Encontrar constelações no céu noturno nem sempre é uma tarefa fácil, entretanto há um trio de estrelas que cativa até mesmo os olhares pouco experientes: o cinturão de Órion. Essas três estrelas, popularmente mais conhecidas como as 3 Marias, formam uma linha marcante no interior da constelação de Orion. As 3 Marias, sem dúvida é a característica mais reconhecível de Orion.
Visível em todo o mundo, essa constelação recebeu o nome do famoso caçador da mitologia grega. É importante destacar que as 3 Marias é considerada um asterismo, ou seja, um padrão de estrelas e não é uma das 88 constelações modernas. Porém essa marcante formação estelar guarda muito mais do que uma simples imagem, e em suas proximidades se escondem grandes segredos sobre o cosmos.
No vídeo de hoje faremos uma incrível viagem até essa região de nossa galáxia e conheceremos de perto as 3 Marias. Sejam bem-vindos ao canal ASTROOM, o seu lugar para a astronomia. Se você gosta de temas relacionados ao universo, e após assistir a esse conteúdo e gostar, considere inscrever-se aqui no canal caso não for inscrito.
Facilmente visível no equador celeste, está uma icônica constelação conhecida em todo o mundo. Formada principalmente por estrelas gigantes e supergigantes azuis, com exceção da supergigante vermelha Betelgeuse, a constelação de Orion pode ser vista em ambos os hemisférios, porém aqui no hemisfério sul é melhor vista de dezembro até maio. As constelações são padrões de estrelas que parecem formar uma figura no céu noturno, vistas a partir da perspectiva da Terra.
Mesmo sendo agrupamentos aparentes de estrelas, nem sempre as estrelas de uma constelação estão necessariamente próximas umas das outras no espaço As distâncias das estrelas em Orion variam de 250 a cerca de 2000 anos-luz da Terra, e como dito anteriormente com uma região em particular que se destaca dentro da constelação, o cinturão de Órion, popularmente conhecido aqui no Brasil como, as 3 Marias. As 3 Marias consistem aparentemente em três estrelas. As principais estrelas são Mintaka, Alnilam e Alnitak.
Separadamente, essas três estrelas supergigantes são várias vezes mais massivas que o Sol e milhares ou dezenas de milhares de vezes mais brilhantes que a nossa estrela. Embora pareçam estar próximas umas das outras no céu, elas estão separadas por muitos anos-luz, e embora pareçam ser apenas 3 estrelas, são compostas por sistemas triplos e múltiplos de estrelas. A estrela mais próxima de nós nas 3 Marias é Mintaka.
Mintaka está a aproximadamente 690 anos-luz de distância da Terra. Também conhecida como Delta Orionis, é um sistema estelar múltiplo na constelação composto em sua totalidade por 5 estrelas. O sistema é subdividido em um sistema triplo e um sistema estelar duplo.
O sistema triplo nessa subdivisão é composto por 2 estrelas gigantes azuis do tipo espectral O, com tamanhos estimados em 15 vezes o tamanho do nosso Sol, que orbitam uma à outra em pouco mais de 5 dias criando o que é chamado de eclipses rasos, gerando leves quedas no brilho durante esses eclipses, e são acompanhadas de uma terceira estrela subgigante azul do tipo espectral B, com tamanho aproximado de 10 vezes o tamanho de nossa estrela. O sistema binário nessa subdivisão de Mintaka, é composto por 2 estrelas gigantes azuis com tamanhos aproximados de 6 vezes o tamanho do Sol que orbitam em conjunto com o sistema triplo formando Mintaka, que vemos a olho nú daqui da Terra como apenas um ponto luminoso nas 3 Marias. Alnilam é a estrela central nas 3 Marias.
A estrela é uma supergigante azul que está localizada a cerca de 2. 000 anos-luz de distância da Terra, sendo a estrela mais distante nas 3 Marias. Alnilam é a quarta estrela mais brilhante na constelação de Orion e a 29º em todo o céu.
Estima-se que a luminosidade Alnilam possa ultrapassar a luminosidade do sol em 275. 000 vezes, e análises recentes na estrela sugerem luminosidades de até 832. 000 a luminosidade do Sol.
Alnilam está rodeada por uma nuvem molecular, conhecida como NGC 1990, que a ilumina para formar uma nebulosa de reflexão. Seus ventos estelares podem atingir até 2. 000 km/s, fazendo com que perca massa cerca de 20 milhões de vezes mais rapidamente que o Sol.
Nos próximos milhões de anos, é provável que a estrela se torne uma supergigante vermelha e no final de sua vida, explodirá como uma supernova. O terceiro membro das 3 Marias é Alnitak. Alnitak é um sistema estelar triplo a aproximadamente 740 anos-luz da Terra, no extremo leste do Cinturão de Órion.
A estrela primária, Alnitak Aa, é uma supergigante azul quente com uma magnitude absoluta de -6,0 e é a estrela classe O mais brilhante de todo o céu noturno com uma magnitude visual de +2,0. Estima-se que tenha até 33 vezes a massa do Sol e um diâmetro 20 vezes maior e é cerca de 21. 000 vezes mais brilhante que a nossa estrela.
Alnitak Ab tem a classificação espectral B, indicando uma estrela subgigante azul. A estrela possui uma magnitude aparente de 4,2 e uma magnitude absoluta de -3,9. Alnitak Ab, encontra-se a apenas 11 unidades astronômicas da estrela primária, o que torna o par um sistema binário muito próximo.
Para melhor entendimento, a distância do Sol a Saturno é de cerca de 9,58 unidades astronômicas, a estrela foi a última a ser descoberta nesse sistema triplo em 1998. O terceiro membro é Alnitak B, uma gigante azul com 16 massas solares. Alnitak B é uma estrela gigante de classe B com uma magnitude aparente de 4,0.
A estrela orbita o par Alnitak A a cada 1. 500 anos. O sistema Alnitak é rodeado por uma grande nebulosidade.
Onde encontra-se a Nebulosa da Chama, uma nebulosa de emissão na constelação de Orion . Está a cerca de 900 a 1. 400 anos-luz de distância.
A brilhante estrela Alnitak, emite luz ultravioleta energética na nebulosa resultando no afastamento dos elétrons das grandes nuvens de gás hidrogênio que ali residem. E também a Nebulosa Cabeça de Cavalo, uma pequena nebulosa escura localizada ao sul de Alnitak, e que faz parte do complexo muito maior de nuvens moleculares de Órion. A Nebulosa Cabeça de Cavalo está a aproximadamente 1.
300 anos-luz da Terra, e é uma das nebulosas mais identificáveis devido à sua semelhança com a cabeça de um cavalo. Ao longo de sua história, nosso planeta presenciou as estrelas e constelações em diferentes posições no céu. Como nosso tempo de vida é um breve sopro comparado ao tempo na dinâmica do universo podemos ver apenas um breve trecho dos acontecimentos nesse filme cósmico.
Em milhões de anos as estrelas em nossa galáxia estarão em posições muito diferentes de como vemos hoje e provavelmente o Órion com seu cinturão, as 3 Marias não existirão mais. Aqui na esquerda de sua tela aparecerá um vídeo onde é abordado o porquê a grande Nebulosa de Órion está desaparecendo, não deixe de conferir. Se você gostou desse conteúdo, envie esse vídeo para um amigo que gosta de astronomia e ajude o canal com seu like.
Meu muito obrigado, e até a próxima.