Olá pessoal! ! Seguindo aprendendo sobre economia, com a nossa Fábula do Estado da Ilha, no vídeo de hoje, o episódio 2, vamos evoluir do ponto que paramos no episódio 1, e aprender sobre inflação e taxa de juros.
Bem, para um melhor entendimento do conteúdo de hoje é necessário ter assistido o episódio anterior, para aqueles que não assistiram, o card aparece aqui acima e o link na descrição do vídeo. Vimos no episódio anterior, que de uma comunidade de uma centena de habitantes da nossa ilha imaginária, que desempenhava apenas atividades de subsistência e trocavam os frutos de sua produção por escambo, evoluímos para a criação da propriedade privada, do estado, da moeda e da dívida pública. Passados alguns anos estamos numa nova geração, a taxa de fertilidade é alta, e a ilha já soma mais de 200 habitantes, com o crescimento da população surgem novas oportunidades, e os habitantes com espírito empreendedor aproveitam para criar novos negócios.
Um deles, seguindo o exemplo do intermediário financeiro, viu a oportunidade de ser um intermediário de produtos, pois isso facilitaria a vida de produtores e consumidores, assim ele abre um mercado, comprando a produção dos produtores para revender aos consumidores, o mercado era apenas um local centralizado onde os habitantes da ilha encontrariam tudo que necessitassem, sem ter que procurar um a um com os produtores. Outro habitante criou um serviço de transporte para levar a safra dos produtores para o mercado da ilha. Um outro abriu uma fábrica de lenha, pois conseguiu convencer cada habitante, que apesar de pagar pela lenha que teoricamente era de graça, o tempo economizado ao não ter mais a obrigação de procurar lenha, poderia ser dedicado a sua especialidade, o que seria mais rentável.
Os vários novos negócios criados aumentaram a riqueza total da ilha, já que os empreendedores ofereceram serviços que resultaram numa produtividade maior de todos os habitantes, além de gerarem mais empregos para a população. O estado logo viu a oportunidade de tributar as novas atividades empreendedoras e criou um novo imposto , agora sobre os negócios. Tanto os habitantes trabalhadores, como os produtores e agora os empreendedores, notaram que estavam sobrando menos pedras após o pagamento de impostos.
Num raciocínio intuitivo todos chegaram a mesma conclusão, o que importa no final das contas é o líquido, ou seja, quantas pedras sobram em suas mãos para fazer frente as suas necessidades . Assim cada um dentro de suas necessidades aumentaram os seus preços, os trabalhadores exigiram um salário maior, os produtores cobravam mais pelos seus produtos, e os empreendedores igualmente. Com a economia da ilha crescendo a arrecadação do estado também cresceu, e os governantes sobre o pretexto de prestar um bom serviço a uma população agora maior, contrataram mais assessores, além de aumentar seus gastos em outras áreas, mais até que o necessário, crescendo as despesas do estado numa proporção maior que o crescimento de sua arrecadação de impostos, isso gerou o que conhecemos como déficit público .
Os habitantes da ilha haviam recém trocado seus governantes na última eleição. Os novos governantes, seguindo com a necessidade de financiar a estrutura do estado, resolveram pedir mais dinheiro emprestado para a população, pois além das novas despesas, haviam as dívidas passadas que estavam vencendo e precisavam ser pagas. Emitiram mais dívida para pagar a dívida anterior, e fizeram novas para suportar o crescimento da máquina pública.
Feitas as contas, a dívida pública aumentou consideravelmente. Essa situação começou a refletir na economia da ilha, pois cada vez mais dinheiro que poderia estar financiando a produção, estava indo para financiar a dívida pública do estado da ilha, e uma economia que estava forte foi desaquecendo até entrar em crise. Essa crise foi se agravando, os negócios pararam de crescer e os consumidores começaram a restringir os seus gastos, uma das formas foi voltar a comprar direto dos produtores por um preço menor, assim o negócio do empreendedor do mercado diminuiu, obrigando-o a demitir alguns trabalhadores.
Alguns passaram a procurar a própria lenha e o negócio da lenha também diminuiu e precisou demitir. A economia da ilha encolheu, menos consumo, menos produção, menos serviços. Todos estavam agora apertando os cintos.
Menos o estado, que permaneceu com suas despesas no mesmo nível, mesmo tendo sua arrecadação reduzida com a crise. Em pouco tempo a situação das contas públicas do estado da ilha ficaram insustentáveis. Como os habitantes estavam sem dinheiro, abatidos pela crise, não adiantaria o governo pedir mais dinheiro emprestado para a população.
Então o novo governo teve uma brilhante idéia. Como o estado tinha o poder de criar dinheiro, a solução seria esculpir mais pedras… Assim poderiam utilizá-las para pagar a dívida pública que estava vencendo, e financiar os gastos correntes do governo. O novo governo não tinha a mesma percepção do governo passado.
A produção da ilha havia diminuído com crise, com essa injeção de mais pedras na economia e agora com menos produtos, as pedras simplesmente ficaram em quantidades bem maiores, assim, no limite das transações comerciais, quando todos os produtos foram vendidos e comprados, os preços subiram, com o dobro de pedras para a metade dos produtos, parecia bastante lógico que isso iria acontecer. Mas o governo não se importou com os efeitos colaterais da sua decisão. Com os preços subindo sem controle, a população ficou muito insatisfeita, pois compravam bem menos produtos com a mesma quantidadede pedras.
Uma inflação muito alta estava em curso, uma pedra que comprava seis bananas agora comprava apenas uma. O governo se viu pressionado pelos habitantes da ilha a combater esses aumentos de preços. Um membro do estado com um pouco mais de conhecimento lógico deu um conselho ao presidente da ilha.
O que está fazendo os preços subirem é a quantidade de pedras na economia, precisamos retirar uma boa parte dessas pedras de circulação. O presidente quis saber como fazer isso. Esse membro então orientou o presidente a pedir mais dinheiro emprestado pra população, pois assim tiraria uma boa parte das pedras de circulação, e para convencer os habitantes a confiar num estado com a credibilidade em baixa, ou seja, com um risco maior, seria preciso oferecer uma remuneração melhor, era só aumentar a taxa de juros paga no empréstimo.
Assim o presidente emitiu mais dívida e para conseguir vendê-la para a população subiu a taxa básica de juros da ilha. Após esses fatos, o estado descobriu o que gerava a inflação, O excesso de dinheiro pressionava a demanda. Descobriu também como combater a inflação… aumentando a taxa de juros.
Só não tinha aprendido ainda que a taxa de juros quem paga é o próprio estado, (Aqui um adendo, o estado é um ser abstrato, o dinheiro do estado é o dinheiro dos habitantes da ilha arrecadado via impostos) e no final das contas uma taxa de juros maior aumenta o custo da dívida pública. Parecia bastante óbvio, mas não para os governantes da ilha. O estado não tinha percebido a espiral sem fim que havia se metido.
Precisava pagar os gastos públicos, como a economia da ilha ia mal a arrecadação também, assim as contas não fechavam, para fechar essa conta, como na crise os habitantes não conseguiam mais comprar a dívida do estado, ou seja, emprestar dinheiro pro governo, a opção era emitir mais dinheiro, ou melhor, esculpir mais pedras. Mais pedras para menos produtos, inflação, para combater a inflação aumentava a taxa de juros, taxas de juros maiores, a dívida pública aumentava cada vez mais. Um acontecimento novo na ilha nos fará aprender mais sobre economia, no próximo episódio nossa estória vai evoluir para conhecermos sobre câmbio e outros assuntos.
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