Não tirar a parede não tem graça! Então, eu posso ver um dragão aqui do teu lado, está sendo projetado na minha retina. [Música] No vídeo de hoje, a gente vai mostrar as profissões que usam a arte e a criatividade para deixar o nosso mundo mais funcional, prático e bonito.
Vamos dar uma olhada mais de perto na arquitetura e no design. Acho que todo mundo suspeita o que um arquiteto ou que uma arquiteta faz. Eles projetam espaços.
Esses espaços podem ser mais urbanos, como cidades ou bairros, ou mais particulares, como casas e edifícios, ou mais particulares ainda, como interior das casas. Ou, quem sabe, o lado de fora, a paisagem que elas formam. E o arquiteto precisa, com as suas habilidades, juntar no projeto o conforto, a estética e a funcionalidade desses espaços.
Isso tudo tem que estar no desenho, no projeto, sem esquecer de considerar o que a lei permite, os gostos pessoais dos clientes e os diferentes tipos de materiais disponíveis. Muitas vezes, quando a gente pensa em desenho, vem na nossa cabeça alguma coisa concreta, tipo uma caneta, um papel, um lápis, até mesmo uma tela de computador. Mas desenhar pode ser mais que isso, pode ser alguma coisa mais abstrata, como desenvolver uma ideia projetar, dar forma.
Até porque desenho vem do latim e significa traçar, mostrar uma direção. E o designer usa a criatividade para desenhar o nosso mundo. Vamos conhecer agora um apartamento que a Duda tá terminando de reformar.
Enquanto isso, eu vim aqui com Levi Gerardi para a gente aprender mais sobre a profissão de designer. Como que é a rotina de trabalho? Hoja a gente já apresentou um projeto, tem reunião amanhã com cliente, tem definição de tecidos de mobiliário, tem muita coisa.
Tem um dia que eu tô trabalhando para criar, por exemplo, uma nova embalagem de cerveja, aí no dia seguinte a gente está trabalhando para entender como é que a dinâmica de um serviço ideal na área de saúde e depois no outro dia a gente tá olhando qual que seria a melhor marca para entrar no mercado de cosméticos, por exemplo. Cada dia é um dia. Eu acho que a parte que eu mais gosto da profissão é que é muito dinâmico.
Cada dia é uma grande novidade. Conta pra gente onde é que você estudou, qual é a sua formação. Eu estudei no Mackenzie, fiz arquitetura e urbanismo.
A única coisa que eu sabia é que tinha que desenhar, e eu sempre gostei muito de desenhar. Eu gostava de desenhar desde muito novinho. Aliás, eu descobri que existia o mundo do Design porque eu tinha um professor, ele me via desenhando, ele falou "cara, o que você tá fazendo se chama desenho industrial".
Esse era o nome que tinha na época, que era até um nome esquisito porque desenho industrial parece que você vai ficar desenhando cano, parafuso. E não é bem isso. Por conta disso, a primeira formação que eu tive foi ensino técnico, eu fiz mecânica, que é muito louco, né, porque aí eu aprendi a como é que as coisas são feitas, né?
Como é que as coisas são projetadas. É comum a gente pensar que para seguir nessas áreas que a gente tá vendo, a pessoa precisa saber desenhar desde cedo, ser aquela criança que anda agarrada numa caixa de lápis de cor. Só que não é bem assim.
Além do trabalho não ser só desenhar, o desenho é só uma habilidade. Ok, mas o que é exatamente uma habilidade? Quando a gente tá falando sobre a atuação profissional, as habilidades são as técnicas necessárias para o trabalho ser feito.
Com elas, o profissional consegue resolver problemas no dia a dia e fazer com que seu conhecimento seja usado de verdade, na prática. Dá para listar aqui para você ter uma ideia. Desenho, escrita, comunicação, concentração, raciocínio lógico, visão espacial.
Mas presta muita atenção no que eu vou falar agora, não esquece disso. As habilidades são desenvolvidas, a gente não nasce com elas. Esse desenvolvimento das habilidades é um processo que se chama capacitação.
Em alguns casos, essa capacitação acontece antes de você escolher a sua profissão. Por exemplo, as crianças que são estimuladas a desenhar acabam pegando gosto pela coisa e gastando horas e horas, ficando realmente boas em desenho. Numa situação dessas, claro que o caminho antes da formação do profissional pode ser mais tranquilo.
Mas mesmo sem estar capacitado antes, durante os estudos e até mesmo durante o trabalho, a gente consegue desenvolver essas habilidades. Talvez o caminho seja menos tranquilo, mas também vai acontecer. Até porque talvez a gente, os humanos, tem uma habilidade desde o nascimento, sim.
A plasticidade. A gente consegue aprender muita coisa diferente e até ficar muito bom nela. O pessoal sempre me pergunta "você tem que saber desenhar para ser designer?
" Não, mas ajuda muito. Tem uma série de conceitos de desenho, quando você cria algo, que você tem que saber. Então, você vai usar outros métodos aí para poder comunicar a tua ideia.
Mas o fato é que você tem que comunicar isso para que isso aconteça. Eu acho que hoje em dia o desenho a mão eu não acho que ele seja de extrema importância. Eu acho que é importante você ter uma mínima segurança para conseguir fazer um croqui, mas eu não acho que os clientes esperam mais que você vai pegar uma página em branco, uma folha em branco e desenhar, sei lá, uma planta de uma casa com proporções perfeitas.
Aí, eu fiz faculdade, fiz FAAP aqui em São Paulo. E, logo na sequência, eu me formei, no dia seguinte, eu abri junto com um sócio um escritóriozinho assim, absolutamente sem dinheiro sem nada, só com a cara e a coragem. Quando eu me formei, eu trabalhei num escritório enorme, fazendo apartamento decorado, áreas comuns e tudo mais.
E, aí, depois, eu abri o meu, Eu tenho escritório desde 2014. Você pode trabalhar, você pode se especializar em arquitetura hospitalar, em paisagismo, loja, em fazer estande, em fazer interiores. .
. e o interiores dentro de cada segmento desse. Não em produto, mas mais na área gráfica sempre tem lá o empresário que está te contratando, ele sempre tinha um sobrinho que tava estudando, que podia fazer aquilo de uma forma mais simples.
A gente fala "não, pode chamar o sobrinho, não tem problema. Mas tem um processo profissional, é uma atividade profissional". Mas sempre tem os sobrinhos.
Sempre tem os sobrinhos e tá tudo certo, né? E na sua formação como é que você desenvolveu essas habilidades? Quando eu comecei a trabalhar com design, fazia desenho na mão, né?
Sulfite, grafite, régua. . .
Hoje quem entra no mundo design, já entra desenhando digitalmente. Se eu errasse, eu tinha que ou apagar, ou jogar fora e começar de novo. Então, você dá um and do e faz de novo.
E o negócio tá gravado, e eu posso colaborar num projeto com outras pessoas. Só que tudo isso custa, tudo isso tem uma curva para você aprender como é que você usa essas novas ferramentas, tem um preço para você adquirir esse tipo de equipamento. Eu sempre me atualizei no SketchUp porque eu gosto muito de ficar modelando, mas eu, por exemplo, eu não dei conta de conhecer e me aprofundar no Archicad, que é o software que a gente usa aqui.
Porque eu falei eu não tenho esse tempo, então eu prefiro que a equipe seja toda especializada no Archicad, parte da equipe, e, aí, a minha especialidade, eu acho que cada vez mais, é tentar me atualizar nas tendências e como que o mercado tá trabalhando, coisas do tipo. E como que é o ambiente de trabalho aqui? A gente valoriza muito isso que a gente fala que é a troca, né?
Não é aquele trabalho autoral. Então, a gente acredita muito mais num trabalho colaborativo. O ambiente tem que ser muito leve porque a gente tem que lidar com muito tipo de problema.
Problema de obra, problema de relacionamento ou com fornecedor, ou com cliente, né? Tem que ter muito jogo de cintura. A gente aqui no escritório a gente tá praticando, já faz um ano, a semana de quatro dias.
Porque quem disse que a gente tem que trabalhar cinco dias? Muito pelo respeito que a gente tem que ter, porque a gente não nasceu para trabalhar. O trabalho é uma das coisas que a gente faz, além de outras coisas.
E para o mundo criativo, isso é fundamental. O que eu puder fazer para proporcionar um ambiente leve e gostoso, eu vou atrás disso. Como que é o mercado de trabalho?
Cada vez o mercado é maior, com mais possibilidades de você atuar como designer. Hoje você pode ser um UX designer, você pode ser um UI designer, que é aquele desenho é interfaces, você pode ser um service designer, que é aquele que desenha a experiência de um serviço. Você vai num restaurante, a gente aprendeu a se comportar num restaurante, e você tem formas, metodologias, de tornar isso uma experiência cada vez mais legal.
Essa daqui é uma solução que a gente gosta bastante de dar nos projetos que são soluções flexíveis, é uma serralheria e essas portas camarões elas podem ficar todas recuadinhas e, aí, tem a possibilidade da pessoa cozinhar integrada com a sala, ou ficar reservadinha ali por trás da serralheria. E essa guitarra louquíssima que eu cheguei, bati o olho nela e falei assim "nossa". É a primeira guitarra realmente impressa em 3D no mundo.
A gente fez ela há alguns anos já e o grande objetivo não era a guitarra em si, era provar que com impressão 3D você consegue fazer algumas coisas que você não imaginaria que era possível. Então, a gente trabalhou junto com um Luthier, alguém que entende de instrumento musical e a gente projetou ela inteira para ser um bom instrumento, né? E funcionou!
Agora são as perguntas que vocês mandaram. Perguntas do público. De todas as especializações de designer, design de interiores, design de produto, design industrial, design gráfico, qual é a coisa que une todas elas?
Criatividade. Curso de arquitetura precisa de dedicação integral? Integral, não, porque dá para trabalhar junto, mas é muito trabalhoso.
É um trabalho 100% na frente do computador? Não é e não deve ser. Na faculdade, precisa comprar muita coisa, usa muito material?
Precisava de muita coisa. A gente gastava muito durante a faculdade, muito mesmo. E eu tinha que ir e voltava de ônibus, então, pegava o ônibus com aquela pasta gigante, régua T, um monte de caneta.
Precisava. O que vocês guardam naquele tubo que parece um telescópio? Muitos projetos, muitos croquis, é anti projetos.
Nunca o projeto chega ao final logo de cara, né? Então, a gente tem que fazer estudos, mais estudos e, aí, a gente imprime, rabisca em cima, mostra para o cliente, aí volta. Mas, assim, hoje em dia a gente tem impresso cada menos por uma questão sustentável e tudo mais.
Para ser designer, precisa fazer faculdade ou só um bom portfólio já é o suficiente para entrar no mercado de trabalho? No Brasil, você precisa de uma faculdade para ser designer. Agora, para você atuar como designer, não necessariamente.
E dá para trabalhar, mas a faculdade ajuda muito. Qual a diferença entre o engenheiro civil e um arquiteto? O engenheiro civil ele vai ter muito mais base de cálculo, mas nós dois trabalhamos em obra, só que cada um no seu no seu estágio.
Podemos dizer, o engenheiro vem antes, e a gente vem depois, só que existe um momento que a gente se encontra. O curso só tem matérias de humanas e artes ou tem alguma matemática, biologia junto? Tem muita coisa de geometria, que tem a ver com desenho.
Tem, mas, assim, nada traumatizante, posso dizer assim. Mas acho que é mais é a parte de humanas mesmo. A tecnologia tem ajudado ou ameaçado a profissão, tipo as inteligência artificiais que geram imagens?
Tecnologia tem ajudado muito. Primeiro, como ferramenta, torna o trabalho mais rápido, mais eficiente. E essas novas tecnologias que têm a parte criativa, se a gente olhar isso de uma forma positiva, ela vai ajudar muito também.
Todos os objetos que a gente usa no dia a dia foi feito por algum designer? Não, os melhores foram. Qual é o topo da profissão?
A hora que você tem alguma coisa que você criou, ou que você junto com seu time criou, e isso trouxe de verdade alguma coisa que fez a vida das pessoas ficar mais legal, meu, isso é incrível. Me impressionou muito o meu primeiro emprego ter sido nessa arquiteta, que ela se chama Fernanda Marques, ela era muito glamourosa assim, sabe? Eu olhava e falava "gente, que mulher poderosa".
Tipo, era escritório, tinham mais cem arquitetos quando eu saí de lá, e eu achava aquela movimentação, aquela dinâmica assim de muita coisa acontecendo muito legal. Como a profissãode design muda o mundo para melhor? É isso, é tornar uma coisa melhor.
Tem uma questão de empregar muita gente durante a obra, a quantidade de pessoas envolvidas é enorme assim, tem obras que têm mais de 100 pessoas envolvidas. Então, a gente sente que gera muito trabalho. Então, acho isso muito interessante.
Agora só vale responder sim ou não, hein? Ai meu Deus. Alguém da família já te pediu logo para alguma lojinha do Instagram?
Já. Sua família pede desconto em projetos? Sim.
Você gostava de desenhar quando era criança? Sim. Tem uma rivalidade entre engenheiros e arquitetos?
Sim. Já te confundiram com um arquiteto? Já.
Você já pensou em desistir, mudar de profissão? Não. A sua casa é bonita?
Sim. Design é só saber usar o Photoshop? Não.
Você desenha todo dia? Não a mão. Não.
Já desenhou alguma cadeira? Sim. Escolheria arquitetura de novo?
Sim. Escolheria design de novo? Sim.
Você já projetou alguma coisa que você achou feia, mas fez porque o cliente gostava? Sim. Você já comprou alguma coisa porque só achou a embalagem bonita?
Sim. Você já quis dar alguma dica de casa para alguém e ficou com vergonha? Sim.
Olá, meu nome é João Pedro e eu faço engenharia mecatrônica aqui na USP de São Carlos. Eu acho que o Manual do Mundo incentivou muito eu a buscar a ciência, engenharia. E desde os primeiros vídeos com Arduino, eu acho que eu me apaixonei por essa parte de eletrônica e mecânica.
E foi o que me fez escolher a engenharia mecatrônica como meu curso, né? Eu entrei esse ano e eu amo o que eu faço. Então, eu acho que eu encontrei no meu curso e tô muito animado para os próximos anos.
E acho que é isso.