Queridos livros, queridos, livro de Atos, capítulo 15. Nós vamos do verso 22 até o verso 35. A decisão da Igreja de Jerusalém elevada a Antioquia é líder, e nós temos o registro da reação dos gentios diante da decisão com relação à entrada deles na Igreja.
Vamos ler de Atos 15, de 22 em diante. Então pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a Igreja, eleger alguns homens dentre eles e enviá-los a Antioquia juntamente com Paulo e Barnabé. Foram eleitos Judas, chamado Bar-Sabás, e Silas, que eram líderes entre os irmãos.
Mandaram por eles a seguinte carta: "Os irmãos, tanto os apóstolos como os presbíteros, aos irmãos gentios em Antioquia, Síria e Cilícia, saudações! Visto sabermos que alguns que saíram de nosso meio, sem nenhuma autorização, perturbaram vocês com palavras, transtornando a mente de vocês, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, eleger alguns homens e enviá-los a vocês com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que têm arriscado a vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, estamos enviando Judas e Silas, os quais pessoalmente dirão as mesmas coisas, pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês maior encargo além destas coisas essenciais: que vocês se abstenham das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e da imoralidade sexual.
Se evitarem essas coisas, farão bem. " Os que foram enviados partiram para Antioquia e, tendo reunido a comunidade, entregaram a carta. Quando a leram, ficaram muito alegres pelo consolo recebido.
Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram. Tendo-se demorado ali por algum tempo, os irmãos deixaram que voltassem em paz aos que os enviaram. Mas pareceu bem a Silas permanecer ali.
Paulo e Barnabé demoraram-se em Antioquia, ensinando e pregando com muitos outros a palavra do Senhor. Até aqui, irmãos, a palavra de Deus. Oremos mais uma vez, pedindo ao Senhor que tudo nos oriente, nos guie e nos dê iluminação para a compreensão da Tua palavra.
É o que nós pedimos em nome de Jesus. Amém. Queridos, na mensagem anterior, nós vimos aquela discussão dos presbíteros e dos apóstolos em Jerusalém acerca das bases em que os não judeus deveriam ser aceitos na comunhão da Igreja.
Lembrem que, naquela altura, a Igreja cristã era constituída, na sua maior parte, de judeus que haviam crido em Jesus e que esses judeus ainda mantinham alguns dos costumes de Moisés, como a circuncisão, a dieta, que era o mais importante para eles, e a guarda de determinados dias do calendário, particularmente aquelas três festas mais importantes. A questão era se os gentios, antes de se tornarem cristãos, não teriam que se tornar judeus primeiro, ou seja, aceitar a lei de Moisés, a circuncisão, se submeter às demandas da lei para que, então, eles pudessem ser recebidos na Igreja de Cristo. Depois de muito debate, Pedro falou sobre como Deus usou primeiramente a ele para abrir a porta aos gentios.
Ele estava se referindo àquele episódio em que foi pregar na casa de Cornélio, e esses não judeus, Cornélio e sua família, receberam o Espírito Santo à semelhança do que tinha acontecido em Pentecostes. O que Pedro entende que é um sinal da parte de Deus de que Ele está aceitando, Deus, o próprio Deus, está recebendo os gentios na Igreja. E Pedro também afirmou que impor os costumes de Moisés aos gentios seria tentar a Deus, já que nós somos salvos pela graça, pela fé e não por obras da lei.
Depois da palavra de Pedro, toda a assembleia ficou silenciosa, e Paulo e Barnabé aproveitaram para dar testemunho do que aconteceu com eles durante a primeira viagem missionária entre os gentios. E certamente falaram dos sinais e prodígios que Deus operou através deles entre os não judeus, e também da quantidade de gente que se converteu e das igrejas que foram estabelecidas, inclusive organizadas com liderança. Lembrem que, no capítulo 14, Paulo e Barnabé passaram por essas igrejas promovendo a eleição de presbíteros.
Depois do testemunho de Paulo e Barnabé, é a vez de Tiago, que era presbítero e irmão de Jesus, que, apontando para uma profecia de Amós, diz que aquilo que estava acontecendo, a chegada dos não judeus na Igreja, era cumprimento do que Amós havia falado, de que Deus, um dia, haveria de restabelecer o tabernáculo caído de Davi. Ou seja, Deus faria com que a dinastia de Davi outra vez se erguesse. E Tiago, perdão, a nós, entende que a chegada dos gentios para orar a Jesus, o Filho de Davi, é o cumprimento dessa promessa.
E veremos agora a decisão da Igreja com base nessa argumentação e como a decisão foi enviada para as Igrejas de não judeus e como essa decisão foi recebida. A decisão era óbvia, né? Depois de toda essa argumentação, a decisão era que não se devia impor aos não judeus a lei de Moisés como condição para que eles fizessem parte da Igreja.
Vamos então ver essas partes aqui no texto que nós temos diante de nós. Em primeiro lugar, como a Igreja de Jerusalém aceitou a palavra de Pedro, Paulo e Tiago. Lemos aí no verso 22 que pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a Igreja, eleger alguns homens dentre eles e enviá-los a Antioquia juntamente com Paulo e Barnabé.
E aí fala da eleição de Judas, chamado Bar-Sabás, e Silas, que eram líderes entre os irmãos. Os apóstolos e presbíteros, então, tendo resolvido o assunto na assembleia, resolveram mandar uma carta para Antioquia contendo a decisão que eles tomaram junto com Barnabé e Paulo. Eles resolveram também enviar mais dois irmãos que eram líderes ali em Jerusalém, chamados Judas Bar-Sabás e Silas.
Diz o texto que eles foram eleitos, né? Pareceu bem a eles, com toda a Igreja, eleger alguns daqueles homens. Então, eles foram eleitos pela assembleia, sob orientação dos presbíteros e apóstolos, para acompanhar Paulo e Barnabé até Antioquia.
Eles eram homens qualificados, eram líderes. Diz o texto aí: final do verso 22, e eram também profetas, como nós veremos mais adiante no verso 32. A igreja de Jerusalém sentiu essa necessidade para dar um caráter mais oficial à decisão que eles tinham tomado e também para que Silas e o outro Judas pudessem dizer, com as palavras deles, o que tinha acontecido lá em Jerusalém, porque eles participaram de tudo que aconteceu.
Bom, e aí vem o conteúdo da carta, no verso 23 até o verso 29. A carta continha a decisão da igreja, refletia a posição dos apóstolos e presbíteros e essa decisão deixava claro que, para gentios serem cristãos, eles não precisavam primeiramente se converter ao judaísmo, não precisavam das obras da Lei, não precisavam de circuncisão, guardar aquela dieta, parar de comer sangue, parar de comer porco. Não se impunha nada aos gentios que não fosse a fé em Cristo Jesus.
Como nós vamos ver aqui mais adiante, essa era a decisão. Ela tinha caráter oficial e era para ser acatada pela igreja de Antioquia e as igrejas da região da Síria e Silícia. Lembrando que a Síria era a província maior, Silícia era a sua província, e Antioquia, a capital da província.
Para a gente lembrar da nossa geografia, muito bem. Em resumo, então, a carta dizia o seguinte: a carta começa com saudações, onde eles se apresentam, os apóstolos e presbíteros, se apresentam como irmãos. Aqui o destaque é para o fato de que Pedro esteve presente na assembleia; Pedro participou de toda a discussão, mas a decisão final não foi de Pedro.
A decisão foi do colegiado dos apóstolos e dos presbíteros, o que mostra que, se Pedro era para ser o Papa, ninguém ainda desconfiava disso, pelo menos não nesse período. Aqui a decisão é tomada pelo colegiado de pastores e presbíteros. Em seguida, eles indicam os destinatários, ainda no verso 23, que são os crentes de Antioquia, Síria e Silícia, e no verso 24, eles desautorizam aqueles mestres que tinham saído de Jerusalém e ido até Antioquia, cerca de 400 km, para causar a perturbação lá e querer que os não-judeus se sujeitassem à lei de Moisés.
Eles dizem que esses homens, verso 24, saíram de nosso meio sem nenhuma autorização, o que mostra que é importante, não é? Para deixar claro que a igreja de Jerusalém pensava juntamente com Paulo a respeito da salvação dos gentios. Era pela graça.
Aqueles que vieram de Jerusalém para Antioquia ensinando a lei de Moisés, eles fizeram sem autorização. E também aqui a gente aproveita para apontar para o fato de que os apóstolos e os presbíteros se sentiam responsáveis pelo ensino das igrejas. Tanto é que eles disseram que esses homens precisavam ter nossa autorização para poder sair e ensinar.
Então, aí, a Igreja Apostólica, a Igreja Primitiva, ela não era como, às vezes, as pessoas pensam: igrejas nas casas desconectadas, cada uma tinha liberdade de cultuar como queria. Não! Você percebe que existe uma organização, existe uma estrutura se formando aqui, tendo como liderança os apóstolos e os presbíteros que foram eleitos lá em Jerusalém e que disseram que para poder ensinar isso, eles precisavam ter nossa autorização.
Eles não têm a nossa autorização. Vejam, então, como é errado aquele conceito de pessoas que dizem assim: "Eu quero ser crente, mas eu não quero pertencer à igreja, porque esse negócio de igreja organizada, a igreja ser uma instituição, isso aí não é de Deus, isso é coisa dos homens. " Ao contrário, nós estamos fazendo o que vemos no Novo Testamento: a igreja organizada com liderança precisa de autorização para fazer isso.
Tem uma discussão, não consegue resolver, recorre à entidade superior para resolver. Desde o início, a igreja cristã foi se organizando, se estruturando, porque é assim que funcionam as sociedades humanas. É assim que Deus nos fez.
Nós funcionamos com base em hierarquia, em regras, em comportamentos, em leis. É assim que nós funcionamos, e a igreja no mundo não é exceção. Você não pode pensar na igreja simplesmente como um: "Vamos imaginar três, quatro, cinco irmãos, vamos começar a igreja lá em casa.
" Você não faz isso. Com essas igrejas, você não começa. "Vamos começar, bora aí, quatro, cinco irmãos todo dia é a igreja.
" E aí, de repente, chega alguém de fora e diz assim: "Olha, eu quero ser parte da igreja. " Aí, alguém vai ter que decidir se essa pessoa pode ser parte ou não e em que condições ela vai ser. Você crê em Jesus, mas outro pode dizer assim: "Mas não basta crer em Jesus, né?
Ele continua em drogas. Ele não teria que deixar as drogas? " Não, acho que não basta ele crer em Jesus, não.
Mas aí o cara diz: "Eu quero ser batizado. " Aí um diz: "Vai ser por imersão. " Outro diz: "Não, vai ser por aspersão.
" Daqui a pouco, virou uma denominação, com estatuto, com lei, porque vai ter decisões que a comunidade vai ter que tomar. Alguém vai ter que tomar determinadas decisões para que o agrupamento funcione minimamente. Isso a gente vê já aqui no Novo Testamento.
Isso de que a igreja é uma organização humana: é claro, tem um lado humano e às vezes nós colocamos coisas na igreja que não estão na Bíblia. Mas você não pode negar que, desde o começo, a igreja cristã se organizou. Ela tinha uma organização, ela tinha uma maneira de funcionar correta.
Não era simplesmente sociedades ou comunidades à parte, que cada um fazia o que queria e sem que houvesse qualquer ligação entre si. Muito bem, isso aqui é importante a gente lembrar, não é? Então, primeiro, eles saudaram os irmãos, indicaram os destinatários, desautorizaram os mestres fariseus, que não tinham autorização e autorizaram Paulo, Barnabé, Judas e Silas.
Versos 25 e 26: "Pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, enviar vocês com os nossos amados Barnabé e Paulo. " Esses dois homens. Aqui, que são nomeados como sendo Silas e Judas, eles dão reconhecimento ao trabalho de Barnabé e Saulo.
Não é homens que têm arriscado a vida pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo. Apresentam Judas, passavais, e Silas, que tinham sido. No verso 27, eles dizem que estão enviando Judas e Silas porque eles pessoalmente vão dizer as mesmas coisas; é uma espécie de confirmação.
Só curiosidade: é a primeira e última vez que esse Judas passa mais é mencionado. A gente não sabe mais nada sobre ele e Silas. Esse Silas vai se tornar o companheiro da segunda de Paulo na segunda e na terceira viagem missionária.
Ele é provavelmente aquele mesmo Silvano que é citado por Paulo no início da primeira e segunda carta aos Tessalonicenses. Muito bem, aqui no verso 28, eles dizem que a decisão que tomaram foi sob a direção do Espírito Santo. Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês maior encargo além dessas coisas essenciais.
Eles tinham consciência de que a decisão tinha sido tomada pelo Espírito Santo. Isso, eu creio, que eles chegaram a essa consciência depois que Pedro deu testemunho de como o Espírito Santo o criou até a Casa de Cornélio, depois que Paulo e Barnabé disseram como o Espírito Santo realizou sinais e prodígios através deles na primeira viagem missionária, e também como Tiago, inspirado pelo Espírito Santo, interpretou a profecia de Amós, falando do seu cumprimento. A única coisa que se exigia dos gentios é que eles deveriam se abster dessas coisas essenciais que estão aí no verso 29: coisas sacrificadas a ídolos, sangue, carne de animais sufocados e imoralidade sexual.
Essas quatro coisas eram particularmente detestáveis aos judeus. Os judeus detestavam isso; entre eles criticavam os gentios em tudo, mas especialmente nessas coisas pela idolatria: comer carne com sangue, comer animais que haviam sido sacrificados aos ídolos. A imoralidade sexual mencionada aqui provavelmente está associada à prostituição cultural nos cultos pagãos daquela época.
Havia a prática da prostituição; as sacerdotisas eram geralmente prostitutas, chamadas de prostitutas culturais. Elas ensinavam o ciclo de fertilização da terra, tendo relações sexuais com os adoradores. Especialmente a cidade de Corinto era famosa pelo templo da deusa Afrodite, cujo culto era marcado pela prostituição cultural.
Então, os judeus aborreciam esse tipo de coisa. De todos os pecados dos gentios, eles não gostavam de gentios, mas particularmente detestavam esse tipo de coisa. Então, aqui, a decisão é: só pedia aos gentios: olha, vocês têm o direito de comer carne do jeito que vocês quiserem.
Vocês podem comer carne que foi sacrificada lá no templo pagão. Paulo diz isso em 1 Coríntios 8 a 10. Leia lá e você vai ver Paulo dizendo: "Olha, se você quiser comprar carne no mercado, não pergunte de onde vem, se foi sacrificada lá no templo ou não.
Se um amigo quiser lhe convidar para comer um churrasquinho, não pergunte se ele sacrificou antes aquele animal lá no templo pagão. Então, não pergunte como, porque do Senhor é a Terra e a sua plenitude. " Então, não, não pergunte.
O único pecado é quando você está comendo em um ambiente de culto pagão, porque aí é idolatria, né? Da mesma forma que quando você vem para a igreja e participa da ceia, você está, aquele é um momento religioso que você está comendo e bebendo a carne e o sangue do Senhor. Se você for em um templo pagão e lá, durante o culto, comer diante daquele Deus, aquele animal que foi sacrificado, você está participando, você está adorando aquele Deus.
É o que vejo que Paulo diz em 1 Coríntios, capítulo 10; ele fala exatamente isso. Então, o que se pede aqui é que os gentios se abstivessem em um ambiente onde tivesse judeus. O gentil não devia comer cabidela, buchada de bode ou sarapatel.
Devia se abster completamente; se não tivesse quem se escandalizasse, não tinha problema, né? A exceção é a questão da imoralidade sexual, porque aí é um princípio moral que vale em toda época. Não é?
Eles não somente tinham que se abster da imoralidade sexual, que era um pecado muito comum entre os gentios, e Paulo teve que lutar muito contra isso na igreja de Corinto, por exemplo, capítulo 6 é sobre isso; capítulo 5 é sobre isso, 6 é sobre moralidade sexual. Mas eles teriam que renunciar ao direito deles de comer porco, de comer sangue, de comer animais do jeito que eles matavam, num ambiente onde tivessem judeus. Os gentios deveriam abrir mão da sua liberdade em termos de comida para poder sentar à mesa com os judeus.
Esse é o encargo, essa é a decisão da igreja de Jerusalém. Aqui, no verso 28 e 29, né? Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor a vocês maior encargo além dessas coisas, que vocês se abstenham das coisas sacrificadas a ídolos, ou seja, dos animais que foram mortos em homenagem aos ídolos e que depois eram oferecidos, eram consumidos.
Eles não deveriam fazer isso, especialmente diante de judeus, bem como do sangue; o Antigo Testamento proibia o consumo de sangue. Então, onde tivesse judeu, eles não deveriam comer carne com sangue; a carne de animais sufocados, porque o animal, quando morre por sufocação, morre com sangue dentro dele. Os judeus só comiam animais que eram degolados, porque eles degolavam o animal, o sangue corria todo.
Depois que o sangue todo havia corrido, é que eles tratavam o animal e comiam. Eles não queriam comer sangue, de maneira nenhuma. Então, os gentios também deviam evitar a carne sufocada, e a imoralidade sexual, particularmente aquela relacionada com o templo e a prostituição cultural, eram estes os encargos que a igreja julgou necessário para que os gentios observassem.
Primeiro, notem aqui: não são requerimentos para salvação. Ele não está dizendo para os gentios: "Se vocês querem ser salvos, vocês têm que se abster dessas coisas. " Claro que quem é salvo vai seguir essas orientações aqui, mas se isso aqui não é colocado como condição para salvação, lá no Concílio de Jerusalém já tinha sido dito: nós somos salvos pela graça, mediante a fé em Cristo, judeus e gentios.
Nós não somos salvos por observar essas coisas. Apesar de que, até no dia de hoje, em algumas igrejas evangélicas, as pessoas colocam regras, costumes e exigências alimentares etc. como condição para salvação.
Isso aqui já foi superado. A salvação não é por uso de costumes; a salvação é pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo Jesus. Primeiro, não são requerimentos para salvação; segundo, não são requerimentos para que eles se tornassem membros das igrejas cristãs.
Não são renúncias necessárias para que eles tivessem comunhão à mesa com os irmãos judeus convertidos. Lembra a estratégia de Paulo? Paulo chegava numa cidade.
Qual lugar primeiro que ele ia? Sinagoga, correto? E primeiro, na sinagoga, tinha uma ponte ali porque lá ele tinha oportunidade de pregar.
Ele pregava, quem se convertia? Judeu, judeu, judeu, o temente, o prosélito, que era um gentio que tinha virado judeu, se circuncidado; o temente a Deus, que era um gentio que gostava do judaísmo, mas que não tinha feito a circuncisão; e os pagãos. Então, primeiro que ele convertia era os judeus ou gente associada ao judaísmo.
Geralmente acontecia que esse pessoal que não criam, os judeus que não criam, expulsavam Paulo da sinagoga. Paulo saía, ia para a praça ou para outro lugar, pregava o evangelho. Quem é que se converte agora?
Os gentios. Que tipo de igreja nascia naquela cidade? Uma igreja que era metade de judeu e metade de gentio, felizes da vida, porque tanto judeus como gentios creram em Jesus Cristo.
Eles marcam o primeiro churrasco da igreja, e no dia que chega lá: “Pera aí, isso aí é galinha cabidela, né? ” Sim, eu sou o problema, não, eu sou judeu, sou crente em Jesus, mas eu continuo guardando as coisas. Eu não, eu não vou me sentar mesmo com você para comer galinha ao molho pardo.
Não, mas não tem nada; não é para mim. O gentio vai ser, mas eu, eu nunca mais, eu nunca seguia a lei de Moisés. A lei de Moisés não é para mim; é para vocês.
“Ah, não, mas com vocês assim eu não sei; tudo não, aqui não vou comer, não. ” Acabou a festa, não é verdade? Então, no primeiro século, isso era um grande problema.
O Concílio de Jerusalém resolveu o problema primeiro, dizendo para os gentios: “Vocês não precisam dessas coisas para serem salvos e fazer parte da igreja. ” Mas, em segundo lugar, nós pedimos que vocês se abstenham dessas coisas no ambiente onde há irmãos judeus, para que possam manter a comunhão da igreja. E a regra para nós hoje é a mesma: eu me sinto livre para comer todo tipo de comida, menos o pequi goiano, que é a pior coisa que eu já comi na minha vida.
Então, eu me sinto livre para comer qualquer coisa, mas se eu souber, por exemplo, que você se ofende com uma comida que tem sangue, eu não vou comer na sua frente. Eu não vou deixar a minha liberdade perturbar os seus escrúpulos com relação ao que tipo de comida você deve comer ou não, tá certo? Então, essa é a lei que vale para nós, e nós vamos, eu quero ver isso daqui a pouco com vocês.
Era isso então que se pedia; era razoável, com o objetivo de manter a unidade da igreja e a comunhão à mesa de todos aqueles que tinham crido. Bom, a leitura da carta, nós lemos aí no verso 32, foi recebida com muita. .
. perdão, do verso 30 em diante a carta foi lida e foi recebida com alegria. Veja, versos 30: “Se foram enviados, partiram para Antioquia, e, tendo reunida a comunidade, entregaram a carta.
” Deve ter sido um culto, né? Reuniu todo mundo, e não somente os crentes de Antioquia, mas da Síria e da Cilícia, aquelas igrejas nas imediações, quando a leram, ficaram muito alegres pelo consolo recebido. Olha que humildade daqueles irmãos; eles não consideraram a demanda de se absterem daquelas coisas como sendo uma imposição sobre nossa fé.
Não, eles ficaram felizes, ficaram consolados, dizendo assim: “Então, nós fomos recebidos, nós fazemos parte da igreja, e é razoável isso que estão pedindo de nós, que a gente renuncie a essas coisas que não conduzem à salvação; é razoável, não tem problema nenhum. ” Então, a carta pacificou o assunto. Pacificou; os gentios receberam com muita alegria e ficaram consolados com aquilo ali.
Diz aí o verso 32 que Judas e Silas, que eram também profetas, consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram. Quando diz aqui que eles também eram profetas, pode significar o fato de que já tinha sido dito que eram líderes. Veja aí o verso 22 que eles eram líderes, mas eles não somente eram líderes, eles eram também profetas.
Ou pode ser uma referência; Paulo e Barnabé, no capítulo 13, diz que Paulo e Barnabé eram profetas, mas Silas e Judas também eram profetas. Então, também aí pode significar as duas coisas. Mas o que importa é que Judas e Silas eram profetas, e uma vez que eles estavam lá em Antioquia e ficaram lá um tempo, eles aproveitaram para usar os seus dons para abençoar a igreja.
E diz aqui que esses profetas consolaram os irmãos com muitos conselhos e os fortaleceram. É isso que o profeta faz, né? Traz uma palavra de Deus para consolar os irmãos, traz conselhos da palavra de Deus e fortalece os irmãos.
Eu tenho certeza que Paulo e Silas, que Judas e Silas aqui, não sendo profetas pregadores, reforçaram aquilo que a carta estava dizendo e fortaleceram os irmãos na graça de Deus, que aqui permanecessem firmes, que não dessem ouvidos àqueles. . .
Falsos mestres que vinham com ideias de salvação pelas obras, quando é completamente pela graça. É isso que um profeta faz. Pessoal, perguntam se eu acredito em profetas hoje.
Eu defino profeta: se for nesses termos aqui, né? Eu posso me ver como um profeta, consolando, orientando e instruindo os irmãos. Você vê um profeta em termos de Isaías e Jeremias?
Não é que a quem Deus revelou o futuro da história da redenção. Isso aí eu acho que já acabou, né? Nós não temos mais profetas assim.
Se você quer dizer com profeta aquele que, durante o culto, fica adivinhando o que é que os irmãos estão fazendo errado em casa, a gente não tem muito exemplo disso no Novo Testamento, né? Então a gente fica meio que indo como se Deus não pudesse fazer isso. Só que não parece que era uma prática da igreja.
Parece que os profetas, no período do Novo Testamento, eram pessoas que traziam uma mensagem da parte de Deus no momento oportuno, diferente dos pastores e mestres que pregavam regularmente em suas igrejas. Os profetas só falavam quando a palavra de Deus vinha a eles e, aí, eles traziam uma palavra de Deus, mas geralmente era uma palavra de aplicação, de consolo, de instrução para aqueles que estavam debaixo do seu ministério. Muito bem, depois da leitura da carta, temos o ministério daqueles dois irmãos profetas, e eles ficaram ali, no finalzinho agora, da carta: 33 e 34.
Paulo e Barnabé ficam mais um tempo em Antioquia; Judas e Silas permaneceram também ministrando a palavra a eles. Diz aí o verso 23: “Tendo-se demorado ali por algum tempo”, ou seja, era uma igreja grande, não é? Tinha Paulo, Barnabé e agora Judas e Silas, ministrando ali numa igreja que cresceu.
Está falando que também tinha crentes na Síria e na Cilícia. Então, realmente, o evangelho começou a crescer bastante ali naquela reunião, e era necessária a presença de líderes e profetas como esses homens para instruir a nova igreja, a igreja crescendo na palavra de Deus. Depois, os crentes de Antioquia liberaram Judas e Silas para que eles voltassem em paz para Jerusalém.
No final do verso 33, os irmãos deixaram que voltassem em paz aos que os enviaram. Quer dizer, eles tinham recebido a carta, concordado com a carta, aceitaram toda a ministração e eles puderam voltar em paz. Nós temos um probleminha aqui no verso 34.
Vocês devem ter notado que ele está entre colchetes. Não é isso? Me dá a oportunidade para levantar alguns questionamentos.
Se você está usando a NAA ou a ARA, eu não sei a corre Almeida corrigida, mas todas as tradições modernas já colocam o verso 34 entre colchetes, porque ele está ausente em muitos dos manuscritos antigos. Em quase todos os manuscritos antigos, o verso 34 não aparece. O que diz o verso 34?
Mas pareceu bem a Silas permanecer ali. Qual a explicação que nós podemos dar para que esse versículo não esteja nos manuscritos mais antigos da Bíblia, mas ele só aparece nos manuscritos mais recentes? O que aconteceu?
Provavelmente não foi Lucas quem escreveu esse verso 34. O que aconteceu é que Lucas escreveu o verso 33: “Os irmãos deixaram que voltassem em paz aos que enviaram. ” E aí Judas e Silas voltaram para Jerusalém, 400 km de viagem, e diz no verso 35 que Paulo e Barnabé demorariam em Antioquia.
E diz no verso 36: “Alguns dias depois Paulo disse a Barnabé: Vamos voltar e visitar os irmãos. ” Tem uma briga, eles não vão mais continuar juntos. Aí diz o verso 40: “Mas Paulo, tendo escolhido Silas.
. . ” Ué, mas Silas não tinha viajado para Jerusalém?
Então, como isso aconteceu? Veja o verso 36: “Alguns dias depois. ” E nós estamos falando aqui de uma distância de 400 km, 10 a 14 dias de viagem.
Alguém pode dizer: “Mas pera aí, se eles não estavam em Jerusalém, como é que Paulo sai com Silas de Antioquia? ” Então, pouco tempo. Aí um esperto copista resolveu o problema simplesmente criando o verso 34: “Mas pareceu bem a Silas permanecer ali.
” Quer dizer, Silas foi e não foi, né? Porque no verso 33 está dizendo que foi, mas no verso 34 está dizendo que ele não foi. Então foi uma inserção que foi colocada para tentar resolver um aparente problema de contradição.
Não precisava o cara ter colocado o verso 34 aqui, porque não é difícil imaginar que o que aconteceu foi que Silas foi para Jerusalém e, depois de algum tempo, ele volta para Antioquia. E quando ele volta para Antioquia é o momento que Paulo e Barnabé chegam à conclusão de que não ia rolar uma segunda viagem entre eles. E aí, então, Paulo, que pode ter conhecido Silas lá no conselho de Jerusalém, escolhe esse e começa a segunda viagem missionária com ele.
Por que eu digo que isso aqui é importante? Porque eu queria aproveitar isso aqui para dizer alguma coisa. Vocês vão encontrar outras passagens do Novo Testamento de suas Bíblias entre colchetes.
Querem exemplos? A história da mulher adúltera em João, capítulo 8, está entre colchetes. O final de Marcos 16 está entre colchetes também.
Primeira de João, capítulo 5, chamado como aioneus, onde João fala que são três os que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito. É um versículo muito claro sobre a Trindade, mas não está nos manuscritos mais antigos. Essas passagens entre colchetes não aparecem nos manuscritos mais antigos que nós temos no Novo Testamento.
Isso quer dizer que a Bíblia tem erros? Não. Não quer dizer que a Bíblia tem erros.
Quer dizer que, no processo de transmissão da Bíblia, algumas pessoas tentaram acrescentar alguma coisa ao texto sagrado. Mas, porque nós temos muitos manuscritos, sabemos quais foram esses textos. Da antiguidade deles, a gente permite que eles continuem na Bíblia, só que a gente avisa, entre colchetes, dizendo: "tem dúvida a respeito desse texto".
Aqui, a boa notícia é que, se você tirasse todas essas passagens em colchetes da sua Bíblia, isso não afetaria em nada a mensagem da Bíblia. Pega, por exemplo, aquela passagem que eu falei, que fala da Trindade. A doutrina da Trindade não se baseia em 1 João, capítulo 5 somente; tem dezenas de outras passagens no Novo Testamento que têm uma estrutura trinitariana.
Por exemplo, Cristo dizendo aos discípulos: "E de por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura, batizando os que crerem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. " 1 Coríntios 13:13: "A graça de Deus, nosso Pai, e o amor do Senhor Jesus, e o amor de Deus. " Que esqueceram agora?
Me ajuda aí, pastor! "A graça do Senhor Jesus e a bênção do Espírito Santo esteja com vocês. " Esqueci da bênção apostólica.
. . Já pensou, gente?
Tá aqui na minha cabeça, trinitário. . .
tá no final de 2 Coríntios, capítulo 13, verso 13. Lembra do versículo? Deu um branco agora.
Bom, o que eu quero dizer é que, se você tirar a história da mulher adúltera do Evangelho de João, isso não vai afetar em absolutamente nada, porque não tem nada na história da mulher adúltera que você não encontre em outras partes do Novo Testamento. Mesma coisa com o final de Marcos 16; não tem nada ali que você não encontre em outras partes do Novo Testamento. Tá certo isso?
Para aquele crente atencioso que olhou aqui: isso é. . .
mas o resto, 34 entre colchetes, né? E se você seguiu a nota de rodapé, como diz aqui: "o texto entre colchetes se encontra apenas em manuscritos mais recentes". A própria Bíblia já traz a explicação a respeito disso.
Tá bom, dito isso, vamos terminar agora com algumas lições para nós. Algumas delas nós já mencionamos, que é a respeito da estrutura da Igreja, como desde cedo ela começou a se organizar. Então você já sabe que a organização da Igreja não é uma coisa humana, quer dizer, é humana porque foi feita para nós, humanos, que precisamos, mas que foi feita com autorização de Deus e pelo estímulo de Deus.
Segundo, note a busca pela unidade da Igreja. Era uma Igreja que feita de dois povos, de duas raças, de duas culturas diferentes, mas eles lutaram para preservar a unidade. Eles não queriam se dividir.
Eles não queriam uma Igreja de judeus e uma Igreja só de gentios; eles queriam continuar juntos, a Igreja de Antioquia com judeus e gentios. Mas, para isso, teve que haver renúncia; teve que haver abrir mão; teve que haver compreensão e humildade para que, nessas coisas secundárias, nós pudéssemos conviver com os irmãos e não deixar que elas atrapalhassem o mais importante, que é a nossa fé em Cristo Jesus. Também, nós aprendemos sobre o ministério dos profetas.
Um pouco sobre o que os profetas, de fato, faziam nas comunidades como mestres — aqueles que consolavam, exortavam e fortaleciam. E, por fim, Pedro não liderou o conselho de Jerusalém, né? O conselho foi decidido, orientado, fechado pelos 12 e pelos presbíteros eleitos, com a participação da assembleia.
Portanto, o sistema papal de governo tá muito longe de ter qualquer fundamento bíblico, qualquer fundamento na Escritura Sagrada. Amém? Tudo bem, gente?
Se Deus quiser, na próxima segunda-feira, nós entraremos na segunda viagem missionária do apóstolo Paulo, continuando a missão aos gentios. Até que um dia chegou aqui no Brasil; a tecnologia chegou aqui na nossa cidade. Amém?
Vamos ficar em pé e vamos orar. Senhor Deus, obrigado por esse tempo, obrigado pela tua palavra, obrigado pela sabedoria dos líderes daquela época que preservaram a unidade da Igreja. Damos graças pela humildade dos crentes de Antioquia que se sujeitaram a abrir mão dos seus privilégios por amor à comunhão da Igreja.
Nos dá sempre essa perspectiva. Te agradecemos porque o Senhor tem levantado pastores e profetas que nos consolam, nos orientam, nos instruem. Nós te damos graças, ó Deus, porque a salvação é pela graça, pela fé e não mediante os costumes da lei de Moisés, que já foram vencidos e ultrapassados.
Damos graças pela liberdade que o Senhor nos dá. Conceda, porém, que não usemos essa liberdade para dar ocasião à carne, mas para servirmos uns aos outros em amor. É o que nós te pedimos, em nome de Jesus.
Amém.