Documentário A dor (in)visível - Assédio Moral no Trabalho

que eu mais sinto assim eu fico bem nervosa é de saber que eu não posso trabalhar como eu trabalhava antes eu não posso produzir como eu produzia antes ser uma boa funcionária como eu era antes isso me chocou muito Então como que eu vou voltar para um lugar que eu não posso mais trabalhar eu já tentei quatro vezes e não consigo porque eu não estô no lugar que eu queria est tu entende se aquela Luciane que veio lá da fronteira sonhando trabalhar Chegamos aqui essa cidade imensa esse multidão de gente caminhão carro ônibus para lá

e para cá cidade que eu morava pacata digo meu Deus onde que eu estou né aí mas o qu finalmente vou trabalhar vou assinar minha carteira cheguei realizada na frente do frigorífico é aqui o meu futuro aqui eu vou vencer dia 3 agora de Janeiro fez Faria 12 anos que eu estaria na empresa né que era o meu maior sonho eu pude trabalhar só 2 anos e fiquei doente eu não sei não consigo explicar a sensação foi muito terrível foi muito ruim a minha relação pessoal foi muito atingida A tormenta simplesmente a tua vida muda

toda a tua vida muda a tua rotina é completo é ruim eu não assim eu não desejo isso para ninguém tu não tinha opção de pensar tu tinha que ser engessado tinha que ser aquilo que ele queria do jeito que ele queria era um assédio essa é a palavra ele fazia não ele ainda faz porque quem tá lá ainda acaba sofrendo com isso aqui é a minha casa meu nome é Luciane Batista de Freitas Eu Sou natural de São Gabriel São Gabriel na fronteira perto de Livramento Rosário do Sul lá na fronteira do Rio Grande

lá na fronteira do Rio Grande mesmo eu vim à procura de trabalho né porque lá não tem a gente viajou 17 horas com as crianças no caminhão com uma lona em cima Tapada só de lona eu cheguei com a mão na massa trabalhando direto com os Perus ali de 20 30 kg eu fiquei encantada com aquela nóa passando aqueles Perus passando aqu Sabe aquela gente toda de branco quando eu cheguei né nossa que legal vou trabalhar aqui ó que legal eu trabalhava no abate mesmo é faca na mão toda de branco água e sangue correndo

no chão e tu tinha que E conforme a nóa fosse se ela tava lenta lenta se rápida rápida nóa é passa assim uma linha que é onde eles vêm pendurado pelas pelas pernas ali a gente passa pela inspeção que eu trabalhava na inspeção e a gente tinha que tirar todos os doentes para não contaminar lá na frente tinha que tirar ele inteiro da Nori tinha que pegar eles e tirar e colocar na caixa era o que eu fazia tirar eles inteiro e colocar na caixa ali eu tirava 20 30 não conseguia as colegas tirva o

resto porque a noa passava né Se não desse conta ã o que que aconteceu comigo e minhas colegas o nosso chefe chegou e disse para nós assim Vocês são lerdas vi esse tipo de coisa por que que tu tá devagar né Por que que tu não é mais rápida Mas tu tá lidando com faca com coisa de ponta tem as tuas colegas e por que que tu tá devagar né Por que que tu não é mais rápida Mas tu tá lidando com fa coisa de ponta tem outras colegas e a gente era cobrada porque tinha

que dar conta daquilo ali o assédio moral é um conjunto de violências psicológicas eh repetidas eh contra o trabalhador que visam a desestabilizar esse trabalhador no seu ambiente de trabalho são agressões são violências continuadas repetidas e intencionais que ele sofre na na sua relação de trabalho nós não podemos esquecer que o trabalho nunca é neutro ou ele é fonte de saúde ou ele é fonte de adoecimento e uma das maiores fontes de adoecimento no trabalho nos dias de hoje é o assédio moral porque é uma forma de de conseguir ou de achar que vai conseguir

determinados resultados fazendo uma pressão que é contínua muitas vezes Sutil vai pressionando vai esmagando vai humilhando e o trabalhador vai se encolhendo vai murchando vai morrendo moralmente morrendo emocionalmente morrendo só consegue entender a violência que representa a né a agressão psicológica no no no trabalho né e fazendo um paralelo quer dizer só consegue entender o que é o o o racismo quem tem a pele escura que sabe o olhar diferente do outro que sabe a postura diferente do outro Às vezes isso não é nem verbalizado né como o trabalho é é fundamental pra gente constituir

a saúde mental quando se ataca o trabalho se ataca alguma coisa que é fundamental na na vida de da da daquela pessoa né isso pode ser o o assé é uma coisa banal fala do sapato do do camarada fala do cabelo fala não sei o que tenta tenta desmoralizar tenta dizer que aquele ser humano não é um ser humano basicamente é isso assim o fundamental é isso assim aquele ser humano é é um ser humano diferente é um outro tipo assim né o estranhamento com outro né e isso a violência disso só percebe Quem sofre

quem tá do do lado sabe a pessoa olha e diz ah sabe ou ou ou ou quando o cara vai PR PR casa e conta pr pra família a família não entende acha que sabe Ah manda o cara pastar Né manda sabe não dá bola não sei o quê mas tu tá atacando alguma coisa que é que que que a pessoa precisa muito para construir a sua saúde mental que é ser reconhecido reconhecer que o trabalho que ela faz é bem feito reconhecer que o que ela faz é é uma coisa que que é útil

pra sociedade quando tu ataca isso tu ataca alguma coisa que é fundamental na construção da da identidade se eu estou no ambiente de trabalho não interessa qual qual categoria se é público ou privado eu tenho que ter muito claro que eu fui contratado não para ser humilhado para trabalhar o trabalho ele tem um papel Central na minha vida na vida de cada um de nós ele nos dá identidade ele fortalece a nossa identidade de trabalhador nos fortalece como pessoa nos identifica em relação ao outro ele continua sendo Central Porque ele é o provedor ele é

quem me dá sustentação né ele é quem fortalece o meu saber fazer né ele é quem possibilita a minha criatividade eu pego um trabalhador normalmente aqueles mais envolvidos com trabalho ou aqueles que criticam né ou aqueles que T alguma ação que não aceita e passo a utilizar esse alvo como um exemplo pedagógico para os demais Hum então a repetitividade e a sistematização São duas características importantes do assédio moral o assédio moral é um processo é um continuar de ações um continuar de agressões não não não não é a sede moral por exemplo uma agressão uma

discussão ou mesmo uma violência no ambiente de trabalho a sede moral é um verdadeiro somar de agressões de violências contra um trabalhador o trabalho ele é tão importante pra construção da saúde mental das pessoas entende assim ele é tão necessário não é o salário é o trabalho em si é o que eu faç é na verdade assim é é é o reconhecimento do meu trabalho ele é tão fundamental para minha saúde mental que quando eu ataco isso né eu eu eu eu destruo o indivíduo independente Então são as pessoas mais comprometidas com o trabalho as

pessoas para quem o trabalho é mais importante as pessoas mais sérias que são just e são justamente as pessoas que são líderes e que tão são os caras referência que são os primeiros a a pagar esse preço são os caras que estão na na na linha de frente não são os mais frágeis assim sabe não são as pessoas que têm uma história os os caras que são mais folgados entre aspas assim em geral eles eles eles conseguem atravessar pelo menos com menos com menos dano esse tipo de situação ã meu nome é Wagner tassot e

eu moro em Nova Milano pertence à cidade de Farropilha e eu trabalhava numa empresa de de bebidas anteriormente tá vendia foco principal era refrigerante ã trabalhei em torno de 2 anos lá Entrei como coordenador de merchandising passei a coordenador de vendas até então tive mais tive mais um crescimento Tive uma experiência legal tive bastante conhecimento da área em determinado momento eu comecei a sofrer perseguição por conta do meu gestor ã Na verdade eu me candidatei a CPA Fui eleito e a partir dali ele tudo transformou num transtorno transformou num inferno e o mesmo começou a

me perseguir começou a a me aplicar advertências indevidas com documentos do idosos onde a própria empresa questionou esses documentos Comecei a receber ameaças xingamentos ofensas Pangaré era um elogio quando eu vi a Pangaré era algo pô legal me chamou só de Pangaré todo todo tipo de expressão debaixo calão a gente conhece fazemos reunião com relho atrás da porta um rebenque como costuma dizer lá na campanha né nós fazemos com rebenque pendurada atrás da porta onde ele nos ele nos intimidava não ele tinha o rebenque mesmo ele nos intimidava às vezes batendo no chão às vezes

batendo na mesa existe assédio desde que existe trabalho existem pessoas que se acham no direito de humilhar eh violentar agredir outras pessoas de um tempo para cá isso foi se tornando mais visível foi se tornando mais visível a existência de assédio foi se tornando mais visível isso é fundamental o direito a o direito das pessoas saberem que não são obrigadas a se submeterem a c ou tu é muito gordo ou tu é muito feio ou tu é muito baixo onde é que você viu o homem usar brinco essa tatuagem é ridícula e vai fazendo isso

aos poucos Cada dia uma agressão dissimula boatos ou faz críticas relacionadas ao trabalho dessa pessoa por exemplo ã como é que tu passaste nessa seleção se tu é um burro esse trabalho qualquer criança faz e só podia ser coisa de mulher Ah tá se vendo logo alo que Porque tu é gay tu não consegue desenvolver tal trabalho da mesma forma com pessoas negras da mesma forma com mulheres se utilizam de características ou condições da pessoa para por meio dessas características ou condições desenvolver o assédio o assédio moral se tornou um instrumento de gerência essa que

é a questão a violência psicológica ela se tomou um instrumento de gerência assim hoje tu tu tu se cínico tu desrespeitar o o colega do lado é uma coisa normal o cara é visto como um cara empreendedor como um cara que tá batalhando como cara bom não sei o que e tal essas coisas elas eh el elas tornaram aceitáveis há uma política forte cuja meta é da produção cada vez mais lucratividade cada vez mais a forma de gestões que não interessa se você vai adoecer em quanto tempo que eu substituo você isso não tá acontecendo

na rua não é violência que tá acontecendo a céu Alberto é violência que tá acontecendo no intramuros é violência que tá acontecendo no intramuros muitas vezes com música ambiente com flores no ambiente de trabalho com todo o discurso de responsabilidade social e ética corporativa e é preciso que as empresas compreendam que quando ela não toma nenhuma posição em relação a essa ambientação ela também perde o que ela mais quer Inclusive a produtividade a lucratividade nada contra que lucrem que produzam mas com respeito ao outro então o assédio dentro das empresas que é onde a gente

convive a maioria das nossas horas tá ele existe ele ele é praticado muitas vezes ele é intencional porque ele é assim porque assim é a cultura e nós precisamos mudar a cultura esta mudança eh no nas relações no comportamento no mando é que precisa ser mudado Tá mas isso não é um cursinho de 5 horas passa primeiramente pela cabeça do empresário isso não tem dúvida se nós não mudarmos nós não colheremos resultado se nós continuarmos com o método que estamos fazendo que se faz de 10 anos 20 Anos 30 anos que o pai consolidou na

empresa que o filho não conseguiu mudar que a filha não conseguiu eh alterar essa cultura O resultado vai ser sempre o mesmo né hoje já tem uma situação aonde ou você é inteligente consegue fazer o grupo entender né ou você fica sem pessoas porque as pessoas hoje têm oportunidade o Brasil ele é um país hoje de pleno emprego até onde o a minha busca pela produtividade por exemplo na empresa pode afetar a vida do meu funcionário até que ponto as ações que eu tenho lá dentro que são motivacionais né que se dizem eh afetam a

produtividade também desse funcionário de que forma ele se sente lesado com isso a produtividade o fazer mais com menos esforço humano Essa é a questão de inteligência o fazer mais com um pedaço de chicote ou obrigando Não isso não isso aí tem que ser retirado fora isso tem que ser combatido porque nós temos que chegar no final do dia Produzindo um monte maior se possível mas com menos esforço humano com mais inteligência e para Isto ou nós ficamos cada vez mais junto com as nossas pessoas e proporcionamos a ela segurança expectativa de que isso vai

ser melhor ou nós não vamos chegar nesse nesse objetivo maior que é ser um país líder eu acredito que é uma questão Depende das Micro e Pequenas Empresas é uma questão cultural que isso vem da minha família porque lá na colônia a gente trabalhava 18 horas e ninguém reclamava ninguém falava nada e eu acho que esse comportamento eu posso ter também com os meus funcionários tá E aí nas grandes empresas isso já não acontece é uma forma diferente de assédio por quê porque lá tem o O gerente lá que diz ó tua meta é x

não atingiu essa meta tu corre risco de ser demitido e ser substituído Então são situações diferentes de assédio nas grandes e nas pequenas empresas tu não tem mais um colega tu tem um competidor do teu lado entende então e os e os modelos eles são muito ambivalentes porque na verdade eles querem que as pessoas trabalhem em equipe mas ao mesmo tempo a equipe não é uma equipe a equipe sabe se tu solta um pouco uma ideia mais mais esperta que tu tem o colega pode pegar essa ideia né então Eh né o modelo ele ele

é ele é ele é muito complicado então a gente acaba Tendo isso que é o que é o assédio moral que vem do colega do lado o assediador pode ser tanto Trabalhadores em relação a um chefe um chefe em relação a trabalhadores ou entre colegas de trabalho isso geralmente é feito na frente dos outros colegas é feito de uma forma que todo grupo Verifica que aquela pessoa tá sendo assediada mas de regra isso é um grande problema que nós temos os outros trabalhadores não não se metem não interrompem eh não dão apoio não dão suporte

àquele trabalhador que tá sendo assediado de regra isso acontece por medo de que o assediador mude de alvo tudo isso só acontece por omissão e complicidade quer dizer se como ele é muito banal ele é muito fácil de desmontar também se tem um colega do lado diz olha para de encher o saco do do cara aí né para para de falar do cabelo dele acaba a cite moral na mesma hora o problema é que todo mundo se esconde todo mundo espera que não seja que não venha para cima de mim então eu fico na na

minha aqui então a pessoa se isola né né Tem uma pesquisadora francesa Marie Pez que ela costuma dizer assim que que são patologias da Solidão quando algum colega dava queria falar alguma coisa ou defender dizer alguma coisa a resposta era isso at tu tá defendendo essa era a essa era a resposta essa era a expressão at tá defendendo então acabava que cada um deixava ficava quieto defendia o seu a ideia da gestão era justamente criar trito entre um e outro tirar da criar uma zona de desconforto criar uma disputa entre um e outro para poder

fazer as coisas acontecerem simplesmente tinha a coisa tinha que acontecer do jeito que eles queriam a coisa tinha se o cliente queria ou não queria não importava tu tava tu tava sendo pago para fazer acontecer tu tava lá para fazer o cliente Querer tu tava lá para fazer os números acontecer da forma que fosse importante era o número era o resultado na verdade ao lado do assédio interpessoal que é esse que nós estamos falando existe do assédio moral organizacional que são formas de gestão forma de formas de levar a empresa de estratégias de de administração

baseadas em injúrias em medo em agressões o que acontece nesse assédio organizacional ele tá inserido na forma de produzir da empresa e tá inserido ou no determinado departamento numa determinada área do trabalho ou às vezes em toda a empresa como é que você dá isso você dá eh por meio de controle do trabalhador e o chefe cobrava não que tu tá fazendo aqui não a gente vai no banheiro alguma coisa que tu tava sentindo tu tinha que sair né do banheiro tu tinha 10 minutos para ir no banheiro eles ficavam também com tip um reloginho

contando o minuto que a pessoa tinha que limpar a carne tu tinha que limpar naquele tempo tu tinha que dar conta ali do te teu tempo Ah chamam nós de lerda que a gente era devagar que a gente não não dava conta do do do trabalho ali que tinha que dar entendeu a gente não podia rir na linha que a gente chama de linha né que é na nóa eh não podia rir ele não deixava no vestiário a gente não podia rir ele não deixava a gente teve vários vários veterinários meus chefes mas esse foi

o que mais nos incomodou o que mais nos deixou eh frustrado do nosso trabalho como se a gente não tivesse fazendo bem não há uma pessoa que tem mais propensão a ser assediado do que outra isso muitas vezes as pessoas tentam fazer em alguns desenhos características de pessoas com tal perfil vão ser mais assediadas ou tendem a ser isso não existe por quê Porque o assédio moral é uma uma vivência muito subjetiva depende muito das minhas experiências de vida depende de de todas as vivências que eu tive e da forma como eu recebo determinado tratamento

quando acontece contigo tu acaba vivendo acaba descobrindo que sim que isso existe eo está perto de ti as pessoas estão perto de ti sente a pior pessoa enquanto tu tá ali ralando beleza ó legal isso aí vamos lá no momento que tu sentiu cortou um dedo ou tu teve um dedo que amputou ou teu braço ficou duro que nem aconteceu comigo não tu não dá mais retirei a minha costela eles retiraram eh fiz outra na cervical tem parafuso e e placa aqui em cima eles cortaram aqui embaixo e colocaram duas argolas para soltar os tendão

que estavam preso e tudo isso nada eu entendia ele tava tava fazendo cirurgia tava operando mas eu não tava entendendo eu sabia assim que eu ia me voltar a trabalhar com aqueles pirus eu ia voltar a cuidar deles né Porque para mim era isso meu trabalho que eu gostava do meu trabalho do que eu fazia eu entrei em depressão por causa do que que eu não entendia e o que que significa tu não ser mais a mesma pessoa né Tu não ser mais 100% uma grande barreira para se combater o assédio moral é o fato

do Trabalhador assediado achar que é culpa é dele porque a pessoa acaba se isolando mais a pessoa acaba eh se fechando mais com os amigos com a família e a pessoa vai adoecendo as doenças vão desde depressão as pessoas começam a beber as pessoas tentam suicídio as pessoas ficam com problema de pele com dor de cabeça com insônia isso vai gerando cada vez mais problemas ele vai tendo que faltar ao trabalho isso vai sendo motivo de um novo assédio isso acaba não tendo fim até o trabalhador se despedido ou pedir demissão porque não aguenta mais

filho da corno Pangaré ã irresponsável era uma guri que o guri dele era denegrindo o guri era chamando de de responsável de conivente ã chamava nós de ele pegava nos nossos testículos enquanto nós estava dirigindo sabe esse tipo de situação que não dá não tem como existir não tem como tu ter uma relação assim não tem como tu viver uma coisa assim e é importante também nós sabermos que essa agressão é sofrida pelo trabalhador mas não fica nele ele vai para casa e ele chega em casa de uma outra forma ele chega em casa triste

ele chega em casa se stir menos do que os demais isso gera efeitos na família com esposa com marido com filhos e ele começa a se fechar em si e achar que o problema é dele a violência é tão grande que as pessoas se suicidam por causa disso a gente tem caso lá no ambulatório o cara que ficou assim sabe sobre a Sé durante 5 anos e a primeira oportunidade que ele tem é quando ele vai consultar prador no ombro e alguém pergunta como é que tá a situação do trabalho e o cara se bota

a chorar homens de 40 anos Os homens não choram né então homens de 40 anos hoje choram nas consultas choram nos ambulatórios então aconteceu alguma coisa muito muito séria né o trabalho ele ele ele foi muito transformado e muito agredido né Então tá produzindo essas coisas e e as pessoas não estão se dando conta né as empresas elas estão num processo de competição acirrada e elas acham que é necessário fazer tudo que for preciso para manter sua competitividade e tem gente que tá pagando o preço eu sofro muito porque eu adorava o meu trabalho e

de repente né Essa essa doença esses problemas acontecer de acabar com os teus sonhos acabar com a tua vida que é o tratamento que eu tô fazendo hoje fazem 4 anos que eu tô fazendo tratamento que eu tô tentando é voltar mas não é fácil uma pessoa que chega nessas condições não é fácil principalmente tendo os teus chefes que eu sei que os chefes que estavam na minha época não tão mais porque eles também são mandados são cobrados Mas acontece que os Chefão Eles não estão aí para ti se tu tá doente se tu precisa

de medicação se tu precisa não tu não produziu acabou para ti a família é tudo pra gente e a minha família eles me apoiam muito porque eu no momento eu só penso em morrer sozinho é quase impossível tá é é é muito difícil de tu sozinho fazer o enfrentamento com uma chefia com uma relação de poder isso é uma coisa que que não não se consegue fazer di assim eh as pessoas precisam buscar formas coletivas entende assim o sindicato eu acho que é a forma mais mais mais fácil o sindicato foi bastante importante Wagner esse

tipo de atitude não é uma atitude digna eh tu não precisa passar por isso sindicato ofereceu advogado a empresa assumiu o risco o os gestores dele informaram que não tem não vão desligar ele por causa disso ele Continua trabalhando na empresa ele responde pro processo no Ministério do Trabalho eh responde pro processo na na justiça do trabalho a empresa sempre é responsável porque a empresa é a quem deve manter aquele ambiente de trabalho sadil o que que acontece quando se detecta um caso de assédio primeira coisa que se deve fazer é levar o conhecimento de

pessoas que em princípio dentro da empresa deveriam tomar uma atitude só que se chega num momento que essa pessoa tem determinados privilégios ou determinada função ou situação que essa pessoa não faz nada nesses casos a pessoa tem que sair da empresa a pessoa tem que fazer uma denúncia ou no próprio sindicato ou na superintendência regional do trabalho ou aqui no Ministério Público do Trabalho eu saí da empresa em mês de Julho final de Julho tá eu passei três meses até que eu me desopilar dormir descansado sem ter sonho sem ficar pensando foram três meses assim

que eu precisei para tirar a empresa de mim tirar isso que eu vivi de dentro de mim eu fiz tratamento com psicóloga para me ajudar porque simplesmente foi difícil e agora eu tô muito feliz na empresa que eu tô é uma empresa que valoriza quanto pessoas pessoas são legais são amigas tem tem a questão de competição pô tem mas é algo mais sadil é ninguém tenta prejudicar ninguém ninguém é simplesmente algo mais sadil totalmente diferente é outra vida eu tenho uma qualidade de vida agora eu tenho uma qualidade de vida eu saio de manhã para

trabalhar volto a final da tarde eu volto com cansaço físico mesmo do trabalho não cansaço psicológico não tô trabalhando com medo tô trabalhando o que eu posso trabalhar do jeito que eu posso trabalhar tô obtendo resultados e isso tá valendo muito a pena essa experiência que eu tô vivendo o assédio tá tem muito a ver no meu ponto de vista com a forma com que as pessoas se acham direito de tratar outras pessoas é muito importante lidar com o assédio da olhando para si olhando pro preconceito que todo mundo tem e a forma como eu

exteriorizou como eu lido com esse preconceito no dia a dia porque as pessoas são diferente uma da outra uma precisa um tipo de tratamento outra precisa um outro tipo mas ambas precisam respeito né e no âmbito do respeito é que nós precisamos evoluir ainda né as pessoas precisam ser tratadas bem se nós não tivermos a inteligência de tratar as nossas pessoas bem nós não vamos ter sucesso é necessário sim ações resistência e pensar sonhar né ter como fronteira né os sonhos quando a gente perde essa possibilidade de sonhar com pé no chão com ações de

transformar Essa sociedade em que a gente tornando-a mais fraterna tornando-a justa tornando igualitária em direitos né Eh a gente perde a dimensão dos sonhos