Eu sei que muitas vezes dinheiro e criatividade não andam lado a lado, mas é exatamente para mudar essa ideia que eu tô aqui, e quero compartilhar com você algumas das coisas que aprendi ao longo da minha trajetória empreendedora, que me fizeram melhorar e muito a minha relação com o dinheiro. Eu sei também que chegar num preço ideal pro seu produto ou serviço é um dos grandes problemas do mercado criativo. Mas a verdade é que precificar não tem fórmula mágica.
A gente precisa mesmo é entender exatamente onde cada centavo é gasto na empresa, e conhecer seus custos e despesas a fundo. E é isso o que eu vou te ensinar a fazer hoje! ♪ ♪ Olá Crafters!
Eu sou a Thiara Ney, e eu tô muito feliz de tá aqui compartilhando esse conteúdo com vocês. Eu não nasci sabendo precificar nem a lidar bem com meu dinheiro não. Eu aprendi, com dor e sofrimento, a organizar as finanças do meu pequeno negócio, e estudei muito pra elaborar uma metodologia de precificação pra empreendedores criativos.
E eu quero começar esse aulão falando sobre percepção de valor. De nada adianta estudar um monte para aprender a criar peças incríveis, fazer um marketing bacana, e chegar aqui, na hora de definir o valor de seus produtos, e jogar tudo por água abaixo. Por isso vou bater na tecla do bom posicionamento sim.
E posicionamento de marca tem absolutamente tudo a ver com finanças. O preço de um produto nada mais é que a conta matemática, que considera os custos fixos e variáveis, e dividide esse número pela sua capacidade de produção ou de venda. Já o valor é aquilo que torna o seu produto especial, que faz com que ele seja percebido como especial pelo seu cliente, que vai enxergar benefícios muito além do preço.
Os clientes de produtos criativos e artesanais dificilmente escolhem esses produtos pelo preço. Isso porque ele sabe que as lojas grandes, que produzem em quantidade, conseguem ter preços muito mais atrativos. O cliente que escolhe um produto artesanal, feito em pequena escala valoriza muito mais o que aquele produto entrega do que o quanto ele custa.
Saber disso é muito valioso na hora de precificar o seu produto, criar a sua marca e posicionar a sua empresa. Tá, eu sei que você quase saiu desse vídeo agora pensando que eu não entendo absolutamente nada dos seus clientes, né! ?
Os seus clientes especificamente sempre querem caixinhas mais baratas, choram por desconto e tal. Acertei? Mas vamos combinar?
Se eles quisessem as caixinhas mais baratas, eles compravam as industrializadas no Mercado Livre. O cliente que te pediu um orçamento, mesmo que peça desconto, ele tá orçando com você porque ele quer algo personalizado, exclusivo, único, feito do jeito que ele sonha, no tema que ele quer, com o nome da criança. E isso tem um custo, ou pelo menos deveria ter.
Agora se você tem clareza disso e o cliente com quem você tá se comunicando não quer pagar por isso, então é fato: você tá vendendo pra pessoa errada! Se você continuar baixando seu preço para atender cliente que quer pagar sempre menos, você vai continuar atraindo só esse perfil de cliente mesmo. Você precisa ter claro o valor que seu produto tem, e só assim você vai conseguir vender o que você faz para quem realmente tem interesse em comprar.
Em resumo, o preço é por quanto você vende o seu produto, enquanto o valor é o quanto o seu cliente recebe com o seu produto. Outra questão muito importante é que é preciso perder o medo de ganhar dinheiro. O dinheiro é bom!
Ele traz coisas boas pra nossa vida. A gente só precisa fazer as pazes com ele, parar de achar que ele é vilão e começar a permitir que ele seja seu "parceiro de negócios". Afinal, se você sabe fazer alguma coisa que a maioria das pessoas não sabe, e faz isso bem, que mal tem em cobrar por isso?
E pra entender melhor qual é a parte do dinheiro da empresa que cabe a você, vou esclarecer exatamente o que significa faturamento, lucro, pro-labore e salário. A grosso modo, faturamento é tudo aquilo o que entra de dinheiro na sua empresa, tudo o que você vende, sem descontar absolutamente nada. Já o lucro é tudo o que sobra ao final de um período, depois que se fazem todas as deduções, seja de contas pra pagar, de impostos, de investimentos, ou de salários.
Tudo o que sobrar no caixa da empresa depois que tudo for pago é chamado de lucro. Aqui o que é importante saber é que o seu salário não é retirado do lucro. O seu salário tem que ser contabilizado exatamente como todas as outras contas da empresa, e ser retirado do faturamento.
O lucro é o que vai sobrar depois que você pagar tudo, inclusive o seu salário. Já o pro-labore é como é chamado o salário dos sócios de uma empresa. Nada além disso.
É muito comum quem tá começando a empreender no mercado craft somar todos os custos de produção, os custos com material, e calcular o preço do produto em cima disso. Aí, por exemplo, gastou R$ 10, vende por R$ 30 e acha que tá tendo 200% de lucro. Mas a verdade é que isso tá totalmente errado.
O custo de material usado na produção, na maior parte das vezes, é a menor das partes na formação de preço. Os preços dos seus produtos ou serviços devem ser definidos com muita estratégia, e levar em conta muito mais do que o material, o seu salário e o seu valor como artista. Afinal, tem muito mais coisa sendo paga nessa empresa, e é preciso sim calcular tudo, absolutamente tudo.
É importante saber então, antes de tudo, que custos e despesas são coisas diferentes. Custo é tudo aquilo que tá diretamente ligado à produção e venda de um produto. Despesa é tudo aquilo que é gasto para a empresa funcionar, mas não especificamente para produzir um produto.
Minha sugestão é que você abra uma planilha no Excel e comece então a anotar todas as despesas do seu pequeno negócio. Aluguel, conta de internet, domínio e hospedagem de site, compra de equipamentos, salários, seu e de quem te ajuda, profissionais que você contrata, como um designer, um contador, um assistente, serviços que você assina, como o pacote Adobe, o Google Drve, o Freepik, artes que você compra, cursos. .
. É aqui também que você vai colocar os impostos que paga pro governo todos os meses. Caso você seja MEI, um outro custo importante a ser considerado é o complemento do INSS.
Ainda na categoria de despesas fixas você deve considerar os gastos feitos com ferramentas de marketing, como assinatura de loja virtual, de site, o serviço de email marketing, aplicativos de gerenciamento de redes sociais, e até mesmo o gasto fixo com anúncios. Sabe quando você clica em Promover uma foto lá no Instagram e o valor é cobrado no seu cartão de crédito? Então, esse é um custo da empresa, e deve ser considerado aqui.
Nessa hora na planilha. Lembra ainda de contabilizar o investimento em novas máquinas e a manutenção periódica delas. É importante ter sempre um fundo de reserva para essas situações.
E todos que trabalham com máquinas devem ter também uma reserva para a depreciação. Com tudo listado, e os valores somados, você tem então o custo de funcionamento mensal da sua empresa. Ou seja, vendendo ou não, isso é o que você tem que pagar todos os meses.
Com todas as despesas anotadas, já dá pra calcular o valor da sua hora de trabalho. Anota então a quantidade de dias que você trabalha no mês, e a quantidade de horas que você efetivamente trabalha por dia. Se você só se dedica ao seu negócio aos finais de semana, então coloca que você trabalha 9 dias por mês, 8 horas por dia, ou o que for.
Seja honesto, para que essa conta seja justa no final. Eu, por exemplo, trabalho uma média de 21 dias por mês, 8 horas por dia, mas com uma produtividade de 75%, porque é óbvio que eu paro pra fazer um lanchinho, falar com minhas amigas no Whatsapp, ver preço de passagem pra São Paulo e tal. Totalizam então 126 horas produtivas por mês.
Vamos supor que as despesas e custos fixos da sua empresa totalizaram R$ 5 mil. Dividindo esse custo pelas 126 horas produtivas, a gente tem um valor de quase R$ 40 por hora de trabalho. Isso significa que cada hora sua trabalhada na empresa custa 40 reais.
Pra começar então a sua precificação, esse é o primeiro número que você tem que ter em mente. O segundo passo é então somar os custos de produção, aqueles com materiais mesmo. Então calcula aí o quanto você gasta de material pra fazer algum dos seus produtos.
Escolhe um produto, por exemplo, um bloquinho, e anota o que gasta com papel, com impressão, com laminação, com wire-o, com cola, tudo tudo tudo o que é material, que é usado especificamente naquele projeto. Vamos supor que seja um custo de 40 reais pra fazer 10 unidades. Dividindo pela quantidade blocos feitos, dá um custo de 4 reais pra cada um.
Tá ótimo, né? ! Mas aí, quanto tempo você passou fazendo esses blocos, desde a negociação com o cliente até a entrega.
Quanto tempo foi dedicado especialmente pra essa produção? Supondo que foram 3 horas, a gente tem então que acrescentar 3 vezes o valor que a gente já calculou que custa a hora de trabalho na sua empresa, que são 40 reais. Então naquele custo de produção, a gente precisa somar ainda mais 120 reais, totalizando 160 reais.
Tá fazendo sentido por aí, vocês tão acompanhando? Com tudo contabilizado, o custo da unidade do bloquinho subiu pra 16 reais. Aí aqui você ainda soma o lucro que você quer ter com a venda desse produto.
Mas olha só, seu salário já tá calculado, agora só falta mesmo somar o lucro, aquilo que a gente quer que sobre pra empresa mesmo depois de pagar todos os custos de produção e despesas da empresa. Com esse método você consegue calcular o valor de produção de qualquer produto. E você viu como as despesas que não são relacionadas à produção custam muito mais do que o material, no fim das contas?
Então é sempre bom pensar em como você pode diminuir a quantidade de horas dedicada a um projeto, essa é a maior economia que você pode fazer. Esse é um exercício que a gente tem que fazer o tempo todo: o de pensar no valor da nossa hora e se realmente vale a pena fazer determinado trabalho. Terceirizar parte do trabalho para quem faz com mais facilidade, e consequentemente consegue um preço menor pra gente, pode ser uma estratégia muito inteligente.
Precificar adequadamente nossos produtos e serviços é um dos passos pra gente conquistar a independência financeira. Fazer boas escolhas conscientes é outro passo muito importante. Dinheiro é um tema que muita gente tem dificuldade em falar e não só porque ele sobra ou ele falta, mas porque infelizmente somos criados desde pequenos para não ter uma boa relação com ele.
É muito importante ter em mente que o dinheiro nada mais é do que uma ferramenta que te permite viver no modelo de sociedade que a gente tá inserido e alcançar seus sonhos. É importante entender que ganhar dinheiro não é errado, que cobrar devidamente pelo seu trabalho, pela sua arte, pela sua hora, pelo que você entrega é certo, é sim o que deve ser feito. Não tenha medo de cobrar.
Muitas vezes o cliente valoriza mais quem cobra mais do que quem cobra menos. Ao vender seu produto, você tá cobrando por todo o conjunto da obra, e não só pelo produto final. É sobre quem a gente é, é sobre as nossas experiências.
E o valor disso é intangível. Agora ó, se essa aula te deixou com gostinho de quero mais, eu te convido a conhecer o curso Finanças para Criativos, um curso completo em que eu esmiúço um pouco mais mais toda essa metodologia, e divido com você a minha planilha de precificação em Excel, já com todas as fórmulas prontas, pra você só preencher os campos e facilitar todo o processo de precificação. Lá você tem também vários exercícios práticos pra melhorar a sua relação com o dinheiro e te ajudar a separar o seu dinheiro pessoal do dinheiro da empresa, mesmo que seja uma eupresa, feita só por você.
E tem ainda o material de apoio físico, enviado pra sua casa, sem custo adicional. Pra conhecer, acessa www. thiaraney.
com. br/financas. O link tá também aqui na descrição do vídeo.
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