O Que a Escola Não Te Contou Sobre a Revolução Francesa, com Professor Marcelo Andrade

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Felipe Molero
Instagram do professor: https://www.instagram.com/omarcelo.andrade/ YouTube do professor: https://ww...
Video Transcript:
Pessoal, sejam muito bem-vindos a um vídeo extremamente importante aqui do canal, porque hoje nós vamos falar sobre uma coisa que, de fato, impactou muito o mundo. E hoje, o mundo se vê como fruto de tudo isso, né, sem nem mesmo entender o que de fato foi tudo isso que aconteceu na história do nosso mundo. Hoje em dia, a gente aprende sobre essas questões na escola, sempre com... eu não costumo utilizar muito essa palavra porque eu acredito que ela ficou manchada por muitos produtores de conteúdo, por falar que tudo é isso, mas, de fato, por
muita doutrinação, né? Então, as pessoas colocam este acontecimento tão importante da história como uma coisa que não foi exatamente assim. Para isso, trouxe aqui um especialista, professor Marcelo Andrade. Um prazer muito grande! O prazer é meu, estar com o senhor e para nós, enfim, falarmos sobre isso. Nós vamos falar hoje sobre a Revolução Francesa e dar uma pincelada, quem sabe, sobre o Iluminismo. Queria que o senhor se apresentasse aí para todos que estão assistindo, para nós podermos começar. Inicialmente, agradeço pelo convite. Felipe, a gente já trocou umas coisas via Instagram, né, e tal. Você é,
acho, o meu entrevistador mais novo; eu não lembro de ninguém mais jovem que você. Então, obrigado pelo convite. Eu sou o Marcelo Andrade, tenho 53 anos, tenho canal no YouTube, dou aula no ensino médio, tenho filhos, sou formado em Direito e sou professor de História também, além de autor de 10 livros. E estamos aí nessa luta, no YouTube e em outros canais, né? Instagram, Twitter, combatendo as linhas erradas de História, ensinando o que é certo, combatendo o erro, né? Fazendo o primeiro princípio da sindérese. É isso aí! Estamos na escola e também montamos uma editora,
e os nossos dois primeiros lançamentos foram esses aqui: são dois autores franceses. Um trata mais do Iluminismo, que é a base intelectual para a Revolução Francesa, e o outro relata como foi o processo revolucionário. Perfeito! Bom, para nós iniciarmos, acredito que é bom começar com as primeiras peças de dominó que foram caindo para chegar na Revolução Francesa. Antes de falar sobre a Revolução Francesa, quem sabe seria interessante pensar... Olha, eu acabo vendo talvez como a primeira peça de dominó a ser derrubada, indiretamente causando todas as revoluções que vieram em seguida, a Revolução Protestante, né? Muito
disso, esse aspecto de se desvincular de uma autoridade muito grande, porque, de certo modo, o protestantismo seguiu por esta linha, né? Enfim, a questão da "sola scriptura", que é ficar somente com a Escritura, negando a autoridade da Igreja. De certo modo, quase negando, não propriamente dito com esses termos, mas quase negando a sucessão apostólica, falando que essa sucessão apostólica, essa autoridade, já não tinha um valor muito absoluto. Eu gostaria, sim, que o senhor pudesse explicar como a Revolução Protestante também influenciou, lógico, evidentemente, depois gerando a Revolução Francesa, mas, antes mesmo disso, como ela influenciou o
surgimento do pensamento iluminista. E, evidentemente, como, depois disso, o Iluminismo também pavimentou o processo intelectual para a revolução. Então, é isso que a gente tem que colocar como ponto de partida. Então, vamos botar lá na Grécia Antiga, mas, quando se estuda, normalmente, o protestantismo sob o ângulo histórico que estou falando, estou me referindo ao ângulo teológico, né? Aí você vai ter uma outra metodologia, vai pegar os princípios e tentar ver isso e aquilo. Estamos falando aqui sobre a questão histórica. Às vezes é um erro metodológico dos iniciantes ou quem não conhece muito a história ou
o tema já começar com a reforma. Então, já vai lá ver mais ou menos as causas e tal. Já começa a estudar... É um erro. O primeiro ponto deveria ser o final da Idade Média e já analisar a decadência do pensamento pós-São Tomás de Aquino, lá no século XIV, com nomes como Guilherme de Ockham. Até antes dele, Duns Scotus e o chamado misticismo alemão, como Eckhart. Então, nós vemos que Ockham influenciou muito Lutero, principalmente. E isso dá também alguns heresias, como Rus e Wycliffe, que também influenciaram Lutero. Vê que naquela época, no final da Idade
Média, eu estou falando século XIV, as universidades já estavam decadentes. Infelizmente, havia um núcleo com pensamento bastante deturpado e um desses núcleos era Cambridge, onde estava Ockham. Outro núcleo era o centro do misticismo alemão, onde estava Eckhart. O pensamento italiano também entrou em decadência, um fluxo de ideias gnósticas, herméticas, a alquimia, a astrologia, a cabala, mesmo do sufismo. Alguns conseguem rastrear isso lá na península itálica, que deu origem ao Renascimento. A gente não pode entender a Reforma Protestante dissociada do Renascimento; eles têm que ser estudados como parte do mesmo processo. O Luteranismo é fruto de
um pensamento decadente da Idade Média e fruto do Renascimento. Ele é um homem do Renascimento. Isso tem que ficar claro e, para entender bem o Renascimento, tem que entender o Renascimento Italiano. Quando eu falo, toda vez que a gente menciona Renascimento, o pessoal vai lembrar de Michelangelo e Leonardo da Vinci. Olha, são os menos importantes do ponto de vista do estudo histórico, e como as ideias se andaram. Eles foram grandes artistas, mas tinham um monte de coisa esotérica. Leonardo da Vinci tem um monte de quadros que representam... Pensamento gnóstico, esotérico e Mikelangelo, também Boticelli, também,
mas eles são os menos importantes nessa linha que eu tô. Não pra arte, óbvio que eles são mais importantes, mas nada do pensamento comandou o pensamento. Eles não são os mais importantes. As pessoas ficam fixadas neles. Quem são os mais importantes? São gente como Pico de Miranda, Agrippa, que introduziram, e principalmente Marcílio de Ficino, que introduziram, então, um pensamento gnóstico lá na Península Itálica e geraram propriamente o grosso do movimento renascentista. O nome mais forte, claro, é o Marcílio de Ficino, que teve acesso aos livros herméticos e conseguiu fazer um trabalho e disseminar essas ideias
lá na Península Itálica. A Cabala também acabou se desenvolvendo muito. Pico de Miranda. A Cabala também chegou lá, onde hoje é a Alemanha, que é uma designação geográfica e não é uma designação geográfica porque a Alemanha só vai surgir, provavelmente, no século XIX. Mas chegou na região da Alemanha, a Cabala, via RLE. O Lutero conhecia a Cabala; o Lutero conhecia toda essa linha esotérica. Nos trabalhos de Lutero, ele cita a alquimia. Então, ele conhecia. O pai dele, do Lutero, era fanático por bruxas, ele tinha visões com bruxas, com coisas assim, bem esotéricas, né? Então, isso
é uma coisa que a gente podia se encontrar até outro dia para falar mais sobre alguma coisa relacionada à Cabala, um pouco mais específica, né? Então, só para ver o meio que estava, então, o processo do Renascimento e o processo da Reforma foram verdadeiramente revolucionários. Então, eles quiseram colocar uma nova ordem na sociedade humana, um novo jeito de pensar, e a principal origem dessa forma de pensar foi bem esotérica, foi gnóstica, foi cabalista, foi hermética, foi da astrologia, foi da alquimia e suas variantes, né? Então, ele iniciou um processo revolucionário com vários princípios que ele
tirou aqui e ali. Alguns princípios que ele tirou, por exemplo, influenciaram a Revolução e o Iluminismo. Hein? Talvez seria interessante a gente falar de uma outra corrente, né? Muito esotérica e pouco divulgada, que teve uma importância enorme na história, que foi o rosacrucianismo, né? Então, mas aí, com a Reforma, com Lutero, primeiro ponto. Não, isso aqui é só uma coisa exemplificativa, eu não vou dar um elenco exaustivo de tudo que Lutero influenciou, mas há uma que vem primeiro, óbvia, às vezes é negligenciada: a questão do absolutismo, né? Os pais do absolutismo são três nomes: Maquiavel,
óbvio, o trabalho "O Príncipe." Maquiavel é um pensador péssimo, né? Que, então, deu base teórica para o absolutismo. Outro foi Lutero e outro foi Calvino. Então, desses três nomes, dois estão ligados à Reforma Protestante. Então, o Lutero, ao tirar a força, atacar a Igreja Católica, o papado, a autoridade dos bispos e colocar autoridade nas pessoas, né? Via livre exame e tal. Então, ele, então, a autoridade que realmente fez valer as coisas eram os príncipes, né? Eh, lá do Império Sacro Romano Germânico, que o Lutero apoiou. Os príncipes, por exemplo, no massacre contra os camponeses, foi
pouco. A gente fala, então, de 1525, teve um massacre de camponeses completamente absurdo, feito por pessoas que, na origem, eram ligadas ao Lutero. Depois, ele brigou com essas pessoas, por exemplo, Thomas Münzer, que defendia praticamente o comunismo. Ele era ligado ao Lutero, depois ele brigou com o Lutero e o Lutero ficou do lado dos príncipes. Nessa reforma, nessa briga dos camponeses, morreram entre 100 a 300 mil camponeses. Foi uma sacrifício. Ali, né? O Lutero do lado dos príncipes. Então, nós vemos que o Lutero deu força para a autoridade civil em detrimento da autoridade da Igreja,
mas, ao nivelar todo o pensamento religioso e dar mais pro pensamento individual, ele deu uma postura não hierárquica para a religião, ou seja, ele introduziu uma espécie de igualitarismo na teologia, né? Eh, ele também vai ter um impacto na filosofia muito forte que é P. Comentar, influenciou muito Kant, por exemplo, influenciou outros autores, né? Principalmente da linha alemã. Lá, influenciou bastante. Ele teve um forte impacto na filosofia, ajudou a disseminar o nominalismo. Né? O nominalismo de Ockham. Já deixo aí um parêntese: querem entender o mundo hoje? Estudem o nominalismo de Ockham. O nominalismo de Ockham
talvez seja a vertente filosófica que mais influenciou a história, porque eles influenciaram Lutero, influenciaram o empirismo, influenciaram o Iluminismo, influenciaram o liberalismo, o modernismo, influenciaram tudo. O próprio Marx e Engels reconhecem a origem do materialismo com Ockham e com Duns Scotus. Então, o Lutero iniciou um monte um processo revolucionário no pensamento que deu efeitos no plano político, no plano religioso, eh, no plano moral, claro também. Eh, e no plano fisco, né? A moral começou a sair do campo objetivo e foi pro campo subjetivo, né? O Lutero não foi o primeiro iniciador nesse processo, talvez de
colocar tudo no opinonismo na vontade, tirar da razão, é, dado como Duns Scotus, né? O grande paradigma parece, mas o Lutero reforçou essa linha, né? Não sei se era isso que você queria. Não é interessante, porque é uma coisa que nós vamos analisando assim, e aí chega nessa questão de que, querendo ou não, tudo isso foi construído de modo a dar poder pro indivíduo, né? Essa questão, em detrimento da autoridade eclesiástica, e evidentemente acaba chegando também na questão da autoridade até dos próprios membros do governo ali do Estado, etc., para deixar esse poder tudo assim
para as mãos do povo, né? Como se fosse uma ditadura do indivíduo mesmo, né? E desembocando, evidentemente, em algum momento no Iluminismo. Como que o próprio Iluminismo se articulou, né? Eh, praticamente mesmo nas atitudes práticas deles, eh, para pavimentar o processo pra revolução, né? Foram. Eu sei que eles deram aulas em universidades também. Eu vi o senhor comentando uma coisa que eu achei interessante, que era, por exemplo, nos salões, né? Então, tinham ali, por exemplo, eles pagavam uma pessoa para se fingir de católica e ser o burro ali, e perdeu uma discussão para o iluminista,
né? Como que foi trabalhado tudo isso daí para pavimentar, assim, o processo intelectual, né, para chegar na Revolução. Então, antes, eu não vou comentar, porque não vai dar. Mas entre o Renascimento e a Reforma e o Iluminismo, vale muito a pena estudar um movimento Rosa Cruz que foi ligado a pessoas como John Dee e Francis Bacon, que estavam na origem até da Academia de Ciências da Inglaterra, né? Inclusive, Descartes teria tido ligação com essa linha, Leibniz e outros, né? Então, é um movimento importante, é um movimento importante que, infelizmente, foi negligenciado. Ah, junto com esse,
nós temos também um outro que serviu muito de base para o Iluminismo, que é o empirismo, que também não vai dar para alongar. O grande nome do empirismo é Locke, né? O Locke, inclusive, chamado pai do liberalismo, né? Péssimo. E Voltaire diz que o maior filósofo da história foi Locke. E Locke se baseou no Ockham novamente, porque o empirismo também é conhecido como nominalismo, né? Então, nós vimos uma mesma ideia, que é do Ockham, sendo requentada em vários períodos históricos. Então, Voltaire foi o cara que mais odiou a Igreja Católica na história. Então, aí, o
grande teórico antes do Iluminismo, que deu base para eles, foi Locke. Sem dúvida nenhuma, já eram reconhecidos muitos dos princípios que estavam lá em Locke. Faltava um desdobramento e um avanço. Aí, esse avanço aconteceu, então, no século XVII, no chamado Iluminismo francês. O Iluminismo francês não foi o único; teve um onde, hoje, na Alemanha, com Kant, o principal expoente. Aliás, o Iluminismo vai terminar com ele quando ele falece, lá em 1804. Grosso modo, cada autor dá uma data inicial para o começo do Iluminismo, e também até varia a data final, mas o período forte do
Iluminismo é o século XVII até a Revolução Francesa; esse é o grande núcleo. Tem também o Iluminismo na Grã-Bretanha, com dois nomes bem fortes: Hume e Adam Smith, né? Às vezes, a gente não associa Adam Smith ao Iluminismo; é um erro. Adam Smith está dentro dessa lógica. O Adam Smith preparou o caminho para Marx com a análise equivocada do valor-trabalho, né? Que é da economia. Sabe o que eu estou falando? O Hume preparou espaço para Kant. O Hume passou a defender que não havia mais relação de causa e efeito com as coisas. É uma coisa...
era só uma sucessão temporal. Para ver o radicalismo no pensamento dele, ele dizia que, se você coloca água para ferver, você não pode associar que o fogo deu causa para a água esquentar; foi só uma sucessão temporal, não uma relação metafísica. É inacreditável! E Kant disse que Hume o fez acordar, chamou de "sonho dogmático". Então, aí nós temos dois grandes figuras, né? Aí fala: "Ah, mas Hume não era..." Era os dois, né? Não associar tanto a corrente empirista como a corrente iluminista. Bom, mas agora, o Iluminismo como tal, aquele que realmente serviu de base, dali
veio a Revolução Francesa, que é muito bem descrita aqui no livro do Daniel Mornet. É justamente o Iluminismo francês que são aqueles nomes que a gente conhece: Voltaire, Diderot, D'Alembert e Rousseau. Rousseau não era francês, era suíço, mas foi morar na França. Então, é ligado a esse movimento. Montesquieu foi um desses nomes, dos quais eu reputo como o pior deles, o Rousseau, o que teve o impacto mais duradouro na história desse grupo, né? Só para dar exemplo: Robespierre era leitor de Rousseau, Napoleão era leitor de Rousseau; Marx se baseou muito em Rousseau, aquela teoria do
bom selvagem. Outros princípios dele estão hoje presentes no mundo, né? Então, hoje, Rousseau, desses pensamentos, é o que teve o pior pensamento, o mais duradouro, que acabou gerando mais efeitos negativos. O Voltaire, talvez, seja o nome mais famoso. Voltaire era um panfletário, né? Agitador, né? Escreveu muito, né? Ele escrevia muito bem; infelizmente, quem mal escreve bem dá um efeito bem ruim. Ele escreveu o mais famoso dele, "Cândido", né? Então, as peças dele ele escreve bem, né? O francês é uma língua muito agradável para quem sabe ler. Então, é muito... ele fica uma leitura que tenta
a pessoa, a pessoa sente mobilizada em aderir a determinadas ideias, né? Então, o Voltaire era essa figura. Diderot foi o autor da enciclopédia, né? Triste enciclopédia, eu já vou adiantando. Eu era fã da enciclopédia quando era adolescente. Depois, eu vi a burrice que era a enciclopédia. Imagina reunir todo saber humano em uma coleção! Não tem 39, né? 39 volumes, e isso não tem o menor sentido; depois, tudo tendencioso, né? Hum... É, não dá. D'Alembert também participou; D'Alembert era matemático ao mesmo tempo, também dessa linha. Diderot tinha um pensamento muito camaleônico, né? Tipo camaleão, mudava, né?
Então, uns definiam ele como deísta, outros diziam que essa conclusão não é possível. Mas o deísmo foi uma corrente de pensamento muito forte no Iluminismo. O deísmo é a ideia de que Deus criou o mundo e acabou; não tem mais nada. Aí, Ele não veio para Cristo, não é um Deus e homem ao mesmo tempo, só foi um homem. Deus não interfere na história; não é possível conhecer. Deus nada dele nem provar a existência, nada o deísmo afirma: Deus existe. Ponto final, acabou, toca a vida, não tem nada a ver com isso. Então, o deísmo,
na realidade, ele é mais próximo do materialismo do que do catolicismo, muito mais. Uma porque o deísmo vai chegando nas mesmas conclusões; o materialista vai dizer: a única diferença entre o deísta e o materialista, na prática, é que o deísta vai falar que Deus existe. Só o restante, eles vão querer regular a vida humana como se Deus não existisse. Então, o deísmo passa por materialista. Tanto é que, na Iluminista, muito cedido ao deísmo, foi o proteísmo ou ateísmo prático ou mesmo declarado. Muitos, na realidade, deveriam ser. Por que que eu estou falando que deveriam ser?
Só que tinham medo do ambiente, que era um ambiente católico, um ambiente religioso. Então, a pessoa não podia falar: "Olha, eu sou ateu". Ia ter muita resistência. Então, ele tinha que moderar o discurso, ainda que não acreditasse, para tentar ter uma outra projeção. Uma outra figura que influenciou muito foi Montesquieu, né? Quem é da área do direito, tal, vai ver a tripartição de poder, que é um pensamento totalmente errado, já que o poder do Estado, analisado do ponto de vista correto, não é dividido em três, é em um só. O poder executivo, legislativo e judiciário
não são poderes, são funções, né? Esse seria um entendimento correto. Montesquieu foi muito influenciado pelo chamado mecanicismo, né, de Newton e de Descartes. Então, o que que é esse mecanicismo? É tentar colocar nas relações humanas, né, nas leis humanas, em toda relação humana, coisas da física e da matemática. Então, o que valeria para a física, para a matemática, também valeria para o comportamento humano e para a regulação da sociedade. O Marx também foi influenciado por essa visão mecanicista, o Augusto Comte também foi influenciado por essa visão mecanicista, o Adam Smith também, né? Também é muito
do pensamento dele, inclusive tem um autor brasileiro que fez uma análise muito inteligente, esqueci o nome dele, associando aquela mão invisível do mercado do Smith justamente ao mecanicismo de herança newtoniana. Então, figuras como Locke e Newton influenciaram demais o Iluminismo. O Iluminismo também promoveu uma reforma de ensino na Europa inteira, no qual sai então o ensino tradicional do Trivium, saem os Jesuítas, e entram os iluministas com uma outra proposta de ensino, com força nas ciências. Nada contra ciências naturais, mas excluindo filosofia, teologia, etc., né? Na realidade, o único inimigo que os iluministas tiveram eram os
Jesuítas. Por isso que os Jesuítas tinham que ser eliminados. Os Jesuítas eram a Grande Muralha da Cristandade. Isso era uma coisa, inclusive, que eu ia acabar entrando, mesmo se não tivesse falado, né? Essa questão dos Jesuítas, que eles foram meio que suspensos mesmo da Universidade, foi a maneira que os iluministas encontraram para ir pavimentando isso, também entrando nas instituições de ensino, né? Aquilo que eu tinha comentado que o Senhor falou, desses debates assim, os debates públicos, que eram todos orquestrados. Essa questão toda, né? Inclusive, para falar uma coisa interessante sobre Voltaire. É que ele uma
vez ficou muito doente, quase ia morrer, e ele chamou um padre para o confessar, da unção, etc., acabou sobrevivendo, né? E depois disso, ele aconteceu mais uma vez nesse caso, né? Ele fica doente, etc., etc. Aliás, né, falando muito mal, né? Depois que ele se recuperou, ele falava muito mal da Igreja Católica. Quando voltou a esse estado de doença, etc., pediu mais uma vez para ser confessado, receber a unção, e os amigos dele, iluministas, não permitiram, né? Então, é uma figura que foi completamente controversa, morreu da mesma maneira que viveu, né? Longe da Igreja, longe
de tudo nesse sentido, né? E aí, eu queria entrar aqui numa questão que eu acredito que seja primordial, né? Eu li um livro de uma figura que é extremamente polêmica, aí, mas no quesito histórico tinha conhecimento evidente: Dom Marcel Lefebvre. Enfim, figura extremamente polêmica, mas ele falava que toda a revolução, né, embora ele não utilizasse o nome a todo momento, o nome maçonaria, toda a revolução, assim, se tratava deste protagonista que a Maçonaria teria sido o protagonista disso. Então, essa influência não é negada nem mesmo pelos maçons, né? Nos maçons um pouco mais estudados, assim,
historicamente, eles não negam isso. Então, eu queria saber se o Senhor pudesse, sei lá, rapidamente, como que a Maçonaria decidiu, de certo modo, mesmo, né, de algum modo, criar a revolução. Não necessariamente sobre aqueles parâmetros, daqueles moldes, mas criar a revolução mesmo. Então, quando a gente fala de Maçonaria, a gente fala de sociedades secretas e iniciáticas, né? Não foi a Maçonaria que inventou isso. Isso é uma coisa que já, pelo menos, é dito que o Egito Antigo teria sido o grande marco inicial disso. Na Grécia, havia também sociedades secretas, à parte da religião oficial, porque
a religião oficial da Grécia era o culto aos mortos e tal. Então, quem quisesse praticar uma religião paralela tinha que fazer escondido para evitar problemas. Então, na Grécia, houve sociedades, como, por exemplo, o orfismo. Em Roma também, o mitraísmo, por exemplo, tinha uma determinada passagem a adorar deuses egípcios. Então, a questão secreta não foi inventada pela Maçonaria. Isso é uma coisa que é certa. Durante a Idade Média, dado o amplo domínio da Igreja, sociedades secretas praticamente desapareceram. Houve, depois, no final da Idade Média, um desenvolvimento ligado ao catarismo, aos cátaros, que foram combatidos, mas os
que sobreviveram acabaram montando... Montar uma rede secreta. Agora, quando se fala de maçonaria, a gente fala de 1717, só que aquele movimento que eu falei, o Rosa-Cruz, também era iniciático. Também, na realidade, ele pavimentou o caminho para a maçonaria, pelo menos do ponto de vista desse negócio de ser iniciático. Então, a maçonaria, como está, foi fundada em 1717, mas já tinha lojas secretas antes. Eles acabaram montando uma rede. O que diferenciou, então? Você já começou no Egito antigo, se teve essa... essa águia. Por que que é tão diferente a maçonaria? O que que ela fez
que as outras não fizeram? Foi pela primeira vez na história que se conseguiu fazer uma rede de lojas com um alcance prático, inicialmente na Europa, nos principais lugares da Europa, e depois em vários locais do mundo, como, por exemplo, na América. Então, esse foi o grande feito da maçonaria. Feito do ponto de vista negativo, claro, foi o grande feito: montar uma rede de lojas estruturadas em vários locais importantes do mundo e conseguir fazer as ideias avançarem rapidamente para os locais onde eles queriam. Então, depois que foi fundada a loja em 1717, já foi fundada na
França, depois na Espanha, depois em Portugal, chegou nos Estados Unidos, chegou no Brasil, chegou no México. Então, eles conseguiram montar uma rede eficiente de divulgação dessas ideias. Quais eram as ideias iluministas? Então, o iluminismo e a maçonaria... houve um casamento perfeito entre eles, porque então a maçonaria conseguiu fazer um monte de lojas trabalhando sorrateiramente contra o sistema para minar, implodir a sociedade que lá havia. E nisso, estava fomentando a ideia do iluminismo. O Voltaire entrou no último ano de vida dele numa loja maçônica, a Loja Nove Irmãos, a mesma do Benjamin Franklin. E o Voltaire
e o Franklin ficaram bem amigos, né? Então, houve uma associação entre maçonaria e iluminismo, uma ação que deu muita força para o processo revolucionário no exército francês. E, a partir de 1789, segundo aqui o Madelan, havia 25 lojas ligadas às Forças Armadas francesas. Então, você imagina como eles já conseguiram ter uma capilaridade forte na França, pegando uma coisa vital para você fazer uma revolução, que é o exército, igual aconteceu no Brasil, né? Então, nós vemos aí essa que é a diferença da maçonaria para as outras sociedades. Outras eram locais; não é que eram locais, podiam
ser até regionais, mas não tinham essa capilaridade, essa visão de rede, uma escala muito grande. Depois, alguns autores colocam 1750 como a data, ou por volta disso, também para ficar precisando muita data mesmo. Houve essa maçonaria que, supostamente, nasceu mais racionalista, né? Entendendo que o ismo seria racionalista, houve então a criação, a influência de um ramo mais esotérico e gnóstico. Então, a maçonaria, até hoje, a grosso modo, tem duas linhas: uma linha mais racionalista e uma linha mais esotérica. Certo, interessante. Em 1784, teve essa... não sei se foi uma reunião, um conjunto de reuniões, que
decidiram que uma revolução precisaria ser feita e que ela precisaria começar na França. Esta ideia que eles tiveram de fazer uma revolução na França, quando eles pensaram isso em 1784, era uma ideia que eles, assim, pensaram. O pensamento deles era a Revolução Francesa, nos moldes que foram. As coisas foram mudando um pouco ou era exatamente aquilo que eles estavam na cabeça deles. Mesmo do desejo de fazer um mundo novo, é uma coisa que já vem lá desde... também não voltando ao mundo, desde a Idade Média, por exemplo, com Joaquim de Fiore. Joaquim de Fiore não
influenciou todo mundo que pensa em fazer revolução, nova fase da coisa. Então, Joaquim de Fiore é um autor que morreu em 1202, foi condenado pela Igreja. Ele defendia que a história tinha três fases: a época do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Então, teve a época do Pai, ligada no Antigo Testamento, Novo Testamento, a época do Filho e, depois, ia ter que vir a época do Espírito Santo. Transpondo isso para visões deístas ou visões materialistas, você vai produzir, então, uma nova era. Transpondo para a época dos rips, seria a Era de Aquário. Então, o
Renascimento quis fazer uma terceira idade, só que eles não deram isso, não. Mas eles queriam construir uma nova sociedade. Tomás Campanela, por exemplo, imaginou uma sociedade igualitária, uhum. O Francis Bacon imaginou uma nova sociedade, e vale muito a pena ler o texto dele, "Nova Atlântida". Vão ficar impressionados como ele parece quase um plano, e uma parte dele já foi executada. Para você ter uma ideia, então, sempre teve esse desejo de construir uma coisa. Os iluministas não foram os primeiros e não serão os últimos. Então, os iluministas queriam construir um novo mundo, e tal e tal.
Então, esse processo tem que começar em algum lugar. Você vai imaginar que esse processo tem que começar no lugar mais importante, óbvio, né? E o lugar mais importante do mundo é na França. Então, esse processo tem que começar na França. Tem jeito, assim como hoje, se a gente fosse imaginar uma revolução mundial, teria que começar nos Estados Unidos. Então, o fato de ser a França, porque lá era a grande potência do mundo todo, a elite do mundo inteiro falava francês. Não só a elite econômica, mas também era potência cultural da época. Então, o epicentro para
você reformar o mundo teria que ser na França. Isso é inegável. Então, vai ter que começar lá. Quando eles fizeram essa reunião em 1784, era óbvio que tinha que ser na França. E quem pensa numa sociedade moderna, pensa. Numa revolução, então, tudo isso é muito claro. Agora, é lógico que durante o processo revolucionário se perde, por exemplo, eu duvido que eles imaginassem que surgiu um Napoleão. Por exemplo, então, quando você dá a ideia de um início em um processo, você não consegue prever todas as consequências; ninguém consegue fazer isso. O que que na França, naquele
momento, estava organizado que contribuiu para a revolução? Uma das coisas que eu vi é o senhor falando, se fosse, por exemplo, com o Luí XV e o Luí X, talvez isso não teria ocorrido assim. O golpe, etc., porque a psique de Luí XV contribuiu para isto, né? Uma outra coisa que eu vi o senhor falando também era a crise econômica, né? Então, por que a França, apesar de todas as ideias que foram vindo, que, enfim, contribuiram para isso, por que ela já estava, digamos assim, predisposta à revolução? Então, foi bem perguntado. Então, se a revolução
vai depor o rei, a figura do rei é importante. Ora, o rei Luí X era um rei fraquíssimo; só no finalzinho, né, bem no final, nos últimos dias, ele mostrou um grande valor, né, e aí agiu com firmeza, mas aí já era tarde demais, né? Mas ele era um rei muito fraco. É lógico que a revolução, para operar, tinha que ser fraca. Assim como a Rússia só teve revolução russa porque era o Nicolau I; se, por exemplo, Nicolau I fosse o pai ou avô, não tinha revolução russa. Se fosse o Luí XIV, acho que nem
pensar em revolução. O Luí X, ele era do mal, claro, um péssimo rei, e ele sabia tudo que acontecia na França. Ele sabia tudo que os ministros pensavam, sabia tudo que estava acontecendo. Então, primeiro que ele não deixaria nem crescer um movimento revolucionário; ele teria controle de abafá-lo. Depois, durante o processo, pela psique dele, ele teria interrompido, porque ele era o Rei Sol; ele mandava. E eu também digo: se fosse aqui no Brasil, em vez de ser Dom Pedro I, fosse Dom Pedro II, o rei também não teria 1889, também que tinha. A psique para
o momento era pior que o Brasil se fosse Dom Pedro I, que Dom Pedro I, infelizmente, era assim. A psique era de Dom Pedro I. Não estou falando que o Dom Pedro II era pior que o pai dele; eu estou dizendo que para a questão de combate e tal, era muito melhor que fosse o Dom Pedro I. Então, a figura do rei deposto também é importante para a revolução. Então, o Luí X ajudou nisso daí. A crise econômica também, os marxistas vão falar "Ah, tá vendo, a crise econômica causou revolução?" Não, não foi, mas ela
deu um ambiente. A França estava endividada por causa de muitas guerras, muitas guerras, inclusive na independência dos Estados Unidos; a França ajudou os Estados Unidos a ficarem independentes. Se não fosse a ajuda francesa, os Estados Unidos não teriam conseguido a independência. Claro, 90% dos armamentos na independência americana foram dados pela França e pela Espanha. Então, a França ajudou a nascer uma república contra uma monarquia, né? Inclusive, muito do sucesso americano de nascer uma nova república inspirou os revolucionários franceses, né? O nome, óbvio, que eu acabei de falar, né, o Benjamin Franklin. Então, a revolução de
1776, a independência dos Estados Unidos, influenciou a Revolução Francesa. Então, são outros eventos; o Iluminismo foi o principal, mas nós vemos o evento da quebra da França. Em má situação, não estava quebrada, mas estava endividada. Um contribuiu, a Revolução Americana contribuiu, e um rei fraco também contribui. Inclusive, uma curiosidade interessante para quem quiser saber é que Luí XVI, no finzinho da vida dele, virou católico. Morreu bem, não; ele era católico de batismo, mas era um mau católico. Virou católico de verdade, né? Não era mais um pagão batizado. Era um católico, morreu com muita honra. Mesmo
esta questão, né, da crise econômica, naquele momento, Luí XV convocou a Assembleia dos Notáveis, né, e a partir dali começaram a se desenvolver muitas coisas. Teve a participação do primeiro estado, o clero, enfim, a nobreza no segundo estado e o terceiro estado com a burguesia. Uma coisa que eu... aqui a gente já começa a entrar propriamente no que veio a ser a Revolução Francesa, né? Por que que foi construído anteriormente, enfim, o que que aconteceu para o terceiro estado, que era, né, a burguesia, ter ali tido um controle muito grande, né, ter prevalecido? Uma vez
eu vi o senhor falando, acho que em outro contexto, que Luiz XI, por exemplo, já tinha começado a fazer muitas parcerias com a burguesia, né? Coisas do tipo assim. Isto foi uma das coisas que, querendo ou não, impactou muito para a burguesia ter uma força já no futuro, né? Não sei se pode usar até essa palavra. Talvez seja um erro falar isso, mas foi um erro esse tipo de parceria que deu muito poder para a burguesia, para o indivíduo que estava, assim, dissociado dessa autoridade, por exemplo, eclesiástica do clero ou, por exemplo, da nobreza. Então,
vamos voltar um pouco. A sociedade medieval e até a Revolução Francesa eram em três estados; estavam como uma pirâmide. No topo da pirâmide, o clero, né? No meio da pirâmide, a nobreza, e embaixo, o terceiro estado. O terceiro estado incluía burgueses, camponeses, artesãos e qualquer um, corporações de ofício, estaria no terceiro estado. Então, a burguesia é chamada de elite, aqueles que tinham o poder financeiro nas mãos; esse ainda era do terceiro estado. O que que aconteceu aí? A Grande Virada da França, nesse contexto, da força da burguesia foi com o Luí XII e com o
ministro dele, Richelieu. As piores pessoas da história da França são Richelieu e o tempo dos Mosqueteiros, né? Uhum. Os Mosqueteiros de fato, né? A elite de soldados chamada Mosqueteiros existiu de fato, né? O Alexandre Dumas baseou-se em um fato histórico real e criou. Ponto. Estou dizendo que o D'Artagnan existia, nem o Athos, nem o Porthos, mas ele criou uma novela em cima de um grupo de pessoas que existiam, que eram os Mosqueteiros. Então, nessa época, Richelieu atacou a nobreza, né? E a nobreza perdeu força no tempo de Richelieu, que mandava, né? E perdeu força. Foi
feita uma aliança entre o rei e a burguesia, na qual os nobres acabaram perdendo espaço completamente na França. Foi a construção de Versalhes e os nobres indo morar em Versalhes. Os nobres perderam completamente o controle da França, né? Eles não tinham mais ação nenhuma; a ação militar era de um exército profissional. Não era mais um exército ligado à nobreza, e, financeiramente, quem mandava na França era a burguesia. Então, nós temos aí dois atores estranhos ao mundo medieval, né? A burguesia... havia burguês no mundo medieval; burguês vem de Burgo. Mas eu estou dizendo que, com essa
projeção, é algo que não havia na Idade Média: a burguesia não tinha tanta força política como teve agora. E, na Idade Média, não tinha exército profissional no sentido moderno. Isso aí foi sendo criado ao longo do tempo, né? Na época de Luís XIV, já havia os exércitos profissionais, né? Havia mercenários, mas aí eu não vou entrar em detalhes, não. Então, na Idade Média, a condução da guerra era feita pelos nobres; eles tinham o poder político, tinham também um poder econômico. Era altamente descentralizado. Houve um processo no qual o principal ponto foi Richelieu. Então, um exército
profissional, uma burguesia extremamente forte e nobres enfraquecidos. Então, nós tínhamos três poderes na França: o rei, a burguesia e o exército. E a burguesia acabou pro rei. Uhum, tá bom. Então, quando chegou em 1789, a estrutura orgânica da sociedade francesa já estava totalmente desfigurada. Havia uma burguesia extremamente rica e próspera, gente que morava em Bordeaux, fazia comércio com a América, vendia vinhos riquíssimos. Então, a burguesia de Bordeaux era famosa, e andaram, influenciaram muito o terceiro estado. A burguesia de Paris, de Marselha, tal. Então, esses burgueses estavam no terceiro estado, tinham muita força econômica, tinham uma
força política indireta, e eles olharam para esses nobres decadentes e falaram assim: "Por que os nobres têm que mandar, e não nós?" E eles acabaram dando, então, o golpe. Precisamente, depois disso, as coisas foram se desenrolando, né? Até chegar na Queda da Bastilha. Isso é uma coisa que eu acho interessante, porque muitos aprendem, inclusive eu aprendi na escola, que a queda da Bastilha foi uma coisa que teve um efeito prático impressionante, né? Não foi bem assim, né? Era mais um símbolo mesmo, né? A queda da Bastilha, inclusive. Se aproveitando, falando disso, como é que se
deu essa queda, né? O que aconteceu? Chegou ali, e tal, como foi feito tudo isso. Também a questão dos mercenários... enfim, isso é interessante. Isso aqui também é bem relatado pelo Maquiavel; ele relata muito bem isso. Na realidade, quando, naquele 14 de julho de 1789, alguns dias antes, houve, então, um movimento... Lógico que todo um movimento assim... não é popular manobrando, a Revolução de 1917 na Rússia não foi popular, tampouco a de 195... O fato é que houve, então, um incentivo para fazer uma baderna em Paris. Estou resumindo muito. Foi até gente da Prússia lá
fazer baderna, contratar, fazer... no dia 12 ou no dia 13 de julho, esses baderneiros invadiram uma prisão que não era a Bastilha antes e soltaram criminosos para ajudar a fazer a baderna. Então, eles soltaram assassinos, ladrões, toda sorte de gente da pior espécie que não estava na Bastilha. Foi dia 12 ou 13 justamente para aumentar o volume dessa baderna. Então, você imagina só o ambiente na França: tenso, revolucionário, todo mundo com medo, e aí um bando de assassinos, ladrões da pior espécie, fazendo a ruaça na França. Não é que só eles assaltaram a Bastilha, estavam
assaltando comércio. Tanto é que o comércio de pão em Paris foi suspenso, porque quem vendia pão falou assim: "Ó, se eu começar a abrir minha loja, acabou! Eles vêm aqui e roubam tudo!" Foi nesse momento que o rei fugiu para Versalhes. Naquele momento, ele estava em Versalhes no dia 14 de julho. Ele já tinha... estava em... certo... Então, aí é uma ruaça, todo mundo ficando com medo e tal, e aí os baderneiros, né, falaram assim: "A gente tem que ter um símbolo, né? Essa baderna aí, né?" Quem estava por trás... o símbolo era a Bastilha.
Só que a Bastilha era, no passado, uma prisão familiar. Era uma prisão para onde eram enviados o filho que não cuidava do pai, o pai que abandonava a filha, etc. Nesse contexto, a Bastilha era associada à figura do Rei, à nobreza, mas estava ligada a crimes relacionados à família, não crimes graves, né? Naquele momento, a Bastilha era, ao mesmo tempo, uma prisão e uma guarnição militar. Havia mais militares do que presos lá. Tinha seis presos, tinha sete presos; só tinha quatro estelionatários, melhor dizendo, falsários. Falsário não deixa de ser estelionatário — que eu usei um
termo moderno — quatro falsários, falsificadores de moeda, dois loucos e um sádico, né? Um sádico, bem... disseram que os revolucionários se assustaram com o sádico e mantiveram ele lá preso. Esse cara... É tão doido que nem serve para nós. O Marquês de Sad tinha estado lá, tinha saído uma semana antes, alguns dias antes, né? Então, o Sad que estava lá não era. Teve um boato que o Marquês Sad estava lá, mas não estava. Mas esse Sádio, ele disse que eles... F cara, assustado, deixa esse homem, que esse cara é doido! Até para nós. Eles invadiram
lá a Bastilha, mataram todos os guardas, espetaram a cabeça dos guardas num pedaço de pá e saíram desfilando com ela. E o que pouco foi divulgado, houve canibalismo, então eles realmente comeram carne humana lá logo depois da Bastilha. Então, houve certo canibalismo lá, como em algumas revoluções, da Revolução Cultural Chinesa, do Mao Tsé-Tung, que teve canibalismo também, e usaram inclusive pele humana para fazer roupa, né? É, isso em um outro momento. Então, só a queda da Bastilha foi uma farsa. Ah, eu achei que naquele momento eles já tinham chegado a usar... Foi um pouco depois,
foi uma farsa. Os assassinos invadiram a Bastilha, mataram todo mundo lá da guarnição, comeram carne humana, espetaram as cabeças e saíram andando por ali. Depois, invadiram outros locais, voltaram a espetar cabeças. Então, essa foi a maravilha da queda da Bastilha. Aí, depois virou também a Assembleia Nacional Constituinte. Não quero nem entrar direito na questão da Declaração dos Direitos do Homem, porque aí é uma verdadeira ação, que, né? Não tem nem por onde chegar muito nisso, mas ela foi também muito influenciada pelos ideais, digamos assim, maçônicos, né? Era muito contrário à Igreja. Inclusive, eu que falo
bastante sobre a questão da Economia também achei interessante, se o senhor puder comentar rapidamente, pincelar sobre isso, a questão que era como se fosse o Tesouro Direto, atrelado aos bens da Igreja. Ah, os temas, né? Sim, porque toda a França estava endividada. A Revolução precisa de dinheiro, né? Todo lugar precisa de dinheiro. Vamos... onde é que nós vamos tirar o dinheiro? Vamos tirar do dinheiro dos bens da Igreja! Então, eles confiscaram os bens da Igreja e emitiram títulos lastreados nos imóveis da Igreja, chamados de assinas. Então, eles invadiram um monte de assinas, que eram lacradas,
como todo mundo sabia do patrimônio da Igreja. Então, os assinas tiveram crédito na praça porque eram lastreados em alguma propriedade. E aí, os que estavam ali no poder já, obviamente, eles já queriam perseguir, né, a Igreja. E aí, na questão da Constituição também, quando eles tinham colocado a nova Constituição, exato, queriam obrigar também os padres a jurar ali a Constituição e era uma Constituição, digamos, anticatólica mesmo, né? Então, muito obrigado. Eles queriam fazer isso, né, e queriam ali separar, que era uma coisa muito galicana. Era muito galicano de falar: "Beleza, tem o Papa, tem ali
e tal, mas não precisamos seguir isso propriamente dito." Você vê que essa é uma herança protestante, uma herança inglesa. Sim, sim, exato. E aí, eles queriam essa Igreja cismática mesmo, né? Assim, dane-se Roma, né? No Papa, tanto faz! Aqui vamos fazer a nossa Igreja. Foi uma coisa que ocorreu também essa questão da Constituição Civil do Clero, né? Eh, bom, quero falar agora da questão. Chegamos a um momento importante, né? Que aí começam as principais movimentações em 1791, na fase da Monarquia Constitucional. Eh, que aí começou a ter, enfim, tinha ali a Monarquia Constitucional, mas começou
a ter uma agitação muito grande, né, do Robespierre, também a turma toda dele ali. E aí, enfim, chegou para, eventualmente, chegar no que os jacobinos queriam também, as agitações em Paris e chegar na parte mais sangrenta da Revolução que viria a seguir, né? E como é que se desenrolou tudo isso? Então, a Revolução Francesa tem três fases. N até a chamada fase das Assembleias, né, a Nacional na Constituinte. Tem a fase do Terror, lembrando que o nome Terror foi usado na... não é a interpretação de historiadores depois. E depois a fase, né? Final do Bará
e tal, uhum. Fazer pós-nove Termidor, né? Eles mudaram o nome dos meses ridículos: Fructidor, Brumário, Termidor. É, e tal. Então, mudaram o nome do dia, colocaram o ano um da Revolução, alteraram os dias da semana, em vez de C7, C10, justamente para atacar a religião. Porque não? Tudo para Nossa Senhora, tudo! Alteraram os pesos e medidas, extinguiram as corporações de ofício, vamos dizer. Alteraram o ensino. O ensino já tinha começado a ser alterado, mas endossaram uma alteração maior ainda do ensino. Então, foi um desastre. Quando chegou a época do Terror, é o que é o
núcleo mesmo da Revolução Francesa. E aí que entra aquela figura horrorosa, né, do Maximilien Robespierre, que era um assassino brutal, né? Aí que entra lá também o turm usando roupa de pele humana. Sangue! Usavam, chegou a se fazer curtume de pele humana. Teve proposta, não foi aprovada, mas teve a proposta de criar sogo de carne humana. Bizarro, era uma coisa defendida publicamente, né? O deputado levantou: "Vamos propor aqui tal sogo de carne humana. Por que não? Tem muita gente, os antirrevolucionários, monarquistas. O que que a gente vai fazer com a carne deles? Seria bom aproveitar
a carne deles e vender." Teve essa proposta. Não, pele foi criada. Teve curtume de pele humana. Ah sim, sim! Mas para que desperdiçar a pele, né? Vamos utilizar! O pessoal usava calça de pele humana, usava colete de pele humana. Isso aí virou da vandia. Então, muita gente morria lá, era tirado a pele e o pessoal usava a pele humana. Então, o período do Terror era massacre, simplesmente inacreditáveis! Que você ouviu? A França chegou a aprovar uma das leis mais absurdas da história, que é a lei dos suspeitos. Uhum. Então, se um vizinho denunciasse o outro
e a Guarda Revolucionária achasse que realmente ele é culpado, mesmo que ele não fosse, ele não tinha direito à defesa. Só um mero achismo da Guarda Revolucionária já podia levar a pessoa a ser condenada à morte. E, naquela época, começou a ser utilizada a guilhotina. A guilhotina não foi inventada pela pessoa que deu o nome, né, que é o Guio. O Guio não, não inventou a guilhotina, mas como ele falou publicamente dela, o nome associou-se a uma figura francesa, senão falando que ela era muito mal feita e precisava ser usada seis vezes para matar o
cara. Era muito cruel. Depois, eles acabaram afinando; e depois você não podia descer a lâmina com a pessoa com cabelo, você tinha que rapar aqui atrás, né? Tinha que colocar a nuca da pessoa muito retinha para a lâmina cair no meio. Se tivesse cabelo, dependia da inclinação. Não matava na hora, como no começo. Eles não sabiam fazer; tanto a lâmina não era boa, como não sabiam posicionar a vítima corretamente. Então, caía uma vítima, não morria; duas, três, quatro. Só depois da oitava, nona, dependia muito do lugar, né? Então, era uma morte extremamente cruel, selvagem, né,
e absurda, né? E é isso que o senhor falou da acusação; assim, simplesmente uma acusação era o suficiente para, dependendo de como foi, a Guarda Nacional, enfim, morte, né? Nesse momento, houve, inclusive, muitos mártires, né? Alguns vieram a ser, inclusive, canonizados. A questão, muitas freiras, né? Aquela... não sei se o senhor assistiu ao filme "Diálogo das Carmelitas", tudo? Então, vale a pena ler o texto do PC Lodel sobre ele. Eu não li, também vou atrás. Enfim, um momento muito absurdo, de muita morte, muito brutal, muito sanguinário, né? O título do livro, aí. Mas é principalmente
assim, né? Principalmente não, mas digamos, com muita, muita morte na igreja também. E o rei foi deposto, né? Que é um dos motivos pelo qual ele foi deposto, né? Porque ele foi caçado naquela época era porque ele não queria obrigar os padres a jurarem a constituição. Eles foram condenados à morte. Queria que eles fossem condenados à morte caso não jurassem, enfim, né? E, depois de muita briga, muita ruaça dos jacobinos, também foi proclamada a Primeira República da França, que aí foi quando começaram das muitas outras coisas também, né? A fase de convenção, como que ela
se desenrolou? Porque já era uma época de muito terror, né? Mas foi a última assim antes da conclusão, assim, né? Teve a conclusão do terror, mas depois ela já se envolveu com os que eram um pouco menos radicais ali da revolução, né? Então, é que às vezes a gente tem a impressão que todos os revolucionários pensavam igual, todos eram republicanos. Não havia muita corrente de pensamento; havia gente que estava defendendo o sistema antigo, né, o antigo regime, como você falava. Tinha gente que queria uma monarquia no estilo inglês; tinha outros que queriam república; tinham outros
que queriam até uma espécie de comunismo, como Hebert, que defendia a coisa igualitário, lá um verdadeiro comunista, né? E aí, depois, se indispôs lá e acabou sendo morto. Teve Babé Fiden, né? Teve a conspiração dos iguais e tal, então houve um movimento igualitário, meio até que lembra Marx, até os que queriam voltar ao esquema antigo. Então, tinha várias correntes. Os mais radicais, né, eram os jacobinos. Inclusive, a criação de esquerda e direita foi justamente quando chegaram na Assembleia. O Mahé é atribuído a ele a criação, sem ele querer, né? Ele sentou-se à esquerda. O Mahé
era um tipo nojento, ele cheirava mal, porque tinha um problema de pele. Era uma figura meio grotesca, né? Uma figura grotesca que andava em esgotos de Paris. Paris é uma cidade que, naquela época, já tinha uma rede de esgotos enorme, né? O sistema de água e de esgoto de Paris era o melhor do mundo, né? Então, e o Mahé, por várias questões, andava no esgoto, né? Um fulano nojento! Ele defendia publicamente. Lembrando que essa questão de terror não era assim: olha, vamos fazer uma câmara escura. Quem a gente vai matar? Era público. Ele falava o
seguinte: "Então, temos que matar 200 mil pessoas para a Revolução triunfar." Quais 200 mil? Qualquer uma! 200. Como é que ele chegou nesse número? Também 200! O Rob não ia com a cara de alguma pessoa, inventava alguma coisa e dizia: "Vamos matar." Era o suficiente, as discussões geravam assim: "Será que o Robespierre olhou estranho para mim aquele dia? Agora eu tô com medo." As pessoas saíam de reuniões; encontros com o Robespierre eram terror. É, eu imagino mesmo que naquela época devia ser uma coisa de louco, todo mundo devia... a pessoa morria de medo, apavorada. O
Robespierre era igual ao Stálin. O Stálin, também, você entrava no encontro com o Stálin, você não sabia se saia vivo ou morto, igual o Robespierre. Aliás, esses comunistas que se inspiraram no terror do Robespierre... e os girondinos, que também eram um grupo, também heterogêneo, tinham muitos burgueses. Tinha pessoal romântico que achava que a república era a melhor coisa do mundo; outros sonhavam com uma monarquia ideal, com alguma coação que tinham. Mas eles eram moderados, né? Esses girondinos é que deram o golpe no 9 de Termidor, só que aí que tá: muitos desses girondinos eram jacobinos.
Tinha muito jacobino esperto vendo que a coisa estava... Indo contra o OB, esperavam mudar de campo. Entendi, então, na realidade, o grupo dos girondinos — vamos chamar assim — os girondinos, depois do terror, muitos deles eram jacobinos. É impressionante, os jacobinos foram ágeis de perceber que a coisa, porque o Robespierre foi condenado à morte, Saint-Just foi condenado à morte, acabaram mudando para o grupo dos girondinos, levando então à terceira fase sob a liderança do homem corrupto, horroroso, Paul Barras. Era ele que só queria saber de poder e dinheiro, um tipo horroroso de negociata e tal.
A revolução, no final de 1798-99, estava no chão, desmoralizada, chegava a ter uma coisa inacreditável que era revolucionários apanhando nas ruas em cidades pequenas; eles tinham perdido totalmente a força e o prestígio. Na realidade, quem salvou a revolução foi Napoleão, no golpe de 18 de Brumário, certo? Isso que o senhor estava falando, de que falava em público, mesmo eu vi o senhor falando de São Just, por exemplo, que ele não falava nada; sempre que ele falava alguma coisa, era para defender a morte de alguém específico, né? E aí, uma curiosidade também que eu vi o
senhor comentando, eu achei isso fantástico de falar, porque é de tão cômico que chega a ser engraçado, é que Robespierre achava que ele ia renascer. Isso era o poder dele, né? Assim, tudo aquilo que ele tinha feito, toda aquela revolução sanguinária, aquela brutalidade, o poder que ele tinha, muito grande, ele achava que ele ia renascer. Como é que é isso? Você vê que contradição. A Revolução Francesa era contra superstição, religião, e eles fizeram dois cultos: o culto à Deus Razão e o culto ao Ser Supremo. Uns acham que foi a melhor coisa, mas não; teve
dois fatos com o próprio Robespierre, né? E aí, quando Robespierre foi à cerimônia do Ser Supremo lá na Notre Dame, ele achou que depois ele ficou convencido de que ele era o Ser Supremo. Ele era o Ser Supremo. Tentaram demolir a Notre Dame, né? Chegaram a votar para ser demolida, só que alguém lembrou: "não temos onde colocar os escombros", e aí falou: "então não dá". Nossa, foi assim. Então, ele achou que ele era o Ser Supremo; ele se achou um Deus, porque ele tinha tanto poder. Ele falava assim: "morra", e o pessoal morria. E aí
o que aconteceu? Uma doida lá, eu não me lembro o nome dela, se declarou que ia estar grávida do Robespierre e que ele ia renascer, porque como ele achava que ele era Deus, então, se ele fosse morrer, ou ele ia viver para sempre, ou ele ia ficar renascendo. Então, ele acreditou naquilo. Para ele, desceu essa ideia. Isso é verdade mesmo, mas isso contribuiu para a queda, né? Ele caiu no ridículo. Caiu no ridículo. Toda a revolução, a partir desse ponto, já estava desmoralizada, moralizada no ridículo. Absurdamente, quando a técnica do ridículo, que era uma coisa
que aconteceu historicamente, como, por exemplo, o Ku Klux Klan, caiu em descrédito quando foi ridicularizada. Houve uma campanha deliberada de ridicularizá-los. O próprio RPC também via a ridicularização. Interessante eu vejo isso, por acaso. Agora faz sentido, analisando assim, as músicas que os outros exércitos do mundo faziam ridicularizando Hitler, é tudo nessa tentativa de desmoralizar mesmo, tirar essa figura de uma divindade assim intocável, né? Então, o Robespierre se achou um Deus e foi esse o ponto dele; aí ele foi derrubado e morto. Surgiram os girondinos, acho que é uma coisa pouco falada que eu queria entrar
rapidamente: os grupos contra-revolucionários. Eles existiram, tiveram alguma força? Eu sei, acredito que esse não tenha tido tanta força, mas eu já ouvi muito falar de um grupo contra-revolucionário que era de jovens católicos, inclusive, né? Tá falando da Vendéia? Sim, exatamente. Teve sim. Em Lyon, teve na Vendéia, teve na Bretanha. O mais famoso é Vendéia, foi o principal de camponeses jovens que se rebelaram. Mas teve na Bretanha, Lyon foi brutalmente reprimida. Eles se levantaram lá contra a revolução em Lyon. Aí como é que ele chamava, o carniceiro lá que foi mandado matar? Carrier, né? Era Carrier.
Aí os revolucionários mandaram o Carrier lá. Ele reuniu todo mundo na praça, matou todo mundo, jogou canhão contra os que não sobreviveram, espetava, né? E depois, de raiva, destruíram o centro histórico de Lyon. Teve um cerco em Toulon também, teve lá na beira do Sena. Qual cidade agora não lembro... teve Nantes. Nantes foi brutal, Nantes é quase na F do luar. E ali teve um núcleo de resistência bem católico, bem interessante; o que eles faziam eram vazam, deboche contra a Igreja Católica. Faziam o chamado casamento católico: casamento católico era amarrar um homem e uma mulher
e jogar no rio. Amarrava e jogava no rio com corrente, com peso, para morrer afogado. Só sangue! Bom, também lá é uma brutalidade, teve alguns rios... o rio Sena e mesmo um trecho do L ficaram tingidos de sangue de tanta gente que morreu. Na revolução, matavam, matavam. Lá em Nantes foram mortos com sadismo, né? Sadismo, reunir as pessoas e jogá-las com corrente para a pessoa morrer afogada. Um absurdo mesmo! Professor, muito obrigado por aceitar aqui o convite para nós falarmos um pouco sobre a Revolução Francesa, principalmente porque o meu público é muito jovem, né? E
eu posso falar porque, assim, eu tô na escola, né? Então, estando na escola, o senhor falou que é professor de ensino médio e eu não tenho a honra de ter o senhor como professor de ensino médio. Então, assim, né? Minha escola eu vejo assim: as coisas que nós aprendemos, né? E eu tenho um público muito jovem, então acredito que seja muito importante trazer pessoas que entendam de história, mesmo, para contar essas coisas. Porque, senão, estamos todos perdidos, cara. Porque, senão, jovens da geração, né? Lutar! Temos que lutar! É isso aí, muito obrigado! Aí que agradeço
pelo convite. Se todo mundo quiser te achar aí na internet, como é que faz? Aí o seu Instagram... Eu tenho o meu canal no YouTube com meu nome, Marcelo Andrade. No Instagram também sou Marcelo Andrade. Quem quiser assistir meus cursos, tem a Escola Caravel, que é muito boa. Quem quiser comprar aqui os meus livros da nossa editora Caravelas, está aqui! E, depois, se você quiser, depois você deixa, a gente coloca os links aí na descrição. Sim, sim! Eu vou colocar. E, para falar a verdade, os livros eu ainda vou ler, então não posso falar nada
sobre eles. Mas a escola, de fato, é muito boa. Falo para vocês que a escola realmente é muito boa porque ele me deu acesso lá, eu tô assistindo tudo. Muito obrigado! E é isso daí. Então, mais uma vez, muito obrigado por tudo! Se vocês acharam que isso daqui é de algum valor, se vocês obtiveram algum conhecimento que vocês não tinham antes, sintam-se à vontade para compartilhar este vídeo. Assistam o professor também, eu vou estar deixando na descrição todos os links para os canais dele. E, sem mais delongas, muitíssimo obrigado a você que assistiu até aqui.
Este foi o vídeo! Até mais!
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