"Coringa: Delírio a Dois": antes mal acompanhado...

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Isabela Boscov
Crítica do filme “Coringa: Delírio a Dois (Joker: Folie à Deux)”, dirigido por Todd Phillips com Joa...
Video Transcript:
[Música] alguns meses atrás no podcast Vanda Me perguntaram quais eram as minhas expectativas para Coringa Delírio A2 e na ocasião Eu respondi que fosse bom ou fosse ruim eu achava que o filme ia ser qualquer uma dessas coisas com estrondo pela estranheza do conceito de ser quase um musical ou uma espécie de musical porque ninguém chama a le Gaga para fazer uma coisa Orna e porque eu achei que o Todd Philips ia levar extremos ainda mais distantes eh tudo aquilo que ele tinha criado no primeiro filme Pois eu tava totalmente errada Coringa delira a 2
que tá em cartaz no cinemas A partir dessa quinta-feira 3 de outubro é um filme que às vezes se resolve às vezes se enrola nele mesmo é um filme que às vezes é arrastado em outras vezes surge com um ímpeto que a gente não tá esperando e é um filme repleto de sentimentos mal resolvidos sentimentos que pertencem não só ao protagonista O Coringa ou Arthur Fleck que é mais uma vez interpretado com brilhantismo pelo join Phoenix que já demonstrou ser brilhante tantas vezes na carreira dele são sentimentos que são anteriores ao personagem são sentimentos do
diretor Todd Philips não só em relação ao que ar Black representa mas a maneira como o primeiro Coringa Foi recebido Eu acho que o Todd Philips não foi só pego de surpresa pelo fato do primeiro Coringa ter sido encampado em boa parte pela cultura redpill Eu acho que isso deixou ele mortificado furioso magoado inconformado e Coringa Delírio A2 é antes de mais nada uma resposta a isso O que ele martela nesse filme é que não existe Coringa existe Arthur Fleck uma pessoa patética que conviveu a vida inteira com a doença mental da mãe que foi
precursora da própria doença mental dele e que não é nem particularmente anti-heroico nem sequer vilanesco mesmo tudo no Coringa é uma projeção é uma fantasia tanto aquilo que inspirou as pessoas a se levantarem em uma rebelião em Gotham no final do primeiro filme quanto aquilo que o próprio aror imagina respeito de si mesmo eu pessoalmente acho isso não só muito interessante como até mesmo instigante Essa não é a primeira vez que um criador vê a criatura se voltar contra ele também com o Clube da Luta isso aconteceu aos poucos o filme foi sendo encampado e
servindo de inspiração para um pessoal com uma visão muito estranha do mundo mas o deid venture é um cara mais contido um cara mais frio ele se limita a dizer vocês não entenderam nada já o Todd Philips reagiu de maneira mais sanguínea e fez este filme no qual o Arthur Fleck agora preso aguardando o julgamento tá completamente acabrunhado os guardas de Aram provocam ele o tempo todo dizendo E aí não tem nenhuma piada hoje não ele não tem nenhuma piada ele não tem nenhuma reação o ar F é uma casca até que um dos guardas
que é interpretado Pelo maravilhoso Brandon gz decide inscrever ele num programa de coral que tem na ala de segurança mínima e lá ele vê pela primeira vez ali a personagem da Lady Gaga ali é uma fã ardorosa e devotada do Coringa e o olhar de adoração que ela lança para ele preenche um pouco do oco que é o Arthur em vez de arrastar os pés ele agora anda quase saltitando ele consegue sorrir ele faz uma outra piada e Olha vou tem uma cena no pátio da prisão entre o Joaquim Fenix e o Brandon gisson que
para mim Valeria um filme inteiro é uma cena super curta e aparentemente não tem nada de especial nela mas para mim tem é uma cena em que dois atores espetaculares estão completamente engrenados um com o outro mas voltando a faca fria esse encontro entre o Coringa e ali que na verdade se chama Harley quinzel é Arlequina vai deflagrar uma uma série de desenvolvimentos uma escalada de desenvolvimentos na verdade e mais do que tudo vai fazer com que essa vida de fantasia do Arthur Fleck aflore de novo com força total E aí é que entram as
músicas são todas músicas já existentes músicas populares já conhecidas e faz todo sentido São pessoas que não t exatamente Como inventar palavras novas ou formas novas de dizer aquilo que ou atormenta ou encanta ou enleva elas elas precisam das palavras dos outros eu disse no começo que delírio A2 é um filme que as vezes se resolve às vezes se enrola nele mesmo eh novamente aqui a grande inspiração a grande Matriz eh em cima da qual o Todd Philips cria o filme é o cinema dos corses principalmente o cinema da primeira fase da carreira do Martin
scorese notadamente Taxi Driver caminhos perigosos e o rei da comédia mas no primeiro Coringa esses filmes inspiravam não só a atmosfera e a ambientação mas a própria trajetória do protagonista em Delírio A2 isso não é uma possibilidade então sem essa linha mestra para servir de baliza para ele o Todd Philips a certa altura se perde lá pelo meio do filme parece que ele não tem muita certeza de que rumo Ele quer dar ao personagem e ao relacionamento entre ali e o Arthur Fleck e ele acaba também carregando a mão ele é um cineasta mais instintivo
do que cerebral e eu acho que o fato dele reagir muito ao que ele próprio tá fazendo em vez de mapear as coisas passo a passo é que fez com que ele tomasse um susto tão grande com a recepção do primeiro Coringa eu acho que ele não calcula as coisas até o final para entender como um filme pode ser compreendido aqui como ele quer ter certeza que todo mundo entenda o que ele quer dizer que o Arthur fck Coringa é uma pessoa digna de compaixão mas é também uma pessoa que tem que repelir não é
alguém em que os outros devem se inspirar eh de maneira nenhuma ele torna tudo muito lúgubre ele continua filmando de maneira muito voluptuosa a imagem dele é muito bonita mas da paleta de cores ao temperamento dos personagens o que a acontece entre eles é tudo depré sem nenhuma possibilidade de contraponto mas esses erros ou falhas ou inconsistências eh seja qual for o nome que se queira dar isso é o que às vezes torna um filme vivo é o que dá um alma para ele é o que fazem a gente ter certeza que tem alguém por
trás daquilo que não é só um produto E principalmente fazem a gente ter certeza de que a pessoa que tá fazendo aquilo tem sentimentos fortes em relação ao que tá criando e é muito legal o que a Lady Gaga faz dali ela caminha com muita habilidade numa linha fina aqui aquela em que adoração se confunde com obsessão com possessividade ela é o que se chama hoje na cultura pop de Stan o funk idolatra e certamente poucas pessoas têm tanta intimidade com esse fenômeno como a própria Lady Gaga que deve saber muito bem o quanto a
adoração se mistura com um desejo meio antropofágico de tomar posse do ídolo ou de exercer posse sobre ele de deixar claro que o ídolo tá lá eh para servir ao idólatra Esse é o terceiro papel grande da Lady ganga e é a terceira vez que eu elogio ela ela não é uma atriz treinada mas acho que tem muita gente que é conhecida como atora ou atriz que não conseguiria fazer com tanta Lucidez e tanta concisão o que ela faz em Delírio A2 não é para qualquer um contracenar com Joaquim phenix e manter o território e
repito eu pelo menos acho ela uma presença infinitamente interessante em cena se juntos o Joaquim phenix e o Todd Philips expõe esse oco que é o Arthur fck desmistificam a figura do Coringa quem realmente coloca em perspectiva o que isso significa e o que isso representa é a Lady Gaga que além disso em prol da personagem dela em Várias cenas canta como se não soubesse cantar se você gostou desse vídeo não se esqueça de curtir inscreva-se no canal e clique no Sininho e a gente se vê no próximo vídeo [Música]
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