[Música] [Música] Opa, agora que eu vi que estava sem som, né? Acho que agora regularizou aqui, né? Perdão, né?
Estava com som ainda travado, né? Muito boa tarde a todos vocês! Então, repetindo aqui o que eu dizia, né?
Geralmente, as nossas conversas aqui no canal são sempre às 21 horas, mas hoje, extraordinariamente, estou fazendo às 16 em virtude de um compromisso, né? Entro em retiro agora, hoje à noite, e durante todo o final de semana, e por conta disso já estou aqui adiantando a nossa conversa. Mas as meditações diárias de Santa Teresa, de manhã cedinho, elas continuam acontecendo tanto no sábado quanto no domingo de manhã, tá bom?
Então, isso aí segue normalmente, como eu sempre tenho feito. E estamos aqui ao vivo, né, nessa sexta à tarde, e o nosso tema hoje é um tema a respeito da igreja no Brasil, da história da igreja no Brasil. Falaremos a respeito do ex-escravo que se tornou padre, venceu dificuldades imensas no seu tempo, século XIX, e que, depois de uma vida longa e muito bem vivida, com muitos exemplos que iluminam até hoje a vida de muita gente, entregou a sua alma a Deus.
As pessoas começaram a pedir a sua intercessão, a igreja investigou a sua vida, ele foi beatificado e está a caminho da canonização. Eu estou falando do Cônego Francisco de Paula Vittor, o padre Vittor de Três Pontas, em Minas Gerais, um dos primeiros sacerdotes negros do Brasil. Então, é uma vida admirável, né?
E quando a gente olha para a história da igreja no Brasil, nós vemos assim uma riqueza imensa, uma riqueza gigantesca. E aqui, né, recorrendo à minha colinha, eu marquei algumas datas significativas a respeito da vida do padre, do Cônego, depois, mais tarde, Francisco de Paula Vittor. Então, o Francisco de Paula Vittor, ou mais conhecido como padre Vittor, nasceu na cidade de Campanha, Minas Gerais, no dia 14 de abril de 1827, começo do século XIX, e faleceu em Três Pontas, Minas Gerais, no dia 23 de setembro de 1905.
Né, morreu no mesmo dia em que o padre Pio de Pietrelcina, né? Padre Pio e padre Vittor, né? Só que padre Pio morreu em 1968, e o padre Vittor em 1905, né?
Três anos de diferença aí um do outro. Ele foi um sacerdote que viveu uma vida santa, uma vida muito intensa na sua própria paróquia, e no dia 14 de novembro de 2015 teve suas virtudes em grau heroico reconhecidas pela igreja. Foi beatificado e aguarda a canonização.
Então, padre Vittor é um dos primeiros sacerdotes negros do Brasil. Agora, veja bem, o Brasil teve outros sacerdotes negros, sim, o Brasil teve vários, né? Por exemplo, um sacerdote que era filho de um português com uma mulher escravizada, e que ficou muito conhecido na época de Dom João VI, 1808, começo do século XIX, era um padre chamado Perereca.
Padre Perereca, né? Ele tinha esse apelido porque ele era muito baixinho e tinha uma compleição física mais atarracada, fortinho, gordinho. Então, ele recebeu esse apelido de Perereca.
O padre Perereca foi um historiador importantíssimo, ele narrou a chegada da família real portuguesa a Salvador e ele também foi um dos primeiros sacerdotes a travar contato com os membros da família real, era muito estimado por Dom João VI. Então, aqui é para citar um exemplo, mas temos tantos e tantos outros exemplos. O próprio mestre de capela do Rei Dom João VI, que compunha, inclusive, as grandes peças musicais para as missas, batizados e até casamentos da família real aqui no Brasil, foi o padre Maurício Nunes.
O padre Maurício, de Souza, era também filho de um português com uma mulher negra. O padre Vittor de Três Pontas já é um pouco diferente, o caso dele é filho mesmo de dois escravos; o pai e a mãe eram escravizados. Ele nasceu escravizado, viveu como escravo durante um tempo e depois foi liberto.
Então, nós vemos aqui no Brasil assim uma inserção muito grande dos negros naquela sociedade, na vida social, através da igreja. Então, veja bem, eu não estou dizendo aqui que não existiam problemas, que não havia racismo; havia tudo isso, era algo terrível, realmente, e algo deplorável na nossa história, né? Pessoas que eram donas de outras pessoas.
Então, isso mantém seu caráter de algo assim terrível, impensável. Mas, por outro lado, uma coisa é certa: uma das únicas maneiras de um negro se inserir na sociedade brasileira escravista era, justamente, a Igreja Católica, que possuía irmandades que davam permissão aos negros para se agrupar e para constituir as próprias irmandades. Quantas cidades históricas do Brasil têm as suas igrejas do Rosário dos Pretos?
Nossa Senhora do Rosário era considerada a padroeira dos negros. Então, a maioria das cidades mais antigas do Brasil tinham igrejas em honra de Nossa Senhora do Rosário, e essas igrejas quase sempre pertenciam às irmandades dos ex-escravizados ou dos negros em geral. Existiam negros forros, né?
Eram pessoas já livres, alguns já nasceram livres, outros se tornaram livres, e existiam muitos escravizados que faziam parte dessas irmandades. E os escravos poderiam compor a mesa diretora da irmandade, e, em geral, essas próprias irmandades acabavam constituindo um patrimônio admirável. Existiam, por exemplo, irmandades que tinham um patrimônio tão grande quanto, ou até maior, do que as irmandades dos brancos.
Dom João VI, rei de Portugal, quando chega aqui ao Brasil, ele se estabelece primeiro em Salvador e depois vem para o Rio de Janeiro. Ao chegar no Rio de Janeiro, a nova catedral do Rio de Janeiro estava ainda em construção, estava terminando, precisava ainda de alguns ajustes. Temporariamente, o Rei Dom João VI, futuro Rei Dom João VI, utilizou como pela real a.
. . Igreja de São Benedito da Irmandade dos Homens Pretos do Rio de Janeiro era a irmandade negra do Rio de Janeiro, uma das principais irmandades negras que cedeu à sua igreja; tamanha era a qualidade das obras de arte que se encontravam dentro da igreja: a beleza do templo, a prataria, os cálices, os castiçais.
Me irmã negra para honrar São Benedito, o santo preto tão amado no Brasil. Então, essas irmandades eram um oásis numa sociedade escravista, numa sociedade com vários problemas. Essas irmandades eram espaços onde os negros podiam rezar, se congregar e onde podiam obter, inclusive, alguma projeção social.
A projeção social, às vezes, vinha por conta justamente das irmandades. Quantos provedores negros nessas irmandades de igreja tinham uma grande influência! E quantas e quantas irmandades negras: as irmandades do Rosário, das Mercês, a Irmandade de Santa Efigênia de São Benedito, que são os santos negros!
Quantas e quantas dessas irmandades não faziam campanhas, verdadeiras campanhas de arrecadação de fundos para a libertação dos irmãos, os confrades, os membros da própria irmandade. Então, é muito curioso a Irmandade do Rosário dos Homens Pretos em São Paulo; São Paulo, capital. Ela tinha um cofre na antiga igreja da irmandade.
Ela tinha um cofrinho que era para a alforria dos irmãos. E então, nesse cofrinho, todo o dinheiro que caía ali eles utilizavam para comprar a liberdade de alguns irmãos. Então, o Brasil foi crescendo e se desenvolvendo, e essas irmandades, sobretudo as irmandades negras, tiveram um papel único aqui no Brasil.
Enfim, quando nós falamos do padre Vítor, olhamos para a vida dele, o início, quando ele nasceu ainda como escravo. Então, ele nasce em Campanha, cidade de Campanha, a sede da diocese de mesmo nome. A diocese da Campanha é uma das maiores dioceses de Minas Gerais, tem uma extensão gigantesca.
Eu, no tempo em que fui seminarista, muitas e muitas vezes atuei, trabalhei, sobretudo nos períodos da Semana Santa, em comunidades da diocese de Campanha. Eu gostava muito, né, quando eu ia; gostava muito, fiz muita amizade lá com muita gente, né, na cidade de São Lourenço, ali no Circuito das Águas, que pertence à Campanha; a cidade Baipendi, que é a terra de Inha Chica, que é também negra, filha de uma mulher escravizada. Mas ela já nasceu livre; Inha Chica já era livre, negra e santa.
Então, no Brasil, nós temos aqui dois santos negros: a Beata Inha Chica e o Beato Francisco de Paula Vítor, ambos da diocese da Campanha. São os dois santos negros da diocese da Campanha em Minas Gerais. Inha Chica nasceu em São João Del Rei e depois migrou para Baipendi.
O padre Vítor nasceu em Campanha e, depois, como sacerdote, atuou durante muitos anos em Três Pontas, que é onde ele faleceu e onde está hoje o seu túmulo, na Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio. Então, na diocese de Campanha, eu estive em vários lugares: estive em São Lourenço, estive em Soledade de Minas, fui muitas vezes a Soledade de Minas, em Baipendi, em Caxambu, em Virgínia. Então, são muitas cidades, e eu me lembro que, na Semana Santa, eu sempre ia à missa do crisma na Catedral de Campanha.
Quantas vezes participei da missa do crisma ali! Na época em que eu era seminarista, era Dom Diamantino Prata de Carvalho, que era franciscano; ele era o Bispo de Campanha naquela altura. E é interessante que, nesse meu contato ali com a diocese de Campanha, foi que eu aprendi a amar tanto Inha Chica quanto padre Vítor e fui aprendendo, e fui me tornando devoto desses dois grandes santos.
O povo ali na região tem as histórias de Inha Chica e do padre Vítor na ponta da língua. Então, na verdade, quem me ensinou isso foi o próprio povo, que já possuía, já naquela altura, uma devoção tão grande, tão ampla, tão acentuada a esses dois santos ali da região. Ele era filho da escravizada Lourença Maria de Jesus; é o nome da mãe, né, do padre Vítor.
Já o nome do seu pai é desconhecido. Agora, por que isso acontecia com uma certa frequência? Sabia-se o nome da mãe e não tanto o nome do pai porque, nas calas, era muito comum que os donos de fazenda geralmente designassem um homem que era considerado mais saudável, mais forte, para que ele gerasse vários filhos em várias mulheres escravizadas.
Então, geralmente, era um pai comum, o mesmo pai, que acabava engravidando várias mulheres, e esses escravizados eram irmãos por parte de pai, eram mães diferentes, mas sempre o mesmo pai. Por isso que, nas calas das grandes fazendas aqui no Brasil, tinha-se o costume de chamar de Pai João, Pai Francisco, porque realmente, às vezes, era esse escravizado, este homem designado pelo dono da fazenda, que acabava gerando esses filhos todos. Ele nasceu no dia 12 de abril e foi batizado no dia 20 de abril do ano de 1827.
No ano de 1848, ele viveu como escravo durante um bom tempo. É interessante que a madrinha dele, a madrinha de batismo do padre Vítor, era a dona da mãe, a mãe, a dona da fazenda. O menino foi dado à dona da fazenda para ser batizado.
Então, ele era filho e era escravo, mas era afilhado da dona da fazenda. Parece estranho contar essas histórias e falar essas coisas porque a gente tem muito na cabeça aquela narrativa que a gente aprendeu no tempo de escola ou na faculdade, que é uma narrativa que tem um raciocínio muito binário: ou é uma coisa ou é outra coisa, então, se é branco, é opressor e mal; se é negro. .
. Se é livre e pobre, é necessariamente bom? Esse tipo de análise, né, que é muito cara ao meio universitário, aos livros e aos meios de comunicação aqui no Brasil, essa abordagem não só é falsa — porque basta fazermos um confronto com a realidade e vemos que isso não se verifica —, mas ela, assim, extrapola mesmo qualquer limite de bom senso.
Classe social, cor, raça, língua não têm nada a ver com caráter. Existem pessoas empobrecidas muito boas e existem pessoas empobrecidas que são más, que têm má índole, que tiram vantagem se puderem, que fazem o mal, que não têm escrúpulos para agir mal. Tem gente boa, tem gente ruim.
A mesma coisa acontece com quem tem uma situação social melhor; quem é rico. Existem ricos que são bons e existem ricos que são maus. Isso acontece com qualquer pessoa: existem professores bons, professores maus, médicos bons, médicos maus.
Então, essa coisa de ficar classificando, taxando as pessoas, né, é uma extrapolação, é um verdadeiro atentado à inteligência, ao bom senso. E quando nós vemos o relato do Padre Vítor a respeito da sua madrinha, nós o vemos recordar-se com gratidão, com carinho, da figura da sua madrinha, que era dona de fazenda. Mas nós temos que tentar pensar a partir do contexto que existia naquela época.
A escravidão é sempre algo ruim, mas era aceito por aquela sociedade. Naquela época, entre os donos de escravos, nós encontramos gente boa, gente que procurava tratá-los bem, com humanidade, com defeitos, com falhas, sim, sem dúvida. Mas qual era o conhecimento?
Quais eram os costumes daquela sociedade? Nós não podemos julgar o passado com os critérios de hoje; isso é anacronismo, é uma forma de violentar a história, de fazer a história dizer aquilo que ela não dizia na época, né? Então, não se trata aqui de dizer que estava tudo lindo e bonito, mas hoje nós não aceitamos.
Naquela época, a lógica, a organização da sociedade era útil. Então, Padre Vítor contou muito na sua infância com a ajuda da sua madrinha. Graças à ajuda da sua madrinha, ele aprendeu a ler e a escrever.
Foi ela que incentivou, vendo os talentos do menino, para que aprendesse a ler e a escrever. Então, em 1848, Dom Antônio Ferreira Viçoso, Dom Viçoso, que é um outro gigante da história da Igreja no Brasil, foi um bispo gigante, um homem missionário que teve uma preocupação imensa com seu povo, de pregar, de ensinar o catecismo, de formar novos padres. Dom Viçoso, né, foi um homem muito santo.
Então, Dom Viçoso, em 1848, era o bispo de Mariana. Visitou a cidade de Campanha e, nessa ocasião, o jovem Francisco de Paula Vítor, que havia aprendido o ofício de alfaiate — a sua madrinha também possibilitou isso, que ele aprendesse um ofício, para que ele não fosse um escravo doméstico e nem um escravo de lavoura — procurou Dom Viçoso, o senhor bispo, para expressar o seu desejo de seguir a vida religiosa. Com o apoio da sua madrinha, ele foi liberto; a sua madrinha o alforriou.
Ele já tinha uma certa liberdade, já tinha estudado. E aí, então, com a ajuda da madrinha e a permissão de Dom Viçoso, ele ingressa no seminário de Mariana. Dom Viçoso tem processo de beatificação aberto, também já está com o processo de beatificação correndo, né?
Aqui atrás de mim, em algum lugar, tem a biografia de Dom Viçoso, né? Depois, mais para frente, a gente vai falar de Dom Viçoso também, né. Então, Dom Viçoso recebe esse jovenzinho no seminário, e no seminário de Mariana, né, ele ingressa no dia 5 de junho de 1849.
Assim que completou a formação, foi ordenado padre no dia 14 de junho de 1851 e regressou, então, à sua cidade natal, Campanha, para servir como vigário da freguesia. Segundo muitos historiadores, foi um grande feito na época, né? Um grande feito, e isso é verdade, né, porque em Campanha havia um padre negro e pobre que suportou muitas humilhações dos colegas seminaristas, que não o aceitavam.
Quem ajudou o Padre Vítor a perseverar nessas dificuldades foi Dom Viçoso, que o incentivou a engolir essas ofensas, essas situações todas. Mas Dom Viçoso não dizia para ele: "Olha, você tem que ser humilhado mesmo. " Não.
Dom Viçoso dizia: "Você tem que ser prudente. Você tem que engolir, às vezes, aquela ofensa, não responder na hora, mas você deve responder com uma coisa. " Esse foi o grande conselho que Dom Viçoso deu ao Padre Vítor.
Com a santidade e com a qualidade dos seus estudos, Padre Vítor aprendeu latim de uma maneira, assim, muito detalhada. O Padre Vítor tinha uma capacidade, inclusive, né, de escrever em latim, de fazer poesias em latim; era um latinista verdadeiramente. Além disso, algo que favorecia muito era a sua natureza, a sua voz.
Então, ele falava muito bem, pregava muito bem, tinha uma cultura muito extensa. É o que Dom Viçoso disse: "Você se firmará pela sua qualidade, e as pessoas vão respeitá-lo pela sua qualidade, por ser bom, por saber das coisas e por ser santo. Seja santo, seja o mais dedicado dos padres.
" E, de fato, esse conselho, né, dado por Dom Viçoso, ele será seguido à risca pelo Padre Vítor. E aqui nós o vemos assumir, aí, como vigário de Campanha, a sede da diocese. Como vigário de Campanha, a situação não foi diferente; sofreu o preconceito das pessoas.
Muita gente que vinha à sua missa não queria comungar das mãos de um padre preto. Muitos donos de fazenda achavam absurdo receber os sacramentos das mãos de um ex-escravizado. O racismo.
. . O preconceito era o fato de verem padres que vinham de famílias mais abastadas e que tinham estudado muito, e ao olhar para o Padre Vitor, que era um ex-escravo, desdenhavam dele.
Padre Vitor, de fato, se impôs pela sua inteligência, pela clareza da sua pregação, pela santidade da sua vida; era um homem irrepreensível. Desde o tempo de seminário, tinha notas altíssimas, e os seus cadernos eram exemplares. Era justamente assim que ele calava os inimigos e vencia esses obstáculos.
Ele era naturalmente mais introspectivo, e isso não o impediu de pregar bem, de falar bem. Depois, no dia 14 de junho de 1852, ele foi enviado à cidade de Três Pontas, de onde não sairia mais. Ele morreria na cidade de Três Pontas, mais de 50 anos após sua chegada, ali na mesma cidade, na mesma paróquia.
Então, no dia 14 de junho de 1852, ele tomou posse da paróquia de Três Pontas. Foi rejeitado pela população quase que massivamente por ser um padre preto, mas a sua dedicação e a sua humildade o fizeram admirado pelas pessoas. Muitos daqueles que fizeram piadas com ele, que o xingaram, que se recusaram a comungar da mão dele, tempos depois, vendo a bondade desse homem, vendo a santidade desse homem, e vendo como ele tratava todos quantos o buscavam, atendendo confissões a qualquer hora, ungindo doentes a qualquer hora do dia ou da noite, acudindo quem precisava.
E foi justamente assim que ele foi quebrando várias objeções. Um dos grandes inimigos, dos grandes opositores do Padre Vitor, foi um homem de uma família até renomada em Três Pontas. Esse homem fez uma verdadeira campanha contra o Padre Vítor.
Depois, numa situação de doença com o seu próprio filho, o Padre Vítor rezou pelo filho desse homem, e essa criança foi curada. Esse homem, de crítico ferrenho do Padre Vitor, se tornou um dos seus maiores defensores, e assim muitas objeções foram quebradas pela cultura, pela grandeza de alma, pela bondade e pela caridade desse homem. Então, ele teve, sim, muitas dificuldades; assumiu a direção da sua paróquia com muito zelo e tinha um carinho muito grande pelas pessoas, um cuidado pelas pessoas.
Ele acabava se colocando sempre acima das críticas e preconceitos que recebia. As críticas e preconceitos que ele recebia, ele retribuía sempre com uma bênção, uma oração, um sorriso, uma boa palavra. Quando ele recebia uma má impressão, quando ele recebia uma palavra atravessada, ele retribuía com bondade e caridade.
Então, em Três Pontas, ele começou um grande trabalho. Ele ampliou a Igreja Matriz para o conforto dos fiéis e foi um grande incentivador da catequese para instruir os seus paroquianos. Ele instruía crianças e adultos; ele insistiu muito nisso, na formação das pessoas, para que as pessoas conhecessem verdadeiramente a doutrina católica.
Organizou a catequese dos pequenos e, para isso, ele criou a Escola Sagrada Família. Nessa Escola Sagrada Família, fundada por ele, estudarão várias pessoas de renome que foram alunos do Padre Vítor, incluindo um menino chamado João de Almeida Ferrão. João de Almeida Ferrão é o futuro Dom Ferrão, o primeiro bispo Diocesano da diocese da Campanha.
Quando foi constituída a diocese da Campanha, Dom Ferrão, que havia sido aluno do Colégio de Padre Vítor em Três Pontas, foi elevado à dignidade episcopal e governou a diocese. Também José Maria, que mais tarde se tornaria padre e seria vigário do próprio Padre Vítor. Padre Vítor foi professor do próprio vigário dele, futuro vigário.
Quando Padre Vítor faleceu, o padre José Maria Rabelo foi o seu sucessor. Padre Vítor trabalhava como professor de latim e de música; ele mesmo dava as aulas de latim e música e instruía jovens de todas as classes sociais. Ele instruía da mesma forma os mais pobres e os mais ricos, e o grande incentivo dele era justamente de que esses jovens pudessem se destacar na sociedade, fazendo um grande bem através do seu comportamento.
Foi um grande trabalho, empenhado pelo próprio Padre Vítor, conhecido por sua caridade. Ele acabou contribuindo com ajuda de pessoas de baixa classe social em suas necessidades. Os paroquianos recorriam a ele; ele era bom, porém enérgico.
Padre Vítor vivia de esmolas e dava esmolas. Muita gente dava dinheiro para ele, e do dinheiro que ele recebia, ele repartia. Era um homem de uma cultura ampla, mas que viveu pobre, voluntariamente pobre.
Ele quis viver com pouca coisa, repartindo o pouco que tinha com aqueles que eram mais pobres que ele. No dia 23 de setembro de 1905, início do século XX, já depois de servir por 53 anos como pároco em Três Pontas e de ter deixado um legado imenso, ele entregou a sua alma a Deus. Assim que a notícia do seu falecimento começou a se espalhar, isso gerou um grande abalo emocional em toda a região, e todos desejavam dar o seu último adeus ao Padre Vítor.
Então, foi necessário que ele fosse velado por três dias; não seria possível sepultá-lo no outro dia. Ele ficou em sepulto por três dias para que a imensa quantidade de fiéis que chegavam dia e noite para vê-lo pudesse passar diante do seu caixão e tocar, dando ali o seu último adeus. O corpo do Padre Vítor, durante os três dias de velório, exalava um perfume de rosas, muito agradável e de origem desconhecida.
Todos aqueles que participaram do velório atestavam esse fenômeno do cheiro de rosas. Antes que ele fosse sepultado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda, é uma igreja que ele mesmo ajudou a construir. Houve ainda um cortejo com seu corpo na cidade.
Então, antes de sepultar, o caixão com o corpo do Padre Vítor foi carregado por várias ruas da cidade. Depois, então sepultado dentro da igreja, hoje, hoje né, os seus restos mortais se encontram do lado esquerdo do altar central na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Juda, em Três Pontas. Né, ele tá lá, né, os restos dele.
Em 1929, depois né, já bem depois da morte do Padre Vítor, foi construída uma herma em homenagem ao sacerdote. Nela está inscrita a seguinte frase: "Cônego Francisco de Paula Vítor, sua vida foi um evangelho, sua memória a sagração eterna de um exemplo vivo, homenagem ao valor e à virtude. " 1929.
Anualmente, em 23 de setembro, dia da sua morte, milhares de pessoas de diversas cidades e estados visitam o município por ocasião da festa que ocorre em sua memória. Né, então hoje em dia muita gente vai até ali para rezar diante dos restos do Padre Vítor. Quem chega na Matriz de Nossa Senhora da Juda, ali em Três Pontas, vai ver uma urna, uma grande urna, assim, de madeira pintadinha de branco, com uma imagem.
Né, muita gente pensa às vezes: "Ah, mas será que é ele mesmo? Ele tá incorrupto? " Não, ele não está incorrupto.
Trata-se de uma imagem de madeira do Padre Vítor, uma imagem dele, e é morto ali como há em muitas igrejas imagens de santos dessa maneira. E por debaixo da sua imagem encontram-se os ossos e outros restos do Padre Vítor que foram recolhidos como relíquia e guardados dentro daquele grande relicário, onde está a imagem do seu corpo e também os seus restos mortais. Assim que o Padre Vítor morreu, devido à sua pregação enérgica, ele era um homem que pregava muito a respeito da penitência, da necessidade de oração, do cumprimento dos deveres de estado.
Era um padre muito simples, ele era pobre e ele se dedicou a duas coisas principalmente: à instrução através do Colégio Sagrado da Família e à caridade, dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede. Então, ele era um homem que buscou um trajeto muito simples na sua vida, muito simples. Era uma santidade muito simples, muito ordinária do dia a dia.
Ele começava o seu dia rezando a missa na igreja paroquial; depois, durante o dia, rezava o breviário, rezava o Rosário, atendia os pobres, visitava os doentes. Padre Vítor não tinha nada para si; tudo na vida dele, inclusive ele mesmo, era para os outros. Atendia qualquer um, atendia confissões de qualquer pessoa, a qualquer hora que fosse; ele estava sempre disponível a receber as pessoas, a conversar com as pessoas, a dar uma palavra de consolo, a exortá-los à conversão de vida.
Um sacerdócio simples, simples. Então, logo depois da sua morte, a fama de santidade foi só crescendo e, anos mais tarde, a Diocese da Campanha resolveu iniciar um processo formal de beatificação, porque a veneração já existia. Então, entre os anos de 1992 e 2015, o processo que tornou possível a sua beatificação começou ali na Diocese da Campanha.
A causa foi iniciada por Dom Diamantino Prata de Carvalho, que era o bispo diocesano. Em maio de 2012, o Papa Bento XV promulgou o decreto que reconheceu suas virtudes heroicas e, no dia 3 de junho de 2015, os cardeais aprovaram por unanimidade um milagre atribuído ao sacerdote, que consistia na gravidez de uma moradora de Três Pontas. Até então, a cura já havia sido reconhecida como inexplicável por médicos e por uma comissão de teólogos.
Ele foi então beatificado no dia 14 de novembro de 2015 pelo Cardeal Ângelo Amato. A cerimônia foi realizada no aeroporto da cidade de Três Pontas e contou com a presença de cerca de 15. 000 pessoas.
O Papa Francisco, no dia seguinte à beatificação do Padre Vítor, comentou na Praça de São Pedro, após a oração do Ângelos, o testemunho deixado pelo Padre Vítor: "Aos três pontanus, olha o que o Papa Francisco disse dele: 'Pároco generoso e excelente na catequese e na ministração dos sacramentos, se distingue sobretudo pela sua grande humildade. Que o seu extraordinário testemunho sirva de modelo para todos os sacerdotes chamados a ser humildes servidores do Povo de Deus. '" Então, na vida do Padre Vítor, os mais de 50 anos dele ali em Três Pontas, nós ouvimos, entre outras coisas, os relatos também de muitos milagres.
Quantas e quantas vezes pessoas doentes, pessoas desenganadas pelos médicos, vinham até o Padre Vítor e nele encontravam, em primeiro lugar, um puxão de orelha. O Padre Vítor, né, ele sempre fazia isso. Ele sempre, antes de rezar pela pessoa, antes de interceder para que a pessoa alcançasse algum tipo de graça, o que ele fazia?
Ele exortava a pessoa à conversão de vida. "É preciso se confessar, você precisa rezar. " Muita gente que vinha procurá-lo não estava casado na igreja.
O que ele fazia? Ele casava as pessoas. Não precisava casar na igreja, né?
"Ah, o senhor não reza por tal criança? Essa criança fez catecismo, ela comunga, ela se confessa? " "Não, então precisa confessar e comungar.
Eu posso rezar, eu posso pedir a Deus que cure, mas é necessário que também os pais providenciem para essa criança a instrução devida. " Então, o Padre Vítor sempre fazia o quê? Uma chamada à conversão e, depois, muitas e muitas vezes, ele rezava sobre essas pessoas e muitos milagres ocorriam.
Um dos milagres que se narra do Padre Vítor, né, isso eu fiquei sabendo na época em que eu ia muito à Diocese da Campanha, ouvi até um padre me contar desse relato muito interessante. Né, então é um relato que os três pontanus contam bastante. Então, o pessoal conta que um dos primeiros milagres do Padre Vítor estaria ligado a uma família humilde de lavradores.
Eles teriam ido até a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Juda. A fim de que o seu filho fosse batizado, no entanto, os padres da época cobravam uma taxa que a família não dispunha para realizar o sacramento. Nisso, o casal pôs-se a orar dentro da igreja quando aproximou-se uma pessoa que apresentou-se como padre para realizar o batismo sem custas.
O casal comentou com populares a respeito do ocorrido e do padre que havia ministrado o sacramento. Quando lhes foi mostrada uma fotografia de um sacerdote, baseado nas descrições, reconheceram que se tratava mesmo do Padre Vítor. Agora, qual é o problema, né?
O problema é que o Padre Vítor já havia falecido e, então, conta-se muito essa história, né, de que o Padre Vítor teria batizado e registrado o batismo de uma criança nessa ocasião em que os padres se recusaram a batizar essa criança. Então, o Padre Vítor mesmo realizou esse ato, né, para salvar essa criança. Agora, é claro, isso é uma situação difícil de investigar, porque é uma história muito antiga e, inclusive, é uma questão que levanta muitas polêmicas, né.
Se o Padre Vítor já estava com Deus, já havia falecido, ele poderia batizar, né? Então, os teólogos começam a levantar também muitos problemas em relação a essa história. Pode ser que essa história, né, desse milagre, desse relato, ela contenha elementos verdadeiros.
Pode ser que alguma coisa seja verdadeira, pode ser que não conseguiram batizar, pediram a intercessão do Padre Vítor e a situação se resolveu. E também têm alguns elementos que parecem ser lendários, que aí o pessoal já começa, né, a criar uma aura em torno da pessoa e a contar também histórias que vão esticando, extrapolando os fatos, né? Esse caso desse batismo é um desses exemplos, né, que fica difícil a gente distinguir o que é real do que não é real, né?
Agora, o que é fato e o que é realidade é que, em vida, o Padre Vítor rezou por muita gente e curou muita gente. Então, meus caros, já vamos caminhando aqui para o fim dessa nossa conversa, uma brevíssima conversa, né? Mas temos, na pessoa do Padre Vítor de Três Pontas, um padre brasileiro, preto, escravizado, que superou suas dificuldades com a ajuda de Dom Viçoso, se fez sacerdote e viveu, né, de maneira zélosa, o seu ministério.
Mas era um homem simples, de hábito simples, que quis viver pobre, mas no fim da sua vida ele foi elevado à condição de cônego. Então, se tornou Cônego Francisco de Paula Vítor, foi reconhecido o seu canonicato, mas era um homem simples, humilde, acessível, de uma profunda oração e que jamais recusava atender a quem quer que fosse. Na mesma época dele, né?
O Padre Vítor morreu em 1905. Então, na mesma época, que era contemporânea dele, em Chica, na cidade de Baipendi, na mesma diocese ali, né, mesmo território da diocese da Campanha. É interessante que estavam perto e são dois grandes santos: min Chica, que é uma mulher de dons extraordinários, mística, falava com Nossa Senhora e a Chica tinha conhecimento de eventos futuros, rezava pelas pessoas, intercedia pelas pessoas, obtinha de Deus curas impensáveis, extraordinárias.
Min Chica recuperava animais que fugiam, ela rezava, e esses animais retornavam. Então, esses grandes personagens da história da Igreja no Brasil, homens e mulheres, negros e brancos, têm uma riqueza tão grande que as pegadas que eles firmaram no chão deixaram marcas. Se nós, brasileiros católicos, quisermos ser grandes, se quisermos corresponder à vocação que Deus deu ao Brasil, basta que a gente pise, né, dentro dessas pegadas que aqueles que nos precederam já marcaram e já estabeleceram nesse caminho.
Muito bem, meus caros. Vamos dar uma olhada aqui nos comentários, vamos ver se tem alguma eventual pergunta. Boa tarde a todos que estão por aqui.
Deixa eu ver aqui: Carlos, boa tarde, professor. Um grupo católico em BH tem o nome do beato e divulga a vida dele, né? É isso, né?
Os mineiros são privilegiados aqui no Brasil, né? Minas Gerais tem grandes santos mineiros. Temos, né, Chica, temos o Padre Vítor, temos o Beato Padre Eustáquio, né, de Belo Horizonte.
O Padre Eustáquio era holandês, mas todo seu ministério foi ali em BH. Temos o próprio Padre Donizete Tavares de Lima, que é da minha diocese, no Estado de São Paulo, mas o Padre Donizete nasceu em Minas, nasceu em Cássia, Minas Gerais, é um mineiro também, beato também, né? Então, temos essa riqueza imensa aqui no Brasil, né?
Deixa eu ver aqui. . .
Opa, o Vítor de Almeida, professor, tem outros sacerdotes negros no Brasil? Isso eu acho que eu comentei já, né, durante a nossa conversa. Existem vários, né, vários padres negros que tiveram um papel fundamental na história do Brasil, né?
Vários, vários. . .
Deixa eu ver quem mais. . .
Paulo Roberto, Deus abençoe, professor Rafael. Obrigado por compartilhar seus conhecimentos. É isso.
Renata Tonon, claro que sim, Vítor, escute a live, você vai se surpreender com o contexto. É um contexto histórico, de fato, né? É um contexto muito interessante, né?
Vamos ver aqui. . .
José Leandro, boa tarde, acompanho de Passa Quatro, diocese da Campanha. Isso mesmo, né? Passa Quatro tá dentro lá da diocese, né?
Vamos ver aqui quem mais. . .
José Leandro comentando: Dom Viçoso também tem processo de beatificação aberto, é venerável. Isso, Dom Viçoso, eu tenho grande esperança de que Dom Viçoso seja beatificado logo, né? Um grande bispo é um orgulho para o episcopado do Brasil ter produzido um Dom Viçoso, né, aqui no Brasil, né?
Um grande santo. Oportunamente, eu vou fazer aqui uma live também, uma conversa, falando sobre Dom Viçoso. A Ana Rosa é devota do Padre Vítor, isso mesmo.
A Lenilde comentando: Santa madrinha, né? A madrinha do Padre. Vitor, que o ajudou bastante, né, a chegar ao sacerdote de fato, né?
[Música] E vamos ver aqui, Ana Rosa, nosso Padre Vítor, grande Padre de Goiânia, Goiás. Deixa eu ver aqui a Ju Braas. Gostaria também de informar que a irmã Olga, de 103 anos, esteve na missa em minha paróquia.
Ela foi freira junto com a irmã Amia, a irmã Am ag, né, da aparição aqui de Senhora das Lágrimas em Campinas. Olha só, muito bem! O Robson Leandro Correia.
Boa tarde, meu amigo! É o Robson que fala lá da Paróquia São Judas de Tapira, aqui pertinho de nós, né? [Música] Eh, vamos ver aqui, temos mais perguntas.
Boa tarde, professor! O senhor já ouviu falar sobre o padre Antônio Pinto de Urucânia, em Minas Gerais? Já é um outro santinho escondido, né?
O padre Antônio Pinto era devotíssimo de Nossa Senhora das Graças, divulgador da medalha milagrosa. Eh, eu não sei em que pé está, né, a questão de um possível processo de beatificação, né, do Padre Antônio Pinto, mas é um caso a se pensar, né? Um homem que morreu também em fama de santidade muito grande, né?
Ó meu amigo, aí o Igor Guilherme, ouvindo essa aula maravilhosa enquanto trabalho. Grande professor! O Igor Guilherme é artista sacro, né?
O Igor é de Maceió. Ele está aqui em Campinas na paróquia dos claretianos, a Paróquia Nossa Senhora do Rosário. Está fazendo o trabalho de policromia, eh, de restauração e de escultura também, eh, de algumas imagens para a congregação dos claretianos.
A quem não conhece o trabalho do Igor Guilherme, fica aí o meu convite para que vocês conheçam, procurem eh por ele no Instagram. Vocês vão ver os trabalhos que ele realiza, né? Coisa assim muito refinada, mesmo, muito bem feita, né?
Então, prazer, né, saber que você está me ouvindo daí, né? Estamos perto aqui geograficamente, né? A Estefânia vai haver live hoje à noite também ou seria esta das sextas?
Essa aqui já é a live de sexta, né? Como eu disse no começo da nossa conversa aqui, hoje à noite eu entro em retiro espiritual. Faço o retiro até o domingo.
Então, por conta disso, né, eu já estou adiantando a nossa conversa, mas as meditações de Santa Teresa, amanhã e depois de amanhã, de manhã cedinho eu faço de lado do retiro mesmo, né? Então, segue normalmente. É só hoje à noite mesmo que eu não terei essa possibilidade de estar aqui no horário.
O Domingos Arcanjo. Boa tarde, professora! Acabando sua live da Bahia.
Estou de férias. Aproveite bem as férias aí, né? A Bahia também tem muita coisa, né, da nossa história do Brasil, né?
Vale a pena, né? A Bahia é um museu a céu aberto. A Rosana.
Boa tarde, professor! Estive em Três Pontas e visitei a igreja! Isso mesmo, quem não conhece Três Pontas, né?
Fica aqui a minha indicação, né, para que vocês possam ir até lá conhecer a casa paroquial, a casa do Padre Vítor e também a Igreja de Nossa Senhora da Jud, de onde está a sepultura dele, né? A Cristina. Obrigada, professor, por tanta dedicação!
Eu que agradeço, Cristina. Wesley, temos em nossa história um padre como este de exemplo e muitos falam em Zumbi como representante do Dia da Consciência Negra. Pois é, o Brasil tem negros gigantes, né, na história do Brasil.
Padre Vítor é um deles, é um deles, né? Inchi é outro e nós temos outros tantos, né, que nós poderíamos citar. E aqui no canal, eh, sempre que eu posso, eu vou falando, vou contando aqui algumas dessas histórias, né?
Eh, que é também uma tentativa, né, da minha parte de resgatar essa riqueza da vida, sobretudo daqueles brasileiros santos, né, que nos precederam. Eh, a Lúcia Barros. Eu sou devota do Beato Padre Vítor, da Beata Inha Chica.
Tenho os livros, né, de Guarulhos, São Paulo. Quem? O Domingos Arcanjo.
Miguel, o Dom Henrique já tem processo aberto? Dom Henrique não, né? Dom Henrique Suares, até onde eu sei, não tem ainda, né?
Tem que esperar os 5 anos após a morte para se falar num processo de eh, beatificação. O Anderson Machado fala de Extrema, Minas Gerais. Eh, quem mais aqui?
Wesley Gabriel. Professor, faça um vídeo sobre Santa Efigênia. Temos uma pequena, porém muito acolhedora igreja com seu nome aqui na minha cidade.
É Santa Efigênia, é uma das grandes santas de devoção, eh, dos negros aqui no Brasil, né? A Santa Efigênia era etíope, era uma princesa da Etiópia. Ela foi batizada por São Mateus, o Apóstolo Evangelista.
Foi ele quem converteu e batizou Santa Efigênia. Então, imagina uma santa lá do início da Igreja, né, da Igreja Primitiva. Né, mas oportunamente vamos falar dela, sim, né?
Depois, aqui o Anderson. Boa tarde, Tonon! Você tá falando dos santos reconhecidos?
Eu sei de vários que foram e deixaram também uma vida de santidade. Sim, sim, né? Aqui exatamente eu tô falando aqui dos santos, eh, reconhecidos oficialmente pela Igreja, mas na história do Brasil nós temos muitos e muitos outros casos, eh, de gente santa, de gente muito boa, né, que talvez nunca seja canonizada, mas que são histórias que também merecem, eh, que né, ser contadas, né?
Eh, o Vitor eh de Almeida, falando aí: Boa tarde, professor! Eu sou da Bahia. Salvem!
Rezemos pelas vítimas da tragédia da queda do teto da Igreja de São Francisco, que realmente foi uma fatalidade assim, né, terrível, né? Morreu uma jovem, né, de 20 e poucos anos, cinco pessoas feridas e um patrimônio, né, que veio ao chão. A Igreja de São Francisco de Salvador é considerada como uma das sete maravilhas do mundo português.
Tudo que Portugal fez ao redor do mundo, na China, na Índia, no Brasil, lá em Portugal mesmo, essa Igreja de São Francisco era considerada. . .
Uma das maravilhas é Dom Pedro I. Quando visitou essa igreja de São Francisco em Salvador, ele ficou assim absolutamente encantado pela beleza da igreja, né? E eu imagino que essa é a reação de todo mundo, né?
Que conhece a igreja de São Francisco, né? E de fato, uma pena, né? Eh, só que isso também nos faz pensar no cuidado que se tem com o patrimônio histórico aqui no Brasil, né?
O quanto patrimônio histórico é deixado de lado, né? Não é, eh, alvo de tanta atenção quanto deveria, né? Ah, aqui é a mesma mensagem aqui do Vitor, né?
Vamos ver aqui o Robson comentando. Faz uma outra live falando dos santos nacionais, os que estão em processo. Gostaria de saber como vai o processo de Dom Vital.
Dom Vital foi bispo de Olinda e Recife, né? Ele também está com processo correndo, né? Um outro grande santo, ainda não reconhecido, mas um grande santo, né?
Eh, vamos [Música] ver, vamos ver aqui algumas pessoas aqui agradecendo. Muito bem, eu que agradeço, viu vocês pela presença, pela participação, né? Foi um prazer tê-los aqui comigo, né?
Nesta tarde. Os que não puderam assistir aqui ao vivo e que forem assistir depois, né? São convidados para participar comigo nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro de um evento que eu vou promover.
E é um evento justamente sobre a história, a histórica da história da igreja no Brasil. Acabando essa live, assim que eu fechar a live, eu vou deixar aqui para vocês nos comentários o link da inscrição nessa jornada. Serão três dias de aula, falando sobre a história da igreja no Brasil e, depois, lá no final, eu vou anunciar uma reabertura, né?
De algumas aulas, né? De um curso mesmo, né? Muita gente pergunta assim: "Ah, mas você faz esses eventos aí depois para vender curso?
" Depois, eu faço o evento com a intenção de que as pessoas participem do evento. O evento é uma coisa, é claro, é para despertar, sim, é para despertar. Por que não?
As pessoas precisam despertar, conhecer, eh, o problema, mas o evento em si é aberto, é gratuito, só tem que se inscrever, né? Mas a ideia é justamente essa: despertar ali o problema e, depois, oferecer um roteiro de estudos mais sistemático, né? Com as aulas devidamente gravadas, preparadas, tudo bonitinho.
Eu preparei essas aulas, eu preparei o material e, aí, eu disponibilizo o do curso. Então, eh, eu sempre faço esses eventos, né? O evento é sempre aberto, nunca é cobrado.
O evento, mas depois, o curso sim. Aí, ele é veiculado, é oferecido, aí, né? E, geralmente, eh, no decorrer dos três dias de evento, eu já vou explicando como é a questão do curso, tá bom?
Porque muita gente eh fala assim, né? Teve gente que falou para mim da outra vez, né? Falou: "Nossa, fez evento gratuito para depois vender curso.
" É, é porque professor, né? Vende o quê? Aula, vende conhecimento, né?
E aqui no canal, para quem acompanha aqui, vocês veem que o conteúdo está aberto, ele é gratuito. Eu produzo conteúdo gratuito todo dia, né? Tanto lá no Instagram quanto aqui, eh, no YouTube, né?
Então, é conteúdo gratuito e, em alguns momentos, eu ofereço também eh, conteúdo pago, né? Porque tudo isso é um investimento, né? Comprar livro não é barato, né?
Ter tempo, arrumar tempo para estudar, para sistematizar, para organizar isso, aí, é conhecimento, é tempo, é tempo de vida, né? Então, é justo que isso seja assim, preparado, formatado e, depois, oferecido para aqueles que desejarem. Não há problema nenhum nisso, é um trabalho, né?
Mas é interessante o quanto as pessoas, em geral, se escandalizam e acham que conhecimento não tem valor, né? Aí, as pessoas ficam, é como, né? Uma moça me disse lá da outra vez: "Nossa, mas para que isso?
Fazer esse evento para depois vir vender curso. " É, né? Só que a pessoa que pensa assim não vê valor nenhum no tempo do outro, no estudo, no esforço, no investimento, eh, né?
Infelizmente, nós temos muito dessa mentalidade, mas fica aqui o meu convite. Eu vou deixar aqui para vocês, logo em seguida, acabando a live, eu já deixo aqui o link da inscrição eh na jornada, né? Os três dias da jornada de história da igreja no Brasil.
Quem estiver com mais pressa aí, né? Você pode ir no meu vídeo da meditação, as últimas meditações de Santa Teresa dos anos anteriores, todas elas já têm o link, tá bom? Mas eu vou deixar aqui também e, para quem não assistiu o vídeo, né?
Eh, eu fiz também um videozinho. Este vídeo é uma apresentação da proposta da jornada, né? Eh, essa proposta da jornada, eh, ela é muito simples, né?
É um convite mesmo, né? Para que todas as pessoas possam entender a importância, né? De se estudar a história da igreja no Brasil.
Eu vou deixar aqui para vocês, ó, tá aí no chat para vocês. Vou até fixar aqui para vocês, né? Opa, não consegui fixar, né?
Mas deixei aí, ó, tá aí no chat para vocês o link do vídeo de propaganda da jornada. Para que vocês entendam o que é essa jornada de história da igreja no Brasil. Ela vai falar do quê?
Assistam ao vídeo, aí, tá bom? Grande abraço a todos vocês. Deus abençoe!
Rezam por mim, né? Pela minha esposa. Vamos fazer o retiro aí no final de semana e eu certamente rezarei por todos vocês que me acompanham, me seguem aqui.
Deus abençoe muito a todos vocês, nas vidas, nas necessidades e nas intenções, né? Que vocês carregam, né? Que as vidas de vocês sejam.
Né? Sempre, vidas vividas para Deus, né? É o que eu desejo.
Deus abençoe! Grande abraço aí e até amanhã cedo. Amanhã cedo, nós temos a nossa meditação.
Santa Teresa, abraço!