Psicanálise e Marxismo Queer com Rita von Hunty | Christian Dunker | Falando nIsso

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Christian Dunker
Psicanálise e Marxismo Queer com Rita von Hunty | Christian Dunker | Falando nIsso 437 O quadro #Fa...
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Rita eu sei que analista não responde à demanda mas a situação aqui tá grave é inum guiano é Jones Manuel é todo mundo eu só me meto em crenca agora Tati berard Uhum E você tem alguma ideia de por que que eu me arrumo tanto em crenca nessa vid uhum uma luz uma luz você que habita o iato da vida a divisão do ser você que já passou por quase tudo nessa vida minha analista querida diga uma coisa isso aí é heterossexualidade dá que [Música] passa bem-vindos ao nosso Falando nisso de hoje especial Mega meta
especial atendendo a pedidos de décadas Camila JS Arnaldo rentes bisturi de artista Winnie Days conosco num momento muito especial especialíssimo Rita Von hant hoje querida tô muito contente Cris Ai eu já tô já tô em casa assisti tanto menina que eu sei até os livros onde estão então ã Rita bem-vinda ao canal a gente tem aqui Um momento em que queríamos discutir as relações entre Carlinhos e Freud para começar bora Bora que que você acha é e elas se amigamelhor a gente tem uma uma geração de intelectuais uma uma tradição intelectual que nós chamamos de
intelectuais com e contra Marx Silvia federi uhum né com e contra Marx o trabalho pelo qual a Silvia federi é conhecida um trabalho de pensar a acumulação primitiva do capital e o corpo da mulher é um trabalho com Marx e contra Marx porque ela vai apontar lacunas deixadas pelo pensamento marxiano eh e aí a crítica a esse a esse trabalho dela é que ela faz uma leitura um pouquinho empobrecida do engels né então talvez por isso o com e contra pareça dessa da família Da Da Da Lógica de reprodução cultural ex que é um trabalho
que foi né ao qual o Engel se dedicou bastante assim e aí quando a gente quando a gente pensa essa questão é o feminismo é um uma uma coisa aquele livro que eu disse no início e chama Dangerous Lions lições perigosas liações relações perigosas né E que é um livro que faz uma uma espécie de historiografia de de arqueologia das aproximações e distanciamentos do Marxismo e do feminismo e dessa relação tensa que há entre os dois então mais uma vez quando a gente pensa a ou eu né quando eu penso a psicanálise e o Marxismo
Eu acho que eu que eu penso um pouco assim coisa número um eh existem aqueles que vão dizer é inconciliável a psicanálise é uma teoria e pequeno burguesa individualista Colonial E aí o a nossa refrega é pensar o seguinte o Baldo Maia tem tem um texto grande ali é tem Umo tem um texto bonito no Lavra palavra chamado psicanálise e Marxismo uma heresia ou um debate sobre falsas premissas E aí nesse texto Eri eu acho que é o primeiro movimento do texto e eu tô indo de cabeça então tem Vale ler mas o Eri faz
alguma coisa tipo assim olha o materialismo histórico dialético ele é na sua Gênese apropria cista em qual sentido esse jovem Marx ele tá ao mesmo tempo lendo a teoria da economia política Ricardo e Smith David Ricardo e Adam Smith que são liberais safados é mas a teoria do valor trabalho tá sendo organizada pelo Ricardo Ok essa seria uma perna a próxima perna é a dialética Regiana né vamos chamar o quê de idealismo alemão agora entre idealismo alemão e liberalismo anglófono Será que e ainda existe uma terceira perna da teoria o que eu fico pensando é
que quem nega rejeita ã essa essa ideia de do de como o Marxismo se aproxima de outras áreas do conhecimento e como outras áreas do conhecimento se apropriam do método materialista histórico dialético recusa a história do Marxismo né porque eh nas de novo na sua Gênese o Marxismo tá preocupado em oferecer novas respostas a perguntas que já estão colocadas né o Marx não produz seu pensamento no vácuo né e cada teórico que pega a tocha do Marx e do engels apega de mão dada com outra coisa que que o alocer faz que que o mar
faz gram grams né o grams é maquiavelista né ele tá juntando Marx e Maquiavel O o Michel louvi uhum brasileiro surrealista exato então cada um desses movimentos é pensar que a gente não é exegeta a gente não tá pegando um livro sagrado e extraindo a verdade dele a gente é marxista e e e o seu Carlinho morreu tem coisa de dois séculos né o Lenin que já é um atualizador do Marx e do engels morreu tem um século e blau ou seja Vale pro Marx o que o Lacan disse da psicanálise tem que estar no
horizonte altura do seu tempo no seu tempo e a altura do seu tempo então vamos ver se eu chego lá esse Lá seria dizer o seguinte Ahã nós temos uma tradição longa de freudo marxistas Uhum E ela é às vezes mais freudo e às vezes mais marxista mas do haich a Melanie Klein passando pelo vigotsky e aqui no Brasil você o safat a Maria Rita Kel são intelectuais que tão de alguma forma eh pensando a psicanálise a luz do Marxismo e o método marxista Como contribuição à psicanálise né existe uma Talvez uma uma luta de
classes interna a psic ah agora você chegou no presente que eu tinha para você maravilhoso do meu amigo não sei se você já tem o Parker não tem ah psicanálise e Revolução aliás que eu acho que toca num ponto aqui comum dasas nossas formações né Você tem uma uma um pá na escola de birmingham no cultural studies uma tradição anglos saxônica da mas mais do que isso eu sou fef le xenta né também mas seu Paulo Arantes elaas Maria Elisa a grande a braba E e essa galera que me formou né então eu à medida
que eu que eu sou egressa da fef leste mas nem tanto e eu tô o tempo todo voltando pros diálogos com essa essa esquerda eu gosto muito quando eh o Paulo Arantes fala radical moderada modestos radicais essa essa esquerda que que vai me formando lá na USP né então é a in Camargo Costa né quadro histórico aqui em São Paulo do PSTU eh a Maria Elisa sasco que na América Latina é o maior nome para pensar eh crítica Cultural de viés materialista e e e esse é o meu inclusive o meu campo de trabalho no
sentido que acredito também que na psicanálise a gente tem o contar do caligaris veio do cultural studies não veio deu aula em em na Califórnia de cultural studies e na Se não me engano sim sim então eh o o isso com que eu trabalho né ou ou ou isso Onde eu acredito ter uma leitura com um pouco mais de fôlego é é um campo que de certa forma dialoga com Freud Marxismo para quem tá nos acompanhando assim eh o a história dos estudos culturais é é uma história de subversão do que nós entendíamos no ocidente
por estudo literário né É claro que cultural Então não vai ficar na literatura né são estudos culturais mas até o o a segunda parte do século XX a gente tinha um modo no mundo intelectual de olhar pra cultura que era conservador elitista hierárquico hierárqu e reacionário né funk Shopping Center é Pope Fiction literatura de mass quadrinhos outor ficção científica tudo isso e e o o cultural studies implode isso né a a a medida que a concepção de cultura dos estudos culturais é antropológica né que que é cultura qualquer produção Humana porque à medida que o
ser humano produz e re produz ele tá o tempo todo cristalizando atualizando valor valor e significado né E isso tá muito no projeto do tempero drank na na trajetória da Rita né Eu espero que eu espero que fique claro né que fique Óbvio mas mas mas eu eu nunca conto né eu deixo lá no meio é um bombom sortido sei quem quem desembrulhar vai ver sei mas que que tá cumprindo cumpriu essa essa função de de misturar linguagens públicos e eh ao mesmo tempo inclusive forçar um pouco parodico a alta cultura estamos falando daele grem
de Mars e PR pras pessoas que estão aí no caldeirão cultural é isso que me interessa assim essa essa minha formação da Usp eu acho que ela se debruçou especificamente sobre isso por causa da Maria Elisa por causa da Maria Silvia por causa do Marcos ã eh de Paula César Soares que é que é o seguinte o que eu fico tentando fazer tem um vídeo lá no tem vários né mas tem esse que eu acho que é bem explícito assim que chama comendo da lata do lixo da ideologia Uhum que a gente vai fazer o
gek um mestre nessa arte de cinema pop Lacan e idealismo alemão e então é o gij que essa frase comendo da lata do lixo da ideologia dele eh vários pensadores de Frankfurt a de eger nunca sei o nome dela jer jer da Berlim né isso isso e e e música pop de boate em São Paulo Uhum E aí eu vou tentando ali mostrando essa né esse esse como D samba né O que que a gente tem para fazer nesse nesse lugar eh e como a partir disso né a gente consegue instrumentalizar Esse é o meu
projeto meu sonho mais do projeto era o ser um Arsenal gratuito de armas da crítica então toda semana tá aqui ó uhum usa né usa na sua realidade decodifica vê que que vê mas difícil também porque você combinar feminismo decolonialidade cultural studies psicanálise Marx pós marxismos a chance de colisões mas as colisões me interessam Ah me interessam muito né eu tenho eu tenho um grande amigo eh marxista eh Historiador que uma vez num num encontro assim mas era uma coisa muito informal ele me fala assim eh a gente tá num debate eu tem um momento
ali da nossa conversa que eu falo pera mas eu acho que isso é bem estalinista né Aí ele dá um sorriso de canto de boca e ele fala assim para mim mas você se define como que tipo de marxista aí eu E aí é muito rápido assim eu nem tive tempo de elaborar a piada eu falo queer marxista ah great E aí ele dá uma risada e só que não é uma piada né sim sim é um é um chamar PR BR um conceito em em Progress né in Progress né Tem tem uma vertente da
teoria queer Uhum que se aproxima do Marxismo né é que que que vale vale-se do Marxismo fazendo uma ponte é improvável e Inesperada com Foucault então a gente bora lá vamos tocando a a a butler faz muito isso o preciado faz muito isso eu não resisto a contar uma uma uma lembrança do nosso professor Paulo arandes eh que talvez introduza o nosso próxima questão assim né eu era aluno dele já Da Lógica condominial não bem antes isso 97 98 e eu tava dando um seminário sobre o h Hum e o o Paulo aquela erudição incrível
dele fazendo o seminário acontecer potencializar e chega uma hora e ela dis não e e e tem mais se você C era um Pensador crítico e Marx tem que fazer análise ele não sabia que você tava clinicando é nem não assim é um aluno deação né daí eh todo mundo parou a classe assim deu uma olhada daí ele falou assim olha tem que fazer análise porque a militância é difícil porque a gente sofre porque pensar é difícil a função da angústia mas nunca com lacaniano porque elas cobram muito e falam pouco e e e todo
mundo caiu na risada e depois o Paulo que foi o grande incentivador pro livro do dos domínio ele que comprou ideia insistiu falou tem que fazer isso tava tava completamente certo mas a pergunta referindo aqui ao meu orientador de pós-doutorado iam Parker como é que você vê essa ideia de que dentro da psicanálise a gente tem uma luta de classe é uma coisa de Elite é coisa para rico tal S Sim sim eu eu acho que muito dessa nossa eh impressão vem do fato de que e e eu não estou brincando é porque a gente
nunca sabe quem nos assiste né E aí pode sempre parecer Piada tem muito psicanalista que não chama psicanálise de trabalho Ofício vocação E aí eu fico pensando então você não faz parte da classe trabalhadora seu e porque à medida que você né se ejeta de pensar aquilo como um trabalho a sua prática de pensamento social também tá diagnosticada ali né nessa frase e a relação de poder fica também parênteses uma tocada né então voltando Por que será que a gente tem uma impressão de que haveria internamente a psicanálise uma luta de classes porque em muitos
lugares a psicanálise ela se Manteve restrita a uma tradição ã de Elite né no E aí a gente nunca mais vai sair daqui porque esse caldo ele vai engrossando à medida que você pensa assim formação do pensamento crítico brasileiro anos 30 anos 40 é psicanálise todos eles estavam lendo lélia Gonzales tá em diálogo com o Lacan tá em diálogo com com o Freud e e o boar de Holanda de certa forma e vai ser tocado pela então isso não e o melhor da nossa psiquiatria crítica Juliano Moreira também liha frag para se defender dos positivistas
Franceses sim então o que eu penso é existe essa essa linha que Manteve a psicanálise eh elitizada à medida que eh a psicanálise ela vem ela pode vir como um modismo lélia Gonzales se apropriou né Eh Neusa Sant Souza se apropriou isildinha se apropriou mas tem uma uma casta de de psicanalistas que se Manteve alheio quase como se o inconsciente independ da Cultura né Eh quase como se eh a gente não adoecesse pelo social né Uhum e e portanto demandasse algum tipo de tratamento e reversão pelo social e como se toda a clínica não fosse
social né E aí tem uma anedota para quem nos nos nos escuta ou nos vê no futuro da isildinha né e Izildinha ela é uma uma psicanalista brasileira uma mulher negra e que Instituto S sim que esteve em contato com o Lacan né contato direto com Lacan na França agora eu t fazendo um curso com o Paulo Bueno Uhum e ele e ele contou isso para nós né então a isildinha ela tem essa passagem a gente a leu na qual ela eh sai de uma análise não é um fim de análise ela sai dessa análise
porque o psicanalista dela a manda para um psiquiatra para fazer uso de medicação porque ela está persecutória hum e a experiência racial desse sujeito branco que a escuta é incapaz de entender que ela não está descolada da realidade quando E aí a anedota né Tem um código quando eu entro na Zara me seguem no mercado revistam min ol livaria me olham na livraria olham minha bolsa no você tá persecutória não eu não tô persecutória eu tô preta né eu tô preta numa sociedade racista e Então olha só como como toda Clínica é social a falta
de letramento racial desse analista faz com que a escuta dele esteja bloqueada e com que ele até abra mão de preceitos básicos da psicanálise fundamentos da psicanálise o o o o estatuto de verdade da fal e de realidade da que a pessoa tá tá sim né e e e aí tem uma nota também que o fato da do desconhecimento da história da psicopatologia existiu no Brasil um se chamado Nina Rodrigue um racista que propôs cientificamente a categoria de paranoia do negro se tivesse acompanhado um pouco que isso foi desativado criticado talvez pudesse ter sido outra
história né é eu eu conto em sala de aula uma uma outra anedota né existe um médico na Carolina não na luisiano chamado Samuel A cartwright que ele hã publica um trabalho de fôlego eh no qual ele chega a um diagnóstico chamado drapetomania drapeado não menina não que que seria drapetomania a vontade incontrolável de fugir Qual é o sujeito drapetomania a pessoa negra escravizada que foge do seu senhor de escravo ela não foge porque a escravidão é nojenta Sim ela não foge porque é absurdo não ela foge porque ela é um doente mental porque ela
tem um transtorno psíquico a drapet e com uma e com uma pequena cirurgia drapetomania já eu vou ver tá é que incrível o que eu tento né eu essa aula é uma aula minha que eu eu vou fazendo ã uma uma crítica à normalidade né então para falar do Foucault né para falar de de como os nossos conceitos de saúde de louco são também fruto da luta de classes uhum drapetomania doença de preto que quer fugir né que tem sonhos de liberdade é e e a mesma coisa aconteceu com a homosexualidade do bovarismo exato A
ideia é louca que você pode enquanto mulher querer outra vida que absurdo outra pessoa né Que absurdo e e e ego ego distônico para homossexuais Ah meu anjo né vai limpar a bunda com ser rote ego de né ah esse sujeito tá desconfortável por causa da sua homossexual e isso é doença ou isso é o a a a opressão de uma sociedade que faz com que a gente fique desconfortável então de novo o meu interesse né que que eu fico tentando é ver aonde dá para chegar né com esses com esses choques assim sabe toda
vez que a gente eh traz alguém que tá fora da coisa para falar sobre a coisa luta de classes interna psicanálise Vamos ouvir os psicanalistas pobres Ah não tem que curioso Então vamos ouvir Os psicanalistas Pretos pera começaram nos anos 70 80 Ah que curioso E aí é isso sabe é isso que me interessa assim e acho que na na tua experiência e hum eh vou te provocar um pouco assim a Rita Von huns é uma personagem uma uma figura vamos chamar assim eh de Elite uma versão de Margaret toucher bem vestida comportada erudita e
bem estudada isso Eh Ou seja Elite Mas e a classe dela e a piada é essa aham né a a piada final é essa é de que você só faz drag na contradição você precisa ser uma uma mulher de 1,60 com costeleta e o barrigão do Elvis e peito peludo né você precisa ser uma mulher de 1,60 fazendo Tony Ramos você e nessa você precisa ser um homem de 1,85 o Samuel Jackson você precisa ser o Patrick sh fazendo uma uma catada dona do lar Porque nessa contradição a arte drag nada de braçada E aí
se eu tô Produzindo um discurso ã radical de esquerda Qual deveria ser a identidade visual dessa a Margaret T Universo ao contrário e aí quando você faz isso quem assiste vai tomando espera Marta suplicio bolo sabe e e é nesse desajuste de uhum gente isso não faz sentido nenhum que você consegue capturar eu acho eu tenho essa hipótese uma escuta um tiquinho mais atenta no no final né o que eu espero que seja que seja captado é que essa escuta um tico mais atenta transborde para deixa eu ir ler esse texto deixa e que também
tem um lugar da contestação de quem pode me ensinar eu tô aprendendo com uma travesti uhum sabe então é é são muitos alvos que eu tento atirar né ah porque tem o contrário né pode o subalterno falar comigo quência academia palhaço tá ah né imagina tá transformando Hegel em carne de panela Que ótimo né E que a carne de panela seja acessível um dia as massas comerão o Biscoito Fino que é produs asos mas mas Rita e corre na praça está assim na boca miúda bo miúda que a senhora está assim pensando em se aposentar
é que ainda existe esse conceito é não o temer já implodiu eh temer já implodiu faz tempo corre na boca miúda o seguinte né não tem mais aposentadoria acabou mas eu estou fazendo H 11 anos e como artista eu eu sei e sinto que chega uma hora que a gente tá num quarto escuro Mas já tem o mapa do quarto escuro e uma parte grandiosa da arte acontece quando você dá cabeçada na estante quando você bate o Mindinho na Quina da mesa e aí eu acho que enquanto artista a gente vai a gente precisa de
períodos de reflorestamento eh ai menina mas é porque eu tenho eu t tenho Tenho pensado isso há tempos né eu venho elaborando isso H tempos no sentido de quê todo o trabalho público é um trabalho de entrega né e eu acho que chega uma hora que a gente precisa se voltar para uma nova semeadura E aí talvez daqui quatro Talvez daqui cinco eu volte né Olha uma nova colheita né agroecológica Eu sinto que uma parte né do do que me deixa viva não tá mais neste trabalho como éum a medida que eu indago eu vou
fazendo e descobrindo mas eu imagino tirar um tempo a gente tá em 24 acredito que 25 porque 24 é o ano do eu ten que tá aqui mas 25 Eu imagino eh fazer minha formação eh de cátedra na psicanálise e E aí não sei Por quanto tempo não sei de que forma se começo a clinicar ou se pode ser um Twist para voltar a comunicar quer dizer é como toda a travessia né uma jornada que vai que vai se fazendo e rumo ao desconhecido que é a minha parte preferida mas não não tô vendo desorientada
assim né Tem uma eu me lembrei aqui no livro da margarite ah o arrebatamento de lolin não conheço não fao mínima ideia foi um foi um é uma peça de teatro né Lacan foi assistir ele ficou o próprio Lacan arrebatado Hum E daí sentou com a margerite do Ra falou me conta como você fez essa personagem porque é uma personagem que ela ela é arrebatada ela tá noiva chega vão para uma festa e de repente o noivo dela sai com a outra e ela fica no ar né suspensa arrebatada raptada e e o lac sisma
que tem alguma coisa ali que que é que que é extremamente analítica fala da devastação a partir desse dessa dessa peça né E a gente tem a brincadeira de que isso tem que ver com o significante LOL fontein é eh Rudolf lovenstein o analista do Lacan que ela não percebeu mas enfim foi arrebatado pelo significante né Eh uma especulação eventualmente Bumba mas H queria perguntar do arrebatamento da da psicanálise é a rita Von hunch é LOL fon Stein Rita fon Stein Estamos esperando assim um como é que foi o por onde chegou a psicanálise eu
eu acho que tem ã algumas coisas a primeira delas é a seguinte também uma vez um aluno eu termino uma aula tô coletando meus papeizinhos tarã normalmente aula de mesa que não é aula de vídeo que não é aula de público que não é aula de palco aula de mesa eu levo sempre a minha aula ao menos as citações num papel e porque como eu tenho uma tendência digressiva Às vezes a digressão vai me levando E aí eu preciso é pelo menos para dar a aula que eu imaginei que eu daria a aula acontece mas
mas a gente né Tem uma ilusão de controle e aí eu tô aqui guardando a aula e esse aluno vem falar comigo e fala assim ô Rita [Música] eh qual que é a internacional que aí eu falo não pera pera Me pergunta o que você quer me perguntar aí ele fala não eu queria saber qual é a internacional que você tá afiliada como soci eu falei não calma não me pergunta o que porque assim da da Internacional marxista primeiro ter é aí eu aí ele fala que tipo de marxista você é vi viia com Trotsky
não e e e e eu sou totalmente a quarta internacional né que é trotskista enfim mas isso aí é um outro adento e aí eu falo assim para ele ó vamos junta o Marxismo ele não é uma identidade né não tem um tipo de marxista que eh eh Você não pode rejeitar a a Rosa Luxemburgo né É é você não pode ignorar o Stalin você não pode né ainda que você queira não e ainda que você vá chamá-lo de uma degeneração e você vai precisar de de estofo para fazer essa crítica né ela não pode
ficar no no nível da alcunha do do xingamento e aí eu falo para ele mas mas a minha história é a seguinte existe uma corrente de intelectuais britânicos e Eric Robs bown Rafael Samuel Robin blackburn e ah o Raymond Williams que na crise da União Soviética com as repúblicas soviéticas vão produzir uma crítica de esquerda a esquerda esse movimento vai ficar conhecido como a nova esquerda britânica New left eu entro eu chego no trem andando aqui uhum essa é a estação que eu entro no trem e daqui os Freud marxista já estão todos lá né
o o diálogo com eles vai acontecendo Frederick Jameson que é um herdeiro dessa tradição ele tá com a dor seminários do Lacan isso fala muito livro sim sim então conto isso para ele e aí ele faz assim ah aí eu falo ie não entendeu Ah mas enfim uma hora a gente tem essa conversa outra vez como que eu tenho o meu arrebatamento à medida que eu tô progredindo como aluna professora eh e e artista eh tem sempre coisas que que vão ebolo né em um determinado momento eu chego na análise e o movimento de chegar
na análise ele resgata uma memória de infância que é o seguinte 2018 é é a primeira vez na vida que eu tenho H dinheiro para fazer análise né Então até 2018 eu sou uma Universitária que d aula de manhã da aula à tarde faz aula à noite vive de bolsa quando tem e e como no Bandejão porque ainda dedico uma parte do meu dia e os meus finais sem a esse trabalho e aí eu a Rita vai acontecendo vou apresentar um programa de TV eu tô fazendo outros trabalhos começa começo a ter mais renda primeira
coisa que eu decido fazer com a mais renda é análise Puxa era porque era um desejo né era um era um uma coisa que eu queria muito e quando eu vou pra análise a a primeira coisa que eu faço é pedir para uma amigona minha marig que é a minha assessora minha produtora indicação de analista ela tinha várias lacanian E aí ela me indica a a analista com quem eu tô até hoje e e ela me pergunta por quê E aí É nesse momento que que resgata assim eu era bem cocota tinha 10 10 12
ã no máximo 14 eu tô ali na entrada da puberdade tem uma prima eh que é a grida wia professora como eu língua e literatura estudo cultural faz a mesma coisa que eu e uma vez a gente tá na casa da minha avó trocando falando da vida e eu falo um negócio para ela ela tá contando um um perrengue qualquer e eu falo um negócio para ela ela para e eu falo a partir do que ela tá falando ela para e ela fala assim você conhece o Lacan aí eu falo não e a única coisa
que ela me deu por Lacan para mim como se falasse sei lá o quê Caviar sabe sei lá aí ela aí ela fala ele faz psicanálise com poesia Hum e aí quando eu fui pra psicanálise eu fui aqui e aí a minha primeira sessão segunda sessão que acho que ainda era entrevista sim a minha analista vai pegando o que eu tô dizendo e ao escutar vai separando algumas palavras e me oferecendo elas de volta E aí eu vejo esse Encantamento da palavra acontecer o meu arrebatamento é porque antes das Letras eu fiz artes cênicas nas
artes no rio de J lá na Unirio nas artes cênicas eu trabalhava com voz e corpo do ator então uma longa leitura de como o trauma se cristaliza eh e aí tem um o novin Uhum que ele tem um livro que chama an da palavra e ele fala sobre o Encantamento da palavra E aí foi a primeira vez e e eu tô entendendo isso agora estudando psicanálise que eu soube que era possível tratar alguém pela palavra que era possível ser tratado pela palavra né é sem alopatia sem Indústria Farmacêutica assim que o ato de de
de falar de existir pro outro era uma forma de tratar como a gente tá inserido no mundo né E aí esse é o meu arrebatamento incrível incrível porque eu eu acho que é o mais próximo que nós como ocidentais vamos ter da magia sim eu do do do encontro Zem ou do encontro com o com um tipo de de transcendência imanente superação mas sem isso isso sem ir para outro mundo é para esse aqui mesmo e eu acho que como ocidentais a gente tá amaldiçoado né Uhum povos indígenas 100.000 alternativas eh povos originários povos negros
em diáspora africana 100.000 nós desencantos o mundo mas o Freud tinha uma aposta de reencantamento do mundo né talvez por ser judeu E aí mas assim imaginando Claro problemas que podem ser feitos de fumaça e mancham no ar e que que você imagina ou se imagina né e atendendo pessoas recebendo pacientes e e onde é que vai est Rita nisso onde sempre teve né porque sempre teve né Eu eu acho que que tudo que corporifica sempre teve é que vem né Uhum ã E aí os meus melhores amigos o Nico é Talvez a pessoa mais
próxima de mim na minha vida né o meu melhor amigo o Nico uma vez eu eu tava eu tinha um evento muito importante a gente tava fazendo uma turnê na América Latina para lançar o programa que eu apresentava na TV e aí a gente ia pra Colômbia pra pra Bolívia pro México pro pra Argentina E aí na hora que eu tô lá montando a mala eu falo Nico esse com essa peruca Esse é o que que você vê aí o Nico quer e que é e olha ele tá se tornando um lacaniano melhor que é
ele dá cada uma nos nossos amigos que são todos psicanalistas e aí ele fala assim Guilherme eu não sei se eu vejo nada porque eu não conheço a Rita é sempre o meu melhor amigo de peruca e aí ele fala a Rita é o seu senso de humor e aí quando ele fala isso eu falo filha da mãe A Rita é meu senso claro que é meu senso é é é corrosivo ácido agudo e e vai vem é se tá no Guilherme na Rita isso é é uma transversal assim s s então onde ela estará
na clínica talvez na na risada Excelente excelente porque tenho escrito e realmente acredito fiz escrevi um livro com palhaço S humor é é uma visão de mundo é uma é uma ética é uma uma ferramenta para lidar com o outro consigo e que paciente você sonha para porque hum claro que depois vira outra coisa mas eu tô me lembrando de quando tava nesse momento também e agora vai que que será como é que você imagina assim ó eh eu eu ainda não sei se eu imagino eu eu sei que vai haver uma carga de eu
sei que vai haver uma carga de transferência no sentido que como pessoas LGBT nós em alg algum lugar fomos também ejetados da psicanálise sim né preciado tá aí não só de dier bom a gente nunca mais sai a sapatão que escreveu o pensamento étero Munique vitting e a Luci rigarr a gente nunca mais vai sair como lgbts nós fomos ejetados da psicanálise e não parou assim né só para contar pra galera a a filha do Freud a Ana Freud é homofóbica mas Manteve uma prescrição de que homossexuais não podiam exercitar a clínica né aqui no
Brasil o Coutinho Jorge passou os anos 90 despatologizar nos anos 2000 ele me escreve um criminoso de um texto no qual ele fala que pessoas transsexuais são homossexuais mal resolvidos naquele cara o Dr Freud tem texto seu é é é um texto criminoso Depois tem um outro livrinho também criminoso bom preciado eu sou o monstro que vos fala na sociedade psicanalítica na em Paris a plateia de escutar o que ele tinha ficou horrorizada horrorizada ã na Argentina o o primeiro homem que traduz Lacan para espanhol Oscar maça uhum eh tem um livro chamado comprovante da
falta que que ele são transcrições de seminários que ele dá e tem um um seminário que um aluno um um seminarista fala para ele pera pera pera Então o senhor tá dizendo que não tem nada de natural na heterosexual não tem nada de normal é a palavra na heterossexualidade aí ele fala ai que bom que alguém da turma entendeu eu achei que já tivesse claro né o Freud disse não tem espaço pro normal tem neurótico Psicótico e perverso normal não tem acho que o meu ponto é também poder oferecer uma escuta para esse sujeitos que
acreditarão não poder ser escutados em outro lugar sabendo que essa é a maior armadilha acredito da transferência uhum a transferência funciona assim num sistema de enganos produtivos né É mas mas eu acho que para para quem escuta a armadilha é falar Ah eu sei do que ele tá falando sabe uhum tipo ah é uma como eu eu e e é aí que você deixou de ouvir sabe quando você acredita E aí você você para o estranhamento se para o pente fino se para o contrapelo Então eu acho que o meu sonho de paciente é o
homem branco heterosexual cisgênero sim que vem tratar a sua cisgeneridade a sua branquitude a sua sexualidade né sua masculinidade mas a vida inventará tá dito tá prometido vou fazer o possível para te acompanhar nessa trajetória in inx e queria Então te agradecer e longa vida am a pós pré futura hun é Clínica clínica vonti sempre muito obrigado pelo convite aame aqui para mais fragmentos pós Ron clique aqui nao e vem ver o que vai acontecer [Música] [Música] agora n [Música]
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