[Música] desejamos uma ótima sessão [Música] em 2024 a Universidade Federal de São Paulo completa 30 anos e para comemorar vamos fazer uma grande festa no dia 18 de dezembro com apresentações do coral Unifesp e da família Gordon o evento é aberto a toda a comunidade e começa às 6:30 da tarde no Sesc Vila Mariana que fica na Rua Pelotas número 141 em São Paulo as inscrições já estão abertas Acesse o da Unifesp se inscreva e participe da festa mas não demore hein Porque as vagas são limitadas Unifesp 30 anos de conhecimento e inovação Olá boa
tarde sejam bem-vindos bem-vindas bem-vindes a essa mesa do da semana da Consciência Negra de 2024 da Unifesp hoje a gente traz trata né do tema do racismo e da ditadura militar no Brasil e a gente conta com a especialíssima presença das historiadoras Cecília Adão da comissão especial sobre mortos e desaparecidos políticos e da Gabriele Abreu que é do Instituto Mariele Franco eu vou pedir depois para que elas mesmas Façam aí a sua eh eh eh apresentação né sua própria apresentação da trajetória acadêmica profissional mas antes disso também queria agradecer a miss Spa Mariano Barros que
fará a mediação aqui representando a epem preta o coletivo aqui do campus Osasco eh e vou fazer né A minha auto audiodescrição meu nome é Fernanda eu sou professora do campus Osasco Eu sou uma mulher de pele clara cabelos crespos presos num rabo eh tô com uma camisa uma camiseta preta e uma blusa colorida eh eh com estampa eh por cima e atrás de mim tem uma uma janela e uma parede Clara tô usando um óculos de grau eh de armação Azul eh bom eh queria né contextualizar um pouco aqui essa mesa essa mesa ela
é fruto de uma demanda de estudantes do curso de especialização em direitos humanos e lutas sociais do centro de antropologia e arqueologia forense da Unifesp eh a havia né essa vontade de debater a ditadura e eh em perspectiva racial e e a gente tentou atender né a a a esse pedido realizando essa mesa eu fico muito feliz que a gente tenha conseguido né fazer essa mesa é tão especial para tratar de um tema né que precisa ser enfrentado né 60 anos depois aí do do golpe militar Então acho que é muito oportuna né a realização
dessa mesa e queria também agradecer o pessoal da especial ação por ter Instigado né a gente a fazer eh eh a organizar Aqui esse debate tá então sem queria agradecer também né a todo mundo que participou da organização da semana da Consciência Negra sobretudo aos coletivos estudantis né Queria agradecer a Jamile que tem batalhado muito né para que essa semana saia aqui de uma forma eh bem bacana E eu queria parabenizar né a iniciativa acho que tá dando super certo tem sido aí uma semana eh eh super importante e no Campus Osasco a gente tem
tido aí um mês todo né é um mês da da consciência negra e queria agradecer também ao Henrique que tá aqui né o Henrique crepalde que tá aqui fazendo a a a nossa assistência aqui eh pra transmissão é isso sem mais demoras queria passar a palavra Então primeiramente pra Cecília Adam Obrigada Cecília pela sua presença Olá pessoal Boa tarde a todos né agradeço muito o convite para participar dessa dessa mesa vou fazer minha autodescrição então eu sou uma mulher negra e tenho cabelos curtos pretos né também crespos eh tô usando uma blusa preta e atrás
de mim há uma estante com livros n que acaba emoldurando aqui a minha imagem bom eh vou falar um pouco sobre a minha experiência né minha Mação experiência de pesquisa porque também é a partir dessa experiência que eu vou pautar a minha fala hoje então eu sou historiadora eh tive minha formação na Unesp Franca fiza graduação mestrado e doutorado na UNESP Franca lá eu fiz a o processo de formação minha graduação Eh desculpa minha processo de pós-graduação em história política e a minha pesquisa de Mestrado foi justamente sobre mulheres que lutaram na que atuaram na
luta armada e a o meu objetivo era entender justamente quais eram as especificidades dessa atuação tá começando a chover aqui uma chuva forte talvez vocês vão ouvir no no fundo aqui da minha fala tá eh mas a minha pesquisa era sobre a participação das mulheres e a especifidade dessa participação né como essa essa participação diferia da a participação que era tidda como geral né que era a que era escrita que era registrada a partir da participação masculina e esse já é um ponto importante para falar porque a experiência específica das mulheres ela também que foi
né a a até a década de no começo dos anos 2000 havia muito pouco registro sobre essa participação específica a história de mulheres não só a discussão sobre gênero mas Inclusive a história de mulheres era uma história pouco explorada até então tá E isso encontra um paralelo em relação a história da militância Negra tá das pessoas que pessoas negras que militaram que se colocaram contra o a o regime militar e essa também é uma história que ficou muito pouco eh que teve registros muito incipientes a princípio né E que só mais recentemente nos últimos 10
anos 12 anos tem recebido um pouco mais de atenção tá eh o no meu doutorado eu fui trabalhar com a pesquisa sobre militares né já que então a princípio eu tinha estudado mulheres eu fui tentar entender como é que era a percepção sobre as mulheres que estavam eh na convivência com militares né então por consequência eu fui estudar esposas de militares a acabi estudando família militar né porque a esposa ela é o suporte para a formação dessa família e ela é um suporte essencial pro processo de socialização de Formação eh de militares Então essa trajetória
de pesquisa entender um pouco como é que se vê o processo de militância feminina no pós 64 a organização a participação dessas mulheres dentro das organizações de esquerda e principalmente bom acho que a gente perdeu o sinal da cicili dão eh acho que a gente pode é ela ela comentou né que tava chovendo bastante lá e e e e e travou eh não sei se eh Gabriele você eh poderia eh começar a sua a sua expensão que a gente perdeu o sinal tudo bem Gabriele Peço desculpas por isso gente quando a gente faz evento online
Essas coisas acontecem né a gente Depende de uma boa rede e nem sempre a gente pode contar com isso não com certeza eu posso posso iniciar minha fala sim eh eu tava tava imersa na fala da da Cecília Tava prestando atenção tava gostando mas daqui a pouquinho eu espero que ela que ela retorne eu entendo perfeitamente Espero que a minha internet dê conta também aqui da da nossa conversa bom eh primeiramente queria agradecer muito ao convite de vocês para est aqui eh e para est aqui do lado da Cecília que é uma professora uma especialista
que eu já venho acompanhando algum tempo e eu tenho uma profunda admiração para mim é uma honra dividir esse fil de fala com ela eh a gente vai comentar um pouco mais sobre isso né E esse campo de reflexões e ações em torno de memória verdade justiça e reparação no Brasil em torno da memória da ditadura militar é um campo bastante embranquecido masculino então é muito especial encontrar pessoas como a Cecília engajadas a a pesquisar investigar esse passado ditatorial mas também engajada numa nas reivindicações né atuais eh referentes a esse período e enfim Fico muito
feliz de dividir esse espaço com ela e agradeço muito o convite Agradeço também a minha colega amiga lorane Rodrigues do Instituto Vladimir Herzog que fez a indicação para que eu estivesse aqui nessa nessa conversa eh fico muito feliz e para mim é muito especial participar de iniciativas construídas por estudantes Então nesse sentido a presença da da colega mpar é assim me Spa eh fica deixa tudo ainda mais especial e agradecer também a professora Fernanda que fez o contato comigo me convidou para poder est aqui bom eu vou abrir uma apresentação que eu preparei só para
guiar minha fala e a gente eu tenho um tempo eh mais mais assertivo de de fala e a gente ter um um momento também para troca para debate vou tentar projetar aqui pra gente poder ver juntos pronho a minha audiodescrição importante bom eu sou uma mulher negra de pele em tom médio ã eu uso um cabelo no formato black power ele tá solto hoje uso uma camiseta branca tem um piercing em formato de argola no nariz e uso e duas pequenas argolas nas orelhas também como brincos eu tô na sala da minha casa e e
atrás de mim tem uma estante com livros e al al uns objetos e do outro lado ã tem uma placa eh em homenagem a Maria el Franco uma bom acho que dispensa apresentações né mas uma política importantíssima no Brasil na cidade do Rio de Janeiro mas especificamente que é da onde eu venho que teve a sua vida ceifada em 18 de Março de eh 2018 Vocês conseguem ver ah Ah vou deixar em aberto Beleza deixa eu abrir aqui acho que temos assim perfeito bom gente eh essa é uma apresentação que eu já venho compartilhando apresentando
em alguns espaços eh esse é um ano muito especial é o Marco dos 60 anos do golpe e eu tenho sido chamada convidada eu e outros colegas que também estudam as Relações raciais nesse período eh esse é o foi um me parece um ano paradigmático porque no Marco dos 60 anos do golpe várias das discussões sobre essa memória sobre essa história eh estão sendo conduzidas a partir do tema eh enfim da temática racial eh isso é quase que uma novidade tendo em vista que esse esse não esse era um aspecto que não não vinha sendo
eh comumente tratado por especialista do tema mas nem por ativistas militantes engajados na luta por memória verdade justiça e reparação no Brasil né referente a esse período E aí antes de começar a apresentação Mais especificamente eu vou também enfim da forma mais breve que eu consegui me apresentar e contar para vocês também como é que eu chego nessa temática bom como a Fernanda comentou No início eu sou historiadora eu me formei na Universidade Federal do Rio de Janeiro a ofj E logo na sequência eu emendei um doutorado ou melhor um mestrado doutorado ainda não um
mestrado em História comparada nessa mesma universidade em História comparada eh E desde a graduação eh eu tenho um interesse uma inclinação pelo tema da ditadura militar eh e tenho feito enfim trabalhos pesquisas eh sobre esse tema Mas a partir desse aspecto das Relações raciais no período então na minha dissertação de Mestrado que é um pouco do que eu vou trazer para vocês que eu defendi 2021 eu tentei reconstituir de que formas a popul ação Negra foi atingida pelas políticas da ditadura militar pelas pelos ditames do regime seja de qualquer ordem econômica social política até mesmo
científica é um pouco do que a gente vai comentar eh aqui a partir da minha da minha apresentação eh esse é um tema que eu ainda me mantenho interessada pretendo eh desenvolver um doutorado um com uma temática um pouco mais do tempo presente a partir da memória de Maria el Franco mas que retoma um pouco pouco nessas bases eh teórico-metodológicas eh que eu enfim venho me me baseando para fazer as pesquisas sobre ditadura militar e Relações raciais eh Contando um pouco da minha vida profissional para além da Universidade eu venho de uma atuação na sociedade
civil organizada eu passei por instituições como o Instituto de estudos da religião o Instituto Vladimir Herzog ah tive uma passagem esse ano breve de apenas 7 meses na Gestão Pública a partir do arquivo nacional do Brasil onde eu estive à frente da Diretoria de processamento técnico preservação e acesso ao acero que é o setor do órgão responsável pelo acero permanente eh passada essa experiência na na gestão pública na administração pública eu retomo a sociedade civil organizada numa atuação agora a partir do Instituto Marielle Franco na qualidade de gestora de memória então parte das minhas atribuições
hoje no MF é organizar o acervo de Maria el Franco organizar o acervo do próprio Instituto Maria el Franco e ajudar a família e a instituição a a desenvolver o grande sonho de do centro de memória que levará o nome de Maria el Franco então espero que eh que tudo dê certo espero que num futuro muito próximo vocês todos tenham conhecimento desse trabalho e Mais especificamente da criação do centro de memória né Mari merece isso profundamente bom vamos à apresentação sem mais delongas eu trouxe esse título entendendo a ditadura a partir das Relações raciais as
percepções de raça e racismo do regime eu costumo brincar que a pesquisa sobre ditadura e relações Relações raciais que eu e outros colegas eh desenvolvemos ela não é provocada por um mero fetiche em identificar eh enfim identificar a população negra em dado período histórico até poderia ser só só isso só essa tentativa porque essa é uma história contada como outras da história do Brasil de forma muito embranquecida mas a gente faz esse esforço de identificar as percepções de raça e racismo do regime militar de identificar como que esse regime atingiu a população negra Porque Nós
verdadeiramente acreditamos que isso dá uma nova nuance para uma história que já é largamente conhecida né a historiografia da ditadura militar os estudos sobre a ditadura militar tanto no âmbito da historiografia como em outras áreas do conhecimento Esses são estudos que puderam dar conta de diferentes aspectos do regime diferentes aspectos da ditadura militar Mas de fato o elemento da questão racial das Relações raciais ele acabou sendo bastante negligenciado por esses estudos então é um movimento relativamente recente esse que é meu que é de Cecília enfim que é de outros colegas pesquisadores também de tentar identificar
Como que essa população foi atingida e o que de novo essas histórias sejam de indivíduos ou histórias coletivas eh negras de experiências negras naquele período podem eh qualificar mesmo o nosso entendimento sobre a própria ditadura militar ehom eh e aí pra gente poder falar de Relações raciais na ditadura é importante a gente caracterizar a ditadura né então eu trago dados da comissão nacional da ver que em seu relatório final entregue ao estado brasileiro no final de 2014 concluiu que de fato eh durante a ditadura militar havia uma política estatal de alcance generalizado contra a população
civil que sustentava uma série de práticas de violações de direitos humanos e aqui eu trago alguns exemplos né detenções Ilegais e arbitrárias tortura violência sexual execuções sumárias desaparecimentos forçados ocultação de cadáveres dentre outras tipologias eh de crimes e já que eles eram aplicados de maneiras de maneira sistemática e massiva são crimes contra a humanidade a CNV pode identificar eh mais de 300 agentes públicos que estiveram envolvidos em nesses crimes eh eu costumo trazer nas apresentações fazer uma provocação eh que pode até parecer eh um pouco paradoxal mas fato é que a ditadura sustentou uma base
política ideológica para se manter então além da violência que é a característica das ditaduras eh a Ditadura Militar Brasileira mobilizou também o seu próprio conjunto de valores numa tentativa de legitimar suas ações em diversos Campos então compõe o que a gente pode chamar o que eu costumo chamar de pacote ideológico eh que essa base política ideológica da ditadura militar o anticomunismo a doutrina de segurança nacional a moralidade a ordem Cristã eh a religiosidade Cristã sobretudo a católica dentre outros elementos dentre outros aspectos que são mais eh abordados são comumente abordados pela historiografia do tema esses
eram valores eh acionados numa tentativa de justificar a implementação do regime militar e essas violações de direitos humanos que foram cometidas além de tentar aproximar a população além de tentar angariar um certo apoio social eh então tratava-se de uma tentativ de regulação de controle das mentalidades esse que é um artifício comumente mobilizados mobilizado em regimes autoritários e no Brasil não foi diferente e aqui eu trago eh dois trechos do livro a ditadura militar no Brasil repressão e pretensão de legitimidade de 96 da professora Maria José de Rezende uma obra que eu gosto bastante e que
e no que se refere né esse conjunto de valores essa base política-ideológica da ditadura militar eu acho que é uma obra bastante importante então a professora comenta aqui o empenho da ditadura militar durante toda a sua vigência para demonstrar que suas ações medidas atos e desígnios se consubstanciam em um determinado sistema de ideias e valores sobre uma suposta democracia se constituiu em um dos pilares de sua pretensão de legitimidade desde os primeiros momentos até o golpe de 64 o regime tentava conseguir adesão ao seu projeto de organização social insistindo arduamente em que seus desígnios e
ações estavam fundados no objetivo de instaurar o que ele denominava de verdadeira democracia entre aspas no Brasil no país as pressuposições em torno desta democracia perpassaram todo o regime militar inclusive nos momentos mais repressores como por exemplo de 68 A 73 e o que eu tenho defendido que eu tenho comentado em espço como esse aqui é que o racismo eh embora pouco debatido pela histografia do tema o racismo também compunha esse arsenal de valores e ideologias que a ditadura usou para mascarar essa certa legitimidade Então nesse sentido a perspectiva era de defesa incontestável do mito
da democracia racial ou seja dessa ideia de que no Brasil não haveria racismo que no Brasil não haveria tensões eh de cunho racial E aí mobilizando nesse discurso a ditadura eh sufocou interditou de várias formas a discussão sobre raça e racismo no Brasil partindo desse pressuposto de que do pressuposto de que o tema seria introjetado por comunistas com dissidentes a fim de promover uma cisão social e aí diante dos casos de racismo que obviamente não deix não deixaram de existir durante a ditadura muito pelo contrário foram potencializados eh diante desses casos o o regime alegava
que tratavam-se de circunstâncias pontuais que não retratavam eh a maneira como as Relações raciais de fato se davam se dão eh no país e aí o antirracismo que vinha ganhando força ali desde o período do pós-abolição desde o final do século eh XIX e orientado por enfim diferentes plataformas políticas ele foi frequentemente descredibilizado pela ditadura militar e aí nesse contexto protestar com contra o mito da democracia racial passa a ser um mote importante senão o principal dos movimentos negros naquele naquele período e aí como resultado dessa violência desse sufocamento que impedia a reunião né aglutinação
desses militantes antirracistas os movimentos negros acabaram sofrendo um impacto muito grande nas suas atividades que eram constantemente vigiadas eh reprimidas pelos órgãos eh de violência de repressão da ditadura militar tá eu sempre digo que o movimento negro ou os movimentos negros se a gente quiser falar no plural para dar conta dessa diversidade que enfim tá tá presente eh nesses grupos antirracistas eu sempre digo que esses movimentos eles não deixaram de existir obviamente mas sofreram um impacto eh contundente nas suas atividades na sua capacidade de reunião de aglutinação e também de em termos de capilaridade em
termos de eh capacidade de conclamação de aproximação de de novas figuras novas lideranças aí aqui eu trago para ilustrar melhor essa percepção sobre essas percepções sobre raça e racismo eh alimentadas pela ditadura militar eu trago dois documentos do serviço Nacional de reação Na verdade são eh dois pequenos trechos né de dois documentos eh longos dosas longos eh do serviço Nacional de informações esse aqui esse primeiro que a gente visualiza é de 1978 de 25 de julho de 19 1978 que curiosamente já há alguns anos nós comemoramos como dia da mulher negra latino-americana e caribenha ah
e o assunto que tá aí eh envolvido em vermelho destacado em vermelho eh como vocês podem ver É racismo negro no Brasil então parte justamente ente Ah E aí só explicando um pouco mais o que que esse documento relata Esse é um dossier bastante longo que relata com de fato Eu só trouxe a capa mas o restante da documentação eh traz um acompanhamento se a gente não quiser chamar efetivamente de uma perseguição muito detalhada das atividades do movimento negro na cidade de São Paulo eh chama atenção inclusive o nível de minúcia de detalhamento que que
é trazido a respeito da da de reuniões de eventos enfim eh realizados eh pelo pelo movimento negro Nesse contexto então o assunto traz racismo negro no Brasil já partindo do pressuposto de que a discriminação racial de que o o racismo eh não era uma realidade no Brasil mas sim uma tentativa havia uma tentativa Por parte dos militantes negros dos militantes antirracistas de eh causar uma uma cisão social a partir da ideia de que eh negros e não negros viviam de maneira diferente no no país outro documento com uma uma visualização um pouco mais difícil que
eu trago já é um documento um pouco mais recente de 82 de abril de 82 onde o assum também um documento de mesma natureza que traz eh com bastante detalhes eh atividades do movimento negro da esse em especial no Rio de Janeiro eh e o assunto também chama atenção o assunto é incentivo à criação de um problema racial no Brasil ou seja as atividades do movimento negro incentivam a criação de um problema do problema racial no Brasil que a partir da das percepções do regime militar seria uma um um problema eh inexistente Seria algo que
não tava colocado no país e que eram esses militantes que estavam esse esse conflito de cunho racial bom e todo esse esse sufocamento essa perseguição aos movimentos negros também teve um impacto eh importante na produção científica sobretudo no debate racial no âmbito da produção científica Então os estudos sobre as Relações raciais no Brasil que são absolutamente peculiares né vinam se avolumando nas universidades brasileiras sobretudo no campo da sociologia e esses estudos foram censurados Então tem um trecho do sociólogo Rafael Trap em que ele comenta que a pesquisa sociológica foi rar feita nesse período porque houve
vigilância e efetiva repressão do Estado a cargo da segurança do dogma oficial da democracia racial Então os estudantes que trabalhavam com a temática racial nas universidades foram desencorajados a dar continuidade nos seus estudos inclusive intercambistas eh que vinham pro Brasil para eh estudar para entender melhor para qualificar o entendimento sobre as Relações raciais aqui que reforço são absolutamente eh enfim peculiares diferentes eh específicas né Se a gente for eh colocar em perspectiva com outros países há também o episódio da do censo de 1970 o Censo organizado pelos militares onde a a pergunta sobre raça e
cor foi traída eh Há várias hipóteses do porqu eh Houve essa essa a supressão dessa dessa pergunta sobre raça e cor eh mas fato é que isso causou um impacto muito negativo nas pesquisas sobre as Relações raciais no Brasil que é nesse contexto sem os dados do receno os os especialistas enfim estudiosos e estudiosas sobre o tema no é quase com Um Apagão de dados né não t tiveram aí eh informação dado eh para estatística para poder basear seus estudos e de certa forma para atestar que pessoas negras e não negras viviam eh em condições
eh diferenciadas distintas no no Brasil e isso causou um impacto também na atividade do próprio movimento negro que também sem essas estatísticas que também sem esses dados tiveram essa mesma dificuldade de atestar o racismo no Brasil e consequentemente combatê-lo e a pergunta eh sobre raça e cor retorna no Censo de 1980 a partir das cobranças da pressão feita pelo movimento negro mas também por esses estudiosos então h o relato a informação de que esses pesquisadores sobre as Relações raciais do Brasil e lideranças do movimento negro a época se se reuniram com o presidente do do
IBGE para cobrar pela retomada desse questionamento sobre sobre raça e co então o senso de 1970 não apresenta para nós eh a a a radiografia baseada em co e Raça no Brasil e isso eh enfim eh dificulta de fato dificultou a vida desses pesquisadores mas também dos militantes eh esse apagão de informação até porque com com sem dados sem estatística não se elabora inclusive não se elabora nem se implementa políticas públicas voltadas eh eh para enfim para amenizar para diminuir esse forço social entre negros e não negros no país entre pretos e pardos né e
e não negros no Brasil e apesar desse cerceamento do tema racial nas universidades o espaço acadêmico acabou se consolidando como um dos mais proficuos pra discussão sobre raça e racismo no país então é nesse contexto da década de 70 de 80 e até mesmo de 60 que emergem figuras como abidis no Nascimento ou se consolidam né no no no cenário político e e científico também figuras como a bedidas do Nascimento Léa Gonzales Beatriz Nascimento Eduardo de Oliveira Oliveira e várias outras lideranças do movimento negro que hoje são eh referências importantes nessa luta E aí dando
um salto eh e comentando um pouco sobre a abertura política eh bom logo depois do golpe de 64 esse movimento social negro ou movimentos negros do Brasil entram em certo refluxo né sentem aí uma dificuldade grande de reunião de aglutinação de mobilização por conta dessa perseguição dessa vigilância dessa repressão do regime militar e é somente no final da década de 70 não à toa no contexto da abertura política que os movimentos negros acabam recuperando a força de outros tempos então surge o movimento negro Unificado em 78 h o movimento negro Unificado em menu existe até
hoje certamente A Entidade eh do movimento negro contemporâneo mais antiga que temos né notícia eh E como eu sempre comento aí se dá o início do protesto negro contemporâneo então a for forma como a gente vê o movimento negro no Brasil organizado hoje no Século XX e 2024 deve muito eh ao que foi preconizado pelo movimento negro lá no pelo mnu Mais especificamente no final da década de 70 eh É nesse momento também em que há contribuições em que existem contribuições importantes do movimento negro no processo de abertura política e na reivindicação pela Anistia eh
Há uma participação fundamental também de lideranças negras do desenho da Constituição cidadã e e emerge daí também lideranças políticas importantes me parece que a mais expressiva é a da deputada benit da Silva hoje deputada Federal do pelo partido dos trabalhadores e das trabalhadoras pelo Rio de Janeiro e que a época foi eh foi parlamentar constituinte e com o Fim da Ditadura o movimento negro acaba recuperando um novo fôlego e se estabelece enquanto mas das principais eh figuras políticas forças políticas do país E aí para encerrar minha fala e e continua ouvindo a professora Cecília e
conversar um pouco mais com vocês eu queria trazer um pouco também do que eu entendo ser algumas das consequências da interdição do debate racial n do debate racial lá na ditadura nas Relações raciais hoje eh nós historiadores historiadoras a gente tem sim um apego grande com o passado eh enfim né parte importante do nosso esforço eh é reconstituir esses eventos essas figuras do passado mas é importante a gente entender também que Impacto isso tem no nosso presente e no nosso futuro então o racismo como né comentei ao longo de toda a minha apresentação a o
racismo e a defesa do mito da democracia racial foram aspectos importantes da plataforma política ideológica da ditadura militar eh e em um dos contextos mais efervescentes pro debate racial no mundo então nesse contexto a gente tem em diferentes momentos né A Luta pelos direitos civis nos Estados Unidos a luta pela libertação dos países africanos Então nesse momento de grande e e outros eventos também né ao redor do planeta nesse momento de bastante efervescência o movimento negro no Brasil seg guia com essa dificuldade de aglutinação de mobilização e a pesquisa sobre as Relações raciais sufocadas nas
universidades então a interdição do debate racial em diversas esferas naquele período acabou culminando nessa dificuldade grande que nós temos hoje na sociedade Brasileira de identificar o racismo E combatê-lo é claro que o racismo que nós testemunhamos e sofremos no Brasil hoje ele não nasce na ditadura militar mas essa interdição do debate racial essa essa interdição estratégica do debate racial eh e essa defesa enfim incontestável do mito da democracia racial pelos governos militares pelo pelo pela ditadura militar eh isso causa um impacto muito grande na maneira como ainda hoje a gente percebe raça e racismo a
gente tá aqui no Marco dos 60 anos do golpe eh no Marco da do dia da consciência negra da semana da Consciência Negra da Unifesp se a gente quiser ampliar um pouco mais no Novembro negro que é um período em especial no Brasil onde a gente eh se dedica de forma né mais profunda mais capilarizada a discutir a as condições as condições de vida da população negra no Brasil eh e e se hoje a gente enfim a gente avançou para caramba mas se hoje a gente ainda enfrenta uma dificuldade grande em identificar esse racismo e
lutar contra ele né eu digo isso a nível né nacional engajando todas as pessoas com certeza eh a uma raiz importante dessas dificuldades se encontra na ditadura militar onde o racismo e a defesa do mito da democracia racial estavam introjetados na maneira como o estado brasileiro eh percebe esses temas de novo não é algo não era algo absolutamente novo mas a ditadura militar acaba sofisticando e os impactos disso e de outras questões também do do regime militar a gente sente até os dias atuais bom eu vou parar por aqui agradecer mais uma vez a oportunidade
e dizer que eu tô muito contente de estar aqui com vocês hoje e me colocar absolutamente à disposição para que a gente possa conversar eh nos nos próximos minutos que ainda temos de de Live muito obrigada muito obrigada Gabi muito muito boa a sua fala principalmente trazendo essa historicidade né Para paraa nossa história negra no Brasil que desde o começo vem sendo invisibilizada eu acho que nesse período tem esse essa esse maior abafamento mas também é daí que surge a teoria crítica da raça depois no Brasil muito forte para principalmente pegar essas discussões institucionais né
que eh eh a durante a a o período militar eles pegaram essas instâncias institucionais e criticar né colocar como um ponto ali a ser discutido é muito importante falar que 60 anos da ditadura militar mas também tivemos agora o julgamento do assassinato da Maria le Franco e do Anderson então eh São resultados né da da ditadura que agora perseguem a nós até hoje Bom eu acho que a Cecília voltou Então vamos ver se ela já está aí nos ouve de volta ao mundo seu áudio tá desligado pronto voltamos e agora sem chuva bom então pode
continuar Cecília obrigada tá obrigada obrigada obrigada Gabi eh eu vou retomar um pouco do que eu tava falando peço desculpas pela interrupção a gente tem tido chuvas muito fortes por aqui eu acho que foi uma intercorrência com a internet mas enfim eh muito bom poder falar depois da Gabi também porque eu já posso eh tem ponto de conexão né na nossa fala mas retomando eu tava falando para vocês sobre a minha pesquisa né na do doutorado que foi então sobre eh esposas e famílias militares e a junção desses dois temas de pesquisa né do mestrado
com mulheres eh na luta armada e também eh do doutorado sobre as o processo de socialização Militar Principalmente né em Para para que essas famílias fossem formadas eh me permitiu atuar na comissão nacional da verdade né e na comissão nacional da verdade eh a gente começou os nossos trabalhos a equipe da qual eu fiz parte começou os trabalhos a partir de agosto de 2014 e eu falo isso por quê eh porque já havia um um um tempo exigo para realização dos trabalhos e pro fechamento e entrega do relatório que foi entregue em Dezembro né então
Eh quando a gente chegou para trabalhar na na CNV Eh boa parte dos temas que comporiam o o relatório final já estavam organizados né mas houve aí justamente uma falha que é uma crítica que pode ser feita à CNV que foi justamente a ausência de um capítulo né sobre a repressão à população negra né Isso foi uma crítica que foi feita posteriormente e que deve ser assumida justamente porque se se configura como uma ausência muito eloquente né é uma ausência que fala muito sobre eh o Por não estar né a gente eu sei né enquanto
participante que havia um um um tempo reduzido mas outros temas entraram e esse era um tema importante também então a gente se questiona né fica o questionamento pra sociedade o o o a eloquência dessa ausência né por que isso não entrou ainda assim eh houve por parte da pesquisadora Maria lúci Vargas que é uma pesquisadora do Rio Grande do Sul que também compôs a a comissão a iniciativa de de escrever um artigo um documento eh falando sobre a a questão racial né ao longo do período da ditadura e ela chama a atenção no final desse
documento né ela passa muito do documento muito pelo que a a a Gabi acab acabou de dizer né sobre como a a ditadura militar Como o governo militar Mais especificamente utilizou o mito da democracia racial para escamotear as as graves violações de direitos humanos que estavam sendo feitas eh estavam sendo praticadas no Brasil né então partindo já do que a Gabi falou a havia uma ideia e isso depois vai ser apoiado pelo trabalho do pesquisador Rodrigo Ruis né que tá fazendo pesquisa uma pesquisa nesse sentido hoje eh em documentos do Itamarati eh que a o
governo militar usava para falar no exterior a ideia da democracia racial meio que para justificar eh e aliás para dizer que não havia tortura no Brasil que não havia graves violações de direitos humanos afinal de contas éramos um país que seria exemplo pro restante do mundo porque nós não tínhamos um racismo ostensivo ou eh um racismo segregacionista conforme por exemplo havia nos Estados Unidos ou na África do Sul né então a propaganda que o governo brasileiro fazia no exterior era justamente essa não praticamos violações de direitos humanos porque somos um país que respeita os direitos
humanos e praticamos uma eh democracia uma igualdade racial dentro do nosso país Então essa essa ideia né então a Maria Lu fras utiliza né Essa essa ideia ao longo do texto e ela encerra o o o documento que ela produziu falando do caso de um militante chamado eha Roberto cieto com c e dois Ts Caso vocês queiram pesquisar no final que esse caso aparece para paraa gente na CNV a partir da fala de de uma entrevista né do Flávio Tavares que foi um dos que saíram eh a partir do sequestro de um Embaixador no Brasil
um dos presos né Que que foi liberto e exilado a partir desse sequestro e o Flávio Tavares Ele conta na nessa entrevista isso já tá mais no final da entrevista né ess é interessante falar para vocês que Essas entrevistas estão disponíveis né no no YouTube referente a a CNV no canal da CNV no YouTube e também estão lá arquivadas né estão no Arquivo Nacional também então no final dessa entrevista ele diz que ele foi preso né teve preso teve preso em diversos lugares mas antes dele ser solto porque no dia do sequestro especificamente no dia
do sequestro eh ele é tinha passado por tortura tinha passado por vários lugares onde ele fica preso mas ele é transferido de uma de uma cela para uma cela térrea né porque ele vai ser separado dos outros eh militantes porque ele vai ser ele vai ele vai sair né nesse sequestro e ele é colocado numa cela E no momento em que ele entra ele tropeça em alguém que ele imaginava estar dormindo e tudo escuro ele não consegue eh compreender bem exatamente o que tá acontecendo mas na medida que os olhos dele vão se acostumando à
escolido ele percebe que aquela pessoa não está dormindo que aquela pessoa está morta e ele reconhece aquela pessoa ele reconhece que é o Roberto Ceto e Ele conta a história do Roberto era o seguinte o Roberto Ceto tinha ficado preso a partir mais ou menos Aliás ele tinha sido preso por um crime de comum né de roubo de carro não político eh com 12 14 anos ele não soube precisar no momento mas a partir daquele momento que ele é preso ele passa a conviver 12 14 anos preso ele passa a conviver com outros militantes políticos
que também estaram presos em Ilha Grande tá e a partir daquele momento ele passa por um processo de formação política e ele passa a a a a comungar dos mesmos ideais e valores dos militantes e quando ele sai da prisão num breve intervalo ele vai para para para uma organização né só que ele precisa passar por um tratamento médico no Rio de Janeiro e ele volta pro Rio e nessa volta ele é preso novamente e é torturado para que ele né entregue fale sobre os colegas Quem tava participando quem pertencia a mesma organização e ele
acaba sendo morto né e o Flávio Tavares fala assim olha como sempre são os pretos e os pobres que vão sofrer primeiro né e não é uma coincidência o o fato do Flávio Tavares eh ser colocado na mesma cela que ele né que onde tá o corpo dele porque é uma maneira tanto de de e eh atingir psicologicamente né aqueles que ainda estão vivos é uma forma de tortura também mas também de indicar a morte de um companheiro né E essa morte depois também vai ser eh denunciada por uma outra pessoa e por que que
esse caso é emblemático né porque essa foi a única vez na CNV em que ele é citado e eu já vou ligar com outro caso que eu quero contar para vocês também que é do Francisco Manuel Chaves né quem é o Francisco Manuel Chaves ele foi um militante que eh foi para uma organização a partir da da da iniciativa do pcdb ele foi Militar no Aragua tá E aí eu vou retomar um pouquinho a minha a minha experiência aqui profissional de pesquisa para vocês entenderem como é que eu chego nisso também tá depois da CNV
no término da dos trabalhos da CNV eu trabalhei como consultora na cmdp né comissão especial sues e desaparecidos políticos da qual eu sou conselheira atualmente eu trabalhei como consultora entre os anos de 2016 e 2018 e eu fui trabalhar especificamente com o caso Araguai o caso da Guerrilha Araguai né que eu também havia coordenado a produção do Capítulo e dos perfis na CNV Então como continuidade esse trabalho eu fui trabalhar na cmdp e um dos primeiros produtos que eu e outra consultora eh que precisávamos organizar era justamente organizar as informações que estavam disponíveis que já
haviam sido levantadas e aferidas eh em relatórios e missões anteriores no Araguaia organizar essa essa informação e escrever elaborar fichas individuais para cada um dos militantes para cada um dos Mortos desaparecidos no Araguaia Você sabem são cerca de 70 eh que são mortos e desaparecidos ninguém sobreviveu peço desculpa poucos sobreviveram a essa eh eh a campanha repressiva contra essa Guerrilha foram poucas as pessoas que sobreviveram eh algumas foram mortas posteriormente em circunstâncias suspeitas inclusive mas a nossa função naquele momento era elaborar Essas fichas individuais tá E aí a gente fez a organização dessa documentação e
a ficha relativa ao Francisco Manoel Chaves Foi a que mais me chamou a atenção porque não havia nenhuma informação sobre ele nenhuma informação e isso para mim mais uma vez representou uma ausência muito eloquente por qu Qual que é a história dele né então vamos falar qual que é a história dele ele chegou até o Araguaia com mais de 60 anos então ele era um senhor já era idoso negro mas ele já militava politicamente desde a década de 30 o pesquisador janailson Macedo Luiz ele indica que ele nasceu em 1902 né que o Francisco Manuel
Chaves nasceu em 1902 faleceu na segunda campanha repressiva contra a Guerrilha em 1972 então desculpa 1902 não 1906 desculpa com quase 70 anos e ele já havia militado antes na Aliança Nacional Libertadora em 1935 sendo preso por isso né Depois ficou preso em Ilha Grande também passado esse período de prisão ele inte passou a integrar o PCB né esteve informação política fora do país né conforme outras as lideranças políticas do período depois ele retorna eh a partir da cisão Do PCB ele passa a integrar o pcdb e a partir disso A partir dessa dessa permanência
ele vai pro Araguai tá então ele já chega no Aragua com uma que a gente pode afirmar com uma grande experiência né política de militância política e de acordo com as pesquisas do janailson lá no Araguaia ele passa junto com outros militantes negros né ele eh o janailson lista nove militantes negros no Araguaia eh ele junto com ason que é uma outra eh liderança eh também conhecida bastante reconhecido né Há toda uma mitologia sobre ele no Araguaia eh ele passa a frequentar as sessões de terecô que que é o terecô o terecô é uma uma
expressão religiosa né de matriz africana mas também com forte influência indígena né que se liga realmente à questão da vivência mais específica na mata então o Francisco Manuel Chaves Ele eles junto com as vadão eles passam a frequentar essas sessões de terecô e há ali uma uma convergência que não dá pra gente afirmar especificamente se é uma prática religiosa uma uma junção né de uma prática Religiosa e uma prática política né mas há uma atuação passa a ha uma uma atuação do Francisco Manuel Chaves junto a esses grupos de terecô da região e quando ele
é morto nessa primeira na segunda campanha repressiva eh ele é identificado ele é chamado em alguns documentos que não são da da cmdp mas foram encontrados depois eh como um feiticeiro então é interessante e e assim ele no momento da sua morte tinha guias né tinha cordões eh ligados a essa expressão religiosa e possivelmente ele é um dos poucos casos em que há eh em que foram encontrados remanescentes humanos remanescentes ócios eh Em cemitérios na região do Aragua tá por Possivelmente ele é né foi esses esses esses reman foram encontrados em 1991 há muito tempo
mas não foi novamente encontrado nenhuma eh compatibilidade eh de DNA porque não foram encontrados familiares do Francisco Manuel Chaves para que fosse recolhido esse esse material para que houvesse a possibilidade de fazer exame de compatibilidade tá então eh embora haja indícios e esse cordão eh de de terecô relacionado à prática do terecô seja um dos indícios né fora outros indícios morfológicos né a partir dos de exames eh de análises né que podem ser feitas nesses nesse nesses remanescentes ósseos tenham essa indicativa de que possam pertencer a ele a gente não consegue fazer esse Mat a
partir do DNA porque os familiares não foram encontrados né então mais uma vez há um silêncio sobre ele e esse é um caso que que que sempre me vem à mente quando a gente vai pensar eh quando se fala eh em militância negra em pessoas negras que militaram né em 1900 desculpa em 2009 a secretaria especial de direitos humanos ligadas à presidência da república lança esse livro que é o direito à memória à verdade mas que trata especificamente de pessoas negras que que militaram né E que foram mortas e são desaparecidas até hoje e reconhece
né eu vou mostrar para vocês algumas imagens aqui né então então são imagens é uma documentação acho que assim dá para vocês verem melhor que tem fotos né uma descrição breve da trajetória dessas pessoas eh mas mesmo assim essa é um é uma das poucas eh iniciativas para falar especificamente ente desses militantes né então o caso do Francisco Manuel Chaves é um caso que me toca muito justamente porque há esse silêncio sobre ele né e E aí isso gera muitas perguntas né embora ele fosse um praticante do terecô seja estivesse em contato com a comunidade
Por que não existem outras informações sobre ele né ele já era um idoso ele era a pessoa mais idosa né que compunha a Guerrilha Por que que ele passou invisível ninguém disse olha pode ter sido morto aqui ou ali ou foi encontrado né a gente tem eh informações sobre a circunstância de desaparecimento dele eh mas que foram dadas no relatório Arroio não são informações sobre a população que a população deu né que foram alvo dessas fichas que eu comentei para vocês então o silêncio sobre ele né as perguntas que a gente pode fazer eh falam
bastante sobre essa ausência dessa perspectiva racial eh no momento né do reconhecimento e na pesquisa sobre essas pessoas eh eu vou encerrar minha fala por aqui e me coloco à disposição para responder às perguntas de vocês e acho que a gente pode no debate ampliar a a essa nossa discussão tá bem muito obrigada obrigada pela atenção de vocês e novamente obrigada pelo convite obrigada Cecília eu acho importantíssimo você trazer esses dados e trazer os nomes né Principalmente porque a gente não pode deixar continuar apagados né Eu acho que quando você nomeia algo é porque você
quer dar importância para aquele para aquela pessoa para aquele objeto e é importante você trazer esses nomes essas histórias para que mesmo que lá naquele passado tivesse né a sua o seu apagamento agora a gente Traz com um novo significado né um significado de luta um significado eh de resistência bom eh eu sou Miss Spa vou fazer primeiro minha audiodescrição eu sou M Spa negra da pele chocolate bombom eh estou com os cabelos soltos eh camisa branca e azul atrás de mim tô tem uma Parede Branca AL uns livros e fotos também estou de óculos
eh eu não sou particularmente da ditadura militar Eu Sou formada em relações internacionais aqui pela casa pela ipen e também agora curso direito eh além de representar e pem preta aqui eu quero trazer um pouquinho sobre os resquícios da ditadura militar e como a violência principalmente a violência institucional ela ela não foi apagada né ela não foi diminuída por ao contrário ela só mudou teve mudanças institucionais eh eu queria colocar Principalmente eu assisti recentemente o filme Eu ainda estou aqui né ainda estou aqui h chorei horrores não tem eu acho que esse é um ponto
não tem nenhum eh resquício né da da da ditadura principalmente na questão racial porém eu não vou dar spoiler nenhum mas ele fala principalmente sobre a violência eh psíquica né a violência psicológica que a violência institucional eh nos nos nos continua né Eh e eu acho que é isso que a gente traz da da da ditadura militar eh para até hoje eu trabalho principalmente na clínica de direitos humanos aqui da da epen também eh com o caso da chacina de Osasco e atualmente também na no caaf com o projeto de Reparações com as mães de
Maio as mães de Osasco eh os casos da violência institucional da ditadura militar então caso mer lindo e também trabalho na connectas falando um pouco da da do enfrentamento a violência e a democracia e eu queria trazer um pouco que a a luta né Principalmente atual pela memória verdade Justiça da ditadura militar vai muito além da daqueles que já foram porque muitos muitos falam ah Anistia mas a a história não não não é fragmentada né a história como um todo então ao você repartir a ditadura militar como um um momento único ali e não dá
uma sequência principalmente eh depois da da sua da sua instauração eh romper essa história principalmente brasileira o governo militar como a Gabi trouxe bastante foi um um governo que trouxe principalmente esse mito da democracia racial né Eh ele instaurou isso nas suas escolas né dentro do do direito Cívico militar e essas graves violações de direitos humanos elas continuam não só na no desaparecimento forçado principalmente a questão Negra né no Brasil eh mas também nessa constituição eh nessa continuação desculpa da desinformação institucional que a gente vê bom e e como isso aparece recentemente né isso aparece
na violência policial isso aparece eh na desinformação institucional mas também dentro da Justiça Criminal eu eu trago aqui principalmente né a parte da do sistema Judiciário do sistema de Justiça eh isso aparece quando Principalmente as pessoas negras par né pretas deixam de acessar a justiça e ter o seu acesso à justiça diminuído por conta das suas condições eh materiais das suas condições políticas das suas condições sociais eh e a gente tem a quebra ali da ditadura a a a redemocratização porém essa redemocratização eh vem não Teoricamente para a população negra né A a tem um
um termo que utilizam principalmente que é a república das chacinas que após a democratização eh outros eh há outros mecanismos de cerceamento de direitos humanos cerceamento de direitos fundamentais que a população negra sofre que dentro das favelas dentro de seus territórios mas também fora de seus territórios né Eh essa república das chacinas pode ser visto tanto eh na operação escudo na operação eh verão pode ser vista na chacina eh de Osasco que nós estudamos na clínica de direitos humanos pode ser vista eh na dpf 635 agora que está sendo votada eh ela pode ser vista
na ali nas Mães de Maio então mesmo com a redemocratização essas essas violências institucionais principalmente por meio da Polícia Militar né que é um que o versé o Liv aqui ele fala muito sobrea da e como depois da ditadura militar eh continua e principalmente se instaura esse eh essa polícia militar muito mais fortificada então deixa de ser uma polícia eh cívica né uma polícia como gcms e começa a adotar uma polícia muito mais militarizada com esse sentido de uma guerra civil Inclusive tem a a uma Adi uma dpf correndo agora na atuação dos gcms né
dos guardas eh municipais para essa atuação também ostensiva então como mesmo as polícias que Teoricamente são civis TM essa continuação eh militar e dentro de tudo isso a gente entra ali com essa violência psicológica né Essa violência eh física Esse pacote também ideológico que a a Gabi trouxe que continua sendo reafirmado Principalmente nos programas Nos programas eh de audiência eh nos jornais e como essa violência atinge demasiadamente a eh as a a população negra né são atualmente 70% mais de 70% das das pessoas que morrem nas por policiais são pessoas principalmente homens negros e jovens
eh e eu queria falar também citar um pouco sobre o papel dessas das mulheres né E depois eu vou perguntar inclusive para pras pras palestrantes aqui que é o papel dessa interseccionalidade que são os homens jovens que morrem né mas é o papel dessas mulheres que continuam na sua luta eh a gente tem hoje as mães de Maio temos as mães de Osasco e elas são as principais reivindicadoras contra a violência institucional e e são mulheres são mulheres negras são mulheres pretas são mulheres invisibilizadas muitas vezes criminalizadas principalmente nas audiências são criminalizadas pela polícia são
eu eh é muito Claro vê isso naquele caso de Bauru que durante eh o momento ali de comoção que era durante o enterro a polícia aparece e não deixa os próprios familiares eh a própria mãe Eh continuar seu luto ali então é uma luta que cresce junto com o luto e você não consegue eh apartar um do outro né isso eh eh entra eu acho que não não ficaria muito grande aqui mas entra em diversas em diversas outras searas como como funciona a saúde mental dessas mulheres que não consegue sentir o seu luto dessas famílias
né que não consegue viver o seu luto porque eh já tem um um uma ameaça recente ali na sua na porta da sua casa ou nem nem necessariamente na porta da sua casa né no no seu no velório do seu filho e eu queria abrir Primeiro as perguntas já colocando esse ponto pra Cecília e pra Gabi como elas vê esse papel das mulheres dentro da ditadura é muito muito explícito o papel da dos homens e principalmente no mdu eu queria até passar uma imagem mas depois eu eu mando no o link no chat sobre a
uma capa do do movimento neg um jornal que é de 91 já passado né a ditadura mas tá assim reage a violência racial beije sua sua preta em praça pública eu acho que é isso né esse esse movimento de trazer um um um novo sentimento para esse sentimento de revolta contínuo é trazer uma esse movimento de resistência de amor para esse movimento de de repressão e além dessa pergunta sobre o papel das mulheres dentro da ditadura vou também colocar o a pergunta do Romário Brito que faz destinada Cecília quais ações têm sido adotadas para que
as Universidades abordem a lacuna de dados faciais no relatório da comissão nacional da verdade e quais são seus impactos nas pesquisas é isso passo a palavra para vocês eh respondendo um pouco a r Mário ô Mário eh a partir essa essa crítica que eu fiz né não é uma crítica nova nem é uma crítica minha ela foi feita logo após o lançamento do relatório e a partir de então diversos programas né de universidades públicas elas Eh esses programas eles se abriram para para isso também é fruto da presença de pessoas negras na nos programas de
pós-graduação né então a gente tem que pensar que ah antes da do do do programa de cotas eh tem um tempo aí de atuação né hoje a gente tem mais de 10 anos quase 15 anos na verdade eh a presença de pessoas negras Nos programas de pós-graduação eh permitiu que esses temas voltados né e e que era de interesse desse público viessem à tona Então a partir desse momento então numa junção aí de circunstâncias a o lançamento do relatório as críticas feitas a ele e a presença dessas pessoas nos programas de pós graduação Eh esses
temas começaram vir à tona tá eh não é uma uma ação específica para fomentar isso mas foi um resultado dessa conjuntura Então por que trazer esses temas né porque esses temas dão conta da diversidade dão conta da nossa presença e dão conta do que a mispa falava da nossa subjetividade não é durante muito tempo a subjetividade Negra esteve sequestrada há 15 anos nosso cabelo não era assim nosso cabelo era liso né Por que que o nosso cabelo era liso há 15 anos porque a nossa objetividade era sequestrada dizia-se que o nosso cabelo era feio dizia-se
que a nossa presença não importava dizia-se que os temas que nós temos como importantes porque dizem respeito à nossa existência a nossa presença nos lugares não eram importantes né E isso também é uma crítica que pode ser feita às organizações de esquerda porque as organizações de esquerda num viés marxista né é que a gente não tá falando mal do Marxismo mas a gente tá dizendo o quê que a partir do momento em que essas organizações privilegiavam a perspectiva da luta de classe para sua atuação elas deixavam no como um ponto secundário a questão racial a
questão de gênero né essas questões eram vistas como questões que seriam resolvidas depois que a questão de classe tivesse resolvido E aparentemente elas se resolveriam por si só não era necessário incindível tá então é é é uma perspectiva geral dá pra gente perceber que essa é uma perspectiva geral Então essas pesquisas voltando a pergunta essas pesquisas Elas começaram a surgir A partir dessa conjuntura tá e elas são importantes porque elas dizem sobre a nossa existência sobre a nossa presença sobre a diversidade que tá presente na sociedade brasileira e sobre a importância da gente considerar essas
outras perspectivas para ter um quadro social completo né se a gente não tem essa perspectiva racial sendo considerada toda e qualquer pesquisa Tod qualquer política pública vai sempre ser incompleta imperfeita né então por isso que ela é importante muito muito bom ouv a Cecília numa tentativa sei que a A pergunta foi direcionada a ela mas numa tentativa de Enfim fazer algum tipo de complemento eh eu queria só destacar aqui embora a experiência Nacional né Desse dessa oportunidade muito única que a gente teve de uma reflexão coletiva sobre a ditadura militar embora essa experiência Nacional né
a partir da CNV não tenha dado conta eh da perspectiva racial algumas outras experiências desse comission ismo eh abraçaram esse tema né especialmente a as experiências de comissões estaduais então a comissão estadual do Rio a comissão estadual de São Paulo Comissão da Verdade né estadual do Rio de São Paulo eh no seu expediente nos seus trabalhos eh conseguiram eh investigar e trazer um um relato Enfim uma uma uma compreensão uma uma ã algum tipo de conclusão sobre como se deu a perseguição contra a população negra nesses estados eh o fenômeno do comission ismo foi muito
grande né a partir da CNV eh tivemos experiências eh de comissões Estaduais de comissões temáticas E essas comissões um pouco menores mas também expressivas importantes contundentes deram conta eh desses aspectos Então por mais que haja essa lacuna que é uma lacuna muito séria e que é como Cecília trouxe né imediatamente depois do lançamento do relatório Isso Foi questionado e ainda é questionado até o dia de hoje precisa ser de fato mas vale a pena olhar para asas experiências um pouco mais locais regionalizadas que trazem eh esse elemento racial de forma um pouco mais destacada e
aí vou trazer Rio e São Paulo que são os relatórios que eu de fato li me detive com um pouco mais de profundidade e que fizeram um trabalho muito legal assim de de identificação eh da de como essa repressão atingiu a população negra sempre sempre com ah com um enfoque nessas experiências políticas né do movimento negro a questão do cotidiano eh desses homens e mulheres negros ainda é Um Desafio pra gente fazer essa essa reconstituição fazer essa identificação mas mas já é um ponto de partida super importante super significativo bom vocês agora pautando para as
duas novamente Vocês acreditam que é necessário uma eh estrutura institucional eh dentro da Comissão da Verdade ou em outros âmbitos que priorize a raça eh dentro da ditadura para se trazer a memória e a reparação talvez porque quando a gente fala também de ditadura de amnistia a gente vê eh muito uma questão embranquecida e trazer esse espaço que seria mais pautado para a raça Vocês acreditam que seria um um diferencial principalmente brasileiro eh a gente a uma das recomendações do relatório da comissão nacional da verdade é que houvesse um órgão de continuidade dessas pesquisas dos
trabalhos da CNV né E caso houvesse caso essa recomendação fosse eh fosse cumprida né seria sim ideal que houvesse um um um grupo de pesquisa destinado à temática racial né conforme a gente tá colocando ainda é uma temática a ser construída embora a gente já tenha hoje já uma série de pesquisas de fôlego sobre isso né Eh Gabi pesquisou isso eh o janailson que Correia luí que eu citei aqui pesquisa o Araguaia né então é importante sim né Isso vai vai se houvesse essa esse cumprimento haveria uma convergência dessas pesquisas né para esse órgão Então
acho que seria bastante interessante fica a necessidade da gente cumprir as recomendações da CNV com certeza eh a minha minha minha meu entendimento vai muito na linha eh da cicília eu acho que tem essa compreensão né Por mais que a gente faça críticas façamos críticas ainda hoje sobre essas lacunas e de novo é É necessário fazer isso não é de jeito nenhum desconsiderar o trabalho importante até mesmo Mercúrio que CNV cumpriu ã mas é importante fazer esse tipo de questionamento eh eu eu tenho uma coisa que eu só atinei muito recentemente eu entrei na faculdade
no ano que a CNV tava tava concluindo seus trabalhos eh e um link que eu nunca tinha feito é que talvez a minha inclinação para esse tema tem a ver com esse contexto tem a ver com o fato de que esse tema tava muito muito muito colocado colocado de forma muito explícita no debate público de um jeito que talvez eh de uma forma muito inédita com certeza então tem uma questão também de eh né passar pano não mas por mais que a a CNV não tenha dado prosseguimento a a a essas investigações sobre as Relações
raciais e dado prosseguimento digo coloco nesses termos porque houve um uma um movimento inicial de pesquisa sobre essa temática né Cecília de investigação sobre essa temática Ele só não foi continuado E aí sim não foi continuado de forma deliberada porque outros temas foram entendidos como mais importantes é aí que mora a nossa crítica mas por mais que haja essa lacuna é interessante notar também o quanto essa experiência da CNV despertou o interesse de diversos jovens pesquisadores jovens estudantes de história de outras áreas do conhecimento na temática da ditadura militar eh porque foi um momento muito
muito muito diferenciado muito paradigmático da história do Brasil da história contemporânea do Brasil onde o país finalmente teve a oportunidade de refletir coletivamente sobre esse passado ditatorial sobre essas violações de direitos humanos eu hoje percebo que eu sou uma jovem pesquisadora de ditadura de Relações raciais que foi muito impactada por esse momento da história do país eh muito mesmo e outros pesquisadores também E aí acho que eu sou agora de uma geração de pesquisadores que é isso né mobilizados incentivados pela pel esse contexto da CNV eh estão tem tem o relatório da CNV e das
outras experiências de Comissão da Verdade também material de pesquisa fonte de pesquisa eu fiz isso na minha dissertação né olhei de forma mais aprofundada pro relatório final e pros fui bem sudestina nesse sentido né e pros relatórios de Rio de Janeiro e São Paulo para identificar como esse tema foi ou não abordado então Eh enfim por mais só para colocar isso né que acho que por mais que haja essa lacuna é interessante também o quanto esse trabalho da CNV eh inspirou eh né fez com que o esse bichinho mordesse vários de nós pesquisadores e enfim
que continuaram aí na na temática investigando as Relações raciais mas vários outros aspectos do do regime também eh só só pedindo a palavra novamente eh eu acho que a Gabi tem todo toda a razão né quando ela destaca essa importância da CNV a CNV ela foi paradigmática no sentido de trazer a questão da ditadura pro debate público né desde a os anos de 2012 a 2014 que foi foram os anos de vigência da CNV eh as pessoas tomaram contato né houve um um aumento exponencial das buscas por pesquisas sobre ditadura eh Então esse debate voltou
à sociedade né E como nunca tinha acontecido e isso teve diversas consequências a gente tem vive essas consequências políticas né até hoje tá aí a questão a gente tá chocado aí com uma tentativa de assassinato do presidente do vi Presidente né e e pensar que são práticas ditatoriais que estão se repetindo então né esse passado não morreu então colocar esse esse passado em debate e colocar esse passado em disputa e a memória sobre esse passado em disputa em reconstrução é um um um um uma questão é um mérito da CNV né então a gente tem
que dizer aí que houve muita coragem na criação de uma CNV no Brasil tá ente né Eh houve foi foi um um embora todas as limitações que ela tenha tido ela já tenha nascido né com limitações justamente para que ela também não desse conta dos seus objetivos então a gente critica mas a gente também precisa dizer sobre a a a a as grandes possibilidades que foram criadas P nosso país a partir da existência da CNV Então isso é é é muito importante pensar sobre isso é importante eu queria deixar uma recomendação ível a Cecília trouxe
de forma muito acertada né a a questão das recomendações da CNV né porque para além desse movimento importante de investigação desse passado ditatorial de identificação de perpetradores de vítimas eh que Pee todas as lacunas que a gente tá comentando aqui né sobretudo em relação eh a a questão racial a CNV Também deixou uma série de recomendações eh é voltadas principalmente pro estado brasileiro né no sentido de aprimoramento das instituições enfim aprimoramento do Estado democrático de Direito de maneira geral eh Há um conjunto de recomendações Gerais acho que a gente pode colocar assim são 20 poucas
e nos Capítulos eh no relatório específico né temático há recomendações também eh relativas à população lgbtq a mais e as populações indígenas eh e como Cecília ataz essas recomendações não foram cumpridas Ou foram cumpridas de forma parcial eh isso enfim coloca a nossa democracia coloca o nosso estado democrático de direito numa situação de ainda mais fragilidade e eu queria recomendar o estudo feito pelo Instituto Vladimir Herzog no ano passado e na verdade é um estudo que que Cecília esteve também eh bastante envolvida eh um estudo de eh identificação né do do estatus das condições atuais
de cada uma dessas recomendações inclusive as recomendações temáticas esse relatório foi lançado esse trabalho começou em 2020 o relatório foi lançado no ano passado eu ainda estava eh no no Instituto a Essa época foi um trabalho bem bem importante que a gente pode conduzir inédito inclusive né porque desde o fim dos trabalhos da CNV eh essa essas recomendações não não não não vinham sendo discutidas talvez a mais importante dessas recomendações eh é essa que a Cecília mencionou né da criação de um órgão que que desse prosseguimento a a efetivação dessas recomendações isso não foi cumprido
também eh mas eu queria deixar a recomendação desse relatório eh que é um relatório bastante importante que identifica o status né as condições atuais de cada uma dessas recomendações como havia dito Infelizmente o cenário de um ano para cá não mudou muito em relação à à efetivação dessas recomendações boa parte delas continuam eh não com estatus de não cumpridas Mas deixo eu vou enquanto a gente tá conversando aqui eu vou trazer o o link do do relatório posso colocar no YouTube para que as pessoas possam acessar acho que é um material bem importante é um
material de certa forma também celebrativo dessa desse trabalho da CNV tendo em vista esse cenário atual de certo enfim ostracismo Talvez seja forte né mas é foi um trabalho que que bombou e agora minha cachorra vai enlouquecer gente bom eu eu queria aproveitar para agradecer né Eh Cecília Gabriele e Miss Spa né por terem proporcionado essa reflexão aqui pra gente acho que foi muito importante né que a gente tenha escutado visões que são diferentes e complementares né sobre esse esse período que ainda né Eh eh está sendo vivido né com uma muita intensidade eh a
gente tem descontinuidades logicamente né Acho que vocês apontaram eh bastante isso mas a gente tem aí né um esforço também de eh repensar o presente né A partir eh disso tudo e acho que vocês proporcionaram né informações e eh reflexões né que ajudam muito né a gente a fazer isso eh achei muito interessante que as duas mencionaram né A questão do silenciamento do apagamento da invisibilização né então Eh Gabriele falou né do do apagão de informações né sobre população no senso a gente não não tem como fazer política pública a gente não tem como saber
né Qual que é a a a composição né da nossa população em termos censitários né num determinado período eh esse esforço de desmobilização né dos movimentos sociais mesmo né de fazê-los arrefecer né nas suas lutas e nas suas reivindicações eh eh eu eu lembro né Eh a figura do abidias né no exílio do abidias do Nascimento no exílio quanto ele é emblemático né dessa perseguição né uma perseguição a intelectuais né que estavam ali eh à frente né da academia procurando né também produzir conhecimento né uma nova epistem olia aí novo novos né um novo repertório
pra gente entender né o o o país Então acho que a gente eh hoje de manhã a gente tava refazendo aqui tava fazendo aqui no Campos Osasco uma releitura da bandeira do abidias né que aquela bandeira que ele faz eh quando ele tá há dois anos no exílio né E ele fala olha eu vou me reapropriar dessa Bandeira desse símbolo Nacional né os militares não vão ser os únicos que vão poder né Eh se dizer Donos da então ele se livra né do ordem Progresso ele se livra né e e desse desse lema positivista E
aí ele se reapropriação Negra né naquela Bandeira eh numa homenagem né ao oxo ao Orixá né da da da protetor da da fauna da flora mas também orixá da caça né então tem a gente eh eh eh tem que se Reinventar essa história tem que ser recontada né e e acho que é importante a gente ter tudo isso e eu achei eh muito importante que a Cecília tenha trazido a história do Roberto cieto e do Francisco Manuel Chaves né são histórias que a gente precisa conhecer precisa refletir a respeito desse silenciamento né que acontece então
achei que foi muito complementar né Essa essa ideia de um silêncio muito eloquente né que você traz de uma ausência né que quer dizer muita coisa né o que que quer dizer tudo isso acho que as falas de vocês ajudaram a gente a a compreender E aí eu queria puxar só pra gente né Eh continuar aqui o debate o fio da eh mispa que a mispa puxou pensar né que a gente há pouco tempo a a houve né a entrega dos a diplomação né pela pela Faculdade de Filosofia letras e ciências humanas algumas pessoas né
que estavam envolvidas eh na luta eh contra a ditadura e e não puderam né seguind na sua trajetória acadêmica tiveram suas vidas interrompidas né Por conta dessa luta e lembrar né a elenira preta né também tava ali presente muito presente né Eh recebendo ali seu diploma né por meio da família que tava lá eh e queria lembrar das mulheres né a mispa perguntou para vocês vocês duas tem uma relação né Cecília estudou isso muito a fundo tanto no mestrado quanto no doutorado mas queria perguntar mais sobre o tema do mestrado né Cecília que é sobre
o engajamento das mulheres e das mulheres negras né Eh eh eh Gabriele tá ligada ao Instituto Mariele Franco né que eu acho que é eh uma luta né incansável por justiça por memória por reparação né e agora a gente tá caminhando né Eh eh nessa direção depois de muitos anos né de mobilismo então Eh queria ouvi de vocês qual que é vocês também né como mulheres negras na academia produzindo conhecimento né vocês três aqui eh São né mulheres que estão reinventando esse espaço que tão ocupando esse espaço e trazendo novos temas mas também estudando né
Eh eh a partir da perspectiva racial mas também queria perguntar que a partir da perspectiva de gênero como isso se coloca aí na na agenda de você eh essa essa n minha pesquisa ela a Gabi falou que entrou na faculdade em 2014 eu entrei um pouco antes pouca coisa 1996 E aí em 96 não a história de não se falava ainda história de gênero né em relações de gênero mas se falava em história de mulheres di a história de mulheres ainda era uma história muito incipiente né a partir que vinha a partir dessa ideia de
renovação da da da da historiografia mesmo né a partir da micro-história Depois das histórias temáticas mas muito no viés de dar voz aos que não tinham voz né D voz aos vencidos e muito por isso também eu eu me apaixonei muito pelo uso da história oral assim porque a história oral é justamente isso você pode dar voz a quem não tem voz né e registrar essas pessoas na na historiografia E então Eh pesquisar a história dessas mulheres e e é interessante assim na minha na minha trajetória isso apareceu para mim esse tema apareceu para mim
no primeiro congresso que eu fui frequentar ainda no segundo ano de de graduação eh eu vi uma apresentação de um trabalho sobre uma mulher né que tinha participado da da da da da resistência e da Resistência armada mas ela era apresentada no trabalho como uma pessoa muito triste né e que havia sofrido consequências muito pesadas da Escolha que ela havia feito e e eu eu fiquei muito interessado fiquei apaixonada por aquele tempa Fi assim meu Deus eu quero estudar isso para o resto da minha vida isso é muito maravilhoso né Mas e aí eu fui
né buscar essa essa questão de de dar voz a essas mulheres e na verdade eu descobri que já essas mulheres né já estavam organizadas em grupo e que eram mulheres incríveis e que já né então fui entrevistar a que vocês conhecem a Crimeia né outras militantes e perceb a continuidade da luta né Então as mulheres que antes eram eram eh percebidas e descritas e não falavam né Elas os homens falavam por essas mulheres e a descreviam então mulher sempre foi esse outro né Eh na na luta pela resistência elas sempre descul na resistência elas sempre
tiveram muito presentes né as mulheres são muito resistentes e ainda estou aqui é sobre isso né É sobre a permanência dessas mulheres na luta no pós na busca né então a justiça de transição ela é feminina todos os processos elas são levados a cabo por mulheres né as mulheres eram a maior parte das pesquisadoras na CNV né as mulheres que as mães as irmãs as hoje netas sobrinhas elas são a maioria na na na busca né então na busca por por reparação nos processos de busca e localização né Elas são a maior parte no caaf
então né Resistência é feminina é isso assim então as mulheres elas estão muito presentes elas são muito importantes enquanto pesquisadoras eh enquanto familiares então E isso tem que ser percebido né não é toa que somos duas mulheres negras falando aqui né poderiam ser dois homens Mas quais né Então somos duas mulheres negras falando aqui então isso é muito significativo aliás é a segunda vez em toda a minha trajetória que eu falo numa mesa que é composta apenas por mulheres negras né Fernanda se somou agora a gente mas é muito sintomático isso também é eu tive
a felicidade de de recentemente em outubro eu estive em Florianópolis na semana de história da galera da UDESC numa mesa acho que deve ter sido a terceira ou não foi a terceira essa acho que essa é a quarta mesa eh enfim provocada pelo Marco dos 60 anos do golpe em que o tema central são as Relações raciais é o movimento negro e tudo mais e na mesa que eu participei em outubro Lá em Floripa uma mesa 100% composta por mulheres negras assim eu acho que o que isso com certeza é algo absolutamente impensável há 10
15 20 anos né Eh eu fico Eu particularmente enquanto uma pesquisadora uma jovem pesquisadora negra que tá no momento ainda muito inicial da carreira e tal é muito especial para mim é muito bonito assim de de viver isso eh tem uma e eu não eu não não trabalhei com a dimensão de gênero né na pesquisa do do mestrado na verdade inclusive foquei na experiência de de militância eh de dois homens negros né no âmbito da luta armada eh o jo Rufino dos Santos e o Antônio José do Espírito Santo que é mais conhecido como Espírito
Santo apenas né Eh o J Rufino um escritor enfim é um intelectual muito importante do movimento negro eh que a gente conhece com um pouco mais de profundidade e o espírito santo que é um músico etnomusicólogo eh ainda vivo é uma figura super especial também eh que como jfo na verdade de um jeito um pouco diferente do jo fino mas que também se envolveu eh na luta armada Então essa dimensão do gênero não não surge na minha pesquisa né Não surgiu na pesquisa mas obviamente ela é uma dimensão que me atravessa essa profundamente eh junto
a esse trabalho na universidade na sociedade civil eu faço parte de um movimento chamado mulheres negras decidem eh faltou Esse aspecto importante na minha apresentação eh o mnd é um movimento que existe desde 2018 voltado paraa questão da subrepresentadas institucional mulheres negras né mulheres como eu MPA cicília são representam o maior coeficiente demográfico do país e hoje em dia eh o o grupo de maior expressão nas universidades brasileiras também mas isso não tá refletido nas altas cadeias de comando né em qualquer espaço nas empresas na Gestão Pública nas universidades então é um pouco por isso
que luta enfim reivindica e produz conhecimento esse movimento que eu faço parte desde lá de 2018 e é curioso porque a gente nasce né o mnd nasce antes ainda pouco antes bem pouco antes do assassinato de Maria el Franco que enfim quando acontece de uma forma muito enfim trágica dolorida mas acaba dando mais substância A essa reivindicação do movimento do do do movimento que eu faço parte né Eh mulher Maria el Franco foi uma mulher democraticamente Eleita Eleita de uma forma muito expressiva na Cidade do Rio de Janeiro 2016 eh é uma mulher não só
uma mulher negra mas uma mulher negra Progressista eh com uma com pautas muito bem definidas de defesa das populações faveladas da população negra da população lgbtq a mais no Brasil e que por ser uma mulher negra que defendia tudo isso teve a sua vida ceifada Num Episódio enfim talvez no no que eu acredito ser o crime político mais eh importante e trágico do país eh mas é isso assim Acho que a dimensão de gênero acaba surgindo na minha vida eh de outras maneiras né Não Não surgiu exatamente na pesquisa mas mas temos eh figuras femininas
e negras de de muito destaque Nesse contexto de resistência à ditadura militar tanto do movimento negro na resistência armada em outros espaços também essas histórias eh vem sendo reconstituídas vem sendo trazidas mais recentemente nesse novo momento acho que a gente pode colocar dessa maneira dos estudos sobre a ditadura militar não à toa esse essa preocupação né com as Relações raciais com homens negros com mulheres negras no contexto ditatorial ela surge ela ganha força Eh mais ou menos de 10 anos para cá e eu acho que a CNV tem um impacto nisso mas especialmente a forma
como as universidades brasileiras mudaram eh e é isso né o fato de hoje a a maior parte dos Estudantes universitários brasileiros serem eh serem compostos por serem mulheres negras eh é um empurrão especial pra gente eh começar uma nova fase de estudos voltados paraa reconstituição de trajetórias de de indivíduos e de coletivos negros né E aí as mulheres negras as histórias das mulheres negras também acabam ganhando uma força diferente E aí eu queria deixar um trabalho que é lindo que é super especial da Tauana da Tauana Gomes eu vou pesquisar rapidamente aqui o nome da
pesquisa dela mas a Tauana fez uma pesquisa na França em sorbone se eu não me engano sobre o engajamento feminino e negro na ditadura militar Ah já achei é o mulheres negras nos movimentos de esquerda durante a ditadura no Brasil vou botar também no no YouTube esse trabalho da Tauana Gomes é super especial Super bonito ela fez uma dobradinha entre a Universidade Federal de Santa Catarina e sorbone Salv engano mas uma universidade eh francesa de bastante expressão eh e vale muito a pena acessar esse trabalho da Tauana um trabalho enfim com um tema super inédito
e de muito fôlego que ela produziu sobre esse tema Vou colocar aqui também no Acabei de ver que o O Edson tá acompanhando a Live deixar um abraço pro eh eu só queria complementar né na que no Araguai a gente tem entre os novos estados lá pelo janailson janailson que é da Unifesp ele tem uma pesquisa de bastante fôlego sobre as pessoas negras que atuaram na guerr do Araguaia e ele lista três mulheres que é elenira Rezende né a Dinalva que é a Dina e a Lúcia Maria de Souza que tinha que era chamada de
né as três eram foram lideranças né elas foram mulheres muito importantes no processo da guilha do Araguaia há todo uma Mística sobre a presença delas né e a história da da Lúcia da da Maria Lúcia é uma história que que também eh me me impacta muito porque ela já era eh procurada né então ela já tinha tava na clandestinidade desde o movimento estudantil e o militar se desloca de Brasília Especialmente Para matá-la né ele sai de Brasília e vai para Araguai porque tem essa dimensão de gênero né como é que uma mulher ousava desafiá-los como
uma mulher preta ousava sair do espaço privado para ocupar o espaço público e ousar ser uma guira uma mulher que pegue em armas né então eh eh essa essa essa dimensão dessa perseguição eh dupla né Desse duplo caráter desse duplo ódio né sobre essas mulheres é uma é uma dimensão que aparece muito né por isso que são mulheres tão corajosas e e as que sobreviveram esse processo de repressão são extremamente generosas porque elas continuam Na luta né então elas continuam na resistência elas vão para para pra luta feminina elas continuam algumas continuam dentro do partido
e continuam na luta né Elas estão aí na casa dos 80 anos hoje e continuam ativas né então são mulheres muito eh incríveis assim muito admiráveis a minha admiração por elas é gigantesca acho que a gente tá caminhando aqui pro final Queria agradecer eh vocês pela presença fico muito feliz que tenha dado certo essa mesa Como Eu mencionei é uma demanda que partiu também de estudantes da Unifesp do curso de especialização né direitos humanos e litas sociais do caaf e fico feliz que tenha sido né Eh eh propício pra gente fazer isso na semana da
Consciência Negra mas a gente precisa seguir né fazendo esse debate não só no Novembro negro né constantemente né dentro eh incorporar esse tema né D dentro do conteúdo programático né a perspectiva racial tem que est presente né no conteúdo programático das das das disciplinas eh vou vou pedir para miss Spa eh fazer o fechamento mas antes queria saber se vocês querem fazer algum outro comentário dizer alguma outra coisa né para fazer um fechamento uma saudação E aí eh pedir para miss Spa fazer o o encerramento e agradecer mais uma vez Gabriele Cecília e misp eh
por terem né AD participar aqui da da mesa que eu eu aprendi demais e vou levar aqui muita coisa todas as referências aqui vou correr atrás também para para conhecer mais obrigada eh eu queria agradecer aproveitar esse momento para agradecer né essa oportunidade de estar aqui a oportunidade de ouvir a Gabriele a gente trabalha muitas vezes juntos mas a gente não tem essa oportunidade de de fazer essa troca então é muito bom obrigada por ouvir também a miss SP que tem um sotaque par sido com meu e é sempre bom a gente pensar aí nos
os interiores também ocupando espaço eh Agradecer o convite da Fernanda eh e eu fico muito feliz que isso tenha sido uma essa mesa tenha sido uma demanda dos alunos né porque a gente ter essa dimensão né da importância do tema isso é muito importante e também pensar Na continuidade conforme a Fernanda colocou desses trabalhos né de continuar falando sobre esses temas né esse é um tema que tem que de fato perpassar toda Nossa formação não dá para localizar só lá na última semana de novembro a gente tem que tratar disso constantemente das implicações do que
é ser negro no Brasil em todas as esferas né então isso tem que tá muito presente mesmo na nossa formação então mais uma vez eu agradeço a oportunidade de estar com vocês eu gostaria também para encerrar de agradecer Mais Uma Vez pelo convite a Fernanda na figura da Fernand especialmente com um prazer conhecê-la ainda aqui virtualmente agradecer a MPA também pela pela ótima condução dizer que eu tô muito feliz de dividir o espaço de Fala com a Cecília reforçar isso que eu sou uma grande fã admiradora do trabalho eh para mim é uma inspiração importante
e agradecer imensamente e me colocar à disposição também PR os debates futuros espero que essa essa conversa incitada pelos alunos né provocada pelos estudantes renda Bons Frutos Eu imagino que sim porque eu sou sigo ainda muito impactada muito mexida pelas palestras que assisto pelas lives que que acompanho eh espero que isso suscite novas pesquisas né Eh por mais que a gente tenha tido aí um um Boom de de de estudos relacionados a ditadura e Relações raciais Ainda tem muito para se investigar eh todos esses trabalhos né o meu de outros colegas apesar de toda a
importância naturalmente a gente deixa né deixa respostas mas deixa perguntas também então Eh é importante né que novos estudantes eh se sintam familiarizados com o tema inclinados a pesquisar a ditadura militar Mas com esse foque enfoque né mais específico na na nas relações aais Tem muito ainda pra gente ainda desvendar né sobre sobre esse período do que se refere o aspecto racial Então tomara que a nossa conversa aqui incite novas perguntas novas respostas obrigada mesmo gente foi um prazer quero também agradecer em nome a epem preta eh por cada uma das Exposições cada um que
cada pessoa que assistiu esteve aqui conosco eh foi muito importante para mim embora não faça parte desse mesmo tema né de ditadura mas das suas implicações agora atualmente Eh quero agradecer a todos que acompanharam muito obrigada Quero fazer um agradecimento em específico para paraos meus amigos que estavam debatendo aqui principalmente para Ana pretona e é isso gente muito obrigada tchau [Música] tchau Agradecemos por assistir a mais uma sessão da semana da Consciência Negra UNIFESP [Música]