Toda geração tem seu próprio trauma e drama para lidar, mas a geração milenial, talvez seja na história, a geração que mais ouviu a palavra fracasso ou a geração que mais teve indivíduos que se autodominaram fracassados. E quando você vai ver, a pessoa tem, sei lá, 30 anos e ela tem certeza absoluta que o tempo dela acabou, que ela não tem mais chance nenhuma, que tudo que ela fez até agora foi em vão e, portanto, ela é uma fracassada. Olá, meu nome é Lu, bem-vindo ao meu canal.
caso seja a sua primeira vez aqui. Eu conto muito com a sua inscrição. Tem SR code aqui se você tiver assistindo a televisão.
Mas comente, principalmente, comente. Eu preciso muito do seu comentário para saber o que que funciona ou não aqui nesse canal. E uma das pautas que eu percebo que realmente funciona, porque realmente é um problema, é uma inquietação geral de uma geração inteira, é a ideia de fracasso.
A geração que se considera fracassada aos 30 anos de idade, o que é um absurdo. Eu já fiz um outro vídeo aqui falando a respeito dessa besteira que na a gente se coloca numa caixa de fracassados e acredita que depois dos 30 nada mais é possível. Mas esse é um assunto que mesmo que eu grave aqui 20 vídeos, eu ainda terei coisas a falar a respeito.
Hoje eu tava assistindo, ou melhor, tava revendo uma um texto que eu escrevi sobre o filme A rede social do David Fincher. E eu me peguei pensando muito nessa ideia dos anos 2000 ali, 2000 e depois dos anos 2010, que foram duas décadas que esse pessoal que tá na faixa aí dos 20 e tantos anos, chegando aos 30 até os 40, eh, viveu a adolescência e a entrada no mundo adulto, então, mercado de trabalho, faculdades, etc. E que que bombava, pulsava naqueles momentos, naquele momento histórico a ideia do novo bilionário, do jovem que aos 30 anos conseguiu o seu primeiro milhão.
Você já deve assim ter cansado de ouvir isso na sua juventude, na sua, no seu início de vida adulta. Milionário aos 30, guardei dinheiro e garanti minhas minha aposentadoria ao 30. Eu mesmo por um longo período da minha vida, assim, eu olhava o meu saldo num banco e aquilo me dava ansiedade.
Você já passou por isso assim de eh eu precisava pagar uma conta, um boleto, e eu ficava postergando assim o dia todo, porque eu tava com muito medo de abrir a minha conta no banco e me deparar ali com com a quantidade ínfima de dinheiro que eu tinha, assim. Então, aquilo me deixava numa crise de ansiedade lascada. Vou ter que abrir a minha conta do banco e perceber que eu aos antes dos 30 ainda não tenho 1 milhão guardado, que eu não tenho conta.
Eu eu me lembro muito de uma vez que eu tava conversando com o pessoal de blogs, assim, uma galera que ganhava bem na época e eu falava assim: "Pô, cara, né, nunca ganhei R$ 100. 000 na minha vida, né, da, mas você já gastou R$ 100. 000, então você só não tem R$ 100.
000 porque você não guardou". Eu fiquei pensando naquilo, falei: "Caramba, cara, mas cara, eu fiquei me sentindo horrível assim, sabe? Então, a gente viveu mesmo assim um momento que os nossos pais, os nossos avós não viveram no sentido deles eh estarem expostos o tempo todo a casos de sucesso, né?
A sua mãe, o seu pai, provavelmente um primo ali, ah, comprou gado, comprou terreno e fez casa de aluguel. Ah, o outro primo passou num concurso federal e ganha bem. Era isso, era o máximo de exposição que eles tinham a pessoas bem sucedidas.
financeiramente. Já nós crescemos com a internet, eh, fazendo parte da nossa vida, sendo parte da nossa rotina, essa esse fim da diferenciação entre online e vida online, vida real, etc. Então, tudo começou a fazer parte da nossa vida e a gente cresceu sendo exposto a caso de sucesso.
Eu mesmo, eh, conheci pessoalmente muitos, dezenas de pessoas da minha idade ou até mesmo mais jovens do que eu, que já estavam lá com seu apartamento próprio, eu morando de aluguel, carro próprio, e eu andando de trem, de metrô, de buzão, já tava com família formada e eu ainda não. Então, tudo aquilo mexia muito comigo. Não adianta, por mais que você diga assim: "Não, vai na terapia, não, olha, e se concentra pensa que a vida, esse tipo de coisa faz um mal danado pra cabeça da gente.
Ninguém tá livre disso, sabe? Principalmente quando você é jovem. E ao invés de você se inspirar, né?
Porque eu tava vendo um post aqui que eu tava dando risada, o cara falando assim: "Não, se você tem e 30 anos e e ganha um salário mínimo, olha ao seu redor, é as pessoas que você anda que tem e que ganham um salário mínimo. " Se você andar com quem ganha R$ 5. 000, você vai ter a mentalidade de quem ganha R$ 5.
000. Assim, uma parada que não tem o menor cabimento, menor lógica, menor sentido, menor materialidade, mas eh aquilo mexia de um fato comigo e deve mexer com você. E deve mexer muito essa comparação, essa exposição.
Se você abrir agora o Instagram, a sensação que você tem é que a casa do fulano é mais bonita que a sua. A esposa ou esposo do fulano ou da fulana, eles são mais lindos, são mais apaixonados, são mais dedicados a ao parceiro ou a parceira do que você ou namorado ou a sua namorada. os filhos são mais bem criados, mais bem cuidados, estudam em escolas melhores, eh, enfim, a vida de todo mundo parece muito melhor.
E isso não serve de inspiração, né? Voltando assim, a gente não se inspira, fala: "Olha, o fulano trabalhou bonitinho, conseguiu". Então a gente se sente mal porque a gente se compara, porque é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.
É muita e é é é muito informação, é muito case de sucesso, é muito discurso pronto, é muito, é muita meritocracia. a gente viveu essa ideia do empreendedorismo em resposta a à crise econômica severa que esse país passa, sei lá, dá para dizer aí pelo menos há mais de uma década já eles já e começam a tratar aí os anos de 2014 até 2024 como uma década perdida. Então veja, a gente a gente foi entendendo o nosso lugar na sociedade, no mundo, crescendo, aumentando as nossas responsabilidades, formando famílias ou partindo para outras cidades, eh, alguns casos até para outros países, estudos, mercado de trabalho.
E a gente foi sendo alimentado com essa ideia do sucesso, que ele vem da meritocracia, que ele vem de você mesmo, que basta você empreender, basta você acreditar, basta acordar mais cedo, basta tomar banho. A gente foi apedrejado por muita fórmula, a gente foi apedrejado por muita eh muito método, muita técnica assim. Então, a técnica para você enriquecer, a técnica para você isso, a técnica para aquilo, tudo tem uma técnica, tudo tem uma melhoria.
E o tempo vai passando, a gente vai percebendo que muitas vezes a gente, a sensação de muitas vezes é que a gente perdeu o bonde da história. Você já passou por esse sentimento? Eu nunca me esqueço de uma conversa que eu tive da minha mãe assim com a minha mãe.
Eu devia ter ali, eu ainda não era pai, mas eu tava ali com 27 anos, né, perto dos 30, tá? Era um aniversário meu aqui no interior. E eu falei pra minha mãe, eu falei assim, às vezes eu tenho a impressão que eu perdi a história.
Eu caí fora, pulei fora do trem, o trem partiu e eu fiquei para trás. Assim, eu corro e a sensação que eu tenho é que eu tô correndo, correndo atrás desse trem e ele não para para me para me esperar. e eu não consigo alcançar esse trem.
E eu tô vendo ele cada vez mais distante de mim, junto com pessoas que aparentemente estava junto comigo nessa corrida, mas elas conseguiram alcançar o trem do sucesso e eu fiquei para trás. Eu nunca me esqueço desse dia, porque de fato eu antes dos 30 anos eu tinha impressão concreta que a minha vida tinha acabado, que eu tive todas as grandes oportunidades do mundo. E aí a gente fica naquela coisa do IC, do IC, que é algo que eu aboli da minha vida, tá gente?
Eu aboli assim, dando não spoiler para vocês, mas eu tinha isso. E se eu não tivesse feito isso? E se eu tivesse feito aquilo?
Então, a era como se eu, ainda jovem tivesse abandonado o futuro. Fala assim: "Eu não tenho futuro. O meu presente ele é trágico e o meu passado é feito de arrependimentos".
Então, olha que que lugar cruel que a gente se coloca, né? O meu passado é trágico, o meu presente é imutável e o meu futuro é inexistente. A sensação de fracassado vem e ela vem, ela vem forte.
É muito comum eh esse tipo de pensamento. Ontem mesmo eu enviei até um um vídeo aqui do canal, né, o fracassado aos 30 anos para uma mocinha que tava no Twitter falando exatamente sobre isso, que ela no Twitter não, no threads, desculpa, vou até ver se eu acho aqui o post dela, esse tipo de lamentação. E eu me compadeço muito, engraçado, assim, eu não consigo olhar para uma pessoa da minha idade, da minha geração e falar assim: "Não, não, você tá, você tá de mimimi, sabe?
Você, você, ó, lá aqui, Vou vou ler para vocês o post dela aqui. Vou fazer 30 anos, ainda não conquistei nada. Como vocês superaram a dificuldade financeira nessa fase?
Como construir algo, algo significativo a partir dessa idade? Penso que conhecer história de superação financeira pode me ajudar. Parece que fracassei.
O que penso sobre isso? Eu deixei o meu vídeo lá para ela. Ela até curtiu o post.
Espero que ela tenha assistido, espero que tenha ajudado para ela, porque para você não se sentir um fracassado aos 30 anos, você precisa também eh tirar de você esse peso do da ideia do sucesso financeiro, do dinheiro. Ó, como é que é as coisas. quando era quando quando eu tava nessa justamente nessa fase que eu tinha ansiedade para abrir o aplicativo do banco.
E eu tenho certeza que nesse exato momento aqui o vídeo tá decorrendo, as pessoas já estão contando as histórias delas eh passando por exatamente esse sentimento de ansiedade de abrir o aplicativo do banco. Eu vou olhar o saldo do banco e tal. E eu ouvia muito falar, tava super, tava começando a ficar cool falar de educação financeira, educação financeira, educação financeira.
E eu me sentia um lixo, eu me sentia um merda. Eu me sentia o a a pior das pessoas, assim, porque eu trabalhava, eu pegava o meu salário, eu pagava as contas, sobrava um tiquinho ali. E aí com aquele tiquinho, cara, sei lá, final de semana tomava uma cerveja, final de semana ia num restaurante, pedia um um sushi para comer.
E eu me culpava tanto, eu comia aquele sushi com com tanta tristeza assim, porque eu pensava assim, eu devia estar guardando esse dinheiro, educação financeira e eu me sentia tão mal. Eu eu me sentia péssimo assim, eu falava, eu não podia estar fazendo isso, relaxando. Quem sou eu para relaxar?
Eu ainda não tenho 1 milhão. Cadê a educação financeira? E como aquilo eh deixou sérias cicatrizes em mim, que até hoje eu tenho que lidar com elas de vez em quando, assim, até hoje eu fico incômodo, incomodado com algumas situações envolvendo dinheiro e coisa pequena, tá?
Não tô falando de coisa grande, mas é, eu começo a lembrar, sabe, dessa, dessa forma que um sushi num sábado à noite, depois a semana inteira trabalhando, pegando buzão, pegando metrô e tal, aquilo me incomodava porque eu não estava com a minha educação financeira em dia. E aí vem a sensação de fracasso, muito atrelada ao dinheiro. Enfim, é a minha dica para você que tá passando por esse assentimento, por essa fase, que é completamente normal e eu acho que ela deve ser entendida como normal para que você entenda que o que você tá sentindo nenhuma exceção.
Você não é diferente de ninguém. Você não é nem especial, você não é a pessoa mais especial do mundo, mas você também não é a pior pessoa do mundo. Então, quando você entende isso e você junta 2 mais do, você passa a entender que você ainda tem a vida toda pela frente e sim, você conquistou muitas coisas.
Eu tenho uma que às vezes a gente pode parecer pequeno, pode parecer romântico da minha parte e talvez não seja a palavra que você queira ouvir. Afinal de contas, problemas de dinheiro são problemas materiais. Mas a ideia de fracasso, a ideia que você não conquistou nada, ela é falsa.
Tem muita gente que vai sentir sua falta se você desistir. Tem muita gente que te ama, tem muita gente que é apegada a você. E pode ser desde um colega de trabalho que se alegra quando você tá lá, porque você é uma pessoa engraçada, carismática, companheira, amiga, empática.
Até sua mãe, até seu cachorro, até seu gato, até se seus amigos online digitais que que você fez. Enfim, a gente não pode olhar vidas simplesmente pela ótica financeira. É claro que dinheiro é importante, é claro que dinheiro traz uma série de de confortos e conforto sim levam a um certo grau de felicidade, né?
Quem diz isso que rico ama p dinheiro não traz felicidade. Mas não se não se olhe apenas por essa ótica. Você conquistou muita coisa, eu tenho certeza, ou viveu muita coisa.
Isso é importante, mas o mais importante é você ainda pode viver muita coisa e você vai viver. A péssima notícia é a frase que eu sempre falo, né? Eh, é que você vai morrer.
A boa notícia é que não vai ser amanhã. Fiquem bem, se cuidem e não se considerem fracassados.