Você já se sentiu ignorado por Deus? Já olhou para os noticiários, para as ruas, para o próprio coração? E se perguntou: "Por que o mal parece vencer?
Por que os corruptos prosperam enquanto os justos sofrem? Porque a violência cresce, a fé enfraquece e Deus permanece em silêncio? Se essas perguntas já tocaram sua alma, então este vídeo é para você.
Porque houve um homem que ousou perguntar o que muitos não tinham coragem de dizer. Um homem que se colocou diante de Deus, não como um acusador, mas como um filho aflito, buscando compreensão. Seu nome, Abacu.
Diferente de outros profetas, ele não falou ao povo, falou com Deus. E o que nasceu desse diálogo foi um dos textos mais profundos, intensos e surpreendentes de toda a Bíblia. Uma conversa franca entre o homem e o criador.
Uma conversa que começa com dúvidas, passa por revelações e termina em adoração. Prepare-se para mergulhar numa história que não é apenas antiga, ela é atual, ela é sua. Ela fala da luta interna entre a fé e a razão, da dor de ver a injustiça e da coragem de continuar confiando mesmo quando tudo parece perdido.
Abacuk nos ensina que não é errado questionar, que a fé verdadeira suporta perguntas sinceras e que Deus, mesmo quando parece em silêncio, continua presente, atento e agindo em seu tempo. Então, fique comigo até o fim deste vídeo, porque nas próximas cenas você vai descobrir o que acontece quando um homem de fé decide abrir o coração diante do todo- poderoso. Mas antes de começar essa jornada, eu peço que você se inscreva no canal, curta este vídeo, compartilhe com alguém que também precisa ouvir essa mensagem.
Seu apoio é essencial para que possamos continuar produzindo conteúdo bíblico com profundidade e verdade. Agora sim, respire fundo, abra o coração e venha comigo descobrir a história do profeta que transformou dúvidas em louvor. Num tempo em que os céus pareciam fechados e a justiça humana se corrompia, ergue-se uma voz solitária.
Um homem comum, porém cheio de angústia, ousa levantar suas perguntas diante do criador. Esse homem é Rabacu. E ao contrário de outros profetas, ele não começa seu livro com uma mensagem para o povo, mas com um grito do coração, um grito direcionado diretamente a Deus.
Abacu, que vive em Judá, provavelmente por volta do final do século VI antes de Crist, em um período sombrio da história do povo de Deus. A nação, outrora guiada por princípios da lei divina, havia mergulhado em decadência moral, idolatria e injustiça. Após o reinado piedoso do rei Josias, o país afundou num abismo de corrupção e violência.
O povo estava dividido, os líderes eram injustos e os pobres sofriam as margens de uma sociedade indiferente. Diferente de profetas como Isaías ou Jeremias, que transmitiam mensagens de Deus ao povo, Abacu, que toma um caminho inverso. Ele leva ao Senhor as inquietações do povo.
Ele olha ao redor e não entende como Deus, sendo justo, permite tanta maldade sem intervir. Sua alma está perturbada, sua fé abalada, sua mente repleta de perguntas e mesmo assim ele não se cala. A primeira cena do livro é marcada por uma pergunta pungente.
Até quando, Senhor, clamarei eu e tu não me escutarás? Hab. Essa pergunta ecoa no coração de muitos até hoje.
Quem nunca se sentiu ignorado por Deus em momentos de dor? Quem nunca orou com fervor? E mesmo assim encontrou silêncio como resposta.
Abacuk verbaliza o que muitos não têm coragem de dizer. A dúvida que se instala quando o mal parece triunfar. Mas não se trata de um questionamento rebelde.
Abacuk não está desprezando a fé, mas tentando salvá-la. Seu clamor é o desabafo de quem acredita, mas não compreende. Ele não desiste de Deus, mas insiste em encontrá-lo no meio do caos.
E é essa coragem de falar com franqueza que torna sua história tão poderosa. Neste primeiro momento do livro, vemos um profeta que não tem medo de confrontar suas próprias dúvidas. Ele está cansado de ver a violência triunfar, de testemunhar a justiça ser deturpada, de contemplar a iniquidade prosperar.
Ele suplica por uma intervenção divina, não por vaidade, mas por um senso profundo de justiça e zelo pelo nome de Deus. Abacuk representa todos nós quando nos sentimos impotentes diante das injustiças do mundo. Ele é a voz daqueles que oram e esperam.
é a expressão sincera de uma fé que não teme a verdade, mesmo quando ela parece dolorosa. E é justamente nessa honestidade que começa sua jornada de transformação. A beleza do texto está na autenticidade do profeta.
Abacuk não disfarça sua dor com palavras religiosas. Ele derrama sua alma diante do Senhor como quem se rasga por dentro. E o mais impressionante é que Deus não o repreende por isso.
Ao contrário, ele responde. E a partir desse ponto que a narrativa começa a mudar. O clamor de Abacu abre caminho para um diálogo com o Altíssimo.
E o que Deus está prestes a dizer transformará para sempre a compreensão do profeta sobre justiça, sofrimento e fé. Abacuk não é um herói com todas as respostas. Ele é um peregrino da fé, tão humano quanto qualquer um de nós.
Mas foi justamente por sua coragem em questionar que ele recebeu uma das revelações mais impactantes das Escrituras. Antes de pregar, ele escutou. Antes de ensinar, ele aprendeu.
E nesse caminho honesto, seu coração foi moldado pela própria voz de Deus. A primeira palavra de Abacuk é um grito. Até quando?
Esse é o clamor de um homem cujo coração está em pedaços. Ele não está fazendo uma pergunta teológica. Ele está chorando diante de Deus.
Não é uma dúvida fria. É uma dor quente. É o lamento de quem ora, ora e ora.
Mas só encontra silêncio como resposta. Abacuk não se conforma com o que vê. Ele denuncia a violência, a opressão, à injustiça.
Seus olhos estão cansados de contemplar o mal. Seu espírito está saturado da iniquidade. Por que me fazes ver a maldade?
Porque toleras a opressão? 1 tr. Ele pergunta: "Cada palavra é uma ferida aberta.
Ele está machucado não apenas pelo que acontece ao seu redor, mas pelo aparente abandono divino. Para ele, a lei foi paralisada. A justiça foi torcida.
Os perversos cercam os justos e Deus aparentemente observa em silêncio. É um retrato sombrio de uma sociedade doente, onde o certo parece errado e o errado domina. Abacuk está inconformado porque ele crê em um Deus justo e justamente por crer, ele não entende porque esse Deus permanece inerte.
Mas o que torna esse texto tão poderoso é a sinceridade do profeta. Ele não tem medo de abrir o coração diante do Senhor. Ele não tenta mascarar sua indignação com frases religiosas.
Ele fala como um filho ferido, mas que ainda confia no Pai. E é essa confiança, mesmo que abalada, que o torna tão humano. Abacu, que representa todos aqueles que se ajoelham diante de Deus com um coração partido.
Todos os que já clamaram por justiça, todos os que já gritaram por respostas, todos os que já se sentiram sós, mesmo crendo. A força de sua oração está na honestidade. Ele não recita palavras decoradas.
Ele se derrama, ele grita, ele insiste e isso nos mostra algo essencial. Deus não se ofende com nossas perguntas sinceras. Ele prefere um clamor autêntico do que uma adoração vazia.
Abacuk não está rejeitando a fé. Ele está lutando por ela. Sua alma se recusa a aceitar que o mal triunfe.
Sua fé não é passiva, é ativa. Ele busca, questiona, clama. E isso nos ensina que a verdadeira espiritualidade não é negar a dor, mas apresentá-la a Deus.
Quantas vezes também nos sentimos assim, clamando por um milagre, por uma resposta, por um sinal, e tudo o que recebemos é o eco do nosso próprio grito. Nessas horas, somos tentados a acreditar que Deus se esqueceu de nós. Mas o livro de Abacu nos lembra que mesmo quando Deus parece em silêncio, ele está ouvindo.
Esse capítulo nos convida a orar com coragem, a dizer a verdade diante do trono, a reconhecer nossa dor, sem perder a fé. Porque a verdadeira oração não é a que esconde a alma, mas a que a revela. E quando somos sinceros com Deus, abrimos espaço para que ele fale ao nosso coração.
Abacu abre o livro com perguntas, mas essas perguntas são sementes de uma revelação profunda. Deus vai responder, mas sua resposta não será o que o profeta espera. E é isso que veremos no próximo capítulo.
Quando Deus finalmente fala e surpreende. Abacu, que havia feito sua parte. clamou, questionou, abriu o coração.
Agora ele aguardava e Deus respondeu. Mas a resposta não veio como um consolo, nem como uma promessa de paz. Ela veio como um trovão num céu já carregado de tempestades.
Vede entre as nações e olhai e maravilha-vos, e espantai-vos, porque realizarei em vossos dias uma obra que vós não crereis quando for contada. Abacu 1:5. Deus estava sim agindo, mas o que ele estava prestes a fazer ultrapassava qualquer entendimento humano.
A resposta divina viria em forma de juízo. E mais surpreendente ainda, esse juízo viria por meio de um povo pagão, violento e cruel, os caldeus. Deus revela que levantaria os babilônios como instrumento de disciplina contra Judá.
Um povo temido que marchava sem piedade, conquistando nação após nação, sem se importar com leis ou limites. Eles seriam o bastão de correção nas mãos de Deus. Imagine o choque de Abacuk.
Ele esperava por uma intervenção divina contra a injustiça, mas recebeu um aviso de destruição. Esperava redenção, mas ouviu sentença. Esperava consolo, mas recebeu uma dura revelação.
O mal não seria apenas permitido, mas utilizado como ferramenta. A perplexidade do profeta não era pequena. Como poderia o Deus santo usar um povo ainda mais perverso para corrigir os erros de Judá?
Os caldeus eram conhecidos por sua brutalidade. Destruíam cidades, profanavam templos, tratavam vidas humanas como poeira ao vento. Seriam eles então o instrumento do Altíssimo?
Aqui se apresenta um dos maiores mistérios da atuação divina. Deus é soberano até sobre os impérios. Ele pode, se quiser, usar até mesmo os piores cenários para cumprir seus propósitos eternos.
Mas isso não significa que ele aprova o mal, significa que ele o domina. Nada escapa ao seu controle. O espanto de Abacuk é compreensível.
Afinal, ele conhecia a aliança de Deus com o povo de Israel. Ele sabia das promessas feitas a Abraão, Moisés, Davi. Como então Judá poderia ser punida por um império pagão?
Seria essa a justiça divina? Seria isso coerente com a santidade do Deus de Israel? A resposta de Deus desconstrói a expectativa do profeta e nos ensina algo essencial.
Muitas vezes a resposta de Deus não é o que queremos ouvir. Ele não é um reflexo do nosso desejo, mas a expressão da verdade. Seu plano é maior do que nossa compreensão.
Sua vontade vai além do imediato. E às vezes, para corrigir o curso da história, ele permite que os ventos mais duros soprem. Abacuk não era ingênuo.
Ele sabia que Judá estava longe dos caminhos do Senhor. Mas a ideia de um juízo tão severo vindo pelas mãos de um povo ímpio era demais para processar. Ele se depara com um Deus que não se encaixa nas suas expectativas, um Deus que não cabe em suas caixinhas teológicas, um Deus que age segundo sua soberania e não segundo nossa lógica.
E talvez seja esse o ponto central do capítulo, aprender a lidar com o inesperado, com o desconforto de não entender, com a dor de ver Deus agir de maneira diferente da que sonhamos, porque a fé madura não se alimenta de expectativas, mas de confiança. Abacuk recebeu uma resposta, mas não uma solução. Deus não explicou todos os porquês.
Ele revelou o que estava por vir. E agora cabia ao profeta decidir como reagir. Diante da resposta de Deus, Abacu não se cala.
Seu coração está em conflito. Ele ouviu a declaração do Senhor sobre os caldeus, mas algo dentro dele grita. Isso não parece justo.
Não és tu desde a eternidade, ó Senhor, meu Deus, meu santo. Não morreremos, ó Senhor, para juízo o puseste. Tu, ó Rocha, o fundaste para correção.
Abacue. 1:12. Abacu está dizendo: "Eu sei quem tu és.
Sei que és eterno, justo, santo, mas não compreendo por escolheste usar um povo tão cruel para disciplinar Judá. Ele reconhece a soberania divina, mas seu espírito não encontra paz diante do plano revelado. Ele compara os caldeus a pescadores que arrastam suas vítimas com redes e depois adoram essas redes como se fossem seus deuses.
É um povo que trata as pessoas como presas, não tem compaixão. Sua força é a sua própria lei. Como o Deus santo pode tolerar tamanha a arrogância?
Abacuk não acusa, mas questiona. Seu espanto é sincero. Seu respeito por Deus é intacto, mas ele deseja entender.
É a luta entre a fé e a lógica, entre a esperança e o medo, entre o que sabe sobre Deus e o que vê diante dos olhos. O que torna essa passagem poderosa é que Deus permite essa confrontação. Ele não exige uma fé cega, mas uma fé honesta.
Abacuk não quer dominar a vontade divina, mas deseja compreendê-la. E é isso que diferencia a dúvida da rebelião. Abacuk encerra sua queixa com uma decisão notável.
Ele vai esperar pela resposta. Ele sobe à torre de vigia como um sentinela. atento ao que Deus dirá.
Ele sabe que o Senhor não se cala para sempre e mesmo sem entender, ele permanece. Essa imagem é marcante. Um homem sozinho na torre, vigiando os céus, esperando pela palavra de Deus.
Ele não fugiu, não desistiu, ele ficou. E essa permanência é um ato de fé. Todos passamos por momentos em que a ação de Deus nos parece incompreensível.
Quando o justo sofre e o ímpio prospera, quando as coisas boas são destruídas e as ruins ganham espaço. E nesses momentos somos tentados a duvidar do caráter de Deus. Mas Abacuk nos mostra que é possível questionar sem perder a reverência, que é possível estar confuso e ainda assim confiar, que é possível não entender e mesmo assim esperar.
Esse é o ponto em que muitos abandonam a fé, mas também é o ponto em que ela pode se aprofundar, porque a verdadeira confiança não depende de respostas imediatas, mas da certeza de que Deus é bom, mesmo quando tudo parece errado. Abacuk escolheu ficar na torre, ele escolheu vigiar, ele escolheu esperar. E essa escolha por si só é uma demonstração de uma fé que vai além da compreensão humana.
Abacuk está de pé na torre, observa, espera, vigia e Deus mais uma vez responde. Mas agora a resposta não é apenas sobre o presente, é uma visão, uma revelação que atravessa o tempo, uma palavra que ecoaria por séculos e alcançaria os confins da história. O justo viverá pela sua fé.
Habuque 24. Antes de revelar isso, Deus manda o profeta escrever: "Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo. " 22.
A mensagem não era apenas para Abacu, era para todos, para aqueles que viriam depois, para os que também enfrentariam dias escuros e precisariam de uma luz. Deus não recua em sua intenção de julgar, mas ele também não deixa de afirmar que o mal será punido. A arrogância dos caldeus será sua queda.
O justo não viverá pelo poder, pela força, pela espada. Ele viverá pela fé. Essa é a chave de toda a visão.
É nesse ponto que o livro de Abacu ultrapassa as fronteiras de seu tempo. A frase que Deus entrega ao profeta se tornaria a base da teologia paulina, inspiraria Martinho Lutero na reforma protestante e guiaria incontáveis cristãos através dos séculos. O justo viverá pela fé não é apenas um lema, é uma maneira de viver.
No meio da opressão, quando o mal parece invencível, Deus não manda lutar com as mesmas armas do mundo. Ele não convida o justo a reagir com violência, mas a permanecer em fé. A resistência é espiritual, a sobrevivência é pela confiança.
Em seguida, Deus revela cinco declarações de juízo contra os caldeus. 5 AIS 2620 que expõe a corrupção, a ganância, a crueldade, a injustiça, a idolatria. Cada um deles é como uma martelada na arrogância babilônica.
Deus vê tudo e não deixará impune. O primeiro ai é contra os que acumulam bens à custa da miséria alheia. O segundo, contra os que constróem cidades com sangue.
O terceiro, contra os que embriagam os outros para os expor. O quarto, contra os idólatras. O quinto, contra a soberba humana.
Deus mostra que a aparente impunidade do mal é apenas temporária. Ele dará a última palavra e ela será de justiça. O mundo pode parecer fora de controle, mas a soberania divina permanece intacta.
No centro dessa revelação está o contraste entre dois tipos de pessoas, o soberbo e o justo. O primeiro é inflado pelo orgulho, confia em si mesmo. O segundo se esvazia diante de Deus e confia.
E essa confiança não é passividade, é resistência, é perseverança, é a força que sustenta em tempos de colapso. Abacuk recebe uma visão que ultrapassa a crise de seu tempo. Deus não apenas responde suas perguntas, mas o eleva a uma compreensão mais profunda.
A justiça de Deus não é imediata, mas é certa. O juízo pode demorar, mas virá. E enquanto isso, cabe ao justo viver pela fé.
Essa mensagem nos alcança com a mesma força hoje, em tempos de incerteza, quando as estruturas racham, quando o caos bate à porta, quando o mundo enlouquece, a resposta de Deus ainda é a mesma: viva pela fé. Abacuk aprendeu que a justiça não se revela apenas na queda dos impérios, mas na permanência do justo. Que a verdadeira vitória é manter-se de pé quando tudo ao redor desaba.
Que a verdadeira coragem é continuar crendo. O justo viverá pela fé. Essa é a resposta de Deus.
Uma resposta que atravessa os séculos e continua sustentando os que esperam nele. O livro de Abacuk até aqui é marcado por perguntas, respostas e revelações. Mas ao final do capítulo dois, Deus não apenas responde, ele se impõe em majestade.
Depois dos cinco ais contra os caldeus, uma frase encerra a visão com um peso celestial. O Senhor, porém, está no seu santo templo. Cálice-se diante dele toda a terra.
Abacuá mais perguntas, não há mais argumentos, só resta o silêncio, mas não um silêncio vazio. É o silêncio da reverência, o silêncio de quem compreende que está diante de algo infinitamente maior. O silêncio que nasce do reconhecimento da soberania absoluta de Deus.
Deus está no seu santo templo. Essa é a âncora de toda a revelação. Enquanto os impérios se agitam, enquanto os ímpios prosperam, enquanto os justos sofrem, Deus permanece no controle.
Ele não foi destronado. Ele não está ausente, ele reina. Abacuk precisa mais do que respostas.
Ele precisa de presença. E Deus se apresenta como aquele que está no alto, mas também perto, no trono, mas também atento. E isso basta.
Esse versículo não é apenas uma conclusão, mas uma convocação. É como se Deus dissesse: "Agora que viste tudo, aquiieta-te, cala a tua alma, confia. O silêncio aqui é fé madura, é submissão, é adoração.
Quantas vezes oramos buscando explicações, mas o que recebemos é apenas a certeza de que Deus é Deus e que isso é suficiente. Abacuk não teve todas as respostas que queria, mas teve a revelação que precisava. Deus governa, Deus vê, Deus julga, Deus fala.
E quando ele fala, tudo mais se cala. O silêncio também é uma forma de resposta. Ele nos ensina a esperar, nos ensina a confiar sem ver, a descansar mesmo quando tudo parece incerto.
Abacu, o profeta que começou clamando, agora silencia. Seu coração encontra repouso, não porque o mundo mudou, mas porque compreendeu quem está no controle. Esse versículo final do capítulo dois prepara o caminho para o clímax do livro.
Um novo tom será adotado a partir daqui. A queixa dará lugar ao louvor, o clamor à confiança, a revolta à adoração. Mas para que isso aconteça, é preciso passar por esse ponto de reverência.
A verdadeira transformação espiritual não acontece apenas quando Deus responde nossas perguntas. Mas quando ele muda a nossa perspectiva, Abacu agora enxerga o mundo a partir do trono e diante do trono ele se cala, não porque desistiu, mas porque confiou. O livro de Abacu toma um novo rumo.
Após o silêncio da reverência, o profeta abre a boca, mas não para reclamar. Agora ele canta o capítulo três. É uma oração em forma de canção, um salmo, uma poesia, uma declaração de fé embalada em louvor.
Oração do profeta Abacu, sob a forma de canto. 31. Abacuk não apenas ora, ele compõe.
O profeta que começou em agonia termina em adoração, mas não é uma adoração ingênnea. É consciente, é profunda, é amadurecida pela dor e pela revelação. Ele começa com um pedido.
Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos. 32. Ele reconhece os feitos de Deus no passado e suplica para que esses feitos se repitam, mas pede que mesmo em meio à ira, Deus se lembre da misericórdia.
A partir disso, ele descreve uma teofania, uma manifestação poderosa de Deus. Ele fala de Deus vindo de Temá e Parã, lugares ligados à revelação divina no deserto. É uma visão grandiosa, repleta de imagens fortes.
Brilho como a luz do sol, raios saindo de suas mãos, a terra estremecendo, as nações se contorcendo. Abacuk não canta sobre um Deus doméstico, pequeno ou previsível. Ele canta sobre um Deus majestoso, temível, soberano.
Um Deus que pisa a terra com os pés de trovão e faz tremer as estruturas do mundo. Cada verso revela o poder divino atuando na história. Deus que abre o mar, que abala montes, que salva seu povo.
Abacuk recorda os grandes atos de redenção do passado para afirmar que esse mesmo Deus continua no controle do presente. É interessante notar que enquanto os caldeus eram temidos pelos povos, o verdadeiro temor pertence a Deus. Os babilônios podem ser instrumentos, mas o protagonista da história é o Senhor.
Ele guia, intervém, julga, salva. Abacuk não ignora a realidade. Ele não está alienado.
Ao contrário, ele sente o corpo tremer diante do que está por vir. O meu corpo estremeceu, os meus lábios tremeram, a podridão entrou nos meus ossos. 316 É o reconhecimento da fragilidade humana diante do mover de Deus.
Mas mesmo nesse temor, a esperança. Abacuk sabe que Deus está agindo, mesmo que seja através do juízo, e ele escolhe confiar. Ele decide aguardar o dia da angústia com uma postura de esperança, porque sabe que o Senhor não abandona os seus.
Esse capítulo é um dos textos mais belos e profundos da literatura bíblica. Uma canção que mistura temor e confiança, que reconhece a grandeza de Deus sem negar a dor humana. É o louvor que nasce não da alegria, mas da revelação.
Abacu, que passa da crise à contemplação, do protesto à poesia, da dúvida à devoção. E faz isso sem negar sua humanidade. Ele sente medo, mas canta.
Ele treme, mas louva. Ele sofre, mas adora. A oração do profeta nos ensina que o louvor mais verdadeiro não é aquele que ignora a dor, mas o que a transforma em adoração.
E é possível compor hinos mesmo em meio à angústia e que Deus se revela com mais intensidade quando tudo ao nosso redor parece ruir. Abacuk agora não espera mais por explicações. Ele encontrou algo maior, a visão da glória de Deus.
E diante dessa glória, ele canta. Abacuk encerra seu cântico com um dos versos mais poderosos e comoventes de toda a escritura. Ele diz: "Ainda que a figueira não florça, nem haja fruto na vide, o produto da oliveira minta e os campos não produzam mantimento, as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco e nos currais não haja gado.
Todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação. " Habuque 3:171. Essas palavras não são fruto de uma realidade favorável.
Pelo contrário, elas descrevem a completa escassez. Figueiras estéreis, vinhas sem uvas, oliveiras secas, campos vazios, apriscos desolados. Um cenário de crise total.
Tudo o que sustentava a vida econômica e cotidiana está perdido. E ainda assim, Abacuk escolhe se alegrar. Aqui está o clímax de sua jornada espiritual.
Ele começou questionando, lutando para entender os caminhos de Deus. Agora, mesmo sem ter todas as respostas, ele declara: "Eu me alegrarei". Sua alegria não está nas circunstâncias, mas em Deus.
Abacuk nos mostra que a verdadeira fé é aquela que permanece mesmo quando tudo falha. É a fé que não depende do que se vê, mas do que se crê, que não se firma no que se tem, mas em quem se confia. Ele encontrou um ponto de estabilidade que nada pode abalar.
Deus, o Deus da sua salvação, ele pode perder tudo, menos a esperança, porque a esperança está enraizada no eterno, não efêmero. O Senhor Deus é a minha fortaleza e faz os meus pés como os das corças e me faz andar altaneiramente. 3 de 19.
Essa é a declaração final. Deus é sua força. Deus lhe dá firmeza.
Deus o faz lugares altos, mesmo quando o vale está cheio de escuridão. Abacuk não muda o mundo ao seu redor. Ele muda sua perspectiva e essa mudança interna transforma sua experiência.
O que antes era angústia, agora é a adoração. O que antes era desespero, agora é confiança. O que antes era lamento, agora é alegria.
É um convite para todos que enfrentam tempos difíceis a dizer: "Ainda que tudo fale, ainda que as portas se fechem, ainda que as perdas se acumulem, ainda que a dor seja intensa, eu me alegrarei no Senhor. Porque a fé verdadeira não está condicionada aos bens, à saúde, ao sucesso ou ao conforto. A fé verdadeira está firmada na imutabilidade de Deus.
Ele é a nossa alegria, ele é a nossa salvação, ele é a nossa força. Abacuk encerra seu livro com uma declaração que atravessa gerações, uma confissão que desafia a lógica humana e nos convida a confiar mesmo quando tudo falta, porque Deus nunca falta. Essa é a fé que canta em meio ao caos, que exulta mesmo diante da perda, que encontra alegria onde o mundo só vê vazio.
Fé que transforma um profeta aflito em um adorador confiante, ainda que eu me alegrarei.