[Foquinha] Olá, internet! FBI voltou, e tinha que ser com ela! ♪ Porque o filme "Ainda Estou Aqui" tá com a indicação ao Oscar aí no papo, no gogó, né, mores? Existem grandes chances de que o filme represente o Brasil na premiação e a gente também torce pra que Fernanda Torres seja indicada na categoria de melhor atriz, né, e ganhe. Assim, a gente sabe que não vai ser fácil, mas a esperança é a última que morre. [voz robótica] Inclusive, depois da gravação desse vídeo, Fernanda foi indicada ao Globo de Ouro por seu papel em "Ainda Estou
Aqui" na categoria de melhor atriz em filme dramático. O filme também foi indicado a melhor filme de língua não inglesa. E por mais que o trabalho dela nesse projeto tenha sido impecável, isso inclusive é reconhecido até mesmo pela crítica gringa, a verdade é que Fernanda Torres já é um grande tesouro do nosso país há muitos anos. Se você conhecia Fernanda só pela Vani de "Os Normais" ou pela Fátima de "Tapas e Beijos", que são, assim, papéis icônicos, né, eu tenho certeza que essa linha do tempo vai te surpreender. Atriz, escritora, cronista, roteirista, são tantas Fernandas
numa só que é impossível não admirar o talento, a inteligência e a energia dessa mulher. E que sorte a nossa por essa mulher ser do Brasil, né, mores? Agora bora começar essa linha do tempo pra entender por que Fernanda Torres nasceu pra brilhar? Então vem comigo. Nasceu para brilhar porque se chama Fernanda, né, mores? Bom, Fernanda Pinheiro Torres nasceu no Rio de Janeiro no dia 15 de setembro de 1965 e tem 59 anos. Ela é a filha mais nova dos atores Fernanda Montenegro e Fernando Torres, irmã do cineasta Cláudio Torres. Bom, assim, eu nem preciso
falar sobre a Fernanda Montenegro, né? Assim, simplesmente uma das maiores, se não a maior atriz desse país. E pra saber mais sobre a lenda, tem uma linha do tempo sobre ela aqui no canal, tá? Então vou deixar aqui linkada pra vocês assistirem depois. Bom, no documentário "Tributo Fernanda Montenegro", lançado esse ano pela Globoplay, Fernandona contou que suas duas gestações foram de risco, mas que ela e o marido queriam tanto ter filhos que eles superaram qualquer adversidade. E como eu contei na linha do tempo da Fernandona, o nome dela não é Fernandona nem Fernanda, mas Arlete
Pinheiro. Sim. Ela adotou o nome artístico nos anos 50, mas a melhor parte é que ela só foi contar isso pro Fernando Torres, o seu marido e pai de Fernanda Torres… sim, são muitos Fernandos! O maior nome, né, gente, desculpa. Ela foi contar isso pra ele meses depois que o namoro deles começou, porque na época ela quis esperar e ver se o relacionamento era sério mesmo pra revelar o "Arlete", que assim, não era para qualquer um não. E esse é o motivo da Fernanda Torres ter ganhado esse nome: o pai queria muito que realmente existisse
uma Fernanda de verdade na família. Eu amei isso! Bom, e aí, com pais atores, Fernanda Torres praticamente nasceu no teatro e teve uma infância envolta nesse universo, né? No documentário da mãe, o "Tributo Fernanda Montenegro", Fernanda Torres revelou que seus pais eram muito ausentes durante a infância porque estavam sempre trabalhando. O trabalho era uma prioridade tão grande que Fernanda Montenegro, nas suas duas gravidezes, teve apenas três meses de licença maternidade antes de retornar aos palcos, porque a atuação era a sobrevivência da família, né? Era assim que eles colocavam comida na mesa. Eu falei bastante disso
na linha da Fernandona, mas na época, ser atriz não tinha glamour. Não era essa coisa. Era literalmente um trabalho árduo que rendia grana pra se manter. A família Torres Montenegro passou por poucas e boas aí por conta de grana. Inclusive, até hoje, o trabalho de atriz e ator, além das grandes atrizes e grandes atores que estão aí super renomados, o trabalho é bem árduo, né? Bom, ainda no documentário, Fernandona mostrou um livrinho que a filha Fê Torres fez quando tinha 9 anos de idade. Desde pequena, ela já demonstrava uma conexão muito grande com a arte,
tanto que durante a pandemia um dos seus hobbies era desenhar num calendário o resumo de todos os seus dias. Eu amei como a Fernandona descreveu a Fê Torres: [Fernandona] Com 9 anos e já era uma atriz, um ser humano renascentista. [Foquinha] Eu amei, gente! Um ser humano renascentista, é isso! Acho que nem tinha como, né? Assim como o irmão Cláudio, a Fernanda cresceu nas coxias dos teatros, acompanhando os ensaios e as peças dos pais. Ela estudou o primário e o ginásio numa escola chamada Souza Leão, onde teve o primeiro contato com a literatura e com
autores renomados como Aluísio Azevedo, Machado de Assis e Jorge Amado. Numa coluna para a Veja, inclusive, a Fernanda citou que muito da sua compreensão da história do Brasil veio como aprendizado através da literatura. Isso é muito lindo, e é real. Já em entrevista ao site Glamurama, ela contou que tinha muitos problemas psicológicos ali quando criança e que o Souza Leão era um lugar pra quem tinha questões com aprendizado mesmo. De acordo com ela, essa foi uma escola que "criou grandes egos", como ela própria e o ator e comediante Pedro Cardoso, que também estudou por lá,
contaram. Mas apesar disso, a Fernanda se considerava uma CDF, obcecada pelo estudo quando criança. E aí, aos 13 anos, ela entrou pro Tablado, um espaço muito tradicional no Rio de Janeiro, conhecido por formar atores. Tem até piada: "Ah, vou fazer Tablado, sou muito cool." [ri] Quando terminou o ensino médio, a Fernanda já sabia que queria ser atriz mesmo. Numa entrevista recente pra divulgar "Ainda Estou Aqui" na gringa, ela brincou dizendo que foi quase forçada a ser atriz. Ela disse que queria ser médica, mas que seus pais a arrastaram pro teatro. Acho que não tinha como,
né, gente? A criança já nasce artista ali naquela família, não tem como. E aí, no doc do Globoplay, ela disse que aprendeu muito com a independência artística dos pais e que optou pela atuação pra ficar ali mais próxima deles. E aí deu no que deu. Bom, aos 13 anos, ali em 78, Fernanda Torres fez sua primeira atuação nos palcos na peça "Um Tango Argentino", de Maria Clara Machado. Isso a marcou tanto que, anos depois, ela até gravou um vídeo de agradecimento à diretora e também ao Tablado, que considera sua casa até hoje. [Fernanda] O Tablado
é a minha casa. O Tablado foi o meu ninho. [Foquinha] Já em 79, Fernanda estreou na TV no programa "Nossa Cidade", da TVE. Nesse mesmo ano, ela também apareceu na série "Aplauso", no episódio "Queridos Fantásticos Sábados". Assim, já foi com tudo, né? Fazendo um monte de coisa. [Fernanda] Todo mundo tem namorado, sai com namorado, eu fico sempre sobrando. [Foquinha] Em 81, aos 15 anos, ela fez sua primeira novela. Na época, ela viveu a jovem Fauna Rosa França em 30 capítulos de "Baila Comigo", de Manuel Carlos. Imagina, já aos 15 anos, novela do Maneco, sonho de
qualquer atriz do Tablado! E aí, seus pais, Fernanda Montenegro e Fernando Torres, também faziam parte da novela, mas em núcleos diferentes. Assim, uma nepo baby com talento, né, a gente pode dizer. No mesmo ano, Fernanda viveu a personagem Marília Ribeiro na novela "Brilhante", de Gilberto Braga. Ela interpretou a neta de Chica, papel de Fernandona na trama. Em 82, Fernanda foi uma das apresentadoras do programa "Concertos pra Juventude", um programa que abordava música clássica pra um público jovem. Gente, chique, né? Já em 83, prestes a completar 18 anos, Fernanda começou a namorar uma pessoa que eu
tenho certeza que muita gente não sabe e vai ficar em choque: o apresentador Pedro Bial. Sim! E é muito bom que a Fernanda deu a entender que o romance ali começou depois de uma entrevista que ela fez com o Bial pro "Jornal Hoje". Aí, naquela ocasião, a Fernanda estava divulgando o filme "Inocência", que estreou em 83 e marcou sua grande estreia no cinema. E aí, nessa entrevista, os dois já deram uma flertada ali, aquela coisa, e Bial ligou pra Fernanda logo depois do bate-papo. E aí, depois, é engraçado que no "Conversa com Bial", em 2017,
ela até brincou com a situação e disse: "Eu fico me perguntando, como que você me ligou depois? Eu jamais me ligaria." Mas, gente, esse jeito espontâneo, engraçado e desengonçado da Fernanda Torres é o que faz a gente se encantar por ela, e o que encantou Bial, provavelmente, né? Mas, bom, na mesma época, a Fernanda tava em cartaz na peça "O Rei Lear", onde viveu Cordélia. E aí, num determinado momento da peça, a personagem dela chegava a ficar duas horas fora de cena, e ela usava esse tempo pra fazer coisas como ir no shopping, jogar pinball,
jantar com Bial na casa que os dois dividiam juntos no Rio, aquela coisa. [Fernanda] Graças a você, Pedro Bial, que me fazia ir da Gávea à Lagoa… E aí eles se casaram e ficaram juntos por 3 anos e permanecem amigos até hoje, tanto que ela foi até no casamento do Bial com a jornalista Maria Prata em 2015. Então essa amizade aí rendeu depois. Ainda em 83, Fernanda fez a minissérie "Parabéns para Você", o programa "Caso Especial" e a novela "Eu Prometo". No ano seguinte, aos 19 anos de idade, ela apresentou o "Vídeo Show". Sim, para
vocês verem, né, gente? Aos 19 anos e já tinha feito tudo isso. Pensa. O que você tá fazendo aos 19? Dá uma leve depressão de pensar, mas vamos lá. Daqui a gente já pula para 85, em que Fernanda fez os filmes "Sonho Sem Fim" e "A Marvada Carne", que rendeu a ela o prêmio de melhor atriz no Festival de Cinema de Gramado, e ela só tinha 20 anos, tá? Já 86 foi um ano emblemático pra Fernanda Torres porque ela foi chamada pra viver a protagonista Simone Marques no remake de "Selva de Pedra", uma das novelas
de maior sucesso dos anos 70. Mas nem tudo saiu como esperado pra ela. Em entrevista à TV Cultura, Fernanda revelou que odiava o ritmo intenso de gravações da novela e que até pensou em trocar de profissão depois do que viveu em "Selva de Pedra". O negócio foi tenso. E tinha assim um pequeno detalhe rolando ali no paralelo: o filme "Eu Sei Que Vou Te Amar", de Arnaldo Jabor, protagonizado por Fernanda, foi parar no Festival de Cinema de Cannes e rendeu o prêmio Palma de Ouro de melhor atriz pra ela, que se tornou a primeira brasileira
a levar o troféu em Cannes. Assim, histórico, né? A gente tá falando de hoje dela fazendo história em "Ainda Estou Aqui", mas já tava fazendo história lá atrás. Em entrevista ao jornal O Globo, Fernanda disse que ficou assim espantada quando soube que tinha ganhado o prêmio em Cannes. Então sabe o que ela foi fazer? Nada. Ela simplesmente tirou o dia pra descansar, pensar na vida, ficar sem ver ninguém. Eu amo, gente, eu amo a autenticidade da Fernanda. Detalhe que no mesmo fim de semana de Cannes, a personagem dela em "Selva de Pedra" ia pra Nova
York, o que fez com que ela tivesse que ir pra França pro festival e depois pra Nova York pra gravar. E só o que ela queria era o quê? Ficar deitada sem nada pra fazer. Isso ajudou, né, provavelmente a dar aquele bode da personagem. Ela ainda revelou que odiou fazer o papel da mocinha que ficava chorando. Assim, diva. E aí, por conta disso, ela disse que virou uma colega de trabalho muito chata, principalmente com Tony Ramos, que interpretava o seu par romântico. Assim, gente, pode até ter sido traumático, né, mas que "Selva de Pedra" serviu
um bom meme de Fernanda rolando na rua, serviu! Essa cena é icônica. Bom, aí depois disso, Fernanda ficou obviamente um tempo sem fazer novela, super traumatizada, focando mais em minisséries, participações de TV, além de filmes, como por exemplo "Fogo e Paixão", em 88, que marcou mais um projeto em que sua mãe, Fernanda Montenegro, também participou. Aí, no ano seguinte, em 89, ela brilhou na peça "Orlando", adaptada por Bia Lessa e baseada no romance "Orlando: A Biografia", de Virginia Woolf, que em resumo conta a história do Orlando, um jovem inglês que nasce na Inglaterra da Idade
Moderna e, durante uma estadia na Turquia, simplesmente acorda mulher. E Fernanda interpretou o personagem principal. E aí, a partir dos anos 90, todos os trabalhos de Fernanda Torres na TV foram direcionados pro humor, com exceção da minissérie "Luna Caliente", dirigida por Jorge Furtado, em 99. Então, nascia ali a comediante Fernanda Torres. Nesse meio tempo, ela fez também alguns filmes e peças em outros gêneros, mas foi no início de 90 que ela realmente passou a ficar conhecida como comediante. Em 1990, ela fez parte do elenco do filme "Beijo 2348/72", inspirado na história real de um operário
que foi demitido por justa causa após beijar uma colega de trabalho. Já em 91, foi lançado o primeiro e único filme internacional da carreira da Fernanda, "A Guerra de um Homem", onde ela viveu Dolly. No filme, ela foi a filha de ninguém mais, ninguém menos, que Anthony Hopkins, tá? Em entrevista, ela revelou que subiu uma pirâmide do México com Anthony e tal, e que ao chegar no topo ele virou pra ela e disse: [Fernanda] "E ainda pagam a gente pra estar aqui, não é uma loucura?" [Foquinha] Ela ainda elogiou ele, né, e disse que percebeu
nele a necessidade de se humanizar mais dentro do cinema, já que ela notou que estava sendo um pouco exagerada. E eu amo que tem essa história, né, que eu gosto sempre de lembrar quando eu tenho oportunidade, que eu entrevistei o Sir Anthony Hopkins e essa entrevista nunca foi usada, mas ficou aqui no meu coração. Mas enfim, né, no mesmo ano, em 91, Fernanda estrelou uma peça ao lado da mãe, Fernandona, pela primeira vez. A obra se chama "The Flash and Crash Days" e mostra uma mãe e uma filha tendo embates no palco em um conflito
de gerações. A peça também gerou polêmica ali porque a Fernanda Torres simulava uma cena de masturbação no palco. E também tinha uma relação carnal ali que ela tinha com a mãe e tal. E aí, além do Brasil, a peça ganhou uma turnê que passou por 32 cidades dos Estados Unidos e de alguns países da Europa. Foram 4 anos em cartaz e mais de 150 apresentações. Assim, sucesso. Foi durante a peça que a Fernanda conheceu o diretor Gerald Thomas, com quem ela foi casada durante 4 anos. E aí ela se dividia entre Nova York e Rio,
já que ele viajava bastante pros Estados Unidos e tal. Ele fala com carinho da Fernanda até hoje. Foi em 92, aos 26 anos de idade, que ela foi entrevistada pelo programa "Roda Viva" da TV Cultura. E assim, icônica essa entrevista. Ela soltou uma frase que é meme até hoje. O Serginho Groisman perguntou se ela tinha algum preconceito e ela respondeu: [Fernanda] Contra crente. [ri] [Foquinha] Vira e mexe viraliza essa cena, né? E aí, anos depois, em 2024, também em entrevista ao "Roda Viva", ela disse que jamais repetiria isso hoje em dia. [Fernanda] Os evangélicos ocuparam
um lugar onde o Estado faltou. [Foquinha] Mas Fernanda mencionou que acha triste como o Brasil demoniza as religiões de matriz africana. Enfim, gente, essa cena volta, viralizou pra caramba de novo agora. Enfim, vira e mexe ela tá ali. Em 93, Fernanda voltou ao cinema com "Capitalismo Selvagem" e, no mesmo ano, ela fez parte da peça "O Império das Meias Verdades", outra do diretor e até então marido Gerald Thomas, além também de algumas participações em programas da Globo. Aí, em 95, ela estava em cartaz com a peça de Gerald, "Dom Juan". Esse ainda foi o ano
em que Fernandinha… vou chamar assim também pra dar uma diferenciada. Completou 30 anos de idade. E ela de fato viveu a crise dos 30 anos famosa. Num texto publicado na biografia "Eu Me Lembro", de Selton Mello, Fernanda escreveu que aos 30 anos de idade começou a se questionar sobre a escolha de ter seguido a mesma profissão dos pais. Ela relatou que cresceu com o peso de que jamais se igualaria à mãe e que sentiu que já nasceu perdendo. Forte, né, essa frase? E aí, mesmo que de forma discreta, essa crise também acabou transparecendo publicamente porque
tem um vídeo de uma entrevista com a Fernanda Montenegro que dá pra ouvir a Fernandinha falando ao fundo que "não quer o bastão da mãe". [Fernandona] Nem a Nanda precisa que alguém passe o bastão pra ela… [Fernanda] Eu nem quero o seu bastão. [Foquinha] E aí, no vídeo, a Fernandona também defende o trabalho da filha ali e diz que ela não precisa do seu bastão. Gente, ícones! Apesar dessa crise, ela continuava trabalhando, né? Fernanda apareceu no filme luso-brasileiro "O Judeu" e rolou a estreia do filme "Terra Estrangeira", que é até hoje um dos maiores sucessos
da sua carreira. Esse foi o primeiro trabalho dela com o diretor Walter Salles, o mesmo de "Ainda Estou Aqui", e foi tão elogiado que esse filme entrou pra lista da Abraccine como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. O filme traz um forte plano de fundo político porque retrata a vida do jovem Paco, que se vê sem perspectiva de vida depois da morte da mãe e prejudicado pelo caos da era Collor. Além das atuações brilhantes e da trama ter sido muito bem recebida pela crítica, o longa marcou uma era de retomada do
cinema brasileiro depois dos ataques do próprio Collor, que até então era presidente do Brasil e criticava os incentivos de produções culturais no país. Mais do que isso, no mandato dele, ele chegou a extinguir o Ministério da Cultura. Te lembra alguma coisa? Pois muito que bem, em outubro de 2021, no meio do mandato de Jair Bolsonaro, Fernanda escreveu um artigo no jornal Folha de São Paulo ironizando o fato do Brasil daquele ano ser parecido com o país mostrado em "Terra Estrangeira" de duas décadas atrás. Então, para ver como "Terra Estrangeira" foi um filme muito importante, né?
Bom, em 96, Fernanda fez parte do elenco da peça "Cinco Vezes Comédia" e o espetáculo contava com grandes nomes do elenco, como Luiz Fernando Guimarães, de quem ela se aproximou. E vocês já sabem onde isso vai dar, né? Pois muito que bem, daqui a pouco a gente chega lá. Nesse mesmo ano, Fernanda deu uma famosa entrevista a Bruna Lombardi, onde admitiu que tinha uma dificuldade enorme de lidar com frustração e que seu maior medo era de perder o interesse pela vida. Eu amo o trecho dessa entrevista, sério. [Fernanda] De perder o interesse pela vida, acho
que esse é o maior perigo. [Foquinha] Vejam aí. Ainda em 96, Fernanda voltou a viver 100% no Rio depois de se separar do diretor Gerald Thomas. Mais ou menos nessa época, ela conheceu outro diretor, Andrucha Waddington, com quem ela começou a namorar. E ela não parou de trabalhar, né, queridos? Em 97, ela atuou no filme "Miramar" e em "O Que é Isso, Companheiro?", icônico, que foi indicado ao Oscar de 98 na categoria melhor filme estrangeiro. Mas quem levou o prêmio foi o filme belga-holandês "Caráter". Em entrevista, ela disse que a indicação ao Oscar foi muito
importante pra ela, principalmente porque ela sempre andou numa linha muito fina ali entre o cult e o popular. [Fernanda] Eu tenho muito medo de perder o popular… [Foquinha] E o Oscar fez com que ela fosse novamente lembrada pelo grande público. Olha que engraçado, né? Ela tá vivendo isso de novo agora em 2024. Bom, em 98 veio "Vida ao Vivo Show", programa humorístico da Globo, e no teatro ela fez a peça "A Gaivota", o que marcou mais uma vez ela dividindo o palco com a sua mãe. Já nos cinemas, Fernanda trabalhou novamente com Walter Salles e
Daniela Thomas no longa "O Primeiro Dia", além de "Traição", filme que Cláudio Torres, o irmão de Fernanda, foi um dos diretores. E aí, no mesmo ano, Fernanda e o diretor Andrucha Waddington se casaram e começaram a morar juntos. E como eu disse, em 99 rolou o único trabalho não humorístico de Fernanda na TV, a minissérie "Luna Caliente", que conta a história de um professor que retorna ao Brasil após ter vivido 8 anos de exílio na França por causa da ditadura militar. Olha que irônico, né? Devido à censura, a minissérie ficou engavetada na Globo por mais
de um ano até sua estreia em dezembro de 99. Nesse ano, ela atuou mais uma vez com a mãe, dessa vez em "Gêmeas", onde ela fez Iara e Marilena. A direção ficou por conta do marido, Andrucha Waddington. E já que a gente falou de Fernandona de novo, né, vou aproveitar aqui pra colocar um trecho de uma entrevista da Fernanda Torres falando sobre a indicação da mãe ao Oscar por "Central do Brasil" naquele ano de 99. No vídeo, ela diz que o Oscar é a festa da injustiça e que a arte brasileira é maior que o
Oscar. [Fernanda] O Oscar é a festa da injustiça, eu acho, né? [Foquinha] Mas também não deixa de elogiar a mãe, claro, né, dizendo que não sabia onde ela iria parar de tão longe que ela tava indo. Ela nem imaginava o que ia acontecer em 2024 com Fernandona. [Fernanda] Sei onde ela vai acabar, porque é impressionante essa mulher. Bom, em 2000, Fernanda Torres entrou em cartaz com a peça "Essas Duas Mulheres e um Cadáver", mas esse também foi um ano muito especial na vida pessoal de Fernanda porque ela deu à luz Joaquim, seu primeiro filho com
Andrucha. E aí, no início de 2001, Fernanda fez uma participação especial num único episódio da novela "As Filhas da Mãe", onde ela fez a versão mais nova da personagem da mãe, Lulu de Luxemburgo. Mas não teve jeito, 2001 ficou marcado mesmo por uma única coisa: a estreia da série "Os Normais", que foi exibida pela primeira vez na TV no dia primeiro de junho daquele ano. E aí vocês lembram, né, que eu falei que em 96 Fernanda e Luís Fernando Guimarães se aproximaram na peça "Cinco Vezes Comédia" e tal? Bom, essa amizade cresceu ainda mais em
maio de 96, quando Fernanda tinha acabado de se separar de Gerald Thomas. E aí, na época, Luís estava com uma viagem agendada pra África do Sul e Fernanda pediu pra que ele a levasse junto. E assim foi. Na viagem, dentre outras coisas, os dois fizeram um safári, um rafting juntos, o que eles consideram até hoje uma das coisas mais "anormais" que eles já fizeram. Numa entrevista de 2019 pro "Encontro", Luiz Fernando Guimarães contou que sempre dizia pra Fernanda chorar só por 10 minutos pela separação, porque depois eles só iriam turistar. Então, Fernanda considera que a
origem de "Os Normais" surgiu mesmo nessa viagem, mas a ideia só foi se concretizar 5 anos depois, em 2001, quando o Luiz recebeu um convite do diretor Guel Arraes, que queria que ele estrelasse um seriado na época. Vale lembrar que a série foi roteirizada por Fernanda Young, eterna, maravilhosa, e Alexandre Machado. Quando os personagens Rui e Vani surgiram, o Luiz insistiu pra que a Fernanda interpretasse a Vani, já que ele sabia que os dois tinham uma boa química, um bom timing pra comédia, e assim foi. Ainda bem, gente. Uma das melhores coisas da TV brasileira!
A ideia principal de "Os Normais", inclusive, era mostrar um casal que retrataria todas as maluquices aí que passam na cabeça de qualquer pessoa dita normal, além de dar um toque de humor às situações cotidianas vividas pelos dois. Em entrevista ao "Altas Horas", o Luiz Fernando contou que ele e a Fernanda se surpreenderam com a aceitação do público em relação à série, porque o programa era exibido às 23 horas, 11 da noite, sempre às sextas. Só que o seriado virou uma febre tão grande que as pessoas assistiam aos episódios até mesmo antes de irem pra balada.
Era assim, imperdível. Eu tô falando de um lugar de fala porque eu era viciada, eu assistia na TV, entendeu? Eu não perdia um, juro! [Luiz] Que surpreendente. As pessoas estavam gostando muito, deixando a gente muito feliz. [Dads] Você assistia antes de ir pra balada? [Foquinha] Eu não ia pra balada, ia pra matinê. Então, sexta à noite, eu tava ali tranquilinha. [Dads] O seu programa era assistir "Os Normais". [Foquinha] Era "Os Normais", gente, eu era assim viciada, juro mesmo, tá? Essa coisa na época dos Incas, que você tinha que esperar passar na TV. Então… Inicialmente, a
Globo planejou fazer apenas uma temporada de "Os Normais" com 12 episódios, tranquilucho. Mas a série foi mantida, obviamente, na programação do canal depois de chegar a 28 pontos de média de audiência num horário em que a emissora não pegava nem 12, pra vocês terem uma noção. A segunda temporada da série já foi bem maior e contou com quase 30 episódios, exibidos de abril a dezembro de 2002. Em 2002 também rolou a Copa do Mundo lá no Japão e na Coreia, e "Os Normais" fazia tanto sucesso que usaram a série nas vinhetas dos jogos durante a
programação da Globo. -Acorda, Vani! Vai começar! -Que que vai começar? - Vai começar o jogo do Brasil, meu amor! [Foquinha] Era um auge mesmo, gente, porque assim… como as partidas eram exibidas de madrugada pela diferença de fuso horário, geralmente as vinhetas mostravam Rui e Vani acordando no meio da noite só pra assistir aos jogos, aquele inception. E aí, a terceira e última temporada de "Os Normais" foi exibida em 2003. Ela contou com somente 16 episódios e adicionou dois novos personagens pro elenco fixo do programa: a Maristela, vivida por Graziela Moreto, e o Bernardo, interpretado por
Selton Mello. Agora, o plot twist, tá? Porque antes de viver Bernardo, o Selton já tinha aparecido em "Os Normais" lá na primeira temporada, como o personagem Nilo. Olha isso, né? O multiverso de "Ainda Estou Aqui" acontecendo diante dos nossos olhos! E aí, apesar da série ainda ter bons índices de audiência em 2003, a Fernanda Young e o Alexandre Machado decidiram encerrar "Os Normais" por acreditarem que aquele formato já tinha se esgotado. Eu amo a maturidade, tipo assim, negócio fazendo maior sucesso e eles: "Chegou por aqui, acho que já foi". Bom, o último episódio, então, foi
transmitido no dia 3 de outubro e coincidiu com o longa lançado no dia 24 do mesmo mês, "Os Normais: O Filme", que conta a história de como Rui e Vani se conheceram. Não, é icônico! Quem não assistiu, por favor, tem que assistir, hoje! 2024, assim… O filme teve mais de 1 milhão de espectadores só na semana de estreia. Ao todo, foram quase 3 milhões de pessoas, sendo a terceira maior bilheteria do cinema nacional em 2003. E até 2021, o longa fazia parte do Top 50 dos filmes brasileiros mais assistidos da história. Aí, anos mais tarde,
em 2021, Fernanda Torres deu uma entrevista ao programa "Conversa Piada" e afirmou que "Os Normais" não seria nada normal hoje em dia. [Fernanda] Os Normais hoje em dia nem às 4 da manhã ia dar pra passar. [Foquinha] É isso, gente, é totalmente cancelável hoje, tem várias falas muito absurdas, né? A gente trazendo pra realidade de hoje, assim. Que hoje em dia a gente não considera, né, assim… legal. Mas naquela época, né, gente, era uma várzea, ainda mais na TV. Bom, depois de 3 anos fazendo TV, Fernanda também voltou pro teatro em 2003, pro monólogo "A
Casa dos Budas Ditosos". Em 2004, na TV, ela fez participações especiais em mais duas séries: "Sitcom. br" e "Um Só Coração", em que interpretou ela mesma ao lado da mãe, Fernanda Montenegro. Já no cinema, Fernanda foi roteirista de "Redentor", dirigido pelo irmão Cláudio Torres. No filme, ela também interpreta a personagem da mãe quando mais nova. Então assim, abriu a porteira, né? Depois da primeira, toda hora ali era a hora pra interpretar a filha da mãe dela. O pai, Fernando Torres, também tá no elenco como personagem Justo, assim como o marido, Andrucha Waddington, que produziu a
obra. Aquele filme em família, né? E eu aposto que você aí clicou nessa linha do tempo esperando que esse momento fosse aparecer, um momento que viralizou muito agora de novo, porque sim, foi em 2004 que Fernanda fez aquela participação icônica no programa "Altas Horas", onde ela cantou O Rappa, dançou e entrou pra história mais uma vez. Fernanda foi chamada pra comemorar o aniversário do Serginho Groisman, que completava 54 anos. E aí, por ser um programa especial, ele foi gravado em outro local, lá no alto do Morro da Urca, no Rio de Janeiro. Fernanda sempre teve
medo de avião e também ficou com medo de pegar o bondinho até o topo da Urca no dia do programa. E além de tudo, choveu! Então ela tava super tensa, aquela coisa. [Fernanda] Subi o bondinho na chuva com a Ivete, ela segurou a minha mão. [Foquinha] E aí, no programa "Que História é Essa, Porchat?", que foi ao ar recentemente, ela contou que na época tinha acabado de se tornar mãe e que por isso estava muito nervosa, principalmente porque ela soube que o bondinho ia fechar à noite e que ela teria que descer andando pela trilha,
etc. Eu também ia ficar bem tensa. [Fernanda] Pra sair de lá tem que descer à noite pela trilha. [Foquinha] Bom, ela tava bem desconfortável, mas quando foi chegando a hora dela entrar no palco, ela começou a se sentir mal por estar brava e tal. E aí, meu, foi assim, se jogou, assumindo propositalmente o papel da pessoa mais animada ali, sabe? Foi tipo, "vamos forçar uma animação". [Fernanda] "ou entrar e aí, gente, e aí Serginho!" [Foquinha] Só que não acabou, né? Fernanda ainda ia cantar a música "Vapor Barato", que cantou no filme "Terra Estrangeira" e que
foi regravada pelo O Rappa naquele ano. Acontece que ela não ensaiou antes com a banda, ela estava totalmente fora do tom. Foi um caos. [Fernanda] Minha honey, baby… [Foquinha] E assim, ela super animada, fora do tom e tal. E aí, depois de toda essa novela, ela contou que recebeu uma ligação da sua produtora dizendo que tinha ouvido uma conversa entre duas mulheres depois da exibição do programa e uma dessas mulheres disse: [Fernanda] "Viu a Fernanda Torres, totalmente drogada!" [Foquinha ri] Ai, gente, assim nascia, posso dizer que o maior meme da Fernanda Torres? Deve ser o
maior, né. São muitos, mas assim, é muito bom, "totalmente drogada." Ela conta essa história no Porchat e é maravilhoso. Quem não assistiu ainda ela falando no Porchat, assista, porque é muito bom ela contando. Bom, em 2005 Fernanda fez outro filme ao lado da mãe, o clássico "Casa de Areia", com direção do marido Andrucha Waddington. O filme foi um sucesso enorme no Brasil e arrecadou 1,5 milhão de reais de bilheteria. "Casa de Areia" também foi pros Estados Unidos, onde o resultado assim, surpreendeu, porque foram 500 mil arrecadados. E, óbvio, que venceu vários prêmios, né? Entre 2006
e 2007, Fernanda fez mais alguns papéis curtos na TV, como em "Casseta e Planeta Urgente", e no cinema atuou em "Saneamento Básico" e participou do aclamado documentário "Jogo de Cena". E aí, bom, no meio disso tudo, em 2007, Fernanda sofreu um aborto espontâneo aos 41 anos. Em entrevista ao "Roda Viva" em 2024, ela contou que na época muitas mulheres famosas estavam grávidas e saíram como as futuras mães na capa da Veja e tal, enquanto ela teve um destaque tipo assim: "aquela que adiou e deu problema por conta da idade." Aquela coisa, né, que as pessoas
sempre colocam a mulher nesse lugar, mais velha e tal, péssimo. [Fernanda] Como "aquela que adiou e deu problema", cara. [Foquinha] Bom, já em 2015, na sua coluna pra Folha de São Paulo, ela revelou que teve dois abortos espontâneos e que já tomou a pílula do dia seguinte. Nesse mesmo texto, ela afirma que é a favor da regulamentação do aborto. Então, um tema bem importante aí que ela falou sobre. Mas no ano seguinte, 2008, Fernanda estava grávida do seu segundo filho com o Andrucha. E aí, nessa época, ela estava apresentando ao lado de Evandro Mesquita o
quadro "Sexo Oposto" do Fantástico, que tinha como foco mostrar de forma divertida as peculiaridades dos dois sexos. Os dois voltaram a apresentar um quadro juntos no programa em 2009, só que dessa vez chamava "Bicho Homem", que era pra mostrar as semelhanças e diferenças entre os homens e os animais, segundo a ciência. E aí, em abril, Fernanda deu à luz Antônio, seu segundo filho. O Joaquim, o irmão mais velho, já estava com 8 anos de idade. Bom, e aí, infelizmente, em setembro daquele ano, morreu Fernando Torres, pai de Fernanda. Ele, que já tinha tido algumas internações
hospitalares na época, morreu aos 80 anos de idade, vítima de um enfisema pulmonar. E aí a família toda ficou muito abalada com a morte, claro, né? E dias após a morte do pai, a Fernanda Torres escreveu uma crônica chamada "Despedida", muito linda, que foi publicada no livro "Sete Anos", lançado em 2014. Aí um trecho do texto diz o seguinte: "Ficamos ali em volta dele, nossos últimos momentos com o corpo, corpo do meu pai, nossos últimos momentos juntos: eu, meu irmão, minha mãe e ele. Essa noite virou minha companheira, por isso talvez eu esteja aqui escrevendo,
para nunca mais me esquecer dos detalhes dela, porque como diz meu irmão, estranhamente eu sinto saudade daquela hora." Ai, gente, é muito lindo esse trecho, né? E aí, na sua coluna na Veja, a Fernanda também revelou que todos os anos a sua mãe celebra uma missa no Mosteiro de São Bento numa homenagem a Fernando Torres, com a presença dos familiares mais próximos e tudo mais. Bom, e de volta ao trabalho, em junho de 2009, ela viveu Lúcia no filme "A Mulher Invisível", que marcou outro encontro dela com Selton Mello. Já em agosto, Rui e Vani
retornaram às telonas no filme "Os Normais 2: A Noite Mais Maluca de Todas", onde o casal tenta fazer um ménage pra apimentar a relação. A continuação do filme fez ainda mais sucesso que o primeiro, levando mais de 2 milhões de espectadores ao cinema, aquela coisa. E aí, também em 2009, ela estrelou ao lado do amigo Luiz Fernando Guimarães a peça "Deus É Química", de autoria da própria Fernanda, que fala sobre drogas. E aí, para a revista IstoÉ, a Fernanda disse que já tinha usado drogas, que seus pais sabiam e tudo, mas que ela já tinha
parado há um bom tempo. Ela admitiu, inclusive, que começou com maconha e foi até o pó. Nesse mesmo ano, Fernanda e o marido Andrucha Waddington se separaram. E aí, chegamos a 2010, quando Fernanda fez parte do especial de humor "O Programa Piloto", em que contracenou com quem? Andréa Beltrão. Já sabemos onde isso vai dar, 2.0. Calma que a gente já chega lá também. E aí, nesse ano, ela também participou de um episódio da série "As Cariocas", e o ano também teve espaço pro programa "A Moral da História", do canal Multishow. Falando em Multishow, ela tava
solteira e apresentou o Prêmio Multishow em 2010 e flertou ali ao vivo com Fiuk, que disse gostar de mulheres mais velhas. Gente, é uma cena também que tá aí viralizando de novo. [Fernanda] Nova demais pro seu pai, agora sou velha demais pra você, né Fiuk? [Foquinha] Mas essa fase não durou muito, não, tá? Porque ela reatou o seu casamento com Andrucha antes mesmo de terminar o ano. Imagina esse casal, Fernanda Torres e Fiuk. [ri] Por favor, pelo amor de Deus! E veio aí! Em abril de 2011, veio ela: a série "Tapas & Beijos" protagonizada por
Fernanda e Andréa Beltrão, que nos presentearam com Fátima e Sueli. Gente, outra série que eu assistia na TV assim, ó, de lei, não perdia um, depois da novela. Assim… Amo. -Ou é burra ou é sonsa. -Não, sonsa eu não sou. - Ótimo, então é burra. [Foquinha] Mas bom, "Tapas & Beijos" conta a história das amigas que dividem um apê na região do Méier, no Rio de Janeiro, e trabalham juntas na Djalma Noivas. E aí, diariamente, elas veem mulheres realizando o sonho de casar e tal, enquanto a vida amorosa delas não vai nada bem. A primeira
temporada teve quase 40 episódios e a responsabilidade era muito grande porque a série entrou pra substituir o "Casseta e Planeta". E aí deu certo porque a audiência chegou a marcar uma média de 29 pontos. Então assim, foi sucesso. E quando a gente diz assim que todo mundo assistia "Tapas & Beijos", era todo mundo mesmo, tá? Assim, eu via com a minha família, com meus pais, era um grande evento. Em entrevista à Quem, a Fernanda Montenegro contou que acompanhava religiosamente todos os episódios da série da filha e que achava muito divertido. [Fernandona] De um humor muito
especial. [Foquinha] E aí, 2012 continuou sendo todinho de "Tapas & Beijos" na vida da Fernanda. A segunda temporada teve uma lista de episódios tão grande quanto a primeira e chegou a marcar uma média de 31 pontos de audiência. Gente, era muito sucesso. -O tempo, sabe, ó… -O quê? O tempo tá passando, né, Sueli. Ó… Viu? [Foquinha] Em 2013, a terceira temporada de "Tapas & Beijos" continuou com uma alta audiência nas noites da programação da Globo. Mas Fernanda não ficou no ar ali somente com o seriado, né? Em novembro, ela lançou o seu primeiro livro, o
romance "Fim", que conta a história de um grupo de cinco amigos cariocas, detalhando a vida e a morte de cada um. Eu sou muito cadelinha da Fernanda Torres, né? Porque eu tava ali assistindo "Tapas & Beijos" e lendo o livro. Eu também li o livro "Fim" e é muito bom, fica a dica aí também. Em entrevista ao programa "Roda Viva", a Fernanda contou que começou a escrever porque sempre leu muito desde a época da escola. E como ela já escrevia crônicas pra jornais desde 2007, foi natural que a história de "Fim" surgisse na sua vida
em algum momento. [Fernanda] Eu fui criada numa casa onde a questão da leitura, eles liam muito. [Foquinha] E aí, "Fim" vendeu mais de 200 mil cópias e foi traduzido para sete países. O livro também foi adaptado pra uma série que estreou no Globoplay no ano passado, com o roteiro da própria Fernanda e direção de Andrucha Waddington e Daniela Thomas. E aí, em 2014, "Tapas & Beijos" seguia firme e a quarta temporada continuou batendo recorde de audiência na TV. Em outubro de 2014, Fernanda Torres lançou seu segundo livro "Sete Anos: crônicas", que reúne várias crônicas que
ela publicou em jornais e revistas desde 2007. Já no final de 2014, depois de ter perdido por três anos consecutivos na categoria de humor, ela finalmente venceu como melhor atriz de série no "Melhores do Ano" do Faustão, graças à Fátima de "Tapas & Beijos". [Fernanda] Olha, foi muita luta, muitos anos que eu venho aqui fico lá do lado de fora. [Foquinha] E aí, "Tapas & Beijos" chegou ao fim em 2015, depois de 5 anos e cinco temporadas de sucesso. Em entrevista à Veja, Andréa Beltrão contou que desde a terceira temporada o final da série era
discutido e que muitas pessoas queriam ter a chance de fazer outros projetos ao invés de ficarem ali por muito tempo, um tempo indefinido, só porque a série tinha uma enorme audiência. Aquela coisa de ficar mantendo só pela audiência. Ela ainda disse que a decisão de terminar "Tapas & Beijos" também veio da percepção de que todo mundo sairia daquele projeto sendo amigo, tendo muito afeto por tudo, com muita saúde mental e tal. Porque antes de estrear a série, ela tinha saído do elenco de "A Grande Família", que teve várias brigas e polêmicas nos bastidores e tal.
Já Fernanda Torres, em entrevista ao "Encontro", disse que sentiu uma tristeza quando a porta do seu camarim bateu pela última vez, mas que a despedida de "Tapas" foi muito bacana. E hoje deu a volta, né? As pessoas relembram muito de "Tapas & Beijos", viraliza toda hora nas redes sociais, no Twitter é um hit, as fantasias de carnaval, enfim. - Você tá onde? - Tô aqui, mas eu tô indo pra casa que eu vou me matar. - Olha, só não se mata agora, passa aqui antes. [Foquinha] Fátima e Sueli são um hit. Eu fico pensando, será
que não podia fazer um comeback? Podia com esse hit aí da Fernanda Torres voltando. Toda hora viralizando "Tapas & Beijos". Eu acho que podia muito! "Os Normais" eu já não vejo, até porque Fernanda Young não está mais entre nós, né? Mas assim, eu acho que "Tapas & Beijos" dava, hein? Eu joguei. Mas enfim, gente, inclusive até em 2016, a Fernanda fez uma participação especial em "Mister Brau", justamente a série que entrou no lugar de "Tapas & Beijos", né? Do Lázaro Ramos. Bom, em setembro, Fernanda foi apresentadora do programa "Minha Estupidez", do canal GNT, que misturava
entrevistas e esquetes escritas por ela mesma. Contava com convidados que ela admirava e todas as conversas giravam em torno de temas extraídos de livros, né? Aquela coisa, a diva realmente é pop cult, né? Como ela mesma diz. Bom, ainda em 2016, a Fernanda sofreu um certo cancelamento ali por ter escrito um artigo na Folha de São Paulo dizendo que "a vitimização do discurso feminista irrita mais que o machismo". E aí depois de muitas críticas, ela escreveu outro texto pedindo desculpas, dizendo que a sua opinião foi alienada e classista. Aí ela disse assim: "Sou mulher e
não gostaria de ser vista como inimiga desses movimentos e nem de vê-los como tal, porque isso não corresponde à realidade do meu sentir. Prometo estar atenta. Perdão por ter abordado o assunto a partir da minha experiência pessoal, que de certo é de exceção." Bom, enfim, ela deu uma resposta que achei coerente, achei legal, e é isso. E aí em 2017, Fernanda participou da série "Filhos da Pátria", do documentário "Oito Magníficos" e lançou seu terceiro e último livro até então, a comédia "A Glória e Seu Cortejo de Horrores", que narra a vida de um astro de
novela até a sua derrocada. Em entrevista, a Fernanda contou que o livro veio de uma reflexão que ela, como adulta, teve do mundo que conheceu quando era criança. Além de querer retratar a potência do teatro nos anos 70, ela ainda ficou tão imersa na história que foi parar num presídio pra escrever essa história. Ela disse que visitou o presídio Evaristo de Moraes ao lado do ex-deputado Marcelo Freixo pra escrever a segunda parte do livro, que é narrada na terceira pessoa e se passa na cadeia. Ela explicou que não seria capaz de escrever se não tivesse
ido ao local e que conseguiu que sua editora doasse livros pra biblioteca da penitenciária. E aí em 2018, Fernanda foi confirmada no elenco da série médica "Sob Pressão", seriado aclamado e dirigido pelo marido dela, o Andrucha Waddington. Em entrevista ao site Notícias da TV, Fernanda admitiu que sentiu falta de interpretar uma personagem numa série de drama, né, porque fez programas cômicos na televisão por anos. E aí, em 2019, uma autorreferência, podemos dizer, porque Fernanda foi uma das narradoras do quadro "Mulheres Fantásticas" do programa Fantástico, que tinha como foco contar a história de mulheres que se
tornaram referência em diferentes áreas de atuação. Nos cinemas, Fernanda fez uma participação como ela mesma no documentário "Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou", de Bárbara Paz, que venceu como melhor documentário em Veneza. Em 2019, ela também trabalhou mais duas vezes com a mãe: em "A Marvellous Entanglement", um filme sobre a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, e no suspense sobrenatural "O Juízo", escrito e protagonizado por Fernanda, que chegou aos cinemas brasileiros em dezembro daquele ano. E aí, um parêntese aqui, que "O Juízo" conta a história de uma família que se muda pra
uma fazenda herdada pelo pai, mas todos são surpreendidos pelos espíritos de pessoas escravizadas que assombram a propriedade e decidem se vingar. O filme também foi em família: Fernandona também atua nele, tem Andrucha Waddington na direção, claro, né. E Joaquim Waddington, filho de Fernanda e Andrucha, que fez sua estreia no cinema ali. Numa entrevista pro Papo de Cinema, Fernanda disse que trabalha com a família por opção, mas que o filho Joaquim só entrou em cena porque estava difícil encontrar um jovem emancipado para fazer o filme. Então ela convidou o filho ali pro teste e ele surpreendeu,
segundo ela, porque ele foi o único que leu o texto com raiva e ironia, bem no tom que eles queriam. E a Fernanda ainda contou que o filho já tinha trabalhado muito como assistente de direção e conhecia o set de filmagem, então essa parte foi mais fácil pra ele. Mesmo tendo essa abertura, o foco dele era na faculdade de Filosofia, não tanto como ator. E aí o Joaquim mesmo deu uma entrevista à Patrícia Kogut e disse que tenta não pensar no fato de que veio de uma família cheia de talentos e que, durante o filme,
o profissionalismo era tanto que as relações familiares ali ficavam em segundo plano. Fora isso, ele contou que no final do dia ainda se tratava somente da sua mãe e da sua avó. Apenas. Apenas, sua mãe é Fernanda Torres, sua avó é Fernanda Montenegro. [Dads] O maior nepo baby da história do Brasil. [Foquinha] Seu pai é Andrucha Waddington. Beijão, Joaquim, arrasou. E 2020 é de longe um dos anos mais complicados em qualquer linha do tempo aqui do canal, né? Mas Fernanda seguiu entregando projetos. Ela interpretou a Estela na série "Todas as Mulheres do Mundo", que foi
gravada no final de 2019, e fez um papel no seriado da Globo "Diário de um Confinado", criado por Bruno Mazzeo, em que ela interpretava a psicóloga do protagonista. Em entrevista ao Encontro, ela revelou que contou com a ajuda do filho Joaquim para gravar a série à distância. Ela recebeu em casa um ring light, dois microfones e usou uma tábua de passar roupa pendurada para barrar qualquer luz indesejada. Muito gente como a gente na pandemia. E aí, em setembro de 2020, Fernandinha e Fernandona apareceram juntas em cena mais uma vez. As duas fizeram "Amor e Sorte",
série baseada em "Diário de um Confinado" e com foco em contar as histórias e novas vivências das pessoas durante a quarentena da COVID-19. E assim, gente, essa participação só deu certo porque as Fernandas estavam em isolamento juntas. Além disso, Andrucha Waddington também estava por lá para dirigir a esposa e a sogra, né, a sogrinha. E a partir daí, virou um produto da família toda, assim como "O Juízo". O filho Joaquim assumiu o som, o sobrinho Davi foi assistente de direção, o enteado Pedro codirigiu e assinou a fotografia, aquela coisa toda de uma família, assim, de
poucos talentos. O episódio que teve a participação das Fernandas, chamado de "Gilda e Lúcia", foi todo gravado no sítio da família. E a história fez tanto sucesso que ganhou uma continuação no fim do ano chamada "Gilda, Lúcia e o Bode". Na série, elas interpretam mãe e filha com posicionamentos políticos distintos ali, mas que são forçadas a conviver juntas pela pandemia e acabam restaurando um laço que tinham perdido com o tempo. Depois de uma quarentena e vários projetos, Fernanda pisou o pé no freio, pelo menos um pouquinho pela primeira vez, pelo que parece. No final de
2022, ela participou da CCXP e criou mais um meme numa minha entrevista onde dizia que se sentiu um Pikachu ao ser reconhecida dentro de um evento da cultura pop. - Fernanda, como você se sente em participar desse evento que é o maior evento de cultura pop do mundo? [Fernanda] Eu me sinto Pikachu. [Foquinha] Ai, maravilhosa. E eu amo, né, gente? Tá vindo muito à tona todos os memes da Fernanda porque ela, assim, ela é uma máquina de memes por ser tão autêntica, tão espontânea. E ela gosta, porque deu uma entrevista ao jornal Folha de São
Paulo e disse que ama os seus memes e que chega a soltar foguete toda vez que vira figurinha de WhatsApp. Ela diz que considera o meme uma expressão superior de arte e que os memes são responsáveis pela sua sobrevida com as novas gerações. Muito sensata ela, né? Maravilhosa. Agora vamos para 2023, quando Fernanda foi uma das roteiristas da primeira temporada de "Os Outros", do Globoplay, uma série muito aclamada e que eu amo demais, principalmente a primeira temporada, tanto que ganhou uma segunda temporada em setembro de 2024, né, de tão sucesso. E no final de 2023,
como eu comentei, o livro "Fim" de Fernanda Torres virou série no Globoplay. Ela também foi pra frente das câmeras pra viver a Celeste. Pra Fernanda, o livro é mais cínico do que a série, que ganhou uma roupagem mais trágica na TV. [Fernanda] O que eu acho interessante, livro mais cínico do que a série. [Foquinha] Outra diferença é o protagonismo das personagens mulheres na série, que no livro são descritas na terceira pessoa como consequência das histórias dos personagens homens. E aí, no seriado, o que acontece é que elas são retratadas com a mesma importância. Isso também
foi explicado por Fernanda e eu achei muito interessante, porque os seus livros geralmente são escritos através de um eu lírico masculino, porque ela acha difícil separar sua figura pública da escritora. Então, ao escrever como um homem, ela se sente mais livre. E pra TV, por outro lado, desenvolver essas personagens mulheres acaba sendo natural. [Fernanda] O mundo que eu escrevi em "Fim" não é o mundo que a gente vive hoje. [Foquinha] E aí chegamos em 2024. Não tem como falar de outra coisa a não ser "Ainda Estou Aqui". Mas como esse filme surgiu na vida de
Fernanda Torres? Muito que bem, pra isso primeiro a gente precisa entender a motivação do diretor Walter Salles em contar essa história, né? Apesar de "Ainda Estou Aqui" ter sido lançado somente em novembro de 2024, Walter Salles está mergulhado nessa história desde a infância porque conhece pessoalmente a família Rubens Paiva desde os 13 anos de idade. Mas o gatilho pra fazer o longa surgiu depois que ele leu o livro de mesmo nome do Marcelo Rubens Paiva, que foi publicado em 2015. Inclusive, tá hitando agora de novo por causa do filme, né? Pra Folha de São Paulo,
Walter contou que conheceu Nalu, irmã do meio de Marcelo Rubens Paiva, em 69, quando voltou a morar no Rio de Janeiro. Ele diz que a casa da família Rubens Paiva era generosa, acolhedora e um ponto de encontro de muitas tribos, como a gente vê no filme. Lá ele aprendeu a amar toda a Tropicália e a ouvir muitas discussões políticas. E de acordo com ele, Rubens Paiva era o elo de toda a família e amigos que visitavam ali, sempre com humor contagiante. Já Eunice Paiva tinha uma força tranquila que conduzia toda a família. Ainda na entrevista,
Walter disse que o livro de Marcelo Rubens Paiva é construído em torno dos afetos da família e que o reencontro afetivo de Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e a diretora Daniela Thomas nas telonas foi fundamental pra tornar essa história possível. E é isso que o filme traz, esse elo muito forte da família, eu acho que esse afeto, acho que é o que mais comove nesse filme. Além de toda a questão da ditadura, enfim. E como eu já citei nessa linha do tempo, Walter Salles e Daniela Thomas já trabalharam com Fernanda Torres em outros projetos, como "Terra
Estrangeira" e "O Primeiro Dia". E Fernandona também já tinha sido dirigida por Walter Salles em "Central do Brasil", né, icônico. Aí, ó, indicada ao Oscar! Então todo mundo já se conhecia muito bem. Apesar dessa reunião familiar, Fernanda Torres não era a primeira opção de Walter Salles pra interpretar Eunice Paiva não, tá? Em entrevista ao jornal Globo, ela contou que apesar de não ter sido escolhida de primeira, essas coisas são super normais na profissão e que o trabalho é de quem faz no fim. E ainda segundo o jornal, a ideia inicial pro papel de Eunice seria
a atriz Mariana Lima, que seria incrível também, adoro ela. Mas bom, como a gente sabe, Fernanda Torres brilhou no papel e agradeceu ao diretor por ter dado a ela uma carreira dramática mais uma vez. [Fernando] Thankful, of course, because now I have a drama career again. [Foquinha] Em entrevista ao Jornal Estado de Minas, Walter Salles disse que "Ainda Estou Aqui" começou a ser gravado durante o mandato de Jair Bolsonaro, que é abertamente um defensor da ditadura. Ele contou que esse contexto influenciou diretamente o filme. Mas bom, agora que a gente já entendeu um pouco do
peso emocional desse projeto, vamos falar um pouco mais sobre ele e a sua importância histórica. Como eu disse, "Ainda Estou Aqui" é baseado no livro do escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva e conta a história do ex-deputado federal e engenheiro Rubens Paiva, pai de Marcelo, que foi sequestrado, torturado e morto por militares em janeiro de 1971, época da ditadura militar no Brasil. No mesmo dia, a mãe de Marcelo e esposa de Rubens Paiva, Eunice Paiva, também foi detida ao lado da filha de 15 anos, a Eliana. Eliana foi solta no dia seguinte, mas Eunice ficou
incomunicável por 12 dias. E após ser libertada, Eunice lutou por décadas pra que o desaparecimento do marido fosse investigado e para que a justiça fosse feita. Mas assim, o máximo que ela conseguiu foi um atestado de óbito de Rubens Paiva em 1996, mais de 20 anos depois do sequestro. Além disso, as respostas sobre o que aconteceu de fato com Rubens Paiva só apareceram em 2014, mais de 40 anos depois do sequestro, com a criação da Comissão Nacional da Verdade durante o governo Dilma, que foi uma comissão muito importante. A Comissão Nacional da Verdade foi especificamente
criada pra investigar os crimes e violações dos direitos humanos na época da ditadura militar. É isso, né gente? Tem gente até hoje, familiares até hoje, que não sabem o que aconteceu com seus parentes, seus amigos, enfim. E após as investigações, cinco militares foram diretamente ligados à morte de Rubens Paiva. Também foi descoberto que o corpo de Rubens foi enterrado e desenterrado várias vezes em um período de 2 anos, até ser jogado ao largo da costa do Rio de Janeiro. Bom, seu corpo nunca foi encontrado e até agora os responsáveis não foram propriamente penalizados. Em abril
de 2024, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos decidiu reabrir as investigações sobre a morte de Rubens Paiva. Já Eunice Paiva, ela foi diagnosticada com Alzheimer em 2004 e, em 2018, ela morreu de causas naturais em decorrência da doença aos 89 anos de idade. Em entrevista ao Cine Ninja, a Fernanda Torres disse que leu o livro de Marcelo Rubens Paiva assim que saiu, sem nem imaginar que viveria Eunice anos depois. E aí, pra interpretar a personagem, além da bagagem do livro, ela viu muitas entrevistas de Eunice e teve algumas conversas com a família. [Fernanda] Mas ela
foi a guia da gente, sabe o jeito dela ser. [Foquinha] E também, a Fernanda chegou a perder 10 kg pro papel. Aí quando as filmagens acabaram, ela ainda foi pessoalmente ao túmulo de Eunice Paiva pra agradecer. E até postou essa foto. E aí, antes de ser lançado nos cinemas brasileiros, como a gente viu, o filme estreou no dia 1º de setembro de 2024 no Festival de Veneza. Depois da exibição, a plateia aplaudiu a obra e todo o elenco por 10 minutos consecutivos. Já falei aqui, né, que isso é um clássico, de palmaço que rola nesses
festivais, aí mostra a aclamação do filme. Todo mundo passou a olhar pra esse filme, né? Foi a partir desse dia, acho que abriu a porteira. Mas bom, num vídeo, a Fernanda disse que chorou ao assistir o filme ali em Veneza e que foi muito feliz naquela noite. [Fernanda] E muito feliz, muito feliz com esse filme. [Foquinha] Também na Itália, "Ainda Estou Aqui" ganhou como o melhor roteiro e deu dois troféus pra Walter Salles: o Green Drop Award, prêmio de sustentabilidade e preservação de ecossistemas pras gerações futuras e o Signis Award, que reconhece a excelência de
profissionais da indústria cinematográfica. Depois disso, as críticas sobre o longa foram saindo nos veículos internacionais daquele jeitão, né? Grandes portais como The Hollywood Reporter, Deadline, Variety e IndieWire elogiaram o filme, também a atuação de Fernanda Torres, principalmente, né. Saindo de Veneza, o filme também passou pelo Festival de Cinema de Londres, Festival Internacional de Cinema de Toronto, Festival de Cinema de Nova York, Festival do Rio e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. E nos eventos de divulgação, Fernanda sempre, assim, impecável, com looks belíssimos e maravilhosos, sempre comentados e elogiados pelo público. E aí, gente,
quanto mais "Ainda Estou Aqui" era visto, mais reconhecimento ele ganhava. Além de ter vencido como o filme favorito do público em Vancouver, Califórnia e Miami, o filme também rendeu uma homenagem pra Walter Salles no Festival de Cinema de Pingyao, na China, e uma honraria à Fernanda Torres como melhor atriz estrangeira no Critics' Choice Awards. Inclusive, o discurso dela de agradecimento é muito lindo. Ela enaltece muito o Brasil, enaltece muito a cultura latina. Tem uma frase muito importante em que ela fala que ela se sente… hoje, com tudo isso, toda essa aclamação e com tudo mais,
ela se sente parte da cultura latina, porque muitas vezes deixam o Brasil à parte da cultura latina. Enfim, é muito lindo esse discurso dela, vale assistir. Bom, no Brasil, "Ainda Estou Aqui" ganhou como o melhor filme nacional na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e foi também em São Paulo que Fernanda fez questão de lembrar da cena onde ela dançou "Eguinha Pocotó" pra Selton Mello em "Os Normais". [Fernanda] E nesse país onde eu dancei a Eguinha Pocotó… ♪ Pocotó, pocotó, pocotó… ♪ - Olhou! [Foquinha] Eu amo que ela abraça os memes real, e é
muito legal lembrar dessa história com o Selton Mello lá atrás. Bom, depois da estreia do filme, Fernanda revelou num vídeo que sua família viveu incertezas parecidas com a da família Rubens Paiva na década de 70. Ela contou que se mudou de São Paulo pro Rio de Janeiro na época porque o sócio do seu pai tinha sido preso nas mesmas condições que Rubens. E ela disse que também encontrou uma foto da sua mãe, Fernanda Montenegro, onde o olhar de Fernandona se parecia muito com o de Eunice. Ela afirmou que foi a partir dessa foto que incorporou
o olhar da personagem em "Ainda Estou Aqui". Isso é muito lindo, né? [Fernanda] Um olhar de medo e do que vai ser do futuro. [Foquinha] Eu até queria falar um pouco da interpretação da Fernanda Torres nesse filme, que está muito incrível e muito emocionante, né? Porque ela consegue transmitir toda a emoção sem nem chorar. E ela falou muito isso nas entrevistas que deu sobre essa dificuldade de não chorar. Porque ela queria chorar, ela como ser humano interpretando a Eunice, né? E ela tinha que parar a gravação pra poder chorar porque Eunice não podia chorar. Eu
acho que essa é uma das coisas mais fortes do filme, né? É a força da Eunice, aquela mulher que teve que segurar a família toda ali, né? Manter a família dela unida, despistando o que estava acontecendo e tendo que ter essa força ali. Então, acho que o que mais comove, uma das coisas que mais comove no filme, é essa força da Eunice mesmo, e a interpretação da Fernanda Torres de fazer isso, de conseguir transmitir toda essa emoção só com o olhar, só com essa interpretação dela. Ela merece todos os prêmios, realmente é muito incrível. Selton
Mello também está maravilhoso no papel, gente. Ai, eu já estava chorando, eu chorei muito nesse filme. Até falei nas redes sociais e tudo, eu chorei tanto. Eu já estava chorando só com uma cena do Selton Mello lá, tranquilinho, tranquilucho, ali, sendo fofo. Enfim, quem não assistiu, é obrigação, hein? Filme obrigatório. E é isso, né? Até o momento, "Ainda Estou Aqui" é a segunda maior bilheteria nacional pós-pandemia, atingindo a marca de mais de 2 milhões de espectadores e arrecadação de quase 42 milhões de reais. O filme chegou a ultrapassar "Wicked" e foi o filme mais visto
do Brasil na semana do dia 18 de novembro. Icônico! No dia 17 de novembro, Fernanda foi uma das convidadas do Governors Awards, que reúne os nomes mais influentes da indústria cinematográfica e é um bom termômetro ao Oscar. E ela apareceu lindíssima mais uma vez, né? No dia seguinte, o perfil oficial do Oscar publicou aquela foto dela e fez o seu engajamento do ano! Porque só essa foto ganhou quase 3 milhões de curtidas e mais de 800 mil comentários de brasileiros. Foi aquele auge, né? Aquela aclamação. Inclusive os memes também, porque eu amo a galera falando
que ela tá fazendo a coreografia de "Apple". [ri] Muito bom! E é isso, né, quando você compara o post de Fernanda com os outros, você percebe que o Brasil realmente é um país diferenciado, né, gente? Não tem para ninguém com a gente. A única artista que chegou aos 100 mil likes foi Kate Winslet, tá? Apenas! Se fosse por engajamento, já estava ganho. Sobre o Oscar, a Academia já confirmou que "Ainda Estou Aqui" está elegível pra competir na premiação em 2025. Mas Fernanda pediu para que as pessoas não criem muitas expectativas e que enxerguem o Brasil
como vencedor desde já, só por ter alcançado todo esse reconhecimento dos últimos meses. [Fernanda] Só explicar isso pras pessoas já ficarem contentes, entendeu? [voz robótica] E pra fechar 2024 com chave de ouro, veio a indicação ao Globo de Ouro! [Fernanda] Gente, nomeada ao Golden Globe! Tô aqui no glam com Rebeca em Londres, hoje tem sessão aqui. Porta… uma loucura, uma loucura. Beijo! Inacreditável! E Walter, 25 anos depois dele com a minha mãe… Realmente, a vida presta! Beijo! [Foquinha] Mas, né, os brasileirinhos tão como? Nas trincheiras por Fê Torres! E por "Ainda Estou Aqui". Então anota
aí, tá? Os indicados ao Oscar vão ser anunciados no dia 17 de janeiro e a cerimônia do Oscar acontece no dia 2 de março. Então, já estamos aqui, né, gente? Bom, gente, depois dessa trajetória lindíssima e inspiradora, eu faço das palavras da revista Vanity Fair as minhas: Fernanda Torres é mesmo um ícone global. Mesmo que o Oscar não venha, a riqueza e o impacto que ela trouxe pra arte e pra sociedade brasileira não têm preço, né? Nenhum troféu, ainda mais internacional, é maior do que Fernanda Torres e todos os seus trabalhos na TV, na literatura,
no teatro, no cinema, na internet. Vida longa, Fernanda Torres! Vida longa, Fernanda Montenegro e os talentos do nosso Brasilzão. A gente tem que enaltecer, sim. Tô muito feliz por esse momento do cinema brasileiro e da Fernanda Torres. Inclusive, vai ter "O Auto da Compadecida 2" aí com Selton Mello, né? Um filme muito importante pro Brasil também, agora em dezembro. E é isso, ano que vem vamos estar como no Oscar, gente? Vamos estar que nem Copa do Mundo! Vai ser um grande dia. Porque pensa aqui comigo, lá em 99, "Central do Brasil" com Fernanda Montenegro não
tinha redes sociais como hoje, não. Então assim, quero ver aguentar o Brasil esse dia aí, o mundão. Vamos nessa! E é isso, gente, foi só um resumão também, né? Porque assim, tem muita história, tem muitas participações, muitas atuações aí de Fernanda Torres. Mas espero que vocês tenham conhecido mais ela com esse vídeo. Me conta aí nos comentários o que vocês acharam, compartilhem esse vídeo pra todo mundo que ama Fernanda Torres ou que ama arte, que precisa assistir esse vídeo. Deixe seu like, se inscreve no canal se você ainda não é inscrito. E é isso, até
o próximo. É nóis!