Este é o gráfico de homicídios do estado de São Paulo do mês de janeiro, e em 2024 o número foi o mais baixo desde o início do levantamento. Apesar desse dado animador, eu vejo cada vez mais notícias e relatos mostrando que São Paulo capital enfrenta um momento delicado em relação à segurança pública. Uma pesquisa recente revelou que 29% dos seus moradores consideram a violência ou o crime como o principal problema da cidade.
E enquanto a capital impressiona por sua imponência e dinamismo, essa violência nas ruas se tornou parte do cotidiano, alcançando áreas antes seguras e ameaçando a qualidade de vida dos seus habitantes e visitantes. Hoje, visitar a capital paulista requer mais do que lembrar do guarda-chuva — é bom levar um celular velho como brinde para os trombadinhas. Como se não bastasse, o famoso 'fator Brasil' se faz sentir em São Paulo de uma maneira ainda mais 'encantadora', com a tradicional ineficiência no uso do dinheiro público e a desigualdade na distribuição dos impostos arrecadados pela União, só pra piorar um pouco mais o que já está ruim.
Não à toa essa foi uma das principaisl pautas que os candidatos cacarejaram durante os debates para a prefeitura da cidade. Por isso eu fui atrás do que, de fato, está acontecendo por lá, e contei com relatos de vários amigos moradores de São Paulo, além de uma vasta pesquisa pra entender melhor como uma cidade, que já foi o símbolo de progresso e da sofisticação, se vê agora nessa situação? E quais medidas o poder público está tomando pra enfrentar essa crise de segurança?
Eu adoro São Paulo. Ir pra lá durante 4 ou 5 dias do ano é maravilhoso, aproveitar a vida noturna, a paisagem urbana, a arquitetura e a culinária é sensacional. E em 5 dias quase não dá nem tempo de cansar dos grandes problemas da capital, como o trânsito e a insegurança.
Mas, com mais de 11 milhões de habitantes, esses são problemas me parecem naturais de uma metrópole. São Paulo, sozinha, é responsável por quase 11% do PIB nacional e abriga 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil. Pra se ter uma ideia, somente em setembro de 2020, durante a pandemia, o transporte público da cidade era utilizado por 4,7 milhões de passageiros diariamente - mais que a população do Uruguai.
Mas como qualquer metrópole, ela enfrenta vários problemas. Em 2023, uma pesquisa realizada pelo Datafolha apontou que a violência passou a ser a maior preocupação dos moradores da cidade. Segundo o instituto: “Violência é a maior preocupação para moradores da cidade de São Paulo.
Tema supera atendimento de saúde, que liderou as reclamações por 11 anos. ” Nessa pesquisa de setembro de 2023, 22% das pessoas declararam, de forma espontânea: a violência. Já em junho de 2024, outra pesquisa apontou que esse número subiu pra 29%.
E esse sentimento tem fundamento. De fato, diversas notícias apontam o aumento da criminalidade em áreas que anteriormente não eram tão afetadas. Falando sobre isso com alguns conhecidos paulistanos, um deles me disse: “Eu conheço pessoas no meu prédio que já foram sequestradas, então a gente vê que nesses bairros, Jardim Paulista, Consolação, bairros que têm uma estrutura melhor, o número de assaltos cresce.
” O que começou pontualmente, agora se expande nas áreas mais nobres, como Pinheiros e Itaim Bibi, transformando a qualidade de vida dos cidadãos de renda mais alta. Uma reportagem do G1 mostra a audácia dos bandidos em um restaurante nos Jardins. “No mês passado, um roubo parecido aconteceu em um restaurante na Rua Barão de Capanema, nos Jardins.
Um falso entregador retira uma arma de um saco plástico e rende dois casais. Em poucos segundos, o assaltante pega os relógios dos homens e corre em direção a moto. ” Os números de roubos e furtos são alarmantes: em 2023, eles atingiram 439.
586 ocorrências. Em entrevista à Jovem Pan, mencionando como os moradores estão assustados com o aumento da criminalidade, João, um morador da cidade, afirmou: “Nos últimos dois anos, houve nitidamente uma piora da situação. Dá para ver isso pelo aumento do número de furtos pelo bairro, pelo entorno.
Vários amigos foram roubados por aqui…” O roubo de celulares também aumentou em algumas regiões. Bairros como Moema e Itaim Bibi, na Zona Sul, e Perdizes, na Zona Oeste, registraram crescimento desse tipo de crime, antes pouco comum. Essa realidade colocou a cidade no topo de um lamentável ranking.
De acordo com site Metrópoles: “A capital paulista é a terceira colocada no ranking de municípios com maior taxa de roubo e furto de celular do país em 2023, ficando atrás apenas de Manaus, e Teresina, no Piauí. ” Com frequência vemos moradores relatando experiências assustadoras e a constante sensação de insegurança com a qual convivem. Em entrevista ao G1, uma vítima de sequestro relâmpago contou sua experiência traumatizante: “A todo tempo ficamos de joelho, com a arma na cabeça.
Levaram os pertences, levaram o carro, levaram dinheiro e a todo momento apavorando a gente. Eles engatilharam a arma na minha cabeça e falaram que ia atirar, mas um dos criminosos disse que não era para atirar porque ia sujar a quadrilha dele. ” Outro relato de uma amiga mostra a escalada da violência nos bairros de classe mais altas: “Então, qual que é a sensação que eu tenho?
Os furtos e roubos em bairros nobres estão crescendo, né? Vou te dar um exemplo do meu condomínio. Já teve pai que foi assaltado saindo do condomínio, dentro do carro.
Duas motos com quatro pessoas pararam o carro pra levar o carro, pra levar os pertences bateram no pai, o pai com criança dentro do carro. ” Com esses acontecimentos, as pessoas vão perdendo a ligação que têm com a cidade. Muitos moradores acabam optando por viver em outros lugares, como relatou o morador Francisco Machado: “Vários amigos já se mudaram daqui e foram morar em outras cidades, em busca de mais segurança para os filhos e maior qualidade de vida.
” Homicídios dolosos, com a intenção de matar, subiram 32%. O latrocínio, ou roubo seguido de morte, teve um aumento de 30% no primeiro semestre de 2024. Mesmo diante dessa escalada da violência, nem todo mundo se sente completamente inseguro na cidade.
Um grande amigo que morou em Sapiranga, cidade de 80 mil habitantes no Rio Grande do Sul, e hoje mora em São Paulo, me disse que: “Tem piorado a violência em SP nos últimos anos… Mas também tem a característica do bairro, quando tem mais comércio é mais seguro. Sapiranga, com 80 mil habitantes, não tem um lugar seguro ou inseguro, ela é homogênea, é tudo igual. Lá eu já fui furtado em casa diversas vezes, aqui em SP fui assaltado na rua.
Em São Paulo tu consegue escolher morar em um bairro mais seguro, porque cada bairro é diferente…” Só que o impacto da criminalidade está sendo sentido até pelos turistas. O Centro, com lugares históricos como a Catedral da Sé, o Mosteiro de São Bento, e o Teatro Municipal estão recebendo cada vez menos turistas devido à falta de segurança, inclusive os guias turísticos estão sendo orientados a evitar a região a pé. Mas, nesse ponto, a criminalidade da cidade de São Paulo tem características que a diferenciam de outras capitais, como do Rio de Janeiro.
Enquanto o bandido carioca vai especificamente onde o turista está, o paulistano acaba chegando ao turista por escolher áreas com maiores aglomerações, mais oportunidades de se aproveitar do descuido das pessoas, e mais opções de fuga. Seja se misturando em meio à multidão, correndo pro metrô ou entrando em algum ônibus. Um major da PM de SP, que preferiu não expor sua identidade, mas com quem eu conversei muito sobre esse assunto e que me ajudou a entender como funciona a criminalidade na capital, me explicou que: “… o criminoso que atinge essas áreas em SP é diferente do carioca.
O modo operante desses criminosos é diferente. Geralmente em SP são os moradores de rua e menores de idade que querem celulares e cartões. Chegam na mão grande ou mesmo com arma branca e tentam levar esses aparelhos e tomam na força e saem correndo para metrôs, trens ou somem no centro de SP no meio da “muvuca”.
Dificilmente são pegos depois. E gostam de realizar esses furtos em turistas estrangeiros por conta de estarem com bolsas e celulares nas mãos. ” Essa diferença no modo de atuação dos criminosos reflete a dinâmica urbana das duas cidades e como isso afeta a experiência dos turistas.
Em SP, o turista não é o alvo. Se ele não estiver no meio de aglomerações, nada acontece com ele. No Rio, sim.
Lá, o turista é o alvo preferencial. Mas, em meio a essa crescente crise de segurança, surge uma questão: Como pode uma cidade tão importante pro país, que paga tantos impostos, enfrentar uma crise de segurança tão profunda? São Paulo não é apenas o coração econômico do Brasil.
Os paulistanos arcam com impostos pesados que impactam diretamente seus bolsos. Essa carga se deve à sua enorme população, que demanda por serviços públicos diversos e também à complexidade do sistema tributário da cidade, não muito diferente do sistema nacional. Apesar de gerar uma receita tributária enorme, grande parte desse dinheiro não retorna à cidade em forma de serviços públicos de qualidade, especialmente na segurança.
E, embora os moradores da capital paulista paguem, em média, 5 vezes o valor que os cidadãos de outros estados, uma parcela significativa dele não volta pra cidade, mas fica com a União. Isso cria uma sensação de injustiça entre os moradores, que veem seus impostos sendo usados em outros lugares, enquanto eles não têm sequer segurança o suficiente pra terem garantidas sua integridade física, direito de propriedade, ou o direito básico de ir e vir. Mas pra ser sincero parece que essa sensação é em todo o país, e no Brasil você meio que não tem pra onde fugir.
Nem indo morar no meio do mato você consegue se livrar de todos os problemas. Embora alguns desses problemas da cidade de São Paulo você pode sim evitar se for morar em uma cidade mais do interior ou até em outro país, mas nem todo mundo tem essa flexibilidade na sua profissão. Desde quando descobri a Engenharia de Produção pensava que era a profissão perfeita pra mim, mas depois de me formar percebendo não só a situação econômica do Brasil, e também pra não estar preso a um lugar e ter liberdade, eu decidi que queria trabalhar pela internet.
E isso transformou tanto a minha vida que eu fiz uma parceria com o Igor, da Keep Nomad, especialista em ajudar quem quer trabalhar online e ter mais liberdade. Nós criamos um grupo no whatsapp onde por 4 dias vamos compartilhar com você as 10 profissões pra trabalhar da internet que mais pagam e que falta gente no mercado. Cada uma delas paga mais de 5.
000 reais por mês. Mas atenção, isso não é aposta, ou esquema de pirâmide. É trabalho duro, mas que vai mudar sua vida.
Pra participar do grupo é de graça, mas as vagas são de acordo com a capacidade do whatsapp e vai durar poucos dias. Então pra entrar no grupo, é só acessar o primeiro link na descrição ou apontar a câmera do seu celular pro QR Code que tá aqui na tela. Agora… São Paulo é o município brasileiro que menos depende de ajuda dos governos estadual e federal, sendo o que mais gera receita própria.
De acordo com a Secretaria Municipal de Finanças, “não há uma destinação específica para cada tributo. No entanto, a legislação determina que 15% da receita total seja gasta com saúde, 31% com educação e 13% com dívida pública”. Pra se ter uma ideia, o orçamento proposto pela prefeitura e aprovado pela câmara em 2023 foi de mais de R$ 95 bilhões.
Mas nem com todo esse dinheiro em caixa a gestão municipal consegue fornecer estratégias de segurança minimamente eficazes pros paulistanos. E essa ineficiência no uso do dinheiro público não é apenas uma sensação. Em março de 2024, o Tribunal de Contas municipais informou que, “em sua fiscalização responsável e consciente, analisa a questão da denúncia sobre suposto conluio em contratos firmados pela Prefeitura para obras emergenciais.
No momento, sob a relatoria do Conselheiro Domingos Dissei, a Corte colhe os posicionamentos de suas respectivas áreas técnicas”. Com uma arrecadação tão grande, São Paulo tem, sim, condições financeiras pra implementar ciência de ponta no combate ao crime. A Secretaria de Segurança poderia utilizar tecnologias como câmeras de vigilância inteligentes, com reconhecimento facial, instaladas em repartições públicas, hospitais, unidades de saúde, além de espaços públicos.
Outro exemplo é o “Projeto Olho Vivo BH” - um sistema de videovigilância em Belo Horizonte com câmeras monitorando as ruas 24 horas por dia. As imagens são enviadas pra uma central onde operadores identificam comportamentos suspeitos e comunicam à polícia pra ação rápida. Os resultados desse monitoramento mostram que, logo no início da sua instalação, entre 2004 e 2007, houve uma queda significativa na incidência de crimes violentos nas áreas monitoradas.
Assaltos a drogarias e roubos a passageiros de ônibus foram eliminados. Os crimes violentos caíram de 390 em janeiro de 2004 pra 206 em maio de 2007. A criminalidade geral também baixou de 3189 para 2112 ocorrências no mesmo período.
Drnes de vigilância e monitoramento e aplicativos que permitam que os moradores reportem os crimes ou atividades suspeitas diretamente às autoridades, poderiam contribuir pro aumento da segurança na cidade, permitindo respostas mais rápidas e eficientes. É evidente que a cidade de São Paulo possui os recursos necessários pra tomar medidas que poderiam melhorar a vida dos paulistanos. E o governo estadual tem feito sua parte.
Novamente citando o major da PM paulista: “Hoje, o governo que está à frente da segurança no estado de SP tem empregado os melhores equipamentos, até equipamentos e sistemas internacionais no meio policial. E isso é um fator que ajuda muito para o combate ao crime. ” De fato, no ano de 2023, houve uma queda dos números de diversos crimes no estado de São Paulo.
Porém a capital não parece refletir esses números, pois a violência passou a ser a maior preocupação de sua população, um reflexo claro da escalada da violência na cidade. Enquanto a capital segue sendo engolida pela criminalidade, os cofres públicos seguem engordando sem que a população veja um retorno real. O fato é que o paulistano trabalha muito e tem uma renda média mais alta, e, também por isso, paga muito impostos.
Só que, justamente por contribuir tanto, deveria ter uma qualidade de vida melhor, como acontece nos EUA ou Japão. Mas, infelizmente, a prefeitura de São Paulo entrega um serviço ruim pra sua população de forma recorrente. Quem acompanha o canal já sabe que eu tenho uma birra de prefeitura, uma desconfiança muito grande… É impressionante como uma cidade que tem os recursos que a capital paulista tem, conviva com uma situação tão crítica como a da Cracolândia.
Esse tipo de problema existe em diversas cidades, mas nada perto desse nível de São Paulo. E esse é mais um dos fatores que contribuem pro aumento da violência na cidade. A presença da Cracolândia não só simboliza a falha na gestão pública, mas também alimenta um ciclo vicioso de criminalidade.
Afinal, ali não há pessoas em condições de trabalhar, o que alimenta sua dependência é o roubo ou o furto, na maior parte dos casos. Com a alta concentração de dependentes químicos e traficantes, a região se torna um epicentro de violência e degradação. Tudo isso nos faz questionar: Essa falta de transparência e eficácia só alimenta a desconfiança e o desânimo dos moradores que já não sabem mais a quem recorrer.
Se nada for feito, São Paulo corre o risco de trilhar o mesmo caminho da capital carioca, onde a criminalidade beira o absurdo e a violência parece ter se tornado parte inseparável do cotidiano. Essa comparação não é exagero; é um temor real entre muitos paulistanos. Com tanto potencial e recursos, é inaceitável que a capital paulista esteja à beira de se transformar na triste realidade do Rio de Janeiro.
É um destino que com certeza pode ser evitado. E você paulistano concorda comigo? Acha que a capital tá cada vez mais perigosa?
Comenta aqui abaixo e não esquece de me dizer o que achou desse vídeo. E não deixe de entrar no grupo do whatsapp da parceria minha com o Igor da Keep Nomad, onde por 4 dias vamos compartilhar com você as 10 profissões pra trabalhar da internet que mais pagam e que falta gente no mercado. Pra participar do grupo, é só acessar o primeiro link na descrição ou apontar a camera do seu celular pro QR Code que tá aqui na tela.
Salvador pode estar passando pelos mesmos problemas de São Paulo, os dados de segurança de Salvador e do Rio de Janeiro são muito parecidos, mas a criminalidade aumentou mais em Salvador que no Rio, nos últimos 3 anos. Então pra entender isso confere esse vídeo aqui que tá na tela. Então aperta nele aí que eu te vejo lá em alguns segundos.
Por esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.