eram os Jetsons eram os desenhos animados que projetavam o futuro em que e o homem todos os dias saía para trabalhar num carro voador e a mulher ficava em casa com um telefone que tinha fio nós hoje não temos telefones que têm fio as mulheres ganharam o seu lugar no local de trabalho e Nenhum de Nós tem um carro voador e portanto muitas vezes quando nós olhamos para a frente percebemos que temos um conjunto de previsões sobre a tecnologia e sobre isso falhamos redondamente há uma
nova profissão destas que já apareceram neste século que são os futuristas que chamam isto a lei de Amara nós tendemos a sobrestimar o efeito de uma tecnologia no curto prazo e subestimamos o efeito da tecnologia no longo termo e a verdade verdade é que nós só neste século já assistimos a muitas transformações diárias às vezes sem nos apercebermos delas se nós olharmos não para 50 anos mas para os 24 anos deste século percebemos que em 2000 2001 não existia o Facebook foi lançada em 2003 a Google não existia foi lançada em 2004 o iPhone a
lógica de nós termos um smartphone que mudou completamente também a forma como nós trabalhamos só foi lançado em 2007 6 anos depois no existi o YouTube e a Netflix já existia era uma companhia que enviava pelo correio uns DVDs para nós podermos a filmes em casa não tínhamos a Uber as plataformas não tínhamos o Google Maps nem a georreferenciação que criou tantas dimensões novas na nossa vida e também na vida do do trabalho e portanto a forma como nós trabalhávamos como nós estudávamos como nós nos relacionável do espaço de 50 anos estamos a falar do
espaço grosso modo de 25 e portanto se o futuro parece que está a acelerar é porque está mesmo a acelerar durante uma grande parte da nossa vida enquanto humanos durante uma grande parte da história da humanidade a a experiência foi sempre uma experiência de avanço local e linear as sociedades avançavam de um ponto de vista local e de uma forma linear hoje o avanço da sociedades é global e é acima de tudo exponencial um autor que eu gosto particularmente o o o recard svil diz que nós não estamos a subir um degrau nós estamos a
multiplicar a uma velocidade estonteante tudo o que é o impacto da tecnologia nos nossos nas nossas nas nossas vidas uma descoberta fundamental para a história da humanidade que foi descoberta foi o o ano o descobrir do joma humano portanto a sequenciação do genomano que no início se previa que iria demorar centenas ou milhares de anos foi terminado em 15 anos por uma coisa que na altura não foi possível antever que era a aceleração e a transformação da própria tecnologia à medida que ela ia ser e que ia sendo descoberta mas por isso mesmo eu quando
faço previsões tento ser um bocadinho cauteloso se o Adam Smith e o kin se falharam de uma forma tão Redonda quem é que sou eu quem é que somos nós perante estas personalidades mas sou mesmo muito particular sou muito cauteloso quando faço previsões sobre o futuro do trabalho e acima de tudo sobre o futuro das profissões eu sou de uma geração Eu tenho 50 anos nasci em 74 ano do 25 de Abril em Maio de 74 no meu caso e e portanto nasci no ano de do 25 de abril e durante uma parte significativa da
minha vida ouvi falar das profissões que iam desaparecer mas eu hoje olho à minha volta e não sei se existe aqui algum profissional do marketing digital nem sei se existe aqui algum gestor de redes sociais se existe aqui algum criador de conteúdos se existe aqui alguns gor de e-commerce são tudo profissões que hoje têm um impacto relevante na nossa sociedade e que são extremamente recentes uma das profissões que está identificada eu acho que ela ainda não está no catálogo Nacional de qualificações mas é a profissão de blogger ou de influenciador digital e eu posso não
querer reconhecer enquanto profissão mas há hoje muita gente que tem rendimentos exatamente a partir daqui e se nós olharmos hoje para profissões que estão muito na crista da onda analista de dados especialista em segurança informática em cers segurança vi recentemente que um dos cursos tem média mais alto em Portugal é exatamente analistas de Inteligência Artificial todas estas profissões foram criadas num espaço muito recente Mas mesmo muito recente de de tempo tal como uma questão que temos e que sistematicamente a sociedade portuguesa está a procurar regular bem ou mal mas que é por exemplo a dimensão
dos Trabalhadores de plataformas que ainda por cima nos dá uma dimensão diferente da forma como nós estamos habituados a olhar para o trabalho e a organização do trabalho mas não achemos que são só estas coisas de ponta dos veículos autónomos ou dos técnicos de automação e robótica se nós hoje olharmos para a quantidade de pessoas que trabalha por exemplo no Setor das energias renováveis no setor da sustentabilidade ambiental também estes empregos também estes trabalhos são muito recentes ou um que às vezes nem nos apercebemos mas há 40 anos atrás não existiam agricultores biológicos a agricultura
podia ter uma dimensão mas não havia uma dimensão estruturada do que é a agricultura biológica que é também ela própria uma profissão muito recente com isto eu não quero que achem que eu estou a desvalorizar o impacto que a tecnologia o impacto que esta quarta Revolução Industrial que nós estamos a viver tem não estou a desvalorizar pelo contrário há estudos há um estudo que já tem alguns anos e que eu tenho indicação que está a ser revisto neste momento foi um estudo encomendado pela da Confederação industrial de Portugal com a maquines exatamente sobre o impacto
da autonomação na realidade Portuguesa e nós sabemos que por causa da automação por causa da Inteligência Artificial por causa dos supercomputadores muitas tarefas que hoje são tarefas monótonas repetitivas sem capacidade de inovação vão ser substituídas e algumas mesmo com capacidade de inovação vão ser substituídas Aliás o estudo é curioso diz-nos que se cerca de 50% do tempo dispendido em tarefas laborais em Portugal pode ser autonomizado e se por eventura olharmos para setores de novas tecnologias isso só para 67% esse estudo diz-nos que num num cenário base onde metade destas tarefas são de facto automveis até
2030 nós temos em risco a perda de 1. 100.000 postos de trabalho mas também já agora a capacidade de criar entre 600.000 e 1.100000 Postos de trabalho num cenário positivo O Impacto é neutro num cenário não positivo O Impacto é de perdermos qualquer coisa como 600 ou 700.000 postos de trabalho de qualquer forma independentemente de qualquer um destes saldos líquido ou neutro a verdade é que vamos ter de requalificar do ponto de vista profissional cerca de 700 1 trabalhadores Portugueses e é aqui que a dimensão das qualificações é aqui que a dimensão da aprendizagem ao
longo da vida é tão essencial e é tão estrutural mas também já agora Este estudo indica uma segunda coisa que eu acho que é muito relevante e que às vezes quando olhamos para a dimensão do futuro do trabalho nos esquecemos de analisar que é o impacto na produtividade numa sociedade que ainda por cima infelizmente está a encolher a verdade é que se queremos dar um salto do ponto de vista da nossa produtividade e sendo mais produtivos conseguimos criar mais riqueza conseguimos criar mais rendimento é exatamente também Abraçando a tecnologia abraçando o impacto forte do que
pode ser a automação a utilização destas mesmas ferramentas nós às vezes a minha a opinião é minha não é de mais ninguém e vivemos em estado de negação um recente relatório que saiu o relatório do Senhor dragi é muito Claro na forma como analisa o impacto analisa a produtividade da Europa Face a outras geografias nomeadamente Face aos Estados Unidos da América a Europa tem um problema de competitividade Mas acima de tudo tem um problema de produtividade Face aos Estados Unidos da América e não é porque nós trabalhamos menos horas muito menos ainda no caso português
em que as horas de trabalho são superiores até por exemplo às horas de trabalho na Alemanha Não é por causa disso é exatamente pela dificuldade que nós na Europa estamos a ter de acolher um conjunto de novas tecnologias e a verdade é que a prod a produtividade portuguesa também está infelizmente cerca de 20 pontos abaixo da produtividade e da produtividade europeia e isso como é óbvio coloca-nos hoje um enorme desafio e portanto o que eu aqui vos venho fazer não é é um convite à reflexão certamente mas não é um convite à reflexão nem faz
parte da minha natureza que sirva para nos desanimar pelo contrário tem de ser um convite à reflexão que nos leve à ação que nos leve a podermos olhar para a forma futura como Queremos ser mais competitivos mais produtivos e ao mesmo tempo responder às pessoas eu sou daqueles que acho mesmo que num mundo numa mudança tão profunda e tão rápida a única forma de nós conseguirmos liderar essa mudança a única forma de nós conseguirmos retirar efeitos positivos dessa mudança é envolver as pessoas é perceber o que é que os portugueses esperam é perceber o que
que expectativa como é que as pessoas olham para a frente e como é que nós podemos responder a muitos desses desafios e a muitos desses anseios e é por isso que eu acho que este estudo que hoje está a ser lançado é tão relevante e tão importante é fundamental nós percebermos Qual é que a expectativa nomeadamente dos mais jovens e às vezes com matérias que nos podem parecer um bocadinho pelo menos para mim que tenho 50 anos contra intuitivas e perguntar a pessoas entre os 18 e os 35 anos o que é que esperam do
mercado do trabalho no futuro algumas das conclusões já aqui foram apresentadas é muito curioso que o que as pessoas mais valorizam é a progressão na carreira e para mim também foi muito curioso ver que o que as pessoas menos valorizam é ter um trabalho com Prestígio social aquela ideia da geração dos doutores e Engenheiros meu filho tem de ser doutor ou tem de ser engenheiro é algo que hoje os mais jovens não valorizam não tenho a certeza que se Este estudo fosse feito com os pais das pessoas que responderam que as proporções fossem as mesmas
mas acho muito interessante muito interessante mesmo que aquela ideia de que nós temos que ter um trabalho com muito prestígio social aquela ideia muito portuguesa porque nem é não não não foi sempre assim lá fora fora noutros países de temos o Doutor ID do engenheiro aqui é a chave de acesso ao futuro hoje as pessoas valorizam pelo menos os jovens o que respondem progressão na carreira progressão na carreira estabilidade mas com uma enorme capacidade de o conciliar com uma vida pessoal com uma boa relação de trabalho com os seus colegas ao mesmo tempo não está
naquilo que as pessoas mais valorizam Mas é da que é é o que é o segundo aspecto que as pessoas mais valorizam terem flexibilidade no trabalho e terem a capacidade por exemplo de utilizarem trabalho eh eh remoto e é muito curioso isso para mim também foi uma surpresa que estes valores são muito semelhantes entre os jovens que estão a trabalhar e entre os jovens que estão fora do mercado de trabalho que estão desempregados valorizam curiosamente da mesma forma com as mesmas proporções eh eh toda esta mesma dimensão mas dizia vos eu progressão na carreira 77%
estabilidade e segurança 72 conciliação entre vida pessoal e profissional 71 um trabalho que salvaguarda a saúde e o bem-estar 69% uma boa relação com os colegas e superiores 67% de facto percebemos que hoje as pessoas não procuram apenas um salário não procuram apenas um determinado rendimento procuram equilíbrio procuram uma conciliação entre valores muito diferentes que podem parecer à cabeça muito diferentes mas que são possíveis de realizar dentro de uma lógica que é uma lógica do mercado de trabalho e que eu acho que ainda por cima num país como Portugal dentro do espaço económico da Europa
em que se valoriza tanto e esta casa o Natal percebe isso porque também é desta gente em que se valoriza tanto o diálogo social o diálogo entre empregadores e trabalhadores o diálogo também com as entidades públicas é possível buscarmos tentarmos encontrar dimensões que protejam este mesmo eh este mesmo a a equilíbrio diferente é e também Temos de pensar numa matéria como estas garantir este Equilíbrio ao mesmo tempo que queremos dimensões como a dimensão de ter mais flexibilidade a dimensão de ter o trabalho remoto a dimensão de termos formas híbridas de trabalho em que entregamos uma
contraprestação muito mais do que o nosso trabalho aquela ideia do Direito do Trabalho de que um contrato de trabalho oou contrato que tem fiscalização autoridade direção cada vez mais da cabeça das pessoas também é uma coisa mais híbrida as pessoas trabalham por uma prestação compatibilizar isso com estabilidade e segurança nem sempre é fácil mas acho que é de facto Um Desafio que vale a pena olharmos Um Desafio que vale mesmo a pena tentarmos responder preocupações também com o desemprego jovem e com os salários o trabalho mal pago é é apresentado é apontado como a principal
causa do emprego jovem por 43% dos jovens que contrasta bastante com a mesma pergunta feita há 10 anos atrás em 2015 num num dado também sobre os jovens e o mundo de trabalho o o que acontecia é que em 2015 a principal causa de desemprego era a falta de empregos os jovens diziam que não podiam estar empregados porque havia falta de empregos 10 anos depois a principal causa é o é é a principal causa é não haver um emprego que seja de para as pessoas que responda efetivamente ao que as pessoas estão desse ponto de
vista e desse ponto de vista à espera o estudo é muito interessante eu recomendo a toda a gente que eu possa e ler dizia vos eu que espero que isto seja mais que uma mera reflexão Espero que seja também um convite à ação há datos que são muito interessantes de forma positiva há datos que são pelo menos para mim preocupantes a baixa taxa de sindicalização e a baixa expectativa que os mais jovens têm em relação aos sindicatos é algo que a mim me preocupou eu sou um grande defensor do modelo social europeu que é um
modelo social de diálogo social de concertação social a a a a não valorização de trabalhos que tenham capacidade criativa a mim preocupa-me porque eu acho que num mundo de muitas tecnologias no mundo de Inteligência Artificial que tem capacidade criativa O que sobra muitas vezes para os humanos é a capacidade de relacionar questões temas que à cabeça podem não parecer evidentes eh questões temas que H cabeça possam podam parecer que não são ligações óbvias e que muitas vezes a inteligência artificial tem dificuldade e portanto esta dimensão também de sermos mais criativos mais inovadores mais empreendedores é
absolutamente Fantástico eu sou por natureza um otimista e termino com isto tenho aqui já o meu relógio a dar nos choques elétricos Porque passei os 20 minutos eu sou um otimista por natureza acho que os tempos são tempos muito difíceis são tempos muito difíceis para Portugal e são tempos muito difíceis para a Europa eh Mas em tempos difíceis é exatamente Nessa altura que nós portugueses temos muitas vezes a capacidade de fazer as mudanças e as transformações que a sociedade exige de nós há uma pessoa que eu não conheci pessoalmente mas que foi muita inspiração naqueles
anos aqui h atrasado como se diz no Norte em que eu tinha uma vida política uma engenheira linamar da Costa dizia muitas vezes uma frase não é dele ele o próprio eu assumia mas que eu acho que é um moto pelo menos para mim há uma situação de caos debaixo do universo e eu acho que hoje nós estamos num situação de caos debaixo do universo mas a situação é sem dúvida excelente se nós tivermos a capacidade de à altura estarmos à altura deste desafio e de uma forma ativa de uma forma proativa podermos também dar
respostas aos anseios dos mais jovens que eu acho que é isso que eles exigem de nós muito obrigado a todos passamos para o primeiro dos dois painéis desta conferência falamos de seguida do mercado de trabalho e das suas necessidades atuais com Paulo Pedroso sociólogo e presidente da associação causa públ João serir investigador e professor em economia na escola de economia e gestão da Universidade do Minho e Paula Lampreia diretora de pessoas e cultura da R ST de Portugal modera o debate jornalista e diretora AD junta do público Sónia SAP eu f aqui fico na ponta
Boa tarde a todos eu contava fazer uma breve apresentação dos três mas o a voz off já me ajudou nesse trabalho portanto passamos diretamente para este painel eu sou Aia saaz é com muito prazer que vos do as boas vindas a esta conferência este debate É sobre o mercado de trabalho e as necessidades atuais e parto logo para conversa começo pelo professor João serir com uma pergunta que me é suscitada justamente pelos resultados do estudo de que já falamos aqui do cesop da Universidade Católica feito para a fundação Inatel sobre os jovens e o mercado
de trabalho numa parte dedicada ao desemprego e às razões para o desemprego ser muito elevado entre os jovens o estudo revela que muitos acreditam que a formação que recebem não os prepara verdadeiramente para o mercado de trabalho eu pergunto-lhe se como professor se revê nesta avaliação e Que mudanças podiam ser introduzidas no sistema educativo para para alinhar melhor as competências necessárias com com as adquiridas no fundo antes de mais muito boa tarde portanto agradecer ao público e à Fundação Inatel pelo convite para estar aqui portanto saudar os membros do do painel e toda e toda
a audiência H começando pela pela questão a questão remete mais para questões de oferta de trabalho do que propriamente procura de trabalho ou seja mais para o lado do sistema de formação e educação do que propriamente para o lado das empresas se bem quando nós falamos dos desajustamentos temos de olhar para os dois lados talvez pramos depois voltar ao lado mais da procura numa numa segunda Ronda eh antes disso convém contextualizar um bocadinho esta questão das qualificações e do que foi a evolução das qualificações nos nos últimos anos quando aqui alguns aspectos muito positivos e
quando eu digo positivos é alguns resultados que foram quase Record a nível europeu e chama nomeadamente a a importância e destaco aqui a importância da redução do abandono escolar para níveis inferiores à média da União Europeia portanto baixamos aquela meta do dos 10% estáem cerca de 5 6% quando falamos de abandono escolar são jovens que deixam o ensino secundário sem o terem terminado eh Face a valores que eram quase terceiro mundistas há 30 40 anos atrás portanto Este é um primeiro aspecto um segundo aspecto eh um crescimento e portanto isto não é desligado do facto
de ter crescido imenso o ensino profissional seja através das escolas profissionais seja das escolas do ensino regular que passaram a ter essa oferta e e portanto o ensino profissional aqui para Além da questão de dar resposta às necessidades das empresas ir um um pouco ao encontro da sua questão também teve aqui este papel que o pode valorizar ou seja foi digamos a estratégia que o sistema encontrou na altura para dar resposta a este alto abandono e portanto grande parte da diminuição do abandono conseguiu-se por termos uma oferta de Formação ao nível pré opior portanto anterior
ao ao secundário e básico que permite maiores um leque maior de saídas e de e de diversidade e e atualmente estamos a cerca de 45% dos jovens que terminam o ensino secundário pela Via pela Via profissional eh e depois por último e isto também explica um pouco o desencontro e e um problema que vamos ver à frente que é eh Metade dos jovens que tê entre 25 e 35 anos terminam o o ensino superior Portanto tem uma licencia catura portanto isto também é uma um crescimento enorme número de jovens matriculados no ensino superior é quatro
vezes mais do que era umas Décadas atrás portanto isto também é um resultado extremamente positivo agora tudo isto foi conseguido numa num contexto de baixo crescimento económico ou seja o lado da procura não respondeu E agora tem aqui alguns resultados que emergem e que em parte podem podem dar resposta à questão que é uma queda do prémio salarial associado à escolaridade uma forte queda nos últimos anos ou seja este aumento da oferta e portanto aqui há razões de mercado que que o explicam o aumento da oferta de mais qualificados não corresponde a um aumento de
procura e portanto há uma aproximar dos salários dos dos licenciados essencialmente dos Mestres que T aumentado imenso mas tem mantido o seu prémio salarial portanto a redução do prémio da escolaridade tá essencialmente no grupo dos licenciados e em simultâneo também tivemos um crescimento real dos salários por via do das quem tem baixas qualificaç provid do aumento de salário mínimo fizeram digamos comprimir a diferença entre quem tem o ensino básico ou secundário e o ensino e o ensino superior e portanto nós temos eh aquilo que chamamos de sobre qualificação Ou seja a percentagem de jovens que
estão em empregos que anteriormente ou seja há pouco tempo requeri qualificações ao nível do secundário portanto jovens que têm ensino superior que estão em profissões digamos de baixas competências ou de baixas eh qualificações cerca de 30% uhum de jovens está nesta situação ou seja podemos olhar para isto por um lado há aqui um desperdício de investimento do sistema há aqui um frustrar de expectativas e depois há aqui um resultado obviamente estar num uma profissão de sobre ser sobreado sobre educado numa profissão também implica baixos salários portanto está associado também a um salário inferior relativamente a
uma profissão onde tivesse um nível de escolaridade adequado portanto uma coisa que era garantia há há alguns anos hoje em dia já não é não é a licenciatura que era garantia de uma vida melhor ou de um salário melhor p é sempre melhor do queem não tem e há também aqui outro fenómeno que é o eventual e efeito de substituição dos licenciados substituírem quem tinha eh anteriormente o ensino secundário Ou seja a mesma profissão mesmo tendo o nível de qualificações exigidos relativamente baixos O empregador e entre quem tem o ensino superior e entre quem tem
o ensino secundário per era até pagar um bocadinho mais mas um pouco mais portanto uma diferença pequena mas contratar quem tem mais qualificações em detrimento de quem tem eh menos qualificações portanto este processo de aumento da oferta do capital humano sem ter havido economia suficiente e estamos a falar de um período longo de estagnação portanto não me refiro aos últimos três qu anos ainda a economia portuguesa teve tem tido um desempenho superior à média europeia mas o grande período digamos desde a crise financeira até digamos até à pandemia onde o crescimento foi muito lento e
e este processo de oferta adicional de de qualificados a economia não correspondeu e portanto temos aqui um efeito de substituição dentro das próprias Organizações e portanto o quer dizer que temos aqui um Digamos um stock de capital humano que está alocado a setores de baixas qualificações e de baixo nível de conhecimento e tecnologia nomeadamente quer as atividades ligadas ao comércio e as atividades ligadas ao turismo restauração representam cerca de 40% do emprego dos jovens atualmente portanto são atividades de baixo valor acrescentado por natureza e de baixo e e nível de conhecimento incorporado e portanto há
aqui de facto aqui um problema que é que é estrutural bem e não pode até ter consequências ao nível da produtividade desse licenciado que está a desempenhar um papel sim portanto os estudos mostram que o momento em que se sai o primeiro emprego e o momento do ciclo económico em que sai do sistema de ensino determina ganhos ou perdas consoante a ser mais favorável a menos favorável ao longo de todo o ciclo de vida Isto é quem terminou por exemplo quem entrou no mercado de trabalho em 2011 ou 2012 eh leva digamos uma cicatriz isso
está estudado são as cicatrizes de entrada que se prolongam ao longo de todo de de todo o processo o mesmo se diz relativamente ao primeiro emprego que é fundamental depois também na na curva digamos salarial e e de progresso ao longo do tempo agora a sua questão era como é que o sistema de ensino se pode adaptar a isto não é portanto voltando agora a como é que o sistema de ensino se pode ajustar ou se é o sistema de ensino tem de se adaptar é isto é sempre os dois lados portanto nós temos o
lado do do sistema económico digamos das empresas mas temos o sistema de ensino Primeiro lugar eu acho que o sistema de ensino tem que alterar isto ao nível política Central alterar os incentivos quer ao nível do ensino profissional e secundário quer ao nível do ensino superior os incentivos eh para que as próprias eh quem define a oferta que tenha mais em quanta os níveis de empregabilidade e digamos o contexto Onde estão inseridos eh porque por exemplo faz-se para o ensino profissional e faz-se aquilo que se chama o s que é o Sistema Nacional de antecipação
da necessidad de qualificação é uma concertação que se faz a nível local ouvindo os vários agentes para justificar os cursos que vão ser eh oferecidos Mas isso não é feito por exemplo a ensino superior Portanto o ensino superior quando a universidade pretende Abrir cursos e na área a b ou c tem muito mais a ver com os interesses com os incentivos internos do que propriamente com o apelo do exterior a não ser quando o ministério eh traz alguma cenoura por exemplo e diz assim se a universidade Abrir vagas na área X ou Y A universidade
tem acesso a mais financiamento e portanto aí os reitores vão atrás e portanto obrigam digamos a estrutura a ajustar-se mas é tende a ser muito mais do exterior do que de dentro para fora de dentro para fora os incentivos são as carreiras são a oferta aquilo que já existe e portanto os incentivos são diferentes portanto est tem inclusivamente a ver com o corpo docente não é é isso que eu dig port temos mais professores de francês do que de espanhol mas a procura vai para o espanhol como é que é que vais fazer aos professores
de francês e portanto H aqui ajustamentos que são lentos também a economia como ouvimos na intervenção anterior e é mais rápida do que é o ajustamento das instituições isto também não se pode pedir a uma instituição que de repente deixa de ter cursos na área A ou B passa a dar na área C até porque mais tarde os da área B voltam a ser necessários por exemplo há uns anos atrás a carreira de ensino dizia que já tínhamos professores a mais e portanto que teria sido Portugal se tivéssemos eliminado um conjunto de Formação aérea do
do do ensino e agora precisamos dos professores e já não temos portanto est são ciclos muito longos em que os processos de ajustamento at oferta e a procura são são lentes agora há aqui uns aspectos que é e que e algumas destas dificuldades adé do facto de termos uma estrutura em que temos o emprego e a solidaridade social numa gaveta e na outra gaveta a educação e a formação profissional como está dos dois lados é sempre aqui um parente pobre que é um bocado enxotado e e quando eu digo isto eh não é no sentido
eh por exemplo um exemplo muito prático a formação profissional mesmo ao nível do ensino regular é financiada com Fundos europeus ainda isto é uma despesa corrente do Estado portanto os Fundos europeus não deveriam servir para financiar despesa corrente do estado e isto gera às vezes algumas disfuncionalidades por exemplo uma escola secundária e eu conheço várias precisa de contratar um técnico específico para uma uma portanto para lecionar um uma uma umas áreas programáticas em que a escola não tem recursos é um técnico de soldadura por exemplo precisa de alguém no mercado de trabalho que conheça e
que vai ensinar e vai pagar um sistema retiros verdes por exemplo dado que isto é pago com Fundos europeus essa pessoa que vai ser contratada vai receber muitas vezes com um prazo de 1 ano 2 anos de atras depende do ciclo dos Fundos do processo de contratação pública etc ou seja é um sistema que é disfuncional e não consegue depois ir ao mercado e por exemplo e buscar os melhores técnicos para trazer para dentro das escolas esta separação entre o sistema de trabalho e de emprego e o sistema de educação faz com que e e
estão aqui presentes responsáveis do efp quantas vezes colocava a questão quantas vezes já foram eh convidados a irem escolas do ensino regular e fazerem uma apresentação sobre o que é o mercado de trabalho no no local fazerem um convite aos alunos a visitarem empresas Ou ou vice-versa fazer o contacto com os empregadores e e visitarem empresas os nossos jovens terminam ensino eu diria que 90% ou 95 não sabem o que é uma fábrica não sabem o que é um trabalhar no hospital não sabem quer trabalhar numa repartição portanto não tem estão muito distantes do que
é o mundo do trabalho real e muitas vezes o que acontece é o contrário é leva-se alguém é isso leva-se al exp exper Por exemplo quando se fala hoje o que é a agricultura hoje e as pessoas pensam da Agricultura hoje que era feita como agricultura 40 anos é que não tem nada a ver não cultura hoje é muito mais feita no escritório do que do que no terreno não sei algumas tarefas em em concreto H quem diz a agricultura diz o o ambiente de fábrica portanto há fábricas em que o nível por exemplo de
limpeza que já estive presente é maior do que do que do que nesta sala por exemplo o Regal de exigência por exemplo no caso M uma empresa que Visitei que era de fabrico de de material médico e cirúrgico portanto a pessoa era quase esterilizada antes de entrar portanto aquela ideia do sujo da da ferrugem do lixo ambiente de trabalho do Óleo portanto ISO são tudo mais mitos que são Associados à geração anterior que lá passou portanto e esta falta de contacto e de proximidade poderia ser estes digamos estereótipos podiam ser rebatidos e podiam ser combatidos
através de iniciativas conjuntas entre aquilos que sãoos sistemas locais de emprego representantes do FP seções empresariais etc e as escolas e as autarquias podem fazer aqui aponte mas obviamente para isto é preciso haver lá está os incentivos estarem alinhados Provavelmente tem que haver aqui algumas cenouras e tem que haver aqui alguma alguma também política para para esse sentido eh eu tenho feito um trabalho no a nível territorial com a a comunidade intermunicipal de Val do a que é muito diversa Portanto tem desde municípios muito industrializados entre os mais exportadores do país caso de Famalicão ou
Guimarães e depois outros municípios mais rurais e a experiência que eu tenho a este nível da do sistema de antecipação na cidad qualificação é que mesmo as políticas locais dos municípios nível de ensino profissional divergem muito portanto há municípios que fazem o ensino profissional como uma aposta e portanto agora o concurso recente dos do âmbito do prr do centos de TEC especialização tecnológica eh que são podem ser iniciativas muito interessantes para tornarem Mais apelativo também e para renovar também esta oferta profissional nem todos os municípios foram a jogo a jogo na mesmas circunstâncias mas não
porque não lhes interessa aquele são políticas locais ou seja podemos ter o o jovem que nasça no município x vai ter mais oportunidades Neste contexto do que n o que nasça no município Y às vezes ao lado distante de 10 ou 15 km portanto Isto são políticas locais portanto aqui esta diversidade local traz aqui também pode trazer aqui algumas desigualdades que que que que podem ser acho eu limitar um pouco as opções dos jovens mais tarde mas portanto é esta primeiro esta ligação entre o decídio económico e e o no o o sistema produtivo é
fundamental depois a forma como se comunica portanto eu acho que nomeadamente o o o serviço público de emprego mas eu diria quase as instituições todas públicas não sabem comunicar com os jovens nós não usamos os canais certos e e as Universidades também não é portanto Como é que os J como é que chega a informação aos jovens é um problema bastante transversal transversal a público perguntamos noos isso todos os dias no no jornal não é portanto Como é que os jovens adquirem forma que lhes passa informação eu falava-se há pouco da profissão de influencer às
tantas também temos aqui uns influencers certificados no mundo do emprego para passar informação correta Será que os jovens sabem procurar emprego sabem eh Será que a informação chega lá eh est esta questão eu acho que é fundamental porque aqui de facto os jovens não seguem os mesmos canais de de acesso à informação que nós seguimos eh e portanto Às vezes fico incomodado porque lido com os jovens todos os dias e então não viste aquela aquela oportunidade não te candid Taste a alunos mestrada a licenciatura não não sabia onde é que isso está tava ali quer
dizer não viste o e-mail mas eu não lei e-mails quer dizer eh seguem outras formas portanto e aqui há uma necessidade de alterar as nossas formas de comunicação também ou se não chegar a aos jovens chegarmos aos pais os pais também muitas vezes não têm acesso a essa informação mas há aqui claramente não é por falta de oportunidades Mas é por falta de como é que nós chegamos a esse público e e aqueles são estratos sociais T mais facilidade no acesso à informação também acabam por ser aqueles estão mais atentes às melhores oportunidades e que
as conseguem esta questão do acesso à informação também gera aqui um mecanismo de desigualdade que pode ter CL V vári em várias áreas e setores Claro eh Paulo Pedron eh ainda no neste inquérito e e porque isto no fundo está tudo ligado h relaciona-se a questão laboral com a imigração e as respostas dos jovens inquiridos mostram que 55% ponder vir a trabalhar fora do país portanto mais de metade e mais de 80% dos que têm a tentação de sair para Portugal é porque querem ter mais dinheiro disponível e numa altura em que tanto se discute
o IRS jovem no âmbito do orçamento quer darnos exemplos ou falarmos de políticas públicas que podem ser implementadas para assegurar que os jovens tenham acesso a empregos dignos e bem remunerados em Portugal Boa tarde antes de mais e muito obrigado ao aquiel por este por este convite para estar aqui convosco eh eu acho que nós temos que olhar para a questão da migração dos jovens com e digamos de olhar aberto para a diversidade de fatores h e h este inquérito diz-nos de um modo muito claro que H há um ponto que é decisivo para a
formação para a formação decisão que é a expectativa de um nível salal sendo engraçado que é contraditório aparentemente eu acho que não é mas parece contraditório com dizer-se que o que os jovens mais valorizam é a carreira não o salário que é dito noutro ponto eu acho que não é contraditório e aliás há várias coisas que vêm antes do salário não é e não é contraditório e nos obriga a pôr esta questão de eu ter a ideia de que ganho mais dinheiro fora na perspectiva de ter a ideia que tenho mais perspectivas de vida ou
seja se isto for verdade não é só um problema do meu salário no dia em que eu entro na função eh digamos em que eu entro em que eu entro em funções eh e em Portugal e Julgo que este é um assunto para as políticas públicas naquilo que disse houve uma erosão do conceito de carreira uhum eh que este inquérito também reflete até porque nós vemos os jovens a dizer muito transversal não é não mas nós vemos os jovens a dizerem que querem carreira mas a desvalorizarem a segurança no trabalho portanto dá um pouco a
ideia de que a carreira é uma espécie de surf da onda portanto em que os jovens vão surfar as ondas que lhes forem que lhes forem Possíveis quando nós tínhamos um modelo de carreiras que assentava se quisermos num Edifício sólido que tinha a contratação coletiva a definição de uma carreira uma regras para a progressão na carreira uma combinação entre regras de promoção por mérito e regras de promoção por antiguidade que no fundo garantia que um trabalhador que ingressasse numa profissão Tinha De algum modo uma proteção eh para necessidades de diferentes fases do ciclo de vida
eh digamos e tudo isto está de algum modo a desaparecer e portanto mas também tá relacionado com a erosão dos próprios sindicatos ou não ou a mesma questão eu penso que podemos saber eu acho que seria injusto para os sindicatos dizer que rizão dos sindicatos é a causa disto Mas é consequência não não é causa é a consequência e e portanto claramente eh Há pouco o o o Pedro mata Soares falou aqui um pouco disso e aquilo que eu poderia chamar a fragmentação do mundo do trabalho e aquilo que numa perspectiva um pouco diferente do
Pedro morta Soares eu podia dizer chamar o ressurgimento de modelos de negócio que e e digamos levam ao máximo a mercadorização do trabalho eh portanto algo que nós tivemos no fim do século XIX e no início do século XX eh e que pensamos que digamos a concentração na fábrica a tecnologia a proteção social o direito do trabalho tinham feito desaparecer e que hoje se tornam digamos de novo possíveis E porquê não é pela diferença da tecnologia é porque o direito do trabalho não está a ser capaz de se adaptar às novas realidades a questão das
plataformas é desse ponto de vista exemplar mas eu estamos ainda no primeiro digamos no primeiro ponto que é para mim este quando um penso que eh o processo de imigração isto bate com o que se sabe com o que a literatura diz sobre os processos migratórios o processo de imigração é um processo de antecipação de uma vida melhor não é um processo de eh digamos ir procurar um salário de de curto prazo e quando em Portugal se discute isto na perspectiva de saber que vamos lá com prémio de RS eu tenho só um dado para
para nos ajudar a refletir que é se fosse a taxa de imposto que inibi aos jovens de migrar a migração Romena e também a búlgara era zero porque os jovens romenos têm uma taxa de IRS de 10% e têm desde 2005 entre 2005 e 2018 16% de Taxa Única portanto a roménia e a Bulgária são países que são forte origem de movimentos migratórios eh e que têm eh flat rates de 10% e portanto penso que é um equívoco julgar que eh eh eh é digamos mexer nas taxas de imposto para aumentar artificialmente o salário líquido
à custa de eh eliminar o financiamento do estado para funções essenciais que vai conter este fluxo o que pode conter este fluxo e parece que o que o João aqui dizia é a questão do salário adequado para jovens qualificados porque o João disse e bem há uma erosão do prémio e não há só uma erosão do prémio há de algum modo uma desvalorização económica do trabalho qualificado Em certas funções e há um ponto em que eu tenho uma uma visão ligeiramente diferente do João nós no colaboro o Frederico cantante publicou recentemente um trabalho em que
foi analisar a questão da sobre qualificação de um ângulo diferente e do meu ponto de vista e dando-nos informação sobre a qual vale a pena ponderar porque nós temos olhado para a sobre qualificação dizendo assim hoje há profissões em que há a maioria de jovens diplomados em que antigamente maioria de jovens maioria de pessoas diplomadas em que antigamente a maioria das pessoas não eram diplomadas e portanto se as pessoas passaram a ser diplomadas há uma sobre qualificação O que é que esta equipa do colabor foi fazer foi dizer assim fomos Eles foram analisar a descrição
da profissão e qual é o requisito para o Qual a profissão apontava e o que encontram é que Portugal tinha uma sub qualificação sistemática ou seja tinha muitas pessoas a trabalhar em profissões que Regi Uma qualif que exigi uma qualificação superior a que as pessoas tinham e aquilo que H num outro ângulo é dizer os jovens estão sobre qualificados neste ângulo é dizer a sub qualificação está a desaparecer e o que acontece é que a subquente com o que essa profissão tem noutros países então é racional que numa situação de mercado aberto que não é
um acidente é um projeto político que tivemos nós tivemos um projeto político ho se o mercado de trabalho europeu num situação de mercado aberto se eu vou ocupar uma profissão que é igualmente qualificada noutro país e tenho um salário que é significativamente superior eh a mim parece-me queer tentar tapar o sol com a pineira a pensar que isto tem a ver com o diferencial exclusivo de imposto sobre rendimento que eu pago o FMI já disse isso também não é e o conselho de Finanças Públicas com esta reflexão então nós temos uma pergunta concordo com o
que o João disse e portanto de algum modo nós estamos aqui a uma questão que quer dizer assim então onde é que está o bloqueio eu penso que o bloqueio está em dois sítios eh Há um bloqueio objetivo que o João já falou que é a nossa estrutura produtiva a nossa estrutura de especialização e portanto Portugal precisa do que poderíamos chamar uma nova política Industrial eh e portanto uma nova política Industrial portanto que no fundo nos permita assentar o crescimento das próximas décadas numa base diferente do crescimento da última década porque Como disse o João
e bem nós viemos período de estagnação um longo ajustamento com período de estagnação depois de uma desindustrialização eh eh no fim do do século XX eh e agora estamos a crescer essencialmente com o turismo e esse crescimento nunca gerará digamos não diminuirá esta pressão migratória ehh e portanto precisamos de uma política industrial e eu concordo com quem diz que esta política deve ser seletiva os meios do Estado São limitados e portanto nós devemos ter uma capacidade de apostar em setores estratégicos e pelas sua reprodutividade pela sua capacidade no fundo invertendo a situação que o João
definia que é de eh eh digamos eh eh o o os empregos disponíveis mudem Esta é uma dimensão mas não uma dimensão para amanhã Claro eh e portanto temos que ter consciência que este fenómeno é um fenómeno que vai parar eh digamos não há forma de pôr um tampão administrativo neste fenómeno a não ser o de limitar as expectativas dos jovens eh e não creio que isto que isto vá funcionar nas circunstâncias atuais eh e para quem pensa que se limita administrativamente a migração recordo o Portugal dos anos 60 até era proibido passar a fronteira
não era por isso que as pessoas deixavam de passar hum agora há uma segunda dimensão a fazer que é o regresso de uma coisa que desapareceu em Portugal nos últimos anos que são políticas salariais o salário e até digamos o João pode depois corrigir que ele é economista de trabalho não o salário é tratado hoje em Portugal pelas empresas a e por nós todos como uma mera variável de ajustamento há uma série de custos e depois eu vou ajustar digamos na função e digamos em função da digamos da do equilíbrio entre a oferta e a
procura o preço e aquilo que no fundo a erosão da contratação coletiva e voltamos ao ponto das carreiras a erosão da contratação coletiva e o desaparecimento das carreiras e introduziu uma flexibilidade na minha opinião excessiva dos salários que leva a que as empresas mesmo quando os salários sobem continuem a competir pelos salários e há um facto que hoje nós podemos dizer em Portugal as nossas empresas são competitivas no mercado externo ao contrário do que era por exemplo o nosso discurso no fim da primeira década do Século XXI nós hoje ganhamos cotas de mercado nos mercados
internacionais nós eh digamos e eh temos um setor digamos já já não estamos na situação então em 2005 2006 2007 temos um setor exportador e a pergunta que se coloca é qual é o nível justo dos salários para este nível económico e o Fernando Alexandre antes de ser Ministro da Educação num parecer que escreveu para o conselho económico e social com colegas da da da Universidade do Minho chamou a atenção para um facto que temos andado a esconder a esconder a não valorizar que é que na última década quebrou-se um que eu diria é um
elo sagrado da política salarial que é a variação entre o salário e produtividade uhum há setores em que os salários diminuem a produtividade quase duplica e creio que nós precisamos de fazer voltar o contrato social à ideia de que uma melhoria da competitividade implica Uma expectativa de justa remuneração eh digamos para as as profissões e portanto por exemplo eu tenho Pena de não ver no acordo contação social eh uma ligação por exemplo ou qualquer medida que promova uma ligação entre as variações da produtividade e as variações dos níveis dos níveis salariais portanto sem uma política
deliberada nesse sentido sem uma contratação coletiva que dignifique o conceito de carreira profissional eu penso que os jovens que tenham algum poder de mercado os que têm informação os que eh digamos têm acesso e que sejam ambiciosos numa situação de mercado aberto procurarão e naturalmente procurarão naturalmente sair e e digamos tudo o resto que nós fizermos de algum modo é procurar e combater infecções com aspirinas muito bem Paula Paula lamerei a Paula antes da conferência partilhou comigo as conclusões de alguns estudos que a Rand stad tem feito sobre jovens e trabalhos tirei várias notas sobre
isso que são interessantes por exemplo trabalhar de casa nem sequer é negociável para dois em cada cinco jovens 51% ficariam num trabalho mesmo que não tivessem possibilidades de progressão Este é um estudo internacional não é exatamente 57% não aceitariam um trabalho que não permitisse conciliar a vida familiar e a vida laboral 60% consideram que a sua vida pessoal é mais importante do que a laboral o que lhe pergunto é sendo a flexibilidade no trabalho um tema cada vez mais importante nota-se para quem está numa posição como a sua e trabalha com recursos humanos nota-se uma
mudança de geração para geração como é que a rade olha normalmente para esta procura por modelos de trabalho flexíveis entre os jovens e o que é que motiva os trabalhadores a buscar essa flexibilidade no fundo bem antes de mais uma boa tarde a todos é um gosto estar sentada neste painel obrigada pelo convite e tenho estado aqui a escutar a atentamente tudo o que está a ser partilhado e acho que começo por dizer que é muito importante do ponto de vista de reflexão e de debate público juntar-se a a a visão académica à visão das
empresas começarmos cada vez mais também a trazer este pensamento científico não só científico mas também h de visão Global como é que podemos adaptar a nossa realidade em termos de mercado de trabalho porque ela está a mudar fazendo só aqui um pequeno enquadramento nós enquanto empresa multinacional sentimos a necess estando localizados em 34 países de compreender um pouco esta esta movimentação do mercado de trabalho e as tendências do mercado de trabalho precisamente porque estamos entre as empresas que recrutam e os candidatos que procuram o emprego portanto nós estamos naquele permeio que é importante para por
um lado H promover o debate e a reflexão para as empresas que estão à procura de candidatos mas também podermos ser um facilitador nesta reflexão que a academia que as escolas podem fazer junto dos seus alunos para a ingressão no mercado de trabalho e é aqui que nos queremos posicionar o estudo que tive a possibilidade de partilhar é um estudo que é feito por nós já há 21 anos portanto nós somos uma empresa com 65 anos de Mercado Global e é particularmente interessante ver que temos estado a falar de Portugal mas há tendências que estão
eh transversais e são transversais quando falamos do mundo h e a verdade é que H já gerações e gaps geracionais sempre existiram portanto não é é algo que devemos olhar hoje com mais atenção e falando de um ponto de vista Empresarial eu diria que nós tivemos todos pela primeira vez um laboratório comportamental particularmente interessante que nos trouxe muitas coisas negativas como é óbvio mas que foi a pandemia que nos obrigou a todos a estar durante um período de tempo completamente eh na mesma situação e na mesma posição mesmas diferentes gerações e é particularmente interessante perceber
do ponto de vista da empresa e de quem está a receber eh H candidaturas eh a nível Mundial não só aqui local é particularmente interessante compreender que este laboratório fez mudar ou contribuiu para alguma mudança de perspectivas de ambição e de motivação de quem hoje Procura emprego mas nas empresas nós convivemos com todas as gerações e com toda esta divisão geracional e os decisores fazem parte de gerações diferentes portanto é particularmente interessante perceber que hoje tal como a snia indicava em termos de números o estudo que temos feito e para este work monitor para para
2024 permite ter uma amostra de 27.000 pessoas em 34 países entre os 18 e os 60 anos e os 67 anos de idade e aquilo que nos demonstra é que efetivamente e transversalmente e Portugal não é exceção as novas formas de trabalho o trabalhar a partir de casa estão muito ligados a à aquilo que estava H ainda há pouco a ser referido que é esta noção de que a minha Progressão de carreira a minha ambição hoje não está associada única e exclusivamente a status a salário e portanto há um modelo que cada vez começa a
ser mais falado é um modelo ABC a de ambição a ambição dos jovens e principalmente desta Geração Z que chega agora ao mercado demonstra muita motivação para a Progressão de carreira o salário também portanto como é óbvio falávamos e e e não se pode dissociar a procura de outras de melhores oportunidades mesmo que fora do país às condições salariais mas há outras características que são colocadas em cima da mesa para os jovens que hoje procuram trabalho e que ditam muitas tendências em termos de mercado e que penso que as empresas devem estar particularmente atentas nomeadamente
a perspectiva do B do balance do balanço e portanto este este balanço este equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional torna-se cada vez mais relevante e aqui acredito que seja para todas as gerações hoje procura-se muito esta esta visão do equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional que teve um contributo elevado com a experiência do trabalhar a partir de casa mas não é só o trabalhar a partir de casa é o trabalhar em qualquer localização hoje por exemplo temos muito pedido de eu poder trabalhar para uma empresa de qualquer ponto do
clubo desde que respeit horários des e todas aceitam bem isso ou há áreas em que é mais fácil falamos de empresas uhum nós aqui ao falarmos da motivação dos jovens eu diria que este é o grande ou destas novas gerações eu diria que este é o grande desafio é se as empresas estão Preparadas para dar esta resposta e é particularmente interessante vermos movimentações globais até de grandes empresas tecnológicas que obrigam de uma forma direta todos os trabalhadores a virem para os escritórios portanto a tendência natural muito associada a esta visão de necessidade de presença liga-me
ao segundo ao terceiro ponto deste modelo ABC que é o c que é a conexão a perspectiva da conexão hoje está para muitos decisores nas empresas ligada à presença física mas a verdade é que para estas novas gerações a conexão está ligada ao feedback ao receberem informação isto tanto pode acontecer ao terem uma noção Clara sobre a evolução que estão a ter do ponto de vista de desempenho isto tanto pode acontecer presencialmente Como pode acontecer através de uma de uma ligação que se faça na na através de uma conference Call de um do do computador
Hum o que importa é é é a ligação e a ligação muito mais humana às vezes do que hierárquica ou funcional e portanto esta estas novas perspectivas têm mesmo que nos fazer pensar enquanto empresas se o que estamos a apresentar é eh Sem dúvida atrativo para quem está à procura neste momento e e quando falamos nós temos hoje em termos de taxa de desemprego Poderíamos dizer então são os candidatos que escolhem e e são os candidatos que estão a decidir a verdade é que efetivamente para determinadas áreas são os candidatos que estão a fazer uma
procura ativa que estão a fazer esta escolha nomeadamente todas as áreas tecnológicas nós hoje não estamos e o que sentimos do ponto de vista eh organizacional e é transversal é que nós não estamos fechados na barreira de um país hoje um jovem pode trabalhar eh da Ericeira ou de o do baixo alentejo ou de qualquer ponto do país para uma empresa noutro qualquer localização e portanto hoje do ponto de vista de mercado o nosso mercado não tem a barreira numa vertente aqui muito de visão da empresa não é portanto não de de de de de
versão eh a a verdade é que as oportunidades hoje podem sair e podem surgir para um jovem Mesmo não tendo que se deslocar fisicamente mas depende das áreas e portanto Depende das áreas de atuação e depende também da importância de darmos a perspectiva a todos os jovens relativamente a estas oportunidades é claro que do ponto de vista Empresarial quem tem um curso superior pode ter acesso a mais informação ou pode ter mais oportunidades mas a verdade é que um dos pontos que cada vez mais hoje liga também as novas gerações às empresas são os valores
que estas empresas preconizam e portanto a perspectiva da Equidade a perspectiva de de poder potenciar eh diferentes oportunidades para diferentes eh pessoas é fundamental e a abertura de portas das empresas para eh uma visão mais integradora H é é é é essencial e portanto esta perspectiva dos jovens que poderão estar numa faixa eh de eh H maior dificuldade em termos de Integração Social no mercado de trabalho é fundamental que sejam considerados para para para as empresas Paula e e uma questão a que se calhar pode responder melhor porque está na área das empresas H em
que é que em que ponto é que a inteligência artificial vem pôr grãos na engrenagem ou não Ou bem facilitar o a relação entre as empresas e os trabal Isso já é uma coisa muito falada claramente eu estive muito atenta à à apresentação do Dr Pedro Mota Soares que foi que para mim tocou em Pontos chave precisamente por isso porque como é óbvio a inteligência artificial vem a inteligência artificial não é um não é um não é uma estamos hoje cada vez mais a falar dela mas não é alo que esteja a acontecer desde agora
não é e portanto é alo que vem H Desde há e eu diria não só não só décadas a a a ser um tema a um tema cada vez mais presente curiosamente um dos pontos que este nosso work monitor nos traz é que h a inteligência artificial vai permitir Reinventar algumas funções criar novas acabar com outras mas o tema poderá não estar tão diretamente ligado ao H aniquilar de postos de trabalho mas sim a requalificação e a aquisição de novas competências para poder haver uma requalificação profissional Face às novas tendências e às novas necessidades porque
a verdade e este este este nosso estudo mostra-nos isso há uma apetência natural das novas gerações para pedirem às entidades empregadoras formação que lhes permita desenvolver competências Principalmente dentro das áreas que ligam a funções associadas à inteligência artificial portanto a a perspectiva eu diria que aqui terá que ser multigeracional é de que nós podemos adaptar a novas a novas eh realidades funcionais Se pudermos ter a preparação para o fazer como é óbvio há funções que vão acabar como é óbvio há funções que vão deixar de existir ou pela pela repetição a rotatividade de tarefas associadas
mas isto não é linear que tenha que deixar de ver a pessoa que ocupa aquela função a ocupar uma outra ou a ter oportunidades numa outra área e eu diria que é esta reflexão que quanto a nós deve ser feita que é o que é que nós podemos fazer enquanto empresas enquanto academia para requalificar competências e permitir que estejamos preparados para funções que hoje ainda não existem nem sonhamos nem sonhamos que venham a existir e portanto esta abertura de perspectivas sem rótulos é é é é é é verdadeiramente relevante e como ouvimos o Pedro mata
Soares dizer não adianta fazer muito futurismo porque certamente haverá Muitos erros eu tinha várias perguntas mas nós temos exatamente 14 minutos portanto vou vou saltar para uma pergunta que eu tinha final para todos e que tinha tinha a ver com isto com a geração com os jovens que estão agora a entrar no mercado de trabalho e que surgem Como já vimos diferentes modos com uma atitude eh distinta com mais preocupada com a com a saúde mental também com o Burnout com com os excessos laborais com os horários desregulados com a Equidade Como disse agora a
Paula com os valores da empresa e o que Eu vos pergunto a onde cada vez a começar pelo João Eh quanto tempo acham que demorará para que a visão do trabalho como era Concebida por gerações anteriores sobretudo a geração x os baby boomers seja completamente ultrapassada eu acho que n alguns aspectos não está a ser ultrapassada nós estamos a voltar a falar em valores que se falavam há 40 50 anos atrás eh eu só só um breve resumo quer dizer acompanhei até por razões familiares toda a história do que é o terceiro maior exportador nacional
que é Continental atual que era diora empresa de de pneus e é uma empresa que se instala numa zona rural e a própria empresa tem quase um sistema de Previdência Social interno portanto havia pessoas que saíam da empresa tinham uma reforma uma pensão dada pela empresa havia apoio à família havia apoio etc tudo isso foram políticas que se foram esboroar ao longo do tempo portanto ao longo do tempo passou e portanto Essas funções passaram a ser assumidas pelo Estado e a empresa passou a ter uma relação muito mais de de compra e venda de tempo
de trabalho uma relação muito mais que é o oposto daquilo que estamos a falar e e daqueles anseios certo e hoje a empresa depara-se com dificuldade em recrutar pessoas para algumas funções nomeadamente aquelas mais duras do ponto de vista físico e Dários etc e volta a implementar estas algumas das políticas que tinham sido ensaiadas há 50 60 anos atrás quando não havia sistemas de previdência a nível nacional e era a própria empresa que que fazia isso portanto neste aspecto alguns valores que estão a voltar e afinal eram importantes e que voltam a estar na agenda
porque esses valores também tem valor económico podem não ter valor económico no ano financeiro no Exercício contabilístico do ano mas que tem valor numa numa empresa a médio longo prazo é o tal longo prazo de que também se falou né E por exemplo aqui é um aspecto que que não falamos mas mas que é fundamental que é questão da aprendizagem ao longo da vida dentro da empresa os aspectos da formação ao longo da vida H ainda ainda há pouco tempo o Professor António Cunha referia que nós em Portugal portanto já temos digamos uma população eh
jovem eh no ensino superior ao nível da média da União Europeia mas somos dos países da União Europeia onde a a idade dos alunos é mais jovem isto quer dizer o quê que os nossos alunos são mais espertos e acabam mais cedo não quer dizer que não temos tido capacidade exatamente saímos do sistema ainda relativamente jovens e por exemplo provavelmente alguns destes jovens estão agora a terminar fazem intenção ou ou preferem também ir para locais que lhes permitam daqui a 5 se 7 anos poderem voltar à academia não para fazer o mestrado ou eventualmente formações
mais curta duração mas que lhe permita ter essas portas abertas e portanto e aqui quer as empresas quer o sistema de formação e educação tem que está preparado para isso Ou seja nós ainda não estamos adaptados para o público Isto é se eu tiver 35 anos ou 40 anos e for despedido ou tiver que mudar qual é o a oferta que eu tenho de formação como é que eu me Posso requalificar qual é o o digamos o o supermercado onde é que eu posso perceber as oportunidades que tenho isto está organizado eu acho que em
Portugal is não está organizado que alternativas é que eu tenho portanto aqui é uma tarefa mais uma vez quer do serviço público de emprego quer do sistema de formação e educação que que eu volto ao início portanto esta separação entre trabalho e educação em dois mistérios distintos faz sentido estarem mas é preciso haver aqui algumas pontes e é preciso de haver aqui algumas alguns espaços de de interligação Paulo P temos sempre ser prentes com as aspirações porque o que eu aspiro e o que eu tenho nem sempre são são digamos são coincidentes e há um
exemplo para para isto que estou a dizer que é um estudo recente o instituto de saúde pública da Universidade do porto Aliás foi publicado no público portanto e digamos apoiado pelos e grands que demostra uma contradição em Portugal após e após o nascimento dos filhos entre os casais Portugueses e os casais europeus e a a tendência nos casais europeus é que no ano a seguir nos anos a seguir ao nascimento dos filhos há uma diminuição de tempo de trabalho e inclusive para as mulheres uma diminuição de rendimento no nosso caso há um aumento do tempo
de trabalho e do rendimento de pai e mãe Eh o que é que eu quero dizer com isto isso é a culpa não a necessidade da só Engenho di o que eu quero dizer com isto é que esta e eu olho para este dado como a expressão de uma ansiedade mais do que uma mudança de valores ou seja nós eh exemplo num tudo em que eu também participei já há algum tempo atrás nós na altura Vimos que a decisão a decisão de ter filhos O ter primeiro filho estava mais associado à segurança no contrato do
que ao valor do salário uhum eh e portanto e portanto o que eu vejo aqui há muita explicação da baixa natalidade do sul da Europa com a segmentação o que eu vejo aqui e a minha hipótese é que os jovens não estão a expressar uma ansiedade a e que portanto que no fundo tem a ver com o sentir em que esta sua dimensão da vida pessoal está esmagada Neste contexto e digamos e uma e uma incerteza muito associada à vivência da da da precariedade na agora que se expressa de um modo diferente isso eu que
acho que é interessante um modo diferente do Passado no fundo no passado no tempo digamos dos movimentos coletivos isto era canalizado para a ideia de segurança no trabalho aqui é canalizado e penso que isto prende-se com coisas que que estava a dizer é muito para a ideia de como é que eu requir segurança pessoal e há aqui um dado perturbador sobre o futuro do trabalho que é esta ideia de que eu posso ter uma segurança pessoal totalmente dissociado de uma segurança no trabalho h no fundo É como se eu assumisse que o futuro do trabalho
será precário o meu futuro no trabalho será precário mas eu tenho que conseguir que essa precariedade digamos funcione a meu favor aqui há P há 20 anos dissociar não sim aqui há 20 anos o Robert ris contava digamos digamos contava que sentia isto nos seus nos seus alunos era um pouco como se e eu vejo isto aqui a acontecer um pouco como se o Imaginário eu usava este Imaginário o Imaginário é o de que o sonho de vida dos dos alunos de sucesso é serem era terem uma carreira de basquetebolista nós aqui diríamos de futebolista
seja uma carreira trca portanto uma carreira rápida de marca pessoal portanto eu vou procurar uma marca pessoal que me permita libertar todas as grilhetas h e e creio que hum provavelmente eh Há de haver uma ressaca daqui algum tempo dessa dessa tendência mas é isto que eu vejo que possa Digamos que possa estruturar toda esta digamos toda esta novidade eh digamos e e e toda esta posição depois há outra questão que também está presente eh e penso que é uma outra explicação alternativa que nós dizemos bom isto é novo bom se formos ver bem foi
há cerca de 50 anos há mais de 50 anos nós tivemos o flower Power tivemos o zip tivemos o nascimento de uma Juventude pós materialista e e portanto o o os valores pós-material estão muitas vezes Associados a digamos a progresso social e de facto e por muito que às vezes um certo pessimismo que nós em que nós vivemos a nos faça sentir Portugal teve transformações profundíssima num sentido positivo nas últimas décadas portanto esta geração uma geração que erda transformações e profundíssima e quando nós vamos ver digamos a percentagem às vezes já nos esquecemos há pouco
o matar estava a dizer quando vai para a frente começa por olhar para trás quando olhamos para o futuro do Trabalho em Portugal convém começar por por pensar que na última década e meia nós eliminamos centenas de milhares de trabalhos pouco qualificados na agricultura e e na construção civil por exemplo o nosso mercado de trabalho hoje é muito mais qualificado muito mais moderno muito mais desafiante do que era ainda H década e meia h e portanto eu creio que eh Há aqui o que há aqui de grande problema para o futuro é eh no fundo
uma melhoria material não corresponder ao nível de expectativas de melhoria que o país tem eh e portanto e nomeadamente eu penso que o grande Desafio em termos de política geracional é o de como é que nós vamos desenvolver políticas públicas que respondam a expectativas que são bastante mais altas do que as da geração anterior e que ainda por cima são alimentadas na ideia de que a geração anterior teve uma espécie de prémio eh Digamos que a nova geração não vai ter se quiserem sidade simbolizo isto num ponto que é o acesso à habitação própria hum
hum portanto a habitação própria na geração B boomer em Portugal o mantra era toda a gente ter habitação própria muitas vezes vamos Quando vamos a ver de ma qualidade com com imensos problemas mas a nova geração ao mesmo tempo tem expectativas de uma habitação de bastante mais qualidade e a noção de que não vai ter digamos de que não vai ter de que não vai ter acesso e portanto eu penso que um dos grandes problemas das políticas públicas e para as Juventude nas digamos nos próximos tempos é este é que o nível de eh Portanto
o o o o nível de expectativa que está gerada porque as qualificações melhoraram drasticamente porque o acesso a grupos que no passado eram superiores se democratizou porque pegando naquilo que dizia o João e o prémio salarial quando eu tenho 10% de licenciados ser alto não repercute tanto na economia como quando eu tenho 50 Claro e e portanto este problema só pode crescer e portanto nós temos aqui um problema de adaptar a mudança real chamemos assim à mudança de expectativas e e termino dizendo isto E no fim dos anos 80 um então sociólogo soviético chamado Vladimir
chupin e fez um relatório que na altura foi famoso na associação internacional de sociologia em que ele chamava a teoria das pirâmides divertidas e o que ele dizia era isto nós estamos a criar um valor de expectativas nos sistemas educativos de sucesso como se todas as pessoas pudessem ter uma posição de Topo na sociedade e muito poucas uma posição de base mas a sociedade que lhes oferecemos é o contrário e portanto o que é que isto vai criar vai criar dois tipos de desajustamento o posições na base que não conseguimos preencher E aí estão as
pressões para a chegada de imigrantes e pressões no topo que não conseguimos preencher e que vão da emigração até aos comportamentos desviantes eh e como é que nós contemos estas pressões no topo é do meu ponto de vista digamos O Grande Desafio coletivo uhum se calhar temos de escolher outro Há muitas coisas temos fazer outro modelo Esse é a minha convicção mas e mas portanto Há muitas coisas e de algum modo esta ansiedade mostra-nos alguma digamos uma par outra forma geométrica que de que dê resposta a isso Paula os salários reais desta geração só só
para Claro que sim os salários reais desta geração comparando com os salários reais da geração anterior quando tinham a mesma idade então ligeiramente acima uhum portanto vezes falão se anos claridade esta é o licenciada portanto a expectativa é que é diferente eu penso que já foi tudo dito e e do ponto de vista de H presente a olhar para o futuro eu diria que o que é importante verdadeiramente é não fazendo previsões porque é difícil por tudo aquilo que falamos fazer uma previsão mas acho que é muito importante um debate ativo atual e com uma
concretização efetiva por parte da empresa empregadores Mas também de informação e de preparação dos jovens para esta realidade de mercado dizendo que não são só os jovens que ocupam a realidade de mercado falamos de gerações portanto estamos a olhar para a geração z que é quem está a chegar mas é fundamental e foi aqui tocado um ponto essencial que é neste nesta rapidez com que estamos a acelerar porque é assim que funciona e é assim que tem que acontecer temos uma geração x temos uma Geração Baby boomers que independentemente da posição que possam ocupar ou
ter ou estar em termos de mercado também estão e precisam de ter este este acompanhamento para aquilo que vai ser eh o futuro do mercado de trabalho falo da geração x eu estou na geração x e portanto é fundamental compreender como é que também preparamos estas gerações para Face às necessidades que têm quer em termos de Formação quer em termos de eh desenvolvimento de competências para eh para a resposta que também têm que dar porque muitas destas eh pessoas que eu que estão nesta faixa e nesta geração ocupam hoje posições de liderança prisões de decisão
Tem empresas portanto esta preparação e esta e esta definição é fundamental para que possam fazer um um um melhor acompanhamento não só a quem está a entrar no mercado de trabalho mas também a quem hoje já procura outro tipo de condições e procura uma mudança dentro deste dentro deste mercado Portanto acho que estamos no presente na altura ideal para este debate muito bem acho que deixamos aqui bons e grandes desafios o nosso painel termina assim agradeço Paulo Pedroso João Cerejeira e à Paula lampia e a todos os presentes H Espero que continuemos esta discussão fora
daqui porque são de facto questões muito importantes Obrigada e boa tarde obrigada acho Parabéns ao público exatamente retomamos a conferência o futuro do trabalho 50 anos depois de Abril uma iniciativa do jornal público e da fundação Inatel agora para falar sobre os jovens e o trabalho atitudes comportamentos e oportunidades deste painel fazem parte Mafalda rebordão economista e membro do grupo de reflexão do Presidente da República Tânia Gaspar coordenadora do laboratório português de ambientes de trabalho saudáveis Paulo Marques coordenador do Observatório do emprego jovem e André Cardoso Presidente do Conselho Nacional de juventude na moderação deste
painel o jornalista Ruben Martin Ach que é indente boa tarde a todos sejam bem-vindos Obrigado por estarem aqui hoje vamos falar sobre os jovens no mercado de trabalho estamos num contexto muito especial e particular obviamente Todos estamos habituados da geração mais qualificada de sempre mas ao mesmo tempo estamos a viver numa geração com muita precariedade com difícil acesso à habitação onde um curso superior Nem sempre é sinónimo de condições de vida dignas e isso é um problema num país que se quer afirmar em termos europeus e mesmo em termos mundiais Mafalda vamos começar por ti
Obrigado antes de mais por teres aceitado este convite começo por te perguntar como é que Olhas para a situação dos jovens em Portugal Portugal é um país amigo dos jovens o mercado de trabalho português é bom para os jovens ou neste momento as melhores oportunidades estão mesmo lá fora eu acho que em relação à à última pergunta sear começo por aí se as melhores oportunidades estão mesmo lá fora eu acho que esta resposta pode ser envasada da minha parte ou seja PR contexto h eu saí de Portugal há 6 anos tenho trabalhado no mercado fora
de Portugal conheço muito bem o mercado de trabalho em Portugal por todos os tudo o que eu faço fora do meu do meu trabalho todos os projetos eh eh que faço eh sejam eles na área pública ou eh na área social são em Portugal com esta premissa de querer encontrar o mercado de trabalho melhor do que quando eu saí há seis anos atrás hh e acho que temos que olhar para o mercado eh português como é que evoluiu nos últimos anos e a condição dos jovens em Portugal h o que acontece eh é que na
maioria das vezes quando falamos disto e quando debatemos o tema dos jovens e do mercado de trabalho falamos maioritariamente sobre os salários primeira coisa muito importante falar é que em Portugal parece que temos medo de falar sobre o dinheiro h e medo de pagar bons salários H E eu acho na minha eh na minha visão até como economista que isto está errado porque o salário e e e sermos remunerados pelo trabalho que fazemos e acho que isto é uma característica muito comum da geração z que era a geração da qual eu faço parte H implica
que se nós tal e qual como dizias somos a geração mais qualificada de sempre esperamos ser remunerados em igual medida daquela pela qual nos qualificamos e o que é que acontece se a fundação Francisco Manuel dos Santos eh faz sempre de tempos a tempos de anos a anos um estudo que é os jovens em Portugal hoje que mostra exatamente que o que acontece é que um jovem hoje quando sai da faculdade ou seja tem ensino superior a diferença salarial que tem para um jovem que acaba apenas o ensino secundário é mínima ou na verdade em
muitas condições é praticamente igual ou seja não existe em Portugal neste momento de um ponto de vista salarial de mercado incentivo a um jovem ter o ensino superior e isto tá errado e em relação a onde é que as oportunidades são melhores aqui haveria uma série de fatores e porque este tema de falarmos do mercado de trabalho e da carreira impossível sem falarmos sobre a parte social ainda por cima os países da Europa do Sul São extremamente ligados à família e há uma uma conotação cultural muito forte também associada e isto faz com que no
momento em que um jovem decide imigrar o trador é muito alto ou seja esta ideia de que um jovem que está emigrado vive muito melhor do que um jovem que ficou em Portugal não é necessariamente verdadeira mas o que é que acontece eu acho que não é só um problema de Salários acho que é um problema de mentalidade em relação ao que é que os jovens podem fazer a tipo de cargos que podem desempenhar h e depois há um problema crónico que é Portugal é um país de pequenas e médias empresas e isso faz com
que se as empresas são pequenas não abrem head counts ou seja o número de posições que abrem nas empr empresas é de muitos tempos a tempos ou seja os jovens primeiro que consigam progredir para a próxima função aumentar o salário e chegar ao chamado mid Management não é portanto esta faixa intermédia entre as lideranças de Topo e uma posição de entry level é muito difícil e isto faz com que os jovens fiquem desmotivados h e é muito importante perceber que o facto doos jovens saírem não é em si mesmo uma coisa má na verdade um
Nobel de Economia na Índia estudou precisamente eh este movimento é ao qual chamou não fuga de cerbos que é esta expressão que nós usamos muito agora ultimamente com este tema dos jovens emigrar porque em Portugal saem 200 jovens por dia do país para para emigrar e eu fi-lo por escolha ou seja fiz porque queria descobrir o mercado de trabalho trabalhar uma empresa tecnológica global e portanto ter esta oportunidade de aprender mas hoje os jovens o que acontece é que já não é assim ou seja muitos deles não saem e necessariamente por escolha agora a circulação
e para terminar a circulação de cérebros em si não é uma coisa má uma coisa boa para a economia porque estes jovens vão ganhar valências experiências ver o mercado criar oportunidades de exportação por exemplo que depois Podem trazer para o mercado o que Portugal não tá a fazer e eu acho que é aí que não é amigo dos jovens é trazer esses jovens de volta Tânia pergunto-lhe o mesmo e Portugal é um país amigo desta geração ou seja Portugal dá condições para esta geração cumprir os seus objetivos profissionais depois de ter estudado eh sente-se valorizada
no no mercado de trabalho ou não estamos a conseguir reter estes talentos em em Portugal e isso pode ser visto como um problema ou não não sei diga-me ta eu é preciso ter uma uma abordagem digamos Global mas depois caso a caso são situações diferentes não é ou seja nós no laboratório portugues no ambiente de trabalho saudáveis estudamos os trabalhadores todos desde a entrada no mercado de trabalho mas também estamos a desenvolver um estudo no nos jovens universitários sobre as expectativas que eles têm em relação ao mercado de trabalho e o que acontece é que
cerca de metade tem umas expectativas muito negativas Ou seja a dizer que não vai conseguir ter a sua autonomia conseguir por exemplo ter a sua casa a sua vida portanto já partem de pé atrás ou seja já a partida não é quando estão em formação já vão antecipar que não vão conseguir fazer e isso é algo que também devia ser desde logo trabalhado Na na universidade e numa maior comunicação entre a Universidade ou a formação profissional e as empresas portanto é um algo que lá fora noutros países é feito de uma forma sistemática em que
muita formação Universitária é feita em contexto organizacional E aí há uma ponte mais realista entre o que é que eu estou a estudar e o que é que eu vou fazer e a expectativa daquilo que eu vou encontrar e portanto nós poderíamos melhorar nisso portanto trazendo aqui uma melhor comunicação entre as organizações a formação e as empresas por outro lado A questão aqui duas questões que dificultam a autonomia dos jovens por um lado esta questão dos países do sul definitivamente nós temos para o bom e para o mau temos uma grande proximidade com a família
e portanto Às vezes o sair é sentido como algo negativo quando de um modo geral até poderá ser positivo para a autonomia e porque muito nós perguntamos aos jovens se queres ir trabalhar para o estrangeiro e metade deles não quer mas perguntamos se tiveres que ir para ter melhores condições vais e grande parte deles diz que sim portanto como a colega estava a dizer uma coisa é irmos para o estrangeiro Porque queremos Porque queremos experimentar coisas queremos ter novos conhecimentos outra coisa é irmos porque sentimos que aqui não vamos ter as mesmas oportunidades por outro
lado Acho que todos nós como sociedade damos uma perspectiva muito negativa aos jovens sobre a sua o seu futuro digamos assim primeiro há uma pressão Grande para o sucesso académico para as pessoas estudarem terem boas notas mas depois o feedback que os trabalhadores do modo geral dão é que é É muito difícil trabalhar estão sempre à espera do fim de semana que o dinheiro não dá para nada e os jovens muitas vezes dizem mas eu não quero isto tem mas eu tou aqui a trabalhar para depois passar o resto da minha vida a queixar-me que
não não estou bem e portanto também não há aqui uma uma perspectiva muito positiva do contexto para o que acontece aos jovens eles acabam por ter uma coisa boa nós no nosso estudo comparamos as várias gerações em relação aos ambientes de trabalho saudáveis e verificamos com dos médicos dos personais médicos que é algo que é interessante ver que é a única exceção no país os jovens têm efetivamente um maior um maior bem-estar mas uma maior distância do trabalho portanto acabam por conseguir ter aquela perspectiva de conciliar as várias áreas da vida e perceber que o
Pilar do trabalho é um fica lá no trabalho mas depois eu vou fazer a minha vida Portanto o ambiente de trabalho saudável é aquele que permite desligar do trabalho conseguir que nós articulos na nossa vida o tempo necessário e a disponibilidade necessária nos vários pilares da nossa vida e isso é a realidade da maioria das empresas em Portugal eh Pois é um facto que há um trabalho que está a ser feito e eu trabalho nisto há mais de 10 anos e agora felizmente desde a pandemia que sinto que as empresas e as pessoas nos ouvem
mais não é começaram a perceber o que é fundamental o bem-estar não só bem-estar não é só a ausência de doença é nós estarmos bem estarmos empenhados motivados envolvidos eh e portanto começaram a que é fundamental trabalhar estas questões com os profissionais no entanto há aqui algo que os jovens podiam aproveitar que é a necessidade de Recursos Humanos ou seja em qualquer empresa pública ou privada que eu vou dizem que é difícil manter os recursos humanos dizem que há realmente uma grande rotatividade que as pessoas chegam saem eh no outro dia um senhor dizia mas
olha nós damos-lhe telefone carro férias no México e eles vão-se embora e eu pensei Então se calhar temos que perceber o que é que eles agora valorizam não é o que é que é realmente importante para eles e quando eles referem eles realmente os jovens aquilo que me dizem que nós fazemos depois grupos focais com os menos de 25 neste caso e o que é mais valorizado é realmente a autonomia a confiança oportunidade de desenvolvimento acreditarem neles deixar darem espaço para eles mostrarem o que fem e por outro lado existe ainda uma questão de idadismo
Ou seja sentirem que muitas vezes os põem a fazer as tarefas que as outras pessoas com o mesmo nível de formação são não querem fazer mas são mais velhas e os mais jovens já não aceitam isso Dizem Mas porquê lá para eu ser mais nove não tenho que estar a fazer as coisas que os outros não querem fazer portanto há aqui uma atitude diferente que pode ser catalisadora de uma mudança do próprio mercado e os jovens em vez de desistirem e terem uma atitude um bocadinho de de também desesperança e desmotivação devão pensar que realmente
também podem contribuir para esta mudança de mentalidades Paulo uma economia competitiva precisa de trabalhadores eh trabalhadores qualificados os jovens tendem a sê-lo muito mais do que gerações anteriores felizmente o país tem apostado na formação das novas gerações pergunto-lhe se as empresas estão a saber aproveitar este talento que sai todos os anos das nossas universidades muito bem É uma pergunta difícil estamos todos a tentar eh responder essa questão ao longo deste debate h eu para responder a isso eu há há duas questões que gostava de abordar em primeiro lugar h eu acho que há um aspecto
há um certo elefante na sala que é o facto dos jovens quererem estabilidade no emprego e terem quererem progressão na carreira porque nós ouvimos muitas vezes dizer que o que os jovens querem é experimentar coisas novas é não estar muito tempo na mesma organização é é estar constantemente a a variar a conhecer outros colegas fartam que é a única maneira de serem aumentados Eu acho que esta é uma questão importante primeiro Isto é surpreendente eu acho que não vale a pena nós estarmos aqui a varrer para debaixo da do tapete primeiro lugar em segundo lugar
como é que eu vejo isso eh como nós falamos também aos nossos alunos nqt eh Há aqui uma questão importante que é as pessoas quando formam a sua preferência não formam da mesma forma se viverem nos Estados Unidos se viverem em Inglaterra ou se viverem em Portugal ou se viverem em França eu às vezes até des digo a brincar eh lembram-se da quando eles estão distraídos lembram-se daquela série do Emily in Paris em que ela está vem dos Estados Unidos e vai trabalhar para para França e há alguém que quer despedir e os colegas dizem
é que é impossível despedirem não não não te deixes enganar eh é um bocado Isto ou seja nós temos que perceber as preferências dos Jovens no contexto em que eles estão inseridos E qual é que é o contexto em que eles estão inseridos eles estão inseridos num contexto em que a esmagadora maioria dos trabalhadores mais velhos têm contratos permanentes e há uma há um peso enorme nos jovens de formas de contratação que nós chamamos muitas vezes atípicas contrata termo certo contar Man terem certo etc Isso é uma desvantagem enorme para os jovens isso viu-se bem
durante a pandemia nós até falá do desemprego a crise dos Jovens no mercado de trabalho a Organização Internacional do Trabalho falava nisso já havia aqui a diretora da organização internacional do trabalho e o lá os economistas da oit diziam isso foi a crise dos jovens na Europa do Sul porque é que foi a crise dos jovens porque as empresas despediram quem tinha contratos temporários E porque é que as empresas despediram quem tinham contratos temporários porque os setores económicos mais atingidos eram setores muito utilizadores de mão deobra com contratos a termo os jovens tinham um peso
muito grande nessas formas de nesses setores E ainda por cima o layoff simplificado impedia despedir quem tinha contratos permanentes mas não metia obrigatoriedade de renovar os contratos a termo portanto ter um contrato temporário é uma grande desvantagem num contexto em que eu funciono de certa forma como uma variável de ajustamento da economia ponto um Isto é bastante importante em segundo lugar Eh esses jovens muitas vezes também não conseguem progredir na carreira ou só começam a progredir na carreira quando T um contrato permanente porque até lá é como por exemplo os professores contratados no ensino secundário
ou os professores convidados nas universidades ou os bolseiros de investigação ou portanto Essas pessoas só a partir do momento em que tem um contrato permanente é que elas verdadeiramente progridem na carreira e acresce ainda o facto de muitas vezes para conseguir comprar uma casa para convencer o banco a dar um spred minimamente em condições é necessário ter um contrato permanente isso é muito valorizado neste tipo de países portanto não é por acaso que os jovens manifestam essa intenção de quererem ter estabilidade e de quererem ter e de quererem ter de certa forma o direito a
ter progressão na carreira Eu acho que isso é importante as pessoas formam as suas preferências nos contextos em que estão inseridos podemos discutir se está bem assim se está mal podemos ter uma visão mais liberal mais de regulação não vou entrar nesse debate mas eu percebo essa opção dos jovens agora qual é que é a grande questão que se coloca é que nós temos um modelo de crescimento da nossa economia em que os setores que têm alavancado o crescimento são setores que utilizam sason são muito sazonais querem utilizar formas de contratos flexíveis se o estado
recarrega na regulação dos contratos permanentes eles tentam usar os recibos verdes se se o estado carrega nos recibos verdes vai para e trabalho de outsourcing então regula-se o outsourcing então portanto gato e rato não é no fundo é isso que que acontece e portanto dizendo no fund onde não quero chegar é o de que h de certa forma aos jovens em Portugal vem na regulação do mercado de trabalho algo importante para os colocar em igualdade de circunstâncias com aqueles que têm um nível de regulação no mercado de trabalho maior a grande dificuldade é que nós
temos um modelo de crescimento da nossa economia que não acenta ou que de certa forma não quer dar valor a esse tipo de eh de certa forma maior regulação investimento na formação uma lógica de longo prazo etc etc etc e portanto isso cria grandes dificuldades agora o que é que nós podemos fazer eh relativamente a isso hh eu acho que nós não devemos abandonar a estratégia que que que delineamos de certa forma para o país que foi tentarmos mover-nos para setores de maior valor acrescentado e este nós de certa forma Nosso Erro Foi acharmos que
bastava aumentar as qualificações e aumentar as qualificações não é suficiente é preciso mais do que isso e é preciso dar um salto naquilo que o pau poderoso já dizia há pouco de nós precisamos ter um uma política às vezes industrial pode induzir em erro não é no sentido da indústria é no sentido uma política de desenvolvimento política articulada de políticas públicas que possa de certa forma alavancar esse esse crescimento económico em setores que nos permitam manter esses jovens agora isso é um Desafio muito grande é muito difícil nós temos que ter em conta que essa
esse desígnio é muito difícil de implementar nós às vezes falamos ah os países de Leste estão a crescer muito os países de Leste não não seguiram esse caminho os países de Leste o que fizeram foi apostar em atrair o investimento direto estrangeiro ter as fábricas e da indústria automóvel alemã que se deslocalizar para muitos destes países de Leste ter salários mínimos muito mais baixos do que os nossos tentar reduzir impostos para tentar atrair esse investimento mas eles não fizeram uma estratégia de aumentar qualificações no ensino superior de serem competitivos em setores de maior valor acrescentado
etc etc etc nós temos que ter noção disso agora é difícil fazer isto eu acho que nós devemos ter a noção de que é difícil fazer mas é preciso identificarmos o que é que nos pode fazer avançar já estou falar H algum tempo passar a palavra vou passar a André porque a definição de políticas públicas pode ajudar a corrigir problemas e assimetrias nomeadamente em relação a outras gerações e por isso pergunto André se achas que neste momento temos um governo e temos políticas públicas que estão a olhar para os jovens e a perceber como é
que se consegue melhorar as condições deste desta nova geração que está no mercado de trabalho mas que enfrenta estes problemas todos que já aqui foram referidos Ruben Muito obrigado pela pergunta uma pergunta muito interessante e E aproveito para agradecer o convite ao público à Fundação Inatel pelo convite é sempre um gosto de estar aqui e e parabéns pela coragem de pem jovens a discutir estes temas e quer a mim quer a colega porque são temas transversais e é importante pmos os jovens também a falar sobre isso e indo ao encontro da tua pergunta e temos
que ser intelectualmente honestos no sentido de dizer que sim têm sido dados espaços Principalmente nos últimos tempos naquelas que são as políticas públicas tendo em conta este que é um problema maior que se vive atualmente neste que é a emancipação jovem ou o custo de vida que se enfrenta na na vida dos jovens e portanto é sim preciso reformar políticas em termos fiscais para colocar mais dinheiro no bolso o que eu acho que é importante refletir é que por muitas reformas que se façam em termos de política fiscal e a maior parte dos jovens nem
sequer ganha o suficiente para serem tributados portanto todas estas reformas que possam ser apresentadas em muitos jovens não se vão repercutir porque os jovens não ganham o suficiente nós temos uma percentagem elevadíssima de jovens em Portugal que e jovens estou a falar da que mal terminam os seus estudos no ensino superior que se que entram no mercado de trabalho e que não chegam a ganhar sequer 1000 € por mês ora não ganhando sequer 1000 € por mês eh como e em que termos é que consegue se lançar para a que eh eh adquirir uma habitação
própria como é que se consegue emancipar e como é que vamos nós como país combater aquela percentagem dos 80% do da faixa etária dos 20 aos 29 anos que que vive na casa dos pais não porque quer mas porque não tem capacidades financeiras para sair e portanto apesar de terem sido apresentadas medidas positivas estamos ainda muito longe mas muito longe de conseguirmos resolver este problema maior que é o custo de vida que que assombra aos jovens custo de vida é este que num estudo muito recente no passado mas de de agosto foi dado como a
principal preocupação dos jovens porque nós sendo e vamos ser sempre a geração mais bem qualificada de sempre já e até foi dito no no no painal anterior que a nossa expectativa é muito alta Face àquilo que esperamos do mercado de trabalho É verdade que ainda compensa um um um jovem com ensino superior entrar no mercado de trabalho porque vai sempre ganhando mais mas tal como o colega dizia há pouco o o GAP entre aqueles que têm uma formação superior e aqueles que têm apenas a escolaridade obrigatória cada vez está a diminuir e estando a diminuir
a expectativa fica defraudada e e ficando defraudada Claro os jovens ficam e desanimados com o seu próprio país e e portanto podemos dizer que ainda falta muito muito por por fazer e no que toca às empresas elas estão a fazer o o suficiente para se adaptarem aqui não estou só a falar em termos salariais estou mesmo a falar em por exemplo flexibilidade em termos de horários ou não em termos de progressão na nas carreiras de quem entra agora as empresas estão a adaptar-se às cidades dos jovens ou ainda estão a trabalhar eu em vez de
responder a dizer se estão ou se não estão eu antes afirmava e punhos a dia a dizer as empresas têm que se adaptar a estas quase exigências dos jovens estamos perante uma geração que eh também se preocupa com os salários é importante ganharmos bem mas não só não é apenas isso portanto hoje um jovem preocupa-se também com o chamado work Life balance um jovem quer saber se vai trabalhar mas que depois que dá para fazer outras coisas se dá para ter outras ocupações eh depois do trabalho se há uma verdadeira política eh de valores e
de princípios à qual o jovem se eh tem as mesmas políticas e princípios que a própria empresa estamos a falar hoje um jovem quando vai uma entrevista de emprego eu já assisti isto eu próprio fiz isso quando passei por inúmeras entrevistas de emprego a perguntar não só o salário mas se ofereciam formação ao longo do período que estávamos lá a trabalhar se as políticas em termos de sustentabilidade não só ambiental mas também financeira e social da própria empresa estavam em linha com as minhas próprias medidas portanto os jovens hoje não exigem apenas o salário exigem
Como já foi comprovado há pouco e e e o estudo mostra isso mesmo tem outras preocupações portanto eu em vez de responder a dizer se as empresas se estão a não adaptar eu dizer que se têm que adaptar sob o ponto sob pena de essas mesmas empresas perderem os os jovens e Red derreterem o seu talento e há bocado quando falamos da os jovens não têm medo e nem têm medo nem a a o problema de rodarem entre empresas se virem que não se sentem bem se não se sentem felizes no próprio na empresa onde
estão inseridos portanto se as empresas não se adaptarem estão a perder capital humano porque há sempre um período de tempo em que tem que quase que formar o jovem ensinar como é que ele faz portanto se não retermos este capital humano nas empresas se as empresas não tiverem esta estas preocupações Então vão estar e a perder elas próprias dinheiro portanto Elas têm que se adaptar às novas exigências dos jovens ma falda é sempre complicado falar por todos os jovens mas queria aqui um retrato de o que é que quer um J vem de uma empresa
muito para além obviamente como como como disseste não só um salário bom porque isso obviamente todas as gerações querem mas o que é que a nossa geração quer do mercado de trabalho o que é que quer das empresas quer mais flexibilidade quer mais um horário das 9 às 5 quer outro tipo de benefícios quer férias do México não quer férias no México O que é que nós queremos eu acho que tal e qual como dizias é muito justo qualquer um de nós para já é muito injusto qualquer outra geração que não A Geração Jovem falar
sobre o que é que os jovens querem eu acho que isto é uma mensagem muito importante porque quando olhamos para a simeira das Nações Unidas que aconteceu na semana passada em que estamos a falar sobre o futuro as únicas pessoas que estão sentadas à mesa já para não falar da quantidade ínfima de mulheres estão sentadas na mesa Mas a quantidade de pessoas que está sentada à mesa são de uma geração muito mais velha a pensar o que é que é o futuro e surpreende-me porque de facto claro que essa geração são os decisores H que
de facto têm ência no futuro dos jovens mas talvez seja importante também convidar os jovens não para falar sobre tema dos jovens que estamos a falar sobre o que é que os jovens querem mas os jovens sabem falar sobre muitos outros temas sabem falar sobre saúde sabem falar sobre economia têm opiniões sobre política aliás podemos olhar este ano foi o ano em que mais pessoas foram chamadas às urnas para votar no mundo inteiro e é muito interessante ver como é que os jovens votaram nessas eleições já lavou às empresas mas acho que isto é um
ponto muito importante porque tratar os jovens como uma massa homogénea que tem toda a mesma perceção sobre o que é que espera do mercado de trabalho e o que é que quer do mercado de trabalho Talvez seja injusto e acho que é uma responsabilidade que não me cabe a mim nem a qualquer outro jovem falar por uma geração inteira e dizer o que é que o que é que nós queremos contudo podemos sempre olhar para os dados e eu acho que ess é é é sempre por onde devemos começar o que é que os dados
nos mostram e de facto eu até diria H que é curiosa essa expressão work Life balance porque eu já há alguns anos que eu balance não existe é life life balance work ou work and balance ou seja T Fashion é esta realidade que os jovens vivem para trabalhar nesta geração é completamente diferente mas porquê porque é uma geração que nasceu em especial na Europa portanto estamos a falar de países ocidentais privilegiados não estamos agora a falar sobre jovens noutros sítios portanto estamos no nosso contexto aqui nesta realidade de bolha que são jovens que nasceram com
as fronteiras abertas portanto esta realidade de viajar de de ter acesso e de criar expectativas sobre o mercado de trabalho de uma forma internacional é uma realidade que existe portanto este conceito de eu tenho expectativas em relação ao mercado em Portugal na realidade não é verdade porque as boas as boas Universidades em Portugal o que estão a fazer é abrir-se ao mundo a receber outros estudantes em Portugal e enviar estudantes de Portugal para outras universidades porque essa partilha de conhecimento é muito boa do ponto de vista académico eh e acho que nós temos exemplos extraordinários
de universidades em Portugal já nem sequer boa a minha casa de Formação que acho que é um ótimo caso de estudo que é nova sbe mas podemos falar de outras universidades como o técnico que formam dos melhores profissionais e que têm oportunidades extraordinárias quer em Portugal quer lá fora agora o que é que os jovens esperam das empresas Portanto o que o que é que os números nos mostram em relação às empresas primeiro tem a expectativa eu acho que este é um tema muito importante um dos fatores mais importantes é este da aprendizagem e este
fator da aprendizagem não tem que necessariamente significar que um jovem sai da empresa porque em especial Se tivermos a falar de empresas que têm eh vários setores de atuação ou que são empresas grandes com vários departamentos Mesmo que não seja uma empresa grande falamos de uma empresa de uma escala média tem vários departamentos portanto a oportunidade de uma pessoa que entra no mercado de trabalho nós aqui estamos a falar dos jovens e portanto posições dentro level mas que tem esta oportunidade de ver várias realidades dentro da empresa pensar na sua carreira como um portfólio quase
como um investimento não é a regra básica de investir dinheiro é diversificar o portfólio diversificar os nossos investimentos é o mesmo com a carreira um jovem Quer experimentar várias coisas diferentes perceber o que é que gosta de fazer um jovem e um não jovem pode ser uma pessoa de 50 anos porque na verdade os números mostram-nos que 50% das pessoas que nascem hoje vão viver até Aos 105 anos uma pessoa com 50 anos Tá ainda em em plena capacidade da sua carreira para mudar e de carreira e experimentar uma coisa completamente diferente seja no setor
ou não portanto esta compreensão por parte das empresas de carreiras de um ponto de vista de portfólio é muito IMP importante a segunda eu acho que este é um tema que se fala pouco mas é muito importante é as lideranças a gestão e aqui Voltamos ao tema de como é que os jovens estão a votar que é um bom proxy aqui para o lado das empresas esta geração o que o que nós vemos na forma como votam é que é a geração das causas identificam-se com líderes que no fundo defendem causas pelas quais eles também
lutam na verdade nunca houve nas empresas tantos grupos ou comunidades sejam comunidades de mulheres sejam LGBT sejam a sustentabilidade Há muitos grupos e comunidades diferentes e a maioria deles O que os números nos mostram é que são ou fundados ou ou que na verdade são alimentados para estas camadas mais jovens das empresas portanto querem no fundo sentir que tem este propósito maior e que as empresas também nos permitem portanto não só quando vão às urnas fotar e quando vão e esperemos que vão cada vez mais H mas também nas empresas que os permitam ter este
sentido maior de propósito e depois eu acho que este tema do salário é muito importante que é oportunidade de se receber um salário que é digno E isto é um tema muito importante em Portugal Porque Portugal é um país em que a maioria dos jovens e se cada nós estamos aqui a falar de uma posição até privilegiada porque somos jovens com curso superior que tiveram oportunidades de bons empregos se calhar nunca tiveram um estágio não remunerado mas a maioria dos jovens viv em condições extremamente precárias portanto muitas das vezes nem tem esta capacidade que nós
estamos a falar de exigir das empresas que façam x ou Y porque vivem em contratos eh precários e em Portugal os números também nos mostram isso a maioria dos jovens tê contratos temporários portanto h eu acho que tem que haver uma preocupação aqui até de uma ponto de vista de setor público para perceber como é que nós podemos incentivar isto e também ajudar as empresas neste papel H porque de facto já falamos sobre isto seria toda uma outra discussão mas os os temas de cargas fiscais o que que as empresas pagam pelos trabalhadores claro que
isso também tem um papel mas isto é um ciclo vicioso não é quando na verdade devia ser era um ciclo Virtuoso em que os jovens de facto tem esta oportunidade eu lembro-me aqui há uns anos atrás dos primeiros painéis que eu fiz ainda tava a estudar na faculdade o painel chamava-se já uns s ou 8 anos atrás uma vida várias carreiras eram três pessoas um quais de uma das quais era eu e em que eh pessoas que tinham carreira estavam há 20 anos na mesma empresa e olhava para aquelas pessoas e pensava eu nunca na
vida vou ficar 20 anos na mesma empresa porque é experimentar uma coisa diferente portanto eu acho que existe de facto eh um e e costuma-se dizer que o segredo da vida ou da felicidade é gão de expectativas e eu acho que há um grande gep entre as expectativas do que é que as empresas esperam dos jovens que ainda é esta ideia tradicional de que vão entrar investem milhões em onboarding Então se formos olhar para as Big foras consultoras investem milhões em onboarding para os jovens depois do anos saírem e portanto eu acho que é muito
importante e uma nota H haver mais oportunidades para ouvir estas pessoas que entram nas empresas quantas empresas é que fazem isto quantas empresas é que sentam jovens na mesa da decisão ouvir quais é que são as expectativas e isto não são Shadow porque esses bord não tomam decisões é mesmo convidar os jovens Onde estão a ser debatidos como é que vamos alocar os Fundos e etc Imagino que não sejam muitas das empresas a sentarem jovem ou melhor ouvirem jovens sobre as suas condições de trabalho apesar de sabermos que os jovens procuram que o trabalho não
seja a sua principal o principal foco da sua vida não é mas ao mesmo tempo sabemos que há muitos que precisam ter mais de um com trabalho porque não conseguem pagar uma renda por exemplo só com trabalho isso leva a alguns problemas nesta relação entre estas duas dinâmicas a pessoal e a profissional por isso Tânia aqui o o que lhe pergunto é como é que é possível encontrarmos aqui um equilíbrio que permita um jovem ter boas condições de trabalho quando sabemos o custo de vida que temos cá fora porque na realidade um jovem acaba por
sujeitar muitas das À vezes a trabalhos Nos quais ou tê qualificações a mais ou para os quais até nem sequer H é é é muito menos pago do que as suas expectativas isso levanta muitos problemas no que toca mesmo a felicidade no local de trabalho também destes jovens bem Isto é um algo muito complexo Porque em relação à questão dos vencimentos nós centramos na questão do salário e o salário tem dois significados não é tem um muito pragmático que eu conseguir fazer a minha vida do dia a dia ter a minha casa a minha alimentação
fazer as minhas férias e a investigação também mostra que nós o salário é importante até um determinado nível Ou seja que permite que nós façamos essa essa vida e que depois a partir de é muito mais subjetivo já há outros fatores que pesam mais do que isso agora quando estamos a falar de acima desse salário estamos a falar de uma coisa quando estamos a falar abaixo dess salári estamos a falar o salário que no fundo permite sobreviver pagar a casa ter todas as as despesas f temos que discutir estas duas coisas em em em Pontos
diferentes mas há uma coisa que tem sido comum nos jovens todos que aqueles com mais formação e os que têm menos formação que é realmente esta questão de não estar em empresas que eu sentem que não as tratam bem e aí tantos jovens com salário mínimo como jovens com salários mais elevados quando sentem que não estão bem vão-se embora Isto é realmente um padrão diferente isso não acontecia com gerações anteriores ou seja nós vemos gerações anteriores e eu eh e é muito interessante porque nós temos trabalhado cada vez mais também com gerações anteriores que tão
cada vez mais a pôr em causa as suas decisões e o seu percurso profissional o que também é bom porque também é bomas pessoas aos 50 anos decidirem Ok eu não estou feliz com o que andei a fazer até agora e ainda estou à altura de mudar eh mas realmente não são todas as pessoas que fazem isso portanto os jovens eh de um modo geral e aí você é transversal às várias situações socioeconómicas quando não sentem que estão a ser bem tratados realmente tentam rapidamente encontrar outro sítio onde se sintam bem portanto as organizações estão
a começar a sentir isso e de uma maneira mais ou menos honesta e transparente estão a valorizar o bem-estar dos trabalhadores depois o que nós vimos é que há empresas que fazem isso no seu ADN ou seja tem uma verdadeira preocupação e um dos pontos do ambiente de trabalho saudável é a participação do Trabalhador ou seja qual é o papel que o trabalhador tem na dinâmica da organização isso implica que os trabalhadores são ouvidos nas tomadas de decisão Ou seja quando se está a pensar fazer uma mudança quando se está a implementar uma política os
trabalhadores são ouvidos para saber o que é que eles acham o que é que eles não acham Outro ponto é na gestão do desempenho o grande problema das empresas é que pede às pessoas para fazer 150% portanto ou seja o que é para fazer é 150% Portanto o que é que vai acontecer as pessoas estão sempre em cumprimento estão sempre a stressar para conseguir fazer alguma coisa e depois a certa altura ou entram em Burnout ou desistem ou ou alguma coisa do géo portanto as empresas ten que começar realmente também a refletir que é importante
negociar com cada profissional Qual é os objetivos Quais são as condições e e de alguma maneira também dar uma responsabilização para Esse aspecto algum sinal de que as novas gerações estão mais propensas a ter algum tipo de desgotamento no mercado de trabalho no local de trabalho em relação a outras gerações ou seja o trabalho que é exigido a aos jovens ha acaba os jovens não o conseguem suportar da mesma maneira que outras gerações ou pelo contrário as empresas são mais exigentes com os mais novos nós temos o o retrato temos o retrato de 2024 desde
os 10 anos até à reforma e o que é que nós verificamos que a saúde mental das crianças e adolescentes e universitários agravou mas no caso das Gerações aquela que de modo geral tá menos bem É a x que é a minha pronto porque de alguma maneira é uma geração que tem o trabalho como um pilar muito mais basilar da sua vida e muitas vezes tem os tais filhos que estão a não conseguir entrar no mercado de trabalho e muitas vezes também cuida dos Pais portanto é uma geração que acaba por estar muito sobrecarregada com
estas variáveis a única geração que na investigação até o momento revela piores indicadores de saúde mental é a área dos médicos ou seja jovens que estão a fazer o internato efetivamente tem indicadores muito preocupantes de de Bernal eh portant temos que eu faria um trabalho muito específico dentro destas áreas e em relação aos outros jovens as estratégias de defesa que eles encontram é exatamente essa esse afastamento aou colocar o trabalho na sua posição ou seja não quer dizer que eles trabalhem menos bem eles trabalham eu tenho colaboradores jovens que são ótimos e fazem bem o
seu trabalho e quando tão a fazer estão a fazer dedicadamente mas depois olha acabou a minha altura vou para a minha vida para a minha outra parte da vida e realmente começam a separar muito mais este este portanto eu não direi que há maior índice de saúde de doença mental ou de perturbações nesta geração queria só acrescentar uma coisa o Banco Mundial refere que o que é que são as competências do futuro então as competências digitais definitivamente mas depois as outras são todas da da área S psicóloga não é se tem a ver com a
capacidade cognitiva de resolução de problemas de pensamento crítico regulação emocional relações interpessoais portanto se nós universidade e e empresas queremos ajudar os jovens e os outros profissionais também a estarem mais preparados para lidar com este contexto que é um contexto global de incerteza Não é só para os jovens é é de um modo geral para toda a gente eant no fundo é esta preparação e este treino para as pessoas desenvolverem estas competências porque elas vão ser sempre úteis para nós lidarmos melhor com as coisas que vão surgir Paulo não deixa de ser engraçado que apesar
de percebermos que esta geração tem um elevado o índice de precariedade no seu local de trabalho acaba por se afastar das formas tradicionais de sindicalismo ou seja muitos destes jovens no no no estudo Que que foi feito pela Universidade Católica e que conhecemos esta semana percebemos que o A grande maioria dos jovens nem sequer Pensa em se sindicalizar e portanto muitas das vezes acaba por nem sequer conhecer os seus os seus direitos laborais eh pergunto como é que o o os jovens hoje conseguem neste mercado de trabalho perceber quais é que são os seus eh
qual é que é o seu lugar como é que se podem apoiar se não se reconhecem nas formas tradicionais dos sindicatos que estão ultrapassados a isso por exemplo os sindicatos é só perguntas difíceis não é eh é assim eh eu acho que há uma questão que me parece importante que é relativamente a esse assunto nós percebermos eh de certo desta forma Qual é que é o papel histórico dos sindicatos papel histórico dos sindicatos no essencial é e o assumir que H desigualdade de poder entre o empregador e o trabalhador eh Há muitas teorias na ciência
económica que acham que não que há igualdade de poder que o trabalhador tem a mesma pode tomar uma decisão racional um tradeoff entre lazer e consumo não é como que estudou economia do trabalho e mas lembrar se há disso e quem acha que não há desigualdade de poder o trabalhador tá numa situação de dependência e À vezes é é forçada a aceitar condições no mercado de trabalho que não estão alinhadas com as suas preferências individuais mas são assim porque ele tem que sobreviver e o empregador tem um poder diferente no mercado de trabalho o que
é que historicamente reduzia a desigualdade de poder ponto um as qualificações a Raridade das qualificações quanto mais raras as qualificações maior o meu poder negocial isso é absolutamente fundamental h e de certa forma há um enfraquecimento disso num contexto em que há muito mais qualificações e portanto eu ter mais qualificações já não me proteg da mes uma forma como me protegia quando eram poucos os qualificados em segundo lugar a negociação coletiva A ideia de que eu vou negociar com o empregador mas vou negociar como um coletivo não é e portanto nós não aceitamos todos é
diferente que eu não aceito individualmente essa é outra forma eh em terceiro lugar a própria legislação de proteção no emprego eu ter um contrato permanente dá-me um poder negocial muito diferente do que se eu tiver um contrato temporário e que passado se meses ou passado um ano vais tu embora porque és tu que estás aqui a fazer barulho não é eh essa esse é o papel histórico dos sindicatos hum qual é que é a grande questão A grande questão é que h no caso português Nós temos dois problemas relativamente a esse assunto o primeiro problema
eh é que nós temos eh uma tradição eh no movimento sindical em Portugal na sua maioria porque é bom nós dizermos isto M às vezes fala-se de acordos de concertação social é importante dizer que a cgtp segundo as bases de dados internacionais representa dois terços dos filiados não é Universidade Amesterdão que faz inquérito que faz sondagens que faz cruza isso com dados dos sindicatos essa gtp representa do terços E e essa gtp tem uma estratégia de conflito capital trabalho e portanto isso como é óbvio cria tensões e os empregadores eh muitos deles também têm uma
estratégia adversarial relativamente aessa gtp e isto cria uma dificuldade grande ao sindicalismo porque muitas vezes a o GT que depois assina acordos de concertação social que faz negociação coletiva etc não tem a representação que lhe permite que esses acordos tenham significados muito elevados do ponto de vista salarial de condições de trabalho etc e nós tivemos desde 2003 com a introdução do código de trabalho nós tivemos uma estratégia de grande ataque à cgtp Isso é óbvio não é com a caducidade da negociação coletiva que é os contratos coletivos expirarem Aliás o PCP fez disso a condição
para aprovar ou não aprovar o orçamento em que cai o governo da jeringa não é por acaso isso é absolutamente Vital para o Partido Comunista português e a questão que se coloca é que a cgtp eh de certa forma adota uma estratégia de conflito os empregadores adotam uma estratégia adversarial relativamente à cgtp a cgtp é o ator mais relevante do ponto de vista dos locais de trabalho etc basta nós ligarmos aos jornais e percebermos isso quem é que tem essa capacidade de presença nos locais de trabalho essa gdp tá num grande enfraquecimento e portanto é
muito difícil que seja pela via do sindicalismo que os jovens encontram essa representação coletiva queer porque os empregadores nem querem ouvir falar dos sindicatos queer porque os sindicatos também têm uma posição de grande conflitualidade e portanto essas duas coisas juntas enfraquecem como é óbvio Essa Via agora a questão que se coloca é é possível por exemplo há pouco o meu colega eh pau petroso is queé também dizia eh a produtividade não tem estado alinhada com a questão dos salários como é que isso se resolve isso nomeadamente que a produtividade Aumentou e os salários não aumentaram
é preciso reduzir a desigualdade do Poder negocial como é que se reduze a desigualdade do Poder negocial com a negociação coletiva não é com regulação eh do mercado de trabalho e com também diria eu eh com um aumento de Formação em áreas em que há maior procura no mercado de trabalho porque isso também dá mais poder negocial aos jovens Porque se os jovens têm formações em áreas em que há pouca procura no mercado de trabalho como é óbvio Eles estão numa posição mais frágil um engenheiro informático tem um poder negocial maior do que tem um
eh licenciado em relações internacionais é óbvio é óbvio nós área do jornalismo por exemplo é uma área muito difícil agora nós também não podemos fazer um discurso que a única coisa que conta é a empregabilidade há áreas que têm relevância pela sua pela sua pela sua área de saber por exemplo nós sempre ser pessoas que aprendam grego temos que ter pessoas que aprendam filosofia tudo isso é importante para a nossa sociedade mas também precisamos essas áreas já existem Mas temos que fazer crescer áreas em em que existe maior procura e h falta de pessoas no
mercado de trabalho agora a via do sindicalismo Não vai ser fácil agora esse tipo de sindicalismo também não vai deixar de existir ele vai andar aí e vai continuar a morir os calcanhares isso eu não tenho dúvida absolutamente nenhuma e vai-se reforçar se as condições de trabalho forem Má se as pessoas tiverem salários baixos etc eu gostava de dizer uma coisa fugindo agora esta questão do sindicalismo que me parece importante que é há aqui uma questão chave parece-me até por falar nomeadamente esta Nossa posição também de professor H nos permite ir falando com os jovens
e e e todos os anos falar com pessoas diferentes e isso tambéms contacto com muita gente diferente que é eu acho que H aqui uma questão importante como é óbvio o modelo de crescimento e a dificuldade desse modelo de crescimento em acompanhar as mudanças na educação meu colega João Serge já falou eh muito bem disso H há pouco eh mas há aqui uma questão que me parece também bastante importante e que também empurra muito os jovens para fora que é a questão da Habitação é assim nós temos mesmo uma crise no mercado de habitação que
é absolutamente brutal nós temos que ter noção disso nós temos uma crise no mercado de habitação em que mesmo os jovens qualificados eu vejo jovens que trabalham eh nos centros de investigação com eh licenciaturas com contratos de trabalho nós tentamos fugir à questão ao máximo das bolsas eh sempre que conseguimos eh e essas pessoas estão todas em casas partilhadas que pagam 400 500 600 € por um por um quarto Isto é completamente diferente por exemplo da minha geração em que eu por exemplo acabei o mestrado em 2011 e ok uma bolsa de investigação para fazer
o doutoramento eram 1000 € na altura mas nós conseguimos encontrar uma casa em telheiras por 500 € eu a minha namorada na altura minha mulher agora portanto isto não tem nada a ver e depois alugamos uma casa no parte das Nações por 600 € uma casa nova portanto As coisas mudaram radicalmente no mercado de habitação e isso empurra muito os jovens para sair porque por exemplo a questão em relação à questão da precariedade eu há pouco falava da questão da precariedade não dei os números nos jovens 54% têm contratos temporários nos adultos é 9,8 por
eh é uma diferença muito grande mas em 2015 eram 61,7 dos jovens com contratos temporários Houve alguma melhoria nisso e e do ponto de vista dos salários houve uma grande quebra entre 2011 e 2015 mas depois Houve alguma recuperação não foi suficiente para compensar a queda não foi mas Houve alguma recuperação Mas isso não foi suficiente para que as pessoas consigam alugar uma casa e isso é absolutamente dramático para os jovens e quando nós falamos por exemplo nesta crise da inflação novamente são os jovens que assimetricamente absorvem esse choque da crise da inflação relativamente às
taxas de juro porque quando nós vamos ver quem é que teve os grandes aumentos no pagamento do crédito da Habitação foram novamente os jovens porquê Porque já compraram casas com um valor muito mais alto e o aumento dos juros teve um impacto no Capital em dívida muito maior do que os outros que já tinham praticamente a casa paga ou mesmo completamente paga já para não falar de quem vai arrendar agora ou quem arrendou há 30 anos a questão da Habitação parece-me que é uma questão absolutamente Central para esta questão na crise anterior nós tínhamos o
desemprego agora h queer a questão do modelo de crescimento que também se cruza com isto desculpa e vamos pegar por aí com com contigo André porque um trabalhador que demora muito tempo a chegar ao seu local de trabalho porque mora longe porque não tem possibilidade dear mais próximo do local de trabalho devida devido ao ao ao preço das casas é um problema a falta de condições para ter casa própria é um problema que desmotiva obviamente o trabalhador o jovem não é sem se resolver o problema da Habitação conseguimos resolver o problema no mercado de trabalho
desta nesta perspectiva Ou nem por isso Ruben se me permites e vou responder à tua pergunta mas voltando um bocadinho atrás para fazer um pequeno comentário acrescentando à excelente intervenção que concordo eh do colega que é sem prejuízo do trabalho essencial que os sindicatos fazem e que devem continuar a fazer eu acho que a resolução do problema daquela que é defesa dos direitos dos trabalhadores nomeadamente dos trabalhadores jovens deve passar muito antes eh no seu percurso e estou a falar ao nível da educação hoje fala-se muito de uma aposta na literacia que devem ser dados
a vários temas estamos a falar e que eu concordo absolutamente a literacia financeira literacia na saúde eu acrescentava mais um à à à lista infindável que é literacia laboral e literacia laboral deve-se deve-se traduzir no facto de um jovem desde cedo ser preparado e de ser D ferramentas naquilo que são os seus direitos e deveres enquanto jovem trabalhador para que quando entre no mercado de trabalho não se sujeite àquilo que o mercado lhe impõe nomeadamente àquilo que é precariedade porque muitas das vezes um jovem submete a uma precariedade existente porque não sabe os direitos que
tem portanto se nós apost àss numa verdadeira educação ao nível da literacia laboral nós aliá o trabalho essencial que os fazem mas também não deixaríamos que os jovens se deixassem por eles próprios subjugar a baixos salários quanto aquele tipo de emprego até poderia pagar melhor quando sugeria e a uma precariedade que de certa forma até mereceria um contrato de trabalho portanto se tivesse uma maior educação ao nível da literacia laboral seria um mecanismo para resolver este tip problemas e voltando à tua pergunta sobre a habitação a habitação É talvez neste momento um dos maiores problemas
que que se colocam aos jovens sim e coloca-se a aos jovens não permitindo portanto uma emancipação jovem e esse é talvez o maior problema tal Como disse há pouco e não resolvendo o problema da Habitação nós não conseguimos solucionar a emancipação jovem é claro que há imensas medidas que devem Continuar a ser feitas nomeadamente ao nível das isenções de MT e de Imposto de selo que já foram apresentadas mas uma das coisas que não vamos conseguir resolver eh é ao nível da oferta nós em Portugal temos uma falta de oferta imensa que estas medidas vindo
aumentar a procura só conseguem é colocar casas nas pessoas naqueles jovens que de certa forma conseguem ter algum dinheiro para comprar uma casa o problema é que ganhamos tão Pou medidas não estão a resolver o problema são são uma ajuda mas não não podem ficar por aqui porque que eu estou a dizer é que ainda estamos muito longe de resolvermos o problema na sua íra porque os jovens estão ganham tão pouco como é que um jovem que maior parte não ganhando 1.000 € como é que se vai conseguir eh comprar ter dinheiro sequer para comprar
uma casa por muito que as medidas de isenções tributárias que foram apresentadas possam ajudar portanto não vamos conseguir resolver o problema enquanto não apostamos na oferta e nós aqui enquanto estado temos que ter a capacidade e vou reforçar uma ideia que se vem falado há muito tempo mas que infelizmente o estado não tem vindo dar Passos nesse sentido que é a aposta na questão da oferta da Habitação pública no sentido quer estado Central quer autarquias locais no sentido da própria habitação pública e não é habitação social que são coisas totalmente que são coisas muito distintas
mas a habitação pública capaz de colocar eh H casas no no mercado e Influenciar o próprio mercado para que todos inclusive os jovens tenham acesso a uma habitação e que resolva o problema da sua emancipação e Mafalda vamos olhar um pouco para o futuro e perceber até que ponto é que quando temos 55% dos jovens que se diz disponível para sair do país para trabalhar até que ponto é que isto é um problema ou é uma oportunidade para Portugal eu acho que o maior problema está e eu sou uma possibilista na verdade roubei esta expressão
autor de um livro que eu adoro que se chama factfulness aí que fala de um dos grandes perigos que é o perigo da generalização H que é que é uma realidade na qual às vezes caímos um bocadinho quando quando estamos neste neste tipo de debate e é importante voltarmos sempre aqui ao centro O que é que eu acho que H tanto problema e oportunidade O que é que eu acho que é uma oportunidade é cada vez termos mais jovens a sair para fora isso não é necessariamente uma coisa Má como eu já disse aqui acho
que é uma coisa que pode ser na verdade ótima para Portugal de um ponto de vista de partilha de conhecimento para mercado de trabalho eh jovens a vir cada vez mais qualificados com experiência internacional qual é o problema é que Portugal neste momento não tem capacidade de trazer os jovens de novo para o país e isto é uma coisa que acontece e é transversal a todos os setores isto não é uma coisa que acontece apenas no setor da economia é uma coisa que também acontece no setor da saúde e aqui é que é a minha
grande preocupação porque se eu enquanto jovem que que eu já sai há 6 anos de Portugal h e não vejo esta oportunidade para regressar e não é só o tema dos salários que se P pelas empresas Ou pelas políticas públicas eu acho que é um misto os dois ou seja eu acho que é inseparável na verdade é é as políticas públicas nunca podem ser separadas nenhuma das outras áreas porque tem esta beleza Eh ao mesmo tempo que muitas vezes pode ter este problema de que tem influência sobre todas as outras áreas da da nossa vida
enquanto sociedade e isso afeta ao setor privado também H mas eu acho que o maior tema H é não existir uma mentalidade em Portugal que permite ao jovem regressar e eu acha que é este tema que nós temos que falar que é um bocadinho quase um elefante numa sala de de de pratos de cristal eh que é o facto de existir imensa resistência este tema do idadismo é um tema essencial de conversarmos não só em relação ao tema dos jovens mas também a pessoas que têm mais de 50 anos como já falamos aqui eh e
é um jovem voltar para Portugal e perceber que de um ponto de vista de oportunidades de progressão de carreira as oportunidades são poucas porque até de um ponto de vista de salários e nós estamos a falar aqui da crise da Habitação crise da Habitação não é uma coisa que exista só exclusivamente em Portugal quando eu vivia eh na Irlanda um dos resultados de das muitas empresas tecnológicas se terem mudado para o país foi exatamente esse uma crise da Habitação geral que fazia com que a maioria dos jovens nem sequer tivesse oportunidade de estudar nas escolas
da capital irlandesa portanto este problema da Habitação é um problema global para o qual ainda nem sequer existe eu sou presidente de uma comissão de Deputados cidadãos Ou seja pessoas da sociedade civil que decidem acrescentar e tem cidadãos dos 18 aos 64 anos só a debater medidas para apresentarmos h depois idealmente até de um ponto de vista de políticas públicas H qu quais é que nós achamos que podem ser soluções para alguns dos problemas e Temos esta pasta emprestada da Habitação h e em toda a research que já fizemos de um ponto de vista Académico
e até de um ponto de vista operacional o que acontece é que nem sequer existe um caso de estudo que nós pamos dizer olha vamos eh seele with Pride roubar com orgulho pensar como é que como é que fizeram aqui como é que podemos trazer para Portugal isso não existe e esta é a minha grande preocupação é a geração z dizer que está disposta a sair mas depois quando os jovens saem Quando vamos falar e fazer esta ocultação e podemos falar em círculos como diásporas à àpos desta vida a realidade é que estas pessoas não
querem voltar para Portugal e aqui é que Portugal tem a perder porquê Porque Portugal investe milhões na na na formação e na educação destes jovens h e nunca será de mais investir na educação porque a educação é a única eh forma que nós temos de transformar uma sociedade e de fazer uma sociedade cada vez mais livre Justa e com mais mobilidade social mas depois estes jovens que são extremamente bem formados extremamente capacitados não vem acrescentar valor para Portugal não vem criar riqueza para Portugal e essa sim é a minha preocupação enquanto jovem de 27 anos
h de não existir esse espaço para outros jovens como eu para os meus alunos para para toda a realidade de pessoas que eu conheço a trabalhar como eu no setor privado mas também em outras áreas de atuação desde empreendedorismo social a outras para voltar para Portugal Porque não encontra um essas condições no mercado e dois esse mindset Geral de um ponto de vista português de onde é que existe espaço para este tipo de pessoas virem e terem cargos de liderança e existir lá está essa oportunidade das empresas crescerem de quebrar os Quintais que é uma
coisa muito importante em Portugal quebrar os Quintais e as pequenas e médias empresas Passarem a ser grandes para termos oportunidades para que mais jovens possam sim sair se e quando quiserem na realidade gastamos 15 anos de Formação pelo menos a aos nossos jovens para é que eles sejam formados tenham educação superior e depois muitas das vezes os países do centro da Europa do centro e norte da Europa aproveitam estes recursos que não formaram Para poderem crescer e e portanto a minha pergunta para a Tânia é o que é que Portugal tem o que é que
Portugal pode fazer para trazer esta geração de volta os que saíram que são altamente qualificados que até gostariam de de voltar mas falta-lhes qualquer coisa O que é que lhes falta mas nós temos que ver isto a dois níveis temos que ver isto a um nível de Nacional mas também a nível europeu porque nós temos que pensar que realmente Isto é um mundo global e que quando desde sempre quanto mais os jovens consigam ir ter experiências lá fora e possam haver no movimento de ir e voltar isso torna-se mes menos unidirecional portanto Ou seja que
eles poderão ter situações de experiências lá e outras pessoas de outros países venham Ter Experiências aqui agora o que é que acontece no no nosso país efetivamente os jovens eh quando conversamos com jovens em estudos qualitativos muitas das vezes a experiência lá fora foi muito edora e a vários níveis mas muitos deles querem efetivamente voltar e querem até trazer para Portugal aquilo que apreenderam e ajudarem a desenvolver o país com aquelas ferramentas que conseguiram fazer e portanto deveria de haver um investimento em apostar em determinados jovens que obtiveram competências experiências lá fora Para poderem realmente
implementar essas esses essas estratégias aqui mas também a valores competitivos porque efetivamente se eles realmente depois vêm para cá e acabam por deixar de ter a mesma qualidade de vida portanto isso será possível se calhar não fazer isto de uma forma generalizada numa primeira fase Mas começar a ver por exemplo e programas de financiamento de inovação por exemplo em que os jovens desenvolveram um projeto lá fora e que possam por exemplo implementá-lo aqui ou por exemplo uma própria empresa e esta questão do maior investimento das empresas da parte do também é fundamental Hoje em dia
a própria FCT está a fazer os as os os doutoramentos em contexto não académico no fundo apoia os jovens a integrarem-se e a desenvolverem as suas investigações dentro das organizações o que vai por um lado fazer com que as organizações valorizem mais a ciência e a e e a formação e de que modo é que isso poderá aumentar a competitividade das suas empresas portanto são este tipo de movimento de valorização e de apostar em determinados nichos que efetivamente têm depois visibilidade e efeito para isto depois ser multiplicador mas o grande problema é esse é haver
uma maior facilidade de comunicação desde cedo entre Portugal e a Europa e outros países e depois dar oportunidade com apoios para os jovens que vêm para cá uhum Paulo a mesma questão O que é que Portugal pode fazer para trazer de volta esta geração qualificada Pelos vistos conseguimos muito facilmente trazer nativos e e conseguimos trazer nómadas digitais que são atraídos pelo nosso sol pela nossa qualidade de vida mas os portugueses Temos alguma dificuldade de trazer de volta se não tiverem um salário europeu Imagino muito bem Já falamos sobre muita coisa não é não me vou
repetir eh eu diria duas ou três coisas sobre este assunto H que é em primeiro lugar H nós para além de atrairmos os nativos os os nómadas nómadas os nómadas exatamente os nómadas não conseguimos atrair os nativos nós devemos devemos ter noção de que também estamos a atrair muitos imigrantes eh para o nosso mercado de trabalho que vêm muitas vezes resolver problemas que existem no mercado de trabalho eh que nós muitas vezes não conseguimos responder aliás nós vimos alguns dos dados deste inquérito sobre as expectativas relativamente aos Imigrantes acho que é importante também sublinhar isso
os imigrantes vêm para Portugal Porque estão disponíveis para ter contratos precários tem estão disponíveis para viver em casas sobrelotado e estão disponíveis para ter horários de trabalho muitas vezes desregulados em setores que muitas vezes requerem isso para é uma condição de entrada para esse tipo de setores portanto eh eu acho que isso também é importante nós sublinhar quando falamos dos jovens por exemplo mesmo nos inscritos no IFP eh como desempregados entre os jovens 18,5 são são imigrantes e eles inserem-se muito mais rapidamente no mercado de trabalho porque Estão dispostos a aceitar estas condições que existem
no mercado de trabalho eu acho que isto é importante isso e isso de certa forma indiretamente responde à à sua questão que é estes vêm não é e há outros que saem Ah E porque é que isso acontece isso acontece por algo que o professor João Cerejeira e eu há pouco também falei porque há uma dessincronização entre o aumento das qualificações e aquilo que é estrutura económica e portanto é é preciso intervir na estrutura económica é preciso é urgente agora será que nós temos essa capacidade é muito difícil porque quando nós vemos o que foi
a crise financeira internacional a partir de 2008 até 2013 2014 com a intervenção da troika ETC nós perdemos também muita capacidade Se nós formos ver em relação ao emprego e aquilo que é o emprego intensivo em conhecimento ele teve sempre a cair entre 2008 e 2014 2015 porquê Porque e o estado eh não teve capacidade de fazer investimento público porque o setor privado ficou arrasado o setor financeiro ficou arrasado houve houve houve houve bancos que tiveram grandes dificuldades tiveram Muitas dificuldades em em apoiar essa modernização do país e de certa forma dificultou essa essa transição
e nós tínhamos apostado no início dos anos 2000 em apostar fortemente nas qualificações políticas de inovação investimento em ID investimento em universidades etc tivemos aquela crise absolutamente brutal já agora convém dizer estavam a sair 120.000 pessoas por ano nesses anos e agora saem 60 entre 60 a 70.000 portanto também é importante nós termos isto em consideração mas nós claramente não conseguimos dar o salto na estrutura económica que demos eh do outro lado agora também convém dizer que não vai ser fácil fazer isso isso não não vai ser um passe de magia isso não vai acontecer
de um dia para o outro se houver uma crise Internacional e do ponto de vista económico eventualmente até vão sair mais pessoas porque vai haver mais desemprego portanto vai ser difícil o que é que nós eh do meu ponto de vista podemos fazer claramente nós precisamos de apostar em áreas de Formação em que a procura no mercado de trabalho é muito elevada e esses jovens conseguem ter salários melhores engenharias áreas da Saúde tecnologias digitais etc isso é absolutamente fundamental do meu ponto de vista porque também essas pessoas têm mais poder negocial é preciso políticas públicas
ambiciosas e nesse sentido é necessário utilizar os fundos da União Europeia com sentido estratégico que acelerem essa transição eu acho que aí há muito a fazer também se nós pensarmos se conseguimos ter desígnio estratégico ou não por exemplo no prr é uma discussão ou se andamos a utilizar o dinheiro para tudo aquilo que estávamos na gaveta para ser feito nos últimos eh 10 anos essa é uma segunda questão me parece importante áreas de Formação a utilização estratégica dos Fundos estruturais esta oportunidade da União Europeia há um mindset diferente este relatório drag a discussão do orçamento
é necessário utilizar esse dinheiro para alavancar o investimento que possa de certa forma fazer essa transição que do meu ponto de vista é mais na área dos serviços do que na área da indústria acho que é mais difícil eh na área da indústria depois eu acho que nós não nos podemos esquecer também dos que ficam para trás e os que ficam para trás são os pouco qualificados nós estamos a falar muito doos jovens qualificados não têm salários suficientes há uma crise no mercado de habitação eles não ficam cá porque não não se conseguem emancipar vão
para fora etc mas também há os pouco qualificados e nós percebemos por exemplo eh com estudos com por exemplo os dados do IFP quase 40% dos jovens desempregados inscritos no IFP têm no máximo o nono ano de escolaridade portanto Eles não têm esse peso nos jovens se os jovens com ensino superior não têm os salários que precisam para se emancipar os outros nem sequer têm emprego e acho que também nos temos que preocupar com esses e nesse sentido eh como também já foi referido no painel anterior a questão do ensino profissional nomeadamente aquele que articula
empresas com sistema de Formação eu acho que é é extremamente importante a clivagem que nós temos entre o ensino profissional que tá no Esfera do Ministério da Educação e o ensino profissional que tá na Esfera do Ministério do Trabalho Eu acho que isso é algo que é preciso eh se se quer fazer reforma estrutural que se faça que se faça essa e tudo isto pode contribuir agora nós vamos continuar a ter dificuldades nós vamos continuar a ter dificuldades relativamente à imigração em relação a jovens qualificados muitas destas transformações são difíceis de implementar agora se nós
não tivermos agenda ainda vai ser pior não é se acharmos que tá tudo bem que não é preciso fazer nada que as coisas vão ree equilibrar-se automaticamente se calhar estamos daqui a 10 anos a discutir ainda este este assunto André ideias para o país eu acho que a resposta a essa pergunta deve ser dada a dois níveis O que é que o estado pode fazer e o que é que as empresas podem fazer se bem que as políticas públicas também vão influenciar o próprio comportamento das empresas Mas o que o estado é fazer a primordialmente
é ao nível dos salários continuar a trajetória do aumento do salário mínimo e o aumento também consequente do aumento do salário médio e nós temos de colocar Principalmente nos jovens mais dinheiro no bolso para eles conseguir mais uma vez a mesma ideia vou bater sempre nesta eh no sentido dees capaz de emancipar de tornar um jovem autónomo Face à sua eh sua família eh portanto temos que conseguir colocar mais dinheiro no bolso uma reforma ao nível da política fiscal mas essencialmente o aumento do nível de salário eh mínimo e Médio nacional mas depois ao nível
das empresas as próprias empresas têm que se adaptar às exigências e ao modo de funcionamento que os jovens acham que as empresas devem ter de modo a eh retê-los nas próprias empresas e que eles se sintam bem nas próprias empresas E aqui estamos a falar em políticas dentro das empresas políticas de governance que vão ao encontro da sustentabilidade nos seus três níveis na ambiental na financeira e na Social de princípios e Valores que as próprias empresas têm que passar para fora a qual que o jovem se identifique e que acima de tudo um jovem sinta
bem na própria empresa onde está a trabalhar no sentido que consiga eh compatibilizar a sua vida pessoal com a laboral e que haja e que as empresas e de certa forma a setor público ofereçam ofereçam oportunidades de emprego que correspondam às expectativas do jovem e não que um jovem saia do mer da do ensino do ensino e depois a expectativa está tão elevada porque investiu tanto de si e eu até acrescento mais tal Como Tu disseste o estado investiu tantos anos no próprio jovem na sua sua educação que tem que ter algum retorno portanto nós
não podemos ter salários tão baixos quando para empregos dignos portanto os empregos têm que sar mais dignos do ponto de vista dos salários mas também das próprias condições de trabalho uma vez que estamos a falar na verdade da geração mais bem preparada de sempre qualificação emprego bem remunerado com um encontro entre a vida profissional e a pessoal equilibrada um bom ambiente de trabalho acho que tocamos em muitos assuntos ao longo desta tarde e foi um prazer obrigado aos quatro por terem vind até uma próxima oportunidade em nome do público e da fundação inar Obrigado concluídos
os painéis desta conferência sobre o futuro do trabalho passamos para o comentário final com a senhora ministra do trabalho solidariedade e Segurança Social Maria do Rosário Palma Ramalho [Aplausos] muito obrigada muito boa tarde a todos já foi altamente refrescante ouvir Aqui Esta parte final eh deste deste painel e tenho muita pena de não ter ouvido eh tudo eh tudo o resto eh A mas já deu bem para perceber o que se passou aqui queria dirigir a primeira palavra ao senhor presidente da fundação a Inatel D José Manuel Soares cumprimentando por esta iniciativa também ao público
que ao jornal público que eh ajuda a que ela eh se se se realize e faz aqui as moderações eh minhas senhoras e meus e e meus senhores eh este tema que nos traz que nos traz aqui eh é um tema eh que é muito preocupante mas também que nos dá muita esperança e ouvir estees jovens a falar aqui dá-me a mim imensa Esperança eh talvez porque eu venha da academia e portanto tenho aquela ilusão que os professores têm que é ficam sempre jovens acham eles não ficam nada Claro porque todos dias contactamos com os
jovens e portanto Aquilo é muito contagiante e ao se contactar com jovens diariamente na nossa profissão eh de facto o entusiasmo e e o desprendimento e o altruísmo eh das Gerações mais novas são muito contagiantes eh porque é que isto é eh muito complicado e se resulta muito bem do que foi o estudo que foi feito aqui este relatório que foi feito em preparação de este seminário que teve aqui o seu a sua sua apresentação mas que esse estudo vem confirmar aquilo que já sabemos e segundo o Observatório da imigração um terç dos jovens nascidos
em Portugal decidirão emigrar Isto são dados de janeiro deste ano por metade dos jovens inquiridos vive com os pais ou com os avós apenas 7% genteo vive só só no sentido que já conseguiu sair não é só sem família mas já se conseguiu sair 77% dos jovens vem o trabalho como principal fonte de rendimento eh mas olham para o rendimento que decorre desse trabalho e eh acham que é a Área das suas vidas que tem menor taxa de satisfação 74% dos jovens T salário entre 500 e 1500 € quando o preço médio de aluguer de
um quarto em Lisboa por exemplo Ronda os 450 € e e por isso 55% dos jovens admitem poder vir a trabalhar fora do país 40% e 26% diz respectivamente que é provável ou muito provável a vir a fazer e metade destes Dizem que o deverão fazer por muito tempo portanto não só sair como não regressar durante bastante bastantes anos e imagine-se isto não é não é como obviamente nada que nos espante 86% destes jovens indicam que fazem essa opção de emigrar por razões financeiras primeir estes dados são preocupantes aem si mesmo por outro lado há
também preocupantes ao nível do emprego É certo que o emprego atingiu o novo máximo histórico este ano e porque a taxa de desemprego é praticamente residual nós temos 6,1 ou seja Estamos numa situação de pleno emprego contudo o desemprego jovem não corresponde a esta estatística como bem sabemos desemprego jovem tem-se fixado entre os 20 e os 22% portanto há aqui uma discrepância sobre a qual temos que refletir em terceiro lugar os salários os rendimentos Atualmente como sabemos o salário mínimo situa-se nos 820 € e e 21,5 dos trabalhadores portugueses ganham o salário mínimo na sua
remuneração de base este número às vezes é empolado e não devemos também empol excessivamente porque depois se olharmos para a capacidade de ganho portanto não só remuneração de base mas complementos este número eh baixa consideravelmente mas pelo menos 99% dos trabalhadores ganham exclusivamente só o salário mínimo portanto não têm eh não têm complementos e portanto é enfim 10% dos trabalhadores Isto é preocupante 820 € mas igualmente preocupante eu tenho sempre dito mais preocupante até é é que o salário médio está abaixo dos 10000 € e portanto nós temos aqui um achatamento que se tem vindo
a acentuar entre o salário mínimo e o salário médio e evidentemente que os jovens sobretudo os altamente qualificados e nós nunca tivemos gerações jovens tão qualificadas como as que temos hoje cujos pais insistiram na qualificação eles próprios forçaram por se qualificar e o estado pagou essa quação ou pagou enfim grande parte dessa qualificação se calhar não querem ficar a ganhar os 10000 € que é ou quase 1€ que é o salário o salário médio Este achatamento é por isso muito preocupante por outro lado também e perd H que diga nunca posso deixar de dizer isto
mantém-se a disparidade remuneratória entre mulheres e homens é um dado infelizmente clássico e também infelizmente nunca resolvido baixa um bocadinho mas depois lá sobe e quando olhamos um bocadinho mais para este dado ainda mais para quant se torna porque se essa disparidade na remuneração mensal é só de 13% o homem ganha mais 13% quando olhamos para a remuneração mensal ganho portanto não só a remuneração base mas o ganho já só para 16% e se olharmos para as profissões mais qualific e para os lugares mais elevados na hierarquia então nós temos uma disparidade que pode ir
até aos ultrapassar 25% ou seja as mulheres ganham menos na base e ganham muito menos nas fias portanto estes são os nossos dados quanto a salários e depois temos também modelos de trabalho alguns Dados importantes relativamente aos modelos de trabalho por um lado o nosso tecido Empresarial é um tecido Empresarial muito micro não é eh 96% das nossas empresas têm menos de 10 trabalhadores são microempresas e portanto são empresas que tê menos flexibilidade na na na forma de gestão por outro lado entre microempresas médias empresas e mesmo algumas empresas a cultura da empresa é ainda
uma cultura muito tradicional há pouco um dos panelistas aqui disse uma coisa que seria impensável quando eu entrei para o mercado de trabalho há muitos anos não vale a Penas e quantos pronto que é as empresas têm que se adaptar àquilo que os jovens esperam da empresa quando Nós entramos para para Vida Ativa não nem nunca este raciocínio não nos passava pela cabeça nós é que tínhamos que nos adaptar àquilo que a empresa esperava de nós e se fosse longos longas horas longas horas seria e se fos fins de semana fins de semana seria os
jovens hoje já não pensam assim ou seja são muito mais inteligentes do que nós como é óbvio porque o trabalho é muito importante mas não é tudo na vida e e há há outros Há outras outras coisas mas a maioria das empresas ainda raciocina de outra forma não raciocina com esta flexibilidade eh e portanto os padrões de trabalho que a maioria dos empresários tê são padrões de trabalho tradicionais por exemplo apenas 1 milhão de pessoas usa a ferramenta do teletrabalho 1 milhão em Portugal apenas 500.000 pessoas têm um regime de trabalho híbrido com teletrabalho e
e trabalho e trabalho presencial e depois temos uma legislação laboral que em grande medida ainda é ancorada no modelo de trabalho presencial eh e clássico de horários e muito estritos sempre os mesmos regulares etc Eu costumo dizer Portugal Tem uma legislação laboral de tipo que cujo paradigma é o trabalho industrial ou Fabril quando Portugal nunca foi um país industrial ou Fabril nunca foi nem quando o industrialismo eh era era quando quando o setor industrial era dominante Portugal nunca teve grandes indústrias tem algumas exceções como é óbvio contudo se nós olharmos para a legislação laboral até
hoje ela tem esse paradigma que nunca cada vez mais está desfasada da realidade e tanto assim é que quando a legislação laboral abre à regulamentação de novas formas de trabalho o teletrabalho o trabalho em plataformas digitais que já abriu que já abriu na sua regulamentação tem ali o preconceito de mimetizar o regime do trabalho presencial e evidentemente depois isso não cola com a realidade muitas empresas que praticam por exemplo o teletrabalho híbrido têm muita dificuldade em aplicar as normas legais sobre teletrabalho porque elas são pensadas para um teletrabalho completamente substitutivo do trabalho presencial e portanto
metade do que ali está não conseguem não conseguem eh aplicar portanto Este é e o diagnóstico e eu eh acho que nós temos que ter presentes estes dados e este diagnóstico também está feito tá bem feito no no no no estudo que que que tivemos aqui mas que fazer a primeiro dizer uma coisa que parece uma verdade do Senhor la palice mas que não deixa de ser importante dizer sem jovens uma sociedade não cresce e não se regenera eh eu não sou economista mas mesmo um argumento economicista é válido aqui uma sociedade também não se
multiplica nós temos um problema gravíssimo de natalidade entre outras coisas porque os nossos jovens escolhem ilegitimamente ir ter os seus filhos para sítios onde lhes paguem melhor e isto não há volta a dar-lhe é assim a escolha é absolutamente legítima e portanto nós temos um país a envelhecer nós temos um país a envelhecer É certo que também temos uma Europa a envelhecer mas isso agora não não me interessa envelhece um bocadinho menos o resto da Europa porque tem lá jovens portugueses a ter os seus filhos lá eu gostava que nós envelhecemos nós Portugal um bocadinho
mais devagar e portanto Porque sem jovens uma sociedade não cresce e não se regenera o objetivo só pode ser devolver condições de trabalho e de boa de uma vida eh de uma vida saudável e e aos jovens portugueses fazê-lo naturalmente sem deixar ninguém para trás é o que gostaríamos e e é o que estamos a tentar fazer vou dizer algumas coisas do que do que estamos a fazer sem querer massar muito até porque quem fala no fim tem que ser rápido para não porque já estou muito cansados de ouvir eh nós acabamos de assinar um
acordo de concertação social e com todos os parceiros sociais menos a cgtp que normalmente nunca mas portanto com a ugt e com todas as Confederações e patronais este acordo foi negociado e e assinado em condições políticas muito adversas não vale a pena desenvolver sobre isto são as que as que existem próximo de uma discussão orçamental eh enfim de resultado ainda incerto e e liderado embora nós ali govern estamos como e ao mesmo nível dos parceiros não é mas liderado por um governo que não tem maioria contudo este acordo não hita e atenção não por imposição
do governo mas foi subscrito pela ugt pela cip pela Cap pela ccp e pela e pela Confederação do Turismo por todos os parceiros patronais e por um parceiro sindical não hesitou aem estabelecer algumas medidas que são importantes para os jovens nomeadamente estabeleceu lá o princípio da descida do IRS jovem está lá está lá e quiseram que estivesse lá por outro lado também tem um conjunto de medidas que são dirigidas às empresas e que são muito importantes Porque se os jovens não tiverem boas condições de empregabilidade aqui vão para outro sítio e portanto nós temos que
permitir às empresas que criem essas boas condições de empregabilidade que aumentem o salário mínimo foi o que estabelecemos um aumento de 870 e depois com com uma subida progressiva de 50 € por por por ano portanto nós vamos ficar em 2028 acima da Meta 2 1000 € vamos ficar em 1020 € mas também estabelecemos um objetivo muito claro de aumento do salário médio É certo que o salário médio Para quê Para chegar também a Estas pessoas aos jovens e a outros profissionais qualificados que estudaram e investiram na sua formação e que em média ganham 100100
€ e que não pode ser eh e portanto em termos eh de Salários também estabeleceu uma meta mais ambiciosa para o salário eh para o eh salário médio que aumentará até 1890 € em 2028 portanto antecipando até aquilo que era o programa do governo que era 1750 em 230 e retiramos nessa na concessão deste destes incentivos à valorização do salário médio uma cláusula que constava do o acordo anterior e que conduzia ao achatamento entre salário mínimo e salário médio que era uma clause que só havia as medidas de compensação às empresas Não vos vou maçar
muito com isto Tecnicamente se não houvesse mais do que uma determinada diferença entre o o o que se pagava no mínimo na empresa e o que se pagava no máximo não isto tem que desaparecer porque se isto se isto não desaparecer no com o tempo o achatamento entre salário mínimo e Médio T Tend de acentuar e o que nós queremos é que tenda a abrir portanto a diminuir portanto e em favor dos jovens joga este tipo de de medidas porque obviamente se pagarmos bem aos jovens já Vimos que muitos deles não querem sair daqui eu
esperava que a maioria não quisesse mesmo sair daqui e é certo que como também foi aqui dito nós contamos hoje com muitos jovens que emigram para cá mas pessoalmente eu acho que gostaríamos muito que os nossos também ficassem cá eu sou mãe e gosto muito que as minhas filhas estejam cá Acho que todos nós não é e muitos pais e mães hoje não podem dizer eh não dirão Com certeza o mesmo ou já dizem que pena tenho dois filhos Os dois estão fora tenho três filhos dois estão fora tanto eh exemplo de medida que concretamente
concorre para este objetivo e depois exemplo outras medidas consagramos lá diretamente para as empresas como e volto a dizer previsão da redução do irc embora sem concretizar Aliás o IRS jovem também sem concretizar eh e estabelecimento de várias medidas destinadas especificamente a favorecer a capitalização a recapitalização das empresas eh os os Inc com incentivos diretos à entrada de capital próprio eh a redução das e das taxas e a relação das taxas de tributação autónoma a enfim as medidas são e muito muito diversificadas atingem estas empresas atingem os trabalhadores prémios de produtividade esqueci-me de dizer esta
que é muito importante prémios de produtividade eh que exentos de tsu e h e de e de IRS e medidas até eh até de incentiva à contribuição voluntária para instrumentos complementares de reforma enfim é bastante é bastante diversificado portanto não é de modo algum um acordo de salários mínimos Qual é a ideia geral aqui por um lado assumir que os jovens são uma prioridade e eh dar atribuir medidas específicas por outro lado e ir diretamente aos interesses dos trabalhadores e das empresas e relativamente aos interesses das empresas de forma a dar-lhes a oportunidade e a
possibilidade a capacidade de de facto valorizar os seus trabalhadores incluindo em termos remuneratórios mas também em termos de carreira e portanto fazerem subir o o o o salário isso nomeadamente os salários médios por outro lado aprovamos uma série de medidas de apoio direto à inserção dos Jovens no mercado de trabalho desde a reconfiguração dos estágios profissionais mas dirigidos para os jovens mais qualificados é claro que as outras medidas também se mantém de inserção no mercado eh o programa iniciar inserção no mercado mas medida de Estágios dirigidos aos profissionais mais qualificados e que portanto e com
uma um valor do estágio mais alto do que existia é o programa mais talento e medidas de inserção profissional dos jovens também mais qualificados mais talento emprego mais talento estágio é as duas as duas coisas exatamente para este eh para esta população população alvo dizer-vos só uma palavra o futuro de Portugal depende dos jovens e da sua vontade de ficar em Portugal este governo tudo fará para que essa vontade se concretize Muito obrigado obrigado a todos pela vossa presença damos por terminada esta conferência organizada pelo jornal público e pela Fundação Inatel com o apoio da
galp agradecemos também ao teatro da trindade e Nat Natel por nos receber tenha um bom resto do dia e pense bem pense público m