Por que pedir aos santos se posso ir direto a Deus? | Prof. Eduardo Faria

Por que pedir aos santos, se eu posso pedir diretamente a Deus? Olha, se você é católico, eu tenho certeza de que você já ouviu esta objeção à sua fé. E se você é protestante, eu tenho certeza de que você já fez essa pergunta a algum católico Neste vídeo, então, eu vou explicar por que nós, católicos, pedimos a intercessão dos santos Curta, compartilhe, se inscreva, e eu te espero depois da vinheta.

[Música] Vamos lá, então, pessoal. Por que pedir aos santos, se nós podemos pedir diretamente a Deus? Na minha experiência, todas as vezes que eu respondo a essa questão, novas objeções vão surgindo.

Portanto, eu vou fazer esse vídeo da seguinte maneira. Eu vou responder esta pergunta, e eu já sei que outras objeções vão surgir. Então, eu já vou responder a objeção, e a partir dessa resposta, outra objeção virá, e outra objeção virá.

Então, eu vou respondendo as objeções mais comuns a este tema. Bom, a resposta mais simples e direta a essa pergunta é a seguinte. Nós pedimos a intercessão dos santos porque nós somos família da fé.

Nós somos igreja, nós vivemos na comunhão dos santos, e como família da fé, nós intercedemos uns pelos outros. Isto significa ser corpo de Cristo. Da mesma forma que você pede a intercessão pro seu amigo, pro seu parente, pro seu pastor, pro seu padre, quantas e quantas vezes você já pediu pra alguém rezar por você?

Nós também pedimos para os santos que já estão no céu, já estão na presença de Deus, intercederem por nós. Em 1 Timóteo, capítulo 2, versículo 1, São Paulo dá a seguinte orientação. "Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações e intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens.

" Perceba, então, que interceder uns pelos outros é um mandamento bíblico. Todos podem pedir direto a Deus, isso é verdade, mas todos também gostam de pedir que outros intercedam pela sua causa. E isso é bom e justo.

Então, esta é a primeira resposta. Nós pedimos a intercessão dos santos porque vivemos na família da fé, nós somos o corpo de Cristo, e intercedemos uns pelos outros. Isso significa ser igreja.

Eu poderia parar o vídeo por aqui, esta resposta já é o suficiente, mas eu sei qual que é a próxima objeção. "Ah, eu peço intercessão do meu irmão da igreja, do meu pastor, mas eles estão vivos, os santos estão mortos. " Será que eles estão de fato mortos?

Vamos ver o que diz a Bíblia no livro de Apocalipse, capítulo 6, versículos 9 e 10. "Quando abri o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados, por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo 'Até quando, Senhor, Tu que és o Santo e Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra?

'" Perceba algumas verdades deste texto bíblico. Primeiro, os santos não estão mortos, eles estão vivos e estão clamando a Deus. Segundo, eles estão cientes do que se passa na terra, porque eles sabem que aqueles que os martirizaram ainda não receberam o justo julgamento por tal ato.

Para que ninguém diga que esse texto se passa no futuro. Não, o texto é bem claro em dizer que se tratam das almas dos mártires. Uma outra passagem que também mostra os santos vivos no céu, elevando a Deus as nossas orações, é Apocalipse, capítulo 5, versículo 8.

"Os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. " Ou seja, os vinte e quatro anciãos, que se referem aos doze patriarcas de Israel e os doze apóstolos, elevando a Deus taças de ouro. E o que tem dentro dessas taças?

A minha e a sua oração. De modo que os santos no céu elevam a Deus as nossas orações. Então, não, os santos não estão mortos.

Deus é Deus de vivo e não de mortos. São Paulo diz em Romanos, capítulo 8, que nem a morte poderá nos separar do amor de Deus. Para um cristão, morrer e ir para o céu nada mais é do que entrar verdadeiramente na vida.

Diante dessas explicações, o nosso interlocutor nos coloca uma terceira objeção. "Ah, a Bíblia diz que só Jesus é o mediador e quando você pede a intercessão de um santo, você está colocando outro mediador no lugar de Cristo. " Não, isso também não é verdade.

De fato, Jesus é o único mediador. Só ele pode nos reconciliar com Deus. Por quê?

Porque nós, homens, rompemos com um Deus per feito. E para que houvesse esta mediação, para que houvesse essa reconciliação, nós precisávamos de um reconciliador que fosse totalmente Deus e totalmente homem. E Jesus é o único que atende esses dois pré-requisitos.

Totalmente homem, totalmente Deus. Porém, uma vez que somos reconciliados com Deus por meio de Cristo, nós nos tornamos participantes de Cristo. Ou como São Pedro diz na sua segunda epístola, capítulo 1, versículo 4, participantes da natureza divina.

Jesus é a cabeça, a igreja é o corpo. De tal forma que corpo e cabeça formam aquilo que Santo Agostinho chamava de o Christus totus, o Cristo total. Cabeça e corpo, Cristo e a igreja.

Isso é tão profundo, gente, que quando São Paulo perseguia a igreja, quando ele ainda era Saulo, o Senhor Jesus aparece para ele no caminho de Damasco e diz, "Saulo, Saulo, por que me persegues? " Saulo poderia dizer, "Eu não te persigo, eu persigo a igreja. " Mas ao perseguir a igreja, Saulo perseguia o próprio Cristo, porque Cristo é um com a sua igreja.

Quando você compreende isso, você se dá conta que ao pedir a intercessão dos santos, você não está pedindo a outros mediadores, a outros intercessores, mas você está pedindo aos santos pela participação deles em Cristo, por eles terem atingido o alvo e estarem plenamente em Cristo. Para compreender isso, tem duas passagens que fazem muito sentido para mim. A primeira é a Evangelho de São João, capítulo 20, versículo 21, quando Jesus diz, "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.

" Ora, se o Filho foi enviado ao mundo para ser mediador, para se oferecer como um sacrifício de redenção e reconciliação com o Pai, a igreja é enviada com a mesma missão. E a outra passagem, sem dúvida, é a segunda carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 5, versículo 18. Perceba a participação da igreja e, por óbvio, dos santos, no ministério de mediação de Cristo.

"Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação. " Ora, é Cristo quem nos reconcilia, mas uma vez reconciliados, ele nos entrega o ministério da reconciliação, ele nos faz partícipes da sua mediação. Portanto, não, pedir a intercessão dos santos não é colocar outros mediadores no lugar de Cristo.

Antes, é compreender que a igreja é o corpo místico de Cristo e atua junto com Cristo no ministério de Cristo. Então, eu já expliquei que podemos, sim, ir direto a Deus por meio de Cristo, mas nós intercedemos uns pelos outros, porque somos família da fé e isso significa crer na comunhão dos santos. Eu já expliquei que os santos não estão mortos , coisa nenhuma, muito pelo contrário, eles estão mais vivos do que eu e você.

E já expliquei que pedir a intercessão dos santos não depõe contra a mediação única de Cristo. E diante dessas explicações, uma outra objeção surge. Mas antes de falar dessa objeção, você já se inscreveu no canal?

Já deixou o seu like? Faça isso agora, por favor. A quarta objeção é a seguinte.

"Ah, mas os santos não são oniscientes. Como que eles podem ouvir o nosso pedido de inter cessão sendo feito no Brasil, no Japão, nos Estados Unidos, na África do Sul? " De novo, este é um argumento falho, porque não é verdade que os santos precisariam ser oniscientes para ouvir os nossos pedidos.

Primeiro, lembre-se de que esta linha de raciocínio "Ah, os santos precisariam ser oniscientes para ouvir as nossas orações" é uma forma de pensar muito limitada, de quem está do lado de cá da eternidade, esquecendo que os santos já transcendem essa realidade. Eles estão na glória, eles estão na visão beatífica, eles estão diante do próprio Deus. E pela sua participação em Deus, por participarem da natureza divina, como eu já citei o versículo lá de 2 Pedro, Deus os faz saber, de alguma forma, os nossos pedidos.

Em segundo lugar, eu quero contar para vocês uma história que está lá no livro do profeta Daniel, capítulo 2, que é o seguinte. O rei Nabucodonosor teve um sonho que o perturbou muito e ele ordenou aos magos da Babilônia que interpretassem o significado do seu sonho. Mas com detalhe, ele não contou qual tinha sido o sonho.

Ele queria que os magos dessem o significado do sonho sem contar qual tinha sido o sonho. Diante da impossibilidade de os magos atenderem um pedido desses, o rei ficou irado e mandou executar todo mundo. A notícia dessa ordem tão severa do rei Nabucodonosor chegou até Daniel, que era um jovem, piedoso, temente a Deus, e ele se dispôs a atender o pedido do rei.

Então Deus revelou a Daniel o sonho que Nabucod onosor tinha tido e revelou também a interpretação do sonho, e isso aplacou a ira do rei. E você pode estar se perguntando, "Eduardo, o que essa história tem a ver? " Simples, se Deus pode fazer Daniel conhecer um sonho, ele não pode fazer os santos que estão no céu, na presença dele, conhecerem os nossos pedidos?

E diante de todos estes argumentos, qual que é o último argumento contrário a essa prática que eu ouço muito? Ah, pedir a intercessão dos santos é uma prática tardia, é uma prática pagã que surgiu depois que Constantino paganizou a igreja e isso nunca esteve presente na igreja primitiva, na igreja que precede Constantino. Será?

Eu vou trazer aqui pra vocês algumas citações de padres do período patrístico pra vocês perceberem como pedir a intercessão dos santos sempre fez parte da fé cristã, sempre fez parte da igreja cristã. Eu vou ler as citações, mas eu vou colocar pra vocês conferirem aqui na descrição os livros de onde eu tirei essas citações. A primeira citação é de São Cipriano de Cartago, escrevendo por volta do ano 240, na sua carta de número 56, capítulo 5.

Veja o que ele diz. "Aliviemos os fardos e as aflições uns dos outros, pelo amor mútuo, para que, se algum de nós partir primeiro, nosso amor possa continuar na presença do Senhor e nossas orações por nossos irmãos e irmãs não cessem na presença do Pai misericordioso. " Olha o que São Cipriano de Cartago está dizendo Quem morrer primeiro tem a obrigação de inter ceder pelos que ficarem.

A segunda citação que eu trago é de São Cirilo de Jerusalém, escrevendo por volta do ano 360. Em suas "Catequeses Mistagógicas", livro 5, capítulo 9, ele está explicando como que é a liturgia da missa. E olha só o que ele diz.

"Então, comemoramos também aqueles que já partiram antes de nós. Primeiro, os patriarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, por suas orações e intercessões receba a nossa súplica. " E, por fim, eu não poderia deixar de citar Santo Agostinho, que é um teólogo tão estudado pelos protest antes mais históricos.

Na sua obra "Contra Fausto, o Maniqueu", Fausto era um dos adversários de Santo Agostinho e um dos líderes mais proeminentes da seita man iqueísta. E Fausto tinha acusado os cristãos de colocarem outros mediadores no lugar de Cristo ao pedir a intercessão dos santos. Perceba que não há nada novo debaixo do sol, não é mesmo?

E veja qual foi a resposta de Santo Agostinho em sua obra "Contra Fausto, o Maniqueu", livro 20 , capítulo 21. "É verdade que os cristãos prestam honra religiosa à memória dos mártires, tanto para nos motivar a imitá-los, quanto para obter uma parte de seus méritos e a assistência de suas orações. Mas construímos altares não para qualquer mártir, mas para o Deus dos mártires, embora seja para a memória dos mártires.

" Em outras palavras, o que Santo Agostinho está dizendo é que nós nos lembramos dos mártires para imitar as suas virtudes e para pedirmos a sua intercessão em nosso favor Pessoal, eu espero que tenha ficado claro porque que todos os cristãos podem e devem pedir a intercessão dos santos. Nós somos a família da fé e os santos estão nos céus, alegres em poder interceder por mim e por você. Se você gostou desse conteúdo, curta, compartilhe esse vídeo para que mais pessoas tenham acesso a este conhecimento e se inscreva no canal.

Também quero que você comente aqui o que você achou, quero que você comente aqui uma sugestão de tema para próximos vídeos desse novo quadro aqui do canal. E eu quero lembrar você também que se você quiser aprender a defender a fé católica, de suas principais objeções, você pode conhecer a minha formação "Blindados pela Palavra". E para isso, basta clicar no link aqui da descrição.

Tchau, tchau e até o próximo vídeo.