a aula que você vai ver a seguir é parte de um curso da casa do Saber mais plataforma Educacional com mais de mil horas de conteúdos desenvolvidos pelos melhores professores do país quer conhecer então clique no link que está abaixo do título desse vídeo assim agora e tem acesso a outras aulas desse curso e também é um mundo de conhecimento Olá meu nome é Ana suy vamos trabalhar juntos nesse curso chamado amor e solidão eu sou psicanalista Professor Universitária Dr em pesquisa e clínica em psicanálise pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro mestre em psicologia
Clínica pela Universidade Federal do Paraná e graduada em psicologia sou autora do livro A gente mira no amor e acerta na solidão publicado pela paiós do livro amor desejo psicanálise publicado pela Editora Juruá e de vários outros livros de crônicas poéticas bom nesse curso Então chamado amor e solidão nós vamos trabalhar a partir da perspectiva psicanalítica algumas equivocações em relação ao tema do amor e da solidão porque com frequência a gente tem de a entender o amor de um lado a solidão de outro lado como sendo dois opostos e a nossa ideia aqui é balançar
um pouco essas noções para a gente poder a partir disso repensar o tema do amor e o tema da Solidão nosso primeiro encontro Então se propõe para pensar o que é o amor a gente tem a noção a gente tem uma ideia de que quando a gente usa a palavra amor a gente tá falando da mesma coisa então amor não é uma experiência natural que nós temos não tá garantido o amor porque estamos vivos porque somos seres humanos e nós temos experiências então radicalmente diferentes em torno dessa mesma temática tanto é que a gente não
tem uma noção Universal do que o amor isso vai variar de acordo com a área de acordo com a cultura de acordo com a relação que cada um de nós tem com os outros com si mesmo com a vida por isso o tema do amor ele pode ser um objeto de pesquisa de diferentes perspectivas filosofia a sociologia as psicologias as neurociências biologia são diferentes áreas que vão poder pesquisar o mesmo objeto de estudo e extrair diferente significações diferentes conclusões a partir desse estudo né então aqui a gente tá fazendo uso da perspectiva psicanalítica para poder
pensar o que que é o amor o que que é a solidão e como é que eles afetam as nossas relações a nossa existência e para psicanálise a gente vai entender bom antes ainda de chegar no tema do amor pensando na em termos de Constituição do sujeito em termos de como é que faz para a gente se tornar quem a gente é ou para a gente tentar se tornar quem a gente supõe que é melhor dizendo isso se faz na relação com os outros diferente dos animais que tem uma vida instintual regida por um censo
de orientação sobre o que fazer com a sua vida sem precisar se questionar a respeito disso né na vida humana a gente tem uma chegada no mundo uma relação com a nossa existência uma relação com o nosso corpo que é desnaturalizada então não é natural se a gente mesmo né com frequência a gente Escuta as pessoas falar seja você mesmo seja natural seja espontâneo e a gente trabalha muito para chegar perto de algo disso porque não é natural se a gente a gente não sabe muito bem quem nós somos não tem uma essência que nos
Garanta Olha você nasceu com isso isso é seu né tal como uma marca no corpo alguma coisa assim mesmo que alguém nasce com uma marca no corpo com uma inscrição no corpo ainda assim tomar posse dessa marca tomar posse desse corpo vai ser feito de um trabalho e de um trabalho que não se faz sozinho se faz sempre na relação com o outro então o fato da gente se tornar tentar se tornar quem a gente supõe que é ou que vai chegar sem algum momento vai ser feito de amor e de amor no sentido mesmo
ser efeito do modo como a gente se relaciona com os outros ou ainda do modo como os outros relacionam com a gente no primeiro momento a gente tende a pensar que a nossa história de vida começa quando a gente nasce Mas não é verdade né a nossa história de vida começa com os outros que nos antecederam Então os nossos pais os nossos avós né os nossos antepassados a história da nossa família tudo isso já vai marcar nossa pré-história na nossa Cultura a gente tem o hábito de começar a pensar em nomes para uma criança quando
sabemos que uma mulher tá grávida né então já se começa no momento em que se sabe que essa vida tá por chegar a imaginar coisas a fantasiar desejar coisas diferentes pessoas para essa mesma pessoinha que está em formação tudo isso já vai marcar aí essa pré-história dessa dessa pessoinha né Se ela foi planejada se ela não foi planejada o momento que ela tava chegando tudo mais e isso já faz parte da nossa história Isso vai ser contado para pessoa Isso vai ser escutado de uma certa forma né isso tudo vai ser efeito dessa dessa nomeação
que a gente vai colocar depois que tá marcada pelo tempo pelo nome do amor né pela palavra amor então a gente vai interpretar depois com isso se foi Amado se não foi se foi amado demais se foi Amado de menos né Então a nossa história ela é sempre marcada pelo amor toda vez que a gente fala de história Inclusive a gente tá falando de amor Porque se não tem esse elemento do amor a gente não tem uma história a gente pode dizer que a gente tem aí um um manual de instruções né uma orientação de
alguma coisa agora história precisa ter esse alimento de complexidade de aprofundamento de Tito Bale de hesitação que vai se apresentar pelo elemento do amor então se a gente não tem essa exitação se a gente não tem um mal estar se a gente não tem uma tensão a gente não tem amor e aí vejam que paradoxal que é porque a gente tende a pensar na nossa cultura que amor é uma certa Constância que amor é paz que amor equilíbrio que amor é completude essa noção de achar a tampa da panela a metade da laranja de se
completar no encontro com o outro é sempre uma noção que faz parte da nossa ideia do que que seria o amor então se para que haja a história de amor por exemplo tem que haver algum tipo de título veio Tem que haver algum tipo de mal estar a conta não fecha né Por um lado não fecha porque são coisas avessas né pensar que é preciso ter falta e que é preciso ter completude mas por outro lado elas são logicamente compatíveis ou seja ela se dependem porque afinal de contas só pode haver completude se houver falta
e aí a gente já tem desde esse nosso primeiro encontro essa um pouco do spoiler de onde a gente vai chegar no fim dessas dessas nossas aulas no sentido mesmo de que amor e solidão se dependem eu preciso sentir falta de algo de alguém para poder ir ao encontro amoroso por outro lado Se Eu Me Completo indemasia filme completo indefinitivo e para todo sempre já não faz mais sentido ir ao encontro amoroso ou seja o amor deixaria de existir Então nesse sentido amor em movimento amor é movimento em busca de uma completude que nunca se
dá por completo ainda que ela se dê parcialmente ainda que ela se dê de modo fragmentado mesmo que ela aconteça de tempos em tempos isso precisa desaparecer para que o movimento de amar é amar como verbo e não amar como uma imagem congelada e idealizada possa vir acontecer essa história de amor que a gente tem internalizado dentro de nós acho que tem duas vias aí que a gente pode pensar de onde vem essa história né que a gente coloca de que o amor então tá ligado a uma completude que vai se manter uma delas vem
do mito de aristófanes que o Platão contra o Freud faz uma referência faz diferentes referências em diferentes momentos do seu ensino que vai contar então de um mito em que nós seríamos seres nós teríamos sido seres muito completos em outro tempo né então nós éramos seres duplicados tínhamos duas cabeças Quatro Braços quatro pernas dois sexo então havia um seres femininos com dois sexos femininos os masculinos com sexo feminino e o masculino e os androgenos que haviam que tinha um sexo feminino e um sexo masculino e porque éramos seres muito completos e muitos fortes né os
deuses teriam se sentindo ameaçados com a nossa enorme Teresa e teriam nos cortado então pela metade E aí desde então nós seríamos seres que seriam apenas a metade de si mesmos em busca da sua própria da sua outra metade por aí né Então essa sensação de falta ela vem ser recoberta por essa fantasia de completude de que você é faltante porque você só um pedaço de si mas tem um outro pedaço de si por aí que você vai encontrar né E aí a gente tem a noção de metade da laranja né de tampa da panela
que sustenta essa fantasia de completude amorosa que a gente vem a sustentar outra perspectiva que a gente tem para poder pensar essa noção de completude pelo amor que não destitui essa Mas é uma outra forma de poder pensar isso vem da nossa origem a origem de cada um de nós pela relação mãe e filho né no sentido de que a gente não nasce do além né a gente nasce do encontro com outro corpo melhor dizendo do encontro de dois corpos ou menos de células né então mesmo que a gente Pense numa reprodução feita em laboratório
ainda assim isso tem uma história né não é do nada que chegam aquelas células ali então tem uma história de encontros que nos antecedem e que vão gerar um corpo que gesta outro corpo porque até o momento não podemos reproduzir bebês em laboratório sem a presença e de um corpo que gesta né então de certo modo a gente fez um com alguém de fato Em algum momento né a gente vem de alguém a gente perde um pedaço de si mesmo em certa medida a França adotou que é uma psicanalista francesa ela escreve num livro chamado
solidão assim é só na aparência que a criança se separa da mãe na realidade só se separa de uma parte de si mesma que ficou dentro da mãe e é muito interessante que ela disse porque a mãe né a pessoa que está gestando essa criança Ela sabe que ela é criança não são uma só porque uma mulher fica grávida na barriga né ainda que a gente possa pensar que são dois corpos duas existentes no mesmo espaço Existe uma separação não tá grávida no corpo inteiro né ela sabe se separar ali psicamente se a gente tá
falando de uma mulher neurótica né agora a criança não né até porque a criança nem tá ali aí a gente pode entrar em várias discussões da origem da vida quando é que começa o sujeito enfim fato é que quando a criança nasce por essa perspectiva que é transformador coloca a criança se separa de um separaria de um pedaço de si e isso seria uma certa forma da gente poder pensar que cada um de nós revive esse mito de aristófanes de uma certa completude anterior que viria a se desmontar no segundo momento e Isso daria a
origem a vida né Isso daria a origem a vida no sentido do momento em que cada um de nós reconhece como faltante em busca de alguma coisa no mundo isso coincide com a noção de quem nós somos porque quando a gente para pensar como é que a gente chegou na vida ninguém lembra né a gente não lembra como é que tava como é que tava na barriga da mãe como é que foi o nascimento a gente não lembra os primeiros anos de vida então quando a gente lembra de quando a gente estava aqui as coisas
já estavam acontecendo né e a gente começa a lembrar de fragmentos cenas né então uma das primeiras memórias que eu tenho é quando eu estava no berço sei lá aconteceu alguma coisa né são cenas e que muitas vezes a gente não consegue nem saber se essa cenas são de fato lembranças essas imagens São Lembranças que a gente lembra de fato Ou se essas imagens elas são construídas por coisas que a gente escutou as pessoas falarem por fotos que a gente vê da nossa infância porque o nosso passado ele não é alguma coisa que é estática
ele é constantemente revivido constantemente construído Então a gente tem uma noção aí da temporalidade né que é o tempo do inconsciente que ele não obedece essa linearidade que a gente tem quando conjuga verbos de presente passado e futuro ou melhor passado presente e futuro é uma mistureba né O nosso tempo quando a gente fala no presente do passado a gente tá atualizando uma lembrança quando a gente vai contar alguma coisa do nosso do nosso infância a gente fala com as palavras de hoje né então eu posso já gírias de hoje posso dizer que quando eu
era criança eu tava lá no Jardim 3 e eu tinha lá um Crush né que era um menino que era muito sabido e tudo mais não existia a palavra Crush eu não vivi isso desse lugar na minha infância né é uma interpretação atualizada que já modifica a minha relação com o passado e tô dizendo isso para vocês para destacar então que essa noção de completude que nós teríamos vivido anteriormente ela é uma ficção ela é uma construção que cada um de nós vai fazer a partir da nossa inscrição na linguagem que vai montar essa fantasia
então o amor é uma fantasia e aí quando digo que o amor é uma fantasia não é dizer que o amor é uma mentira porque quando a gente tem essa noção no senso comum né de fantasia a pessoa tá fantasiando é uma ilusão ou alguma coisa assim a gente costuma utilizar esses termos num sentido meio pejorativo para destituir a importância que isso tem agora pensando a noção de fantasia pela Perspectiva da psicanálise a fantasia ela não é o avesso da realidade A fantasia não é uma mentira a fantasia é uma condição para realidade então a
gente depende da fantasia da montagem da fantasia de cada um para poder peço alguma coisa da realidade e é por isso que a gente tem perspectivas tão diferentes em relação ao amor não só né em relação a qualquer coisa a gente tem perspectivas tão diferentes tão plurais quanto a tantas pessoas no mundo né então há tantas possibilidades de fantasia quanto a tantas pessoas no mundo porque cada um vai ter um acesso à realidade a partir da montagem da sua fantasia que é alguma coisa muito muito singular nesse sentido a gente pode pensar o porque é
que existem tantas discussões de relacionamento né O que que são as famosas DRS é cada um tentando fazer uma defesa da sua fantasia e se a gente acompanha a perspectiva de um e a perspectiva de outro com frequência os dois têm perspectivas que joia tão certa é isso mesmo né mas são maneiras diferentes de viver de experienciar Então não é um jogo do deu errado é o jogo da diferença e acho que é disso que se trata na psicanálise é por isso que a psicanálise me interessa profundamente para pensar o tema do amor porque não
se trata de um rebaixamento de uma maior valia né de uma de um reino de quem tá de quem é o grande de quem tem a grande verdade De quem é o certo da noção certa do amor de como fazer dos encontros amorosos um manual de instrução para que isso funcione nada disso nos interessa no campo psicanalítico mas o que nos interessa é poder pensar a dignidade que a diferença traz e na medida em que a diferença traz dignidade ela nos traz trabalho por isso amar não necessariamente é sofrido mas necessariamente é trabalhoso se a
gente quer sair da fantasia congelada da noção de paixão para poder pensar aí essa essa compreensão aí Ou melhor essa não compreensão essa grande Pergunta sobre o que é o amor como amar como sair da Paixão e fazer o amor durar e sentir ciúmes né enfim todas as coisas que a gente vai continuar seguindo aí nas próximas aulas ficou com vontade de ver o curso completo as próximas aulas estão disponíveis na casa do Saber mais para você assistir onde quando e como quiser clique no link que está na descrição e no primeiro comentário desse vídeo
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