Rev. Augustus Nicodemus | Razões para você largar a imoralidade e a cobiça

Queridos irmãos, vamos abrir a palavra de Deus na carta de Paulo aos Efésios e vamos ler do verso 3 até o verso 7, dando continuidade à nossa série de mensagens na carta do apóstolo Paulo. Efésios, capítulo 5, do verso 3 até o verso 6. Desculpe, falei verso 7.

Na verdade, até o verso 6. Ouçamos a leitura: "Mas, a impudicícia, e toda sorte de impurezas ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes. Antes, pelo contrário, ações de graças.

Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. " Até aqui a leitura da palavra de Deus.

Oremos mais uma vez, pedindo a iluminação do Espírito Santo para a exposição da palavra. Nosso Deus, nós estamos diante da Tua palavra, é como espada de dois gumes que penetra até o mais íntimo do coração e da mente e discerne, ó Deus, todas as nossas faculdades, os nossos pensamentos e motivações. Nós pedimos que essa palavra seja usada pelo Espírito Santo, nessa noite, na conversão de pecadores, na edificação dos santos e na transformação de vidas.

Pedimos que o Senhor traga encorajamento aos desanimados, novo ânimo aos abatidos, conforto aos que sofrem, instrução aos desejosos de aprender e correção aos soberbos. Nós pedimos, ó Deus, que a Tua palavra cumpra o que Te apraz e faça aquilo para o qual o Senhor a designou. Te damos graças por todos que aqui se encontram nessa noite.

Nós pedimos ao nosso Deus que também Teu Espírito Santo esteja agindo em todo lugar onde Tua palavra, nessa noite, verdadeiramente está sendo pregada e anunciada, que Tu recebas toda a glória e Teu povo seja abençoado. Pedimos em nome de Jesus. Amém.

Nós estamos, queridos, dando continuidade à exposição da parte prática da carta aos Romanos, desculpa, aos Efésios. Aqui o apóstolo Paulo está mostrando aos Efésios como aplicar na prática aquela dinâmica da santificação que ele explicou no capítulo 4, do verso 20 a 24. Lá ele comparou a santificação na vida diária ao trocar de roupa.

Nós nos despimos da roupa usada durante o dia, nós nos renovamos, e aí nós colocamos uma roupa limpa. Paulo usou essa metáfora, essa figura do dia a dia que é conhecida de todo mundo para explicar que a santificação cristã funciona da mesma forma: todo dia nós temos que tirar, nos despir da velha natureza, do velho homem, do pecado e das suas obras, nos renovar através dos meios de graça, leitura da palavra e oração, comunhão com os irmãos, e nos revestir de Cristo e de tudo aquilo que Cristo fez por nós na cruz, e também das virtudes que estão relacionadas com isso. Em outras palavras, é como um andar: são dois passos sempre.

Na vida cristã a gente não vai pulando num só, mas a gente anda, então um passo, outro passo, um passo, outro passo. Um passo negativo, dizendo não ao pecado, em seguido um passo positivo, dizendo sim para Deus. E como é que isso funciona na prática?

É o que Paulo começou a explicar. Aí no capítulo 4, a partir do verso 25, ele falou, por exemplo, que nós não deveríamos mentir. É o negativo, né?

"Não mintam, mas digam a verdade. " "Não furtem", negativo, "mas trabalhem, fazendo com as mãos o que é bom. " "Não usem palavras torpes, palavras tolas, palavras inúteis, mas falem palavras que edificam.

" Sempre os dois passos: não faça isso, mas faça isso. Nós lembramos aos irmãos na última vez que esses dois passos são essenciais para nós termos uma vida cristã equilibrada. Se a gente enfatizar só o não, a gente vai definir o cristianismo como sendo uma religião que tem aquela lista de coisas que a gente não pode.

A ética cristã fica definida como, tipo assim: "Olha, se é crente, é aquele cara que não mente, não rouba, não joga, não fuma, não bebe. " A gente tem aquela relação completinha do que é o crente e conhece esse tipo de definição de cristianismo. Pergunta aí para o pessoal na rua: "O que é o evangelho?

" Ah, o evangelho é aquele que não faz isso, não faz isso, não faz isso, não faz isso, não corta cabelo, não usa calça comprida, homem não pode usar barba. Então as pessoas às vezes definem o cristianismo só negativamente. Eu não estou dizendo que nós não temos "nãos" na vida cristã, mas a questão é que a ética cristã, a vida cristã, ela é mais do que isso.

É não somente não fazer isso, mas fazer o que é certo. Seria tão bom se a gente ouvisse as pessoas definindo o evangélico, o cristão, como sendo aquela pessoa que diz a verdade, que trabalha muito para poder ajudar os outros, uma pessoa que só fala coisas que edificam. Em vez de nos definirem negativamente, eles nos definissem positivamente, porque na verdade esse é o quadro que o apóstolo Paulo está nos apresentando aqui.

Nós não somente temos que parar de mentir, de roubar, de dizer o que não devemos, mas devemos trabalhar, devemos dizer o que edifica e devemos, então, dizer toda a verdade às pessoas: negativo e positivo, as duas coisas andam juntas. E aí você tem a vida cristã verdadeira e equilibrada. É isso que nós de fato queremos.

No domingo passado, na última vez que nós falamos da carta aos Efésios, nós vimos também como Paulo aplicou esse princípio com relação ao Espírito Santo, capítulo 4, verso 30 até o capítulo 5, verso 2. Continuando no mesmo desenvolvimento desse princípio, ele disse: "Não entristeçam o. .

. " Espírito Santo, isso faz parte do negativo. Não está no verso 30: "Não entristeçam o Espírito Santo".

E com o que nós entristecemos o Espírito Santo? Ele diz no verso 31: "Toda amargura, cólera, ira, gritaria, blasfêmia, toda malícia". Então, não entristeçam o Espírito de Deus.

Mas a vida cristã é mais do que somente não entristecer o Espírito de Deus, porque ele diz no verso 32: "Antes", ou seja, agora vem um lado positivo em contraste com o negativo. Agora, o positivo: vocês têm que aprender a se perdoar uns aos outros. Vocês têm que andar em amor, como Cristo amou vocês e se entregou por vocês.

Vocês têm que imitar a Deus. Da mesma forma que Deus perdoou vocês, vocês também têm que perdoar aqueles que ofendem a vocês. Então, mais uma vez, você tem aqui esse contraste: "não entristeçam o Espírito" é o negativo, primeiro passo.

Mas ame e perdoe exatamente como você foi perdoado e como Cristo lhe amou e andou em amor, e nos ensina a andar da mesma forma. Agora, o apóstolo Paulo continua nessa mesma linha. Ele continua fazendo a mesma coisa, na verdade, ele vai até o final do capítulo 5 fazendo esses contrastes.

E aqui na sequência nós nos encontramos com um contraste entre a imoralidade e a gratidão, que é o que eu queria falar nesta noite, que vai do verso 3 até o verso 6. O estilo é o mesmo, o gênero é o mesmo. Paulo apenas está mudando o conteúdo.

Em outras palavras, ele está dizendo: "Não pratiquem mais a imoralidade e a cobiça, mas vivam em gratidão diante de Deus". O que o apóstolo quer nos ensinar com isso? Eu chamo a sua atenção, então, para esses versículos, orando para que Deus nos auxilie a compreendê-los e que nós possamos aplicá-los no dia a dia, na nossa vida prática.

Paulo nos dá uma relação, do verso 3 até o verso 4, de coisas que ele diz que não deveriam nem ser nomeadas entre nós: a impudicícia, toda sorte de impurezas ou cobiças, nem sequer se nomeia entre vós, como convém; ação nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocantes, coisas essas inconvenientes. Então, ele dá aqui uma relação de coisas que a gente não deveria nem mencionar, que não deveria fazer parte da nossa conversa. E quais são elas?

São cinco coisas, na verdade, seis. Primeiro da lista, aí no verso 3, ele diz: a impudicícia. Às vezes nossos tradutores, por causa da preocupação em ter uma linguagem clássica e bonita, colocam uma palavra que ninguém sabe o que é.

A palavra "impudicícia", no grego, é "porneia". Todo mundo sabe o que é "porneia". Se eu perguntasse o que é impudicícia, talvez você não soubesse, mas se eu perguntasse o que é "pornografia", todo mundo saberia, não é?

Então, é um teste para dizer que vocês sabem mais grego do que português. Pode ter certeza. Hoje à noite, a palavra impudicícia, no grego, é "porneia".

É a palavra básica na língua grega de onde vem "pornografia", "pornofonia" e significa todo tipo de imoralidade sexual. E a lista na Bíblia é grande. Esta palavra "porneia" abrange adultério, fornicação, homossexualismo, pensamentos impuros, a cobiça sexual; tudo é coberto por essa palavra no Novo Testamento grego.

Então, primeiro, Paulo a usa de uma forma muito geral. Ele diz: "Olha, isso é o tipo de coisa que não pode nem se nomear entre vocês: a imoralidade sexual". Depois, ele diz uma palavra que é muito parecida, que foi traduzida bem literalmente: é a palavra impureza.

A impureza. A impureza é a ideia de sujeira, não é? Aquilo que é sujo, aquilo que contamina.

Essa palavra vem da linguagem sacerdotal e levítica do Antigo Testamento. Quando uma pessoa era tornada impura porque quebrava alguma lei de Deus, ela tinha que ser purificada através do sangue de sacrifícios de animais que eram oferecidos no altar por um sacerdote. Então, é uma palavra que era muito carregada de teor religioso.

Uma pessoa impura, no Antigo Testamento, e também até no Novo, na época de Jesus, era alguém que não podia mais ter contato com outras pessoas até que fosse completamente purificada. Paulo, quando usa aqui, era um rabino treinado no judaísmo, era um judeu, conhecia a linguagem do Antigo Testamento. Então, quando ele fala impureza, ele está falando de toda sorte de atitude que nos torna impuros diante de Deus e que nos alijam ou lançam fora da comunhão com Deus, juntamente com todo tipo de imoralidade.

Depois, ele diz cobiça. Essa palavra é bem conhecida. Nós sabemos o que é cobiça: é você desejar o que os outros têm.

O cobiçoso é alguém que quer o que o seu próximo tem. Pode ser a mulher do próximo, pode ser o carro do próximo, o emprego do próximo, a beleza do próximo, a cultura do próximo. Ele cobiça, ele quer aquilo que os outros têm.

Então, a cobiça vem logo aqui como terceiro da lista. Depois, Paulo menciona a conversação torpe. Já entramos aqui no verso 4, que quer dizer simplesmente aquele tipo de conversa indecente, obscena, que as pessoas costumam ter, às vezes no seu trabalho, no dia a dia.

É muito comum. Aí vêm os palavrões, as expressões chulas, não é? Isso que Paulo aqui, a Bíblia chama de conversação torpe.

Essas conversas indecentes, carregadas de conteúdo erótico, às vezes de observações maliciosas, Paulo diz isso aqui: "Isso não deve nem ser nomeado no meio de vocês". Depois, ele menciona ainda no verso 4 as palavras vãs, que quer dizer palavras tolas, bobagens. Às vezes, a gente não é necessariamente imoral, mas a.

. . gente diz um monte de bobagem, diz um monte de tolice.

Não é que não edifica ninguém! Fica falando bobagem, a gente sabe o que é isso. Às vezes, tentar definir o óbvio só complica, não é?

E Paulo termina a lista aí no verso 4, dizendo "chocarices". "Chocarices" simplesmente quer dizer uma piada sem graça e de conteúdo sujo, uma piada imoral, né? Que é um gracejo imoral que as pessoas costumam contar e dizer.

Paulo, pelo que já vimos aqui, o que ele tá dizendo é que este é o tipo de atitude, de coisa, que a gente tem que evitar. A gente tem que dizer não para isso. Faz parte do que a gente tem que tirar de nós todo dia.

É o tipo de comportamento que a gente não quer ter. Nós não queremos praticar essas coisas. Na verdade, ele diz aí no verso 3 que esse é o tipo de coisa que não se deve nem nomear.

O que seria nomear? É você ver uma piada, por exemplo, um colega seu te mandou uma piada no WhatsApp, imoral. A piada tem um palavrão lá, uma frase que é indecente e tudo.

Você achou graça, não foi você que fez, mas você achou engraçado. Aí você compartilha. Esse tipo de coisa não devia nem ser nomeado entre nós, devia nem ser mencionado, muito menos compartilhado.

Né? Aí o pessoal sai compartilhando e ele vai dizer assim: "Mas não fui eu que disse, não! Eu não fui eu que escrevi, não fui eu que contei!

" Mas compartilha isso? Não, esse tipo de coisa não devia nem ser nomeado. Gente, nós não estamos sendo puritanos nem fundamentalistas na nossa ética.

Se isso está aqui na Escritura é porque tem uma razão. E a gente pode começar com essa, que é muito simples: Paulo diz aí no verso 3 que isso não convém aos santos. A Bíblia diz que nós somos santos, não no sentido de que a gente não tem pecado, mas no sentido de que nós somos separados por Deus do mundo para sermos o seu povo, e que Deus começou em nós esse processo de santificação que vai terminar na glória.

Então, não convém para quem foi eleito de Deus, chamado pelo Espírito Santo, por quem Jesus morreu, que foi lavado no sangue de Jesus, que tem o Espírito Santo morando nele, que conhece a palavra de Deus, sabe as ameaças de Deus. Não convém a uma pessoa estar fazendo esse tipo de coisa que é contra o caráter de Deus. Não convém!

Se você quer uma razão, pelo menos essa Paulo vai dar. Mais umas três no final, mas já vou adiantando essa. Eu sei que é uma razão para não fazer isso.

As pessoas dizem: "Pastor, não seja tão radical! Hoje em dia todo mundo fala assim. " Eu sei, mas nós não somos todo mundo.

Nós somos povo de Deus, fomos chamados por Deus para fazer a diferença. Às vezes as pessoas pensam que a maneira de ganhar o mundo é a gente falar como o mundo, se vestir como o mundo, se divertir como o mundo, caminhar como o mundo, viver como o mundo. E para todo lugar que o mundo vai, a gente acha que isso vai estabelecer uma espécie de ponte entre a igreja e o mundo, e que o mundo então vai ser atraído para nós.

Na história, o que a gente vê é o contrário: quando a igreja faz essas pontes, não é o mundo que vem para a igreja, mas a igreja que vai para o mundo. Essa é uma parceria onde sempre a igreja perde. A igreja é contracultura, sempre foi contracultura.

Ela não vai com a maioria; a maioria da sociedade sempre quer aquilo que é contrário a Deus. É isso que a Bíblia ensina: todos pecaram e carecem da Glória de Deus. O mundo está no maligno, nós estamos no mundo, mas não somos dele.

Então, nós somos contracultura mesmo! Nós não vamos estar falando palavrão, contando piada imoral, compartilhando foto indecente. Nós não vamos.

Não convém aos santos. Não convém aos santos. Bom, é claro que quando Paulo diz que a gente não deve nem falar essas coisas, ele está excetuando, né?

Nós vamos ver aqui que ele vai fazer isso. Mas adiante, quando ele diz assim, por exemplo, no verso 11: "Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprova-as. " Então, se a única exceção a essa regra é quando você vai tomar essas coisas para você corrigir um irmão.

Aí você vai ter que nomear, né? Aí você vai ter que dizer: "Fulano, esse WhatsApp que você mandou para mim, ou esse e-mail que você mandou para mim, ou essa foto que você compartilhou comigo, isso não convém, meu irmão. " Então, nesse caso você vai ter que nomear.

Não é? Você sabe? Aquela ou então, não é?

Eu tô falando digitalmente, mas pessoalmente também, não é? Você sabe, essa piada que você acabou de me contar, ela não tem a menor graça, irmão, porque ela é ofensiva ao Espírito de Deus. Você não sabe disso?

Então, você tem que, nessa situação, você tem que nomear. Mas quando Paulo diz que isso não faça parte da conversa de vocês, é no sentido de que você cita, que você compartilha, que você aprova, que você ri, concordando, não é? Então, é nesse sentido que ele está dizendo que isso não deve ser nem nomeado entre nós.

Bom, e o que é que nós devemos fazer então? Em contraste, e aqui nós nos deparamos com uma declaração surpreendente do apóstolo Paulo, porque imagina Paulo está dizendo assim: "Nem fala coisa imoral", né? O negativo: nada de imoralidade e de cobiça no meio de vocês.

O que? Santidade de vida, alguma coisa do tipo. .

. Mas, ó, o que ele coloca como antídoto? Ações de graças.

Tá aí no verso 4: nem conversação torpe, nem palavra vã, chocam-se com essas coisas inconvenientes. Antes, pelo contrário, ações de graça. Em que sentido a ação de graça é o oposto da moralidade, da cobiça?

Eu creio que se a gente pensar um pouquinho, a gente descobre. Ação de graça significa atitudes de gratidão. Não já tá dizendo, né?

Atitudes e ações que demonstram que eu estou satisfeito, estou grato a Deus pelo que eu tenho. É a maneira de viver de uma pessoa que está feliz com o que ela é, com o que ela tem, tá satisfeita, agradece a Deus pelo carrinho dela, agradece a Deus pela esposa que Deus lhe deu, agradece a Deus pelo emprego que ela tem, agradece a Deus pela cara feia que ela tem. Ela agradece a Deus.

Ela tá contente, sabe que Deus é o soberano de todas as coisas, que Deus está no controle de todas as coisas. Então, ela tá feliz! Não quer dizer que ela não vai se esforçar um pouco mais, né, para subir na vida, um emprego melhor, comprar um carro melhor ou, quem sabe, dar um jeito na cara dela ou melhorar.

Ela pode fazer um monte de coisas, entende? Mas ela pode fazer isso por outra razão. Não porque ela diz assim: "Puxa vida, Deus me fez essa pessoa.

Eu não aceito essa maneira que Deus me fez. Essa mulher que Deus me deu, não é. .

. Não aceita essa mulher, vou arrumar uma outra melhor. " Não!

A pessoa que tá grata a Deus, ela não vai cobiçar a mulher do próximo. Essa pessoa não vai cobiçar o marido da próxima, não vai cobiçar o carro, o emprego, nada do próximo. Por quê?

Porque a vida dela é ação de graças. Ela tá feliz, ela tá grata a Deus pelo que ela tem. Então, é nesse sentido que a gratidão é o oposto da imoralidade.

Porque se você tá feliz, se você tá grato a Deus, você não vai procurar se satisfazer pulando a cerca com a mulher do próximo ou com o homem do próximo ou com uma mulher ou um homem que não são seus. Você não vai fazer isso porque você tá feliz, você tá grato a Deus pelas coisas que Deus lhe deu. Então, é por isso que a gratidão é o oposto da imoralidade e da cobiça.

Por isso que Paulo disse: "Longe de você está a imoralidade". Antes, aí vem um lado positivo: ação de graças. Agora, quais são os motivos que Paulo nos dá para isso?

Por que é que eu devo viver uma vida de gratidão e nem ao menos nominar a imoralidade e a cobiça entre nós? A primeira razão, eu já disse a vocês, já adiantei. Tá no verso 3.

Ele diz assim: "Porque isso não convém a santos". Não convém a santos. Então, já expliquei essa razão.

A segunda razão que Paulo diz está aí no verso 4. Ele diz que não haja conversação. .

. É. .

. Desculpe, verso 5. "Sabeis, pois, isso: Nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.

" Ele tá dando aqui mais uma razão para você largar a imoralidade e a cobiça e viver uma vida de gratidão a Deus. A razão é Cristo. Já reina.

Cristo já tem um reino. É verdade que o reino de Cristo, na sua plenitude, ainda é futuro. Nós aguardamos a vinda do Senhor Jesus, quando Ele vai inaugurar o Novo Céu e a nova terra, onde habita a justiça.

E essa é a nossa esperança: a vinda do Senhor Jesus. Mas Ele já reina, Ele já está sentado à direita de Deus, Ele já tem todo o poder no céu e na terra e Ele já está executando o seu plano aqui nesse mundo. Paulo diz aqui que os santos, os que são de Cristo, já têm parte com Ele aqui nesse mundo.

Nós já participamos, nós somos herdeiros desse Reino de Cristo. Nós estamos no mundo, mas, na verdade, nós não pertencemos a ele. Nós somos cidadãos brasileiros, mas também cidadãos do reino celestial.

E, como tal, nós já experimentamos aqui nesse mundo um pouco daqueles poderes, daquelas virtudes que nos estão reservadas no final de todas as coisas. Quando Cristo vier, nós já experimentamos perdão, nós experimentamos um pouco de santificação, amor, paz, tranquilidade, comunhão com Deus, conhecer a Deus e o seu Filho Jesus Cristo. Todas essas coisas, nós já experimentamos aqui.

É isso que significa ter parte ou ser herdeiro do reino de Cristo. Porque Ele já reina, e o reino d'Ele já irrompeu aqui nesse mundo desde que Ele veio. O que Paulo está dizendo aqui é que determinadas pessoas não podem entrar no reino de Cristo, não podem fazer parte do reino de Cristo.

Ele dá relação aqui: "Olhem, saibam disso: Nenhum incontinente. . .

" Todo mundo sabe o que é incontinência: é falta de domínio, é falta de domínio próprio, de você se controlar. Você simplesmente não consegue se controlar. Então, a incontinência, aqui, é nessas áreas que foram mencionadas, a pessoa que simplesmente não tem controle sobre os seus desejos sexuais, sobre os seus impulsos sexuais, por exemplo, ou o desejo de ter aquilo que não lhe pertence.

Então, a pessoa que não se controla, Paulo está dizendo: "Essa não tem parte no reino de Cristo". Por quê? Ora, porque um dos privilégios de ser de Cristo é ter o Espírito Santo em nós, e o fruto do Espírito é o quê?

Domínio próprio. Domínio próprio. Então, uma pessoa que é descontrolada, ela não consegue se controlar.

Ela tá vendo pornografia o tempo todo, tá olhando pra as mulheres e cobiçando as mulheres, imaginando coisa o tempo todo, olhando pros homens. A mesma coisa, olhando pro carro do próximo. .

. Vizinho, olhando para tudo que ele vê, ele quer. Ele não tem controle disso.

Isso é uma prova de que ele não é de Cristo. Eu não estou dizendo que um verdadeiro cristão não possa acontecer isso com ele, mas se acontecer, tem que ser exceção; tem que ser exceção, tem que ser um acidente de percurso. Esse tipo de coisa, a incontinência espiritual, não pode ser aquilo que marca a sua vida.

Se você vem sendo incontinente espiritualmente a sua vida toda, então alguma coisa está errada; alguma coisa tem que estar errada, porque ele está dizendo aqui: "Nenhum incontinente faz parte do reino de Cristo". Não sou eu que estou dizendo, é o apóstolo Paulo: "Nenhum incontinente faz parte do reino de Cristo". Ele continua: "Nenhum impuro".

A impureza, aqui, eu já expliquei, está relacionada com a impudicícia. Porneia é impureza sexual. E, como eu disse, infelizmente, no andar dessa vida, um crente verdadeiro pode tropeçar e cometer uma porneia, uma imoralidade sexual.

Infelizmente, ele pode errar, ele pode fazer o que não devia. Mas, se ele é crente de verdade, ele vai chorar muito, ele vai se arrepender muito, ele vai amargar o que ele fez, ele vai desejar que Deus o levasse de volta no tempo para que Ele pudesse passar por aquele período e fazer a coisa certa, porque ele não quer nunca mais fazer isso. Ele está arrependido, está disposto a assumir as consequências do seu erro.

Mas o que é impuro, ele continua a fazer. A impureza, ele pode até sentir um pouco de remorso aqui ou acolá, mas ele continua na imoralidade, no adultério, na fornicação; ele continua nesse tipo de coisa. Então, esse também não tem parte no reino de Cristo e no reino de Deus.

Olha o que Paulo diz em terceiro lugar: "E nem o avarento, que é idólatra". Ué, em que sentido? A pessoa que é avarenta é quem gosta de dinheiro, né?

E, por isso, segura dinheiro. Para separar o avarento do seu dinheiro, tem que haver briga. Não é?

Tem até aquela expressão que a gente chama de "mão de vaca". Né, porque é mão de vaca é um casco fechado. Lá em São Paulo, o pessoal definia o avarento como alguém que era capaz de atravessar o Rio Tietê nadando com sorrisal na mão, e o sorrisal não derretia, fechado assim, não derretia, o sorrisal.

Né, que é mão fechada mesmo. Eu acho que aqui deve ter essa mesma piada que vocês não riram, né? Então, já devem ter ouvido isso aqui.

Mas por que Paulo diz que o avarento é idólatra? Vocês sabem a resposta: é que na Bíblia o amor ao dinheiro é considerado como um Deus. Inclusive, Jesus disse: "Vocês não podem servir a Deus e a Mamom".

Mamom é o nome do Deus dinheiro. Então, o dinheiro aparece na Bíblia como sendo rival de Deus. Por que o dinheiro é o rival de Deus?

Porque as pessoas, em vez de confiar em Deus, confiam no dinheiro. Em vez de apelar a Deus para resolver os seus problemas, elas querem ter dinheiro para resolver os seus problemas. Em vez de buscar felicidade em Deus, elas vão buscar felicidade no dinheiro.

É nesse sentido que, para muita gente, o dinheiro é Deus. E é por isso que a Bíblia diz que o avarento, ou seja, aquela pessoa que ama o dinheiro a ponto de fazer do dinheiro um ídolo, esse também não tem parte no reino de Cristo e no reino de Deus. É o que diz o verso 5.

Então, se você quer uma razão para abandonar a cobiça, a avareza e a imoralidade e viver uma vida de gratidão pelo que você tem, está aqui essa razão: quem pratica estas coisas não faz parte do reino de Cristo, não vai entrar no reino de Deus. Quem vive desta forma, sem controle na área sexual e nessa área também do dinheiro, fazendo do dinheiro um ídolo e um Deus, esse não tem parte no reino de Deus. Mas deixa-me colocar aqui a última razão que Paulo coloca.

E eu tenho a impressão que Paulo não leu os livros de psicologia moderna, porque, se ele tivesse lido, ele não faria nada do que fez aqui, porque ele está assustando as pessoas com o inferno, né? Tem uma coisa mais politicamente incorreta do que essa hoje? Pastor, não pregue sobre inferno, não, porque aí vai assustar as pessoas.

As pessoas vão querer ser salvas para não ir para o inferno. Já conhece essas teorias modernas? O pessoal não fala de inferno, não fala da ira de Deus, não fala de castigo.

Pastor, aí o pessoal vem para a igreja tudo com medo, quer tudo. Ninguém quer ir para o inferno, quer todo mundo ir para o céu. Ué, eu prefiro que você vá para o céu assustado do que você ir para o inferno pensando que está tudo bem com você, porque a razão que Paulo está dando aqui para você se arrepender e vir a Cristo é exatamente essa.

Porque, se você não fizer isso, a ira de Deus vem sobre você. Verso 6: "Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência". Esse é um engano que está presente.

Na história da igreja, já há muito tempo as pessoas pensam que, porque estão na igreja, foram batizadas, fizeram porção de fé, que aí elas podem continuar nos seus pecados e não sofrer a consequência deles, às vezes se defendendo ou argumentando assim: "Não, eu fui eleito" ou "Eu já fui justificado. Então, Deus é amor" ou "No fim, vai dar tudo certo". Tem gente pior do que eu!

As desculpas são muitas, né? Não se engane com nenhuma delas. Não se engane.

Não se engane pensando que todos são filhos de Deus, porque aqui nessa passagem Paulo menciona filhos da desobediência, que são pessoas que vivem na prática da desobediência, aprenderam com seus pais e continuam da mesma forma, desobedecendo a Deus, quebrando a lei de Deus. Não é todo mundo que é filho de Deus. Ninguém engane você dizendo que todo mundo é filho de Deus e que no final vai ser todo mundo salvo.

Não se engane, porque Deus vai castigar os filhos da desobediência. Também não se engane dizendo assim: "Ah, Deus é amor", "Deus não se ira". Paulo está falando aqui da ira de Deus.

O que você acha que é a ira de Deus? É Deus levantar uma sobrancelha, olhar assim e dizer "hum" e ficar por isso? Você acha que é isso?

A ira de Deus é a manifestação da sua justiça retributiva, em que Deus trata o pecador como ele merece. Eu estou falando do Inferno. É isso que a ira de Deus significa.

Não se engane pensando que "ah, mas isso é uma coisa que vai acontecer no futuro". Paulo está dizendo que a ira de Deus vem aqui e agora. Ela já vem sobre o pecador impenitente, já vem sobre quem vive dessa maneira.

Aqui e agora, ele já começa a sentir os efeitos disso até a consumação, quando a ira de Deus será derramada plenamente sobre ele. Portanto, ninguém engane você. Não se deixe enganar com esse discurso de que você pode continuar a viver na prática da imoralidade, do adultério, da fornicação, da cobiça, da inveja, na maledicência.

Ninguém engane você com essas palavras. Você pode continuar a viver do mesmo jeito porque, pela graça, "Deus é amor", "Deus não castiga ninguém". Não se engane.

Não se engane! A ira de Deus vem para quem pratica estas coisas. Eu preciso terminar fazendo uma distinção aqui.

A distinção é entre o crente verdadeiro, que às vezes pode cometer esse tipo de coisa, e aquele que vive na prática dessas coisas. O que Paulo está condenando aqui, o que Paulo está sentenciando aqui, são aquelas pessoas cuja vida é marcada por isso, onde não há sinal de mudança, não há sinal de regeneração e de novo nascimento. Então, não se iluda: se durante a sua vida toda não há arrependimento disso, não há mudança disso, não há desejo de abandonar isso, então você deve muito bem se perguntar se você de fato conhece a Deus e conhece ao Senhor Jesus Cristo.

Você pode ser um desses sobre quem a ira de Deus está vindo. Mas eu quero lhe dizer, nessa noite, que só o fato de você estar aqui ouvindo essa mensagem já é um sinal da graça de Deus e do favor de Deus para você. Hoje à noite, Deus lhe chama.

Não importa o quão profundamente você pecou, o quão profundamente você errou, mas, nessa noite, Deus lhe chama a que você se arrependa dos seus pecados, que você creia no perdão que Deus pode dar ao pior pecador e você venha para o reino de Cristo, mediante a fé na sua pessoa, no sacrifício que ele fez na cruz do Calvário. Não pense que nós estamos dizendo palavras vãs. Não pense que nós estamos dizendo palavras vãs.

As palavras que nós estamos dizendo aqui nessa noite são palavras da Escritura, não são palavras minhas. Eu estou dizendo a vocês o que é que Paulo está dizendo, e Paulo foi inspirado por Deus. Ele está falando as palavras de Deus.

Então, Deus está lhe dizendo nessa noite: abandone esse caminho, não se nomeie entre vocês esse tipo de coisa, mas viva uma vida de gratidão. Talvez você se pergunte: mas onde é que eu vou encontrar forças para isso? É o que eu preguei no domingo passado: não entristeça o Espírito Santo, porque é dele que vem o poder para isso.

Ele que habita em nós. Deus nos deu o Espírito Santo exatamente para isso, para que nós tivéssemos poder para dizer não às chocarrices, às palavras injustas, impuras, e dizer palavras que edificam e fazer aquilo que é correto. Se você de fato se arrepender e buscar a plenitude do Espírito de Deus e se submeter a Ele, eu digo a você, nessa noite, em nome do Senhor Jesus, que Deus vai lhe dar o poder para você se levantar, para você quebrar esse hábito pecaminoso, para que você de fato viva uma vida para Ele.

Que Deus queira aplicar essa palavra, meus irmãos, ao nosso coração. Que Deus nos dê a graça de sermos conhecidos como o povo que pratica o bem, que vive uma vida reta, uma vida de amor, uma vida de compaixão, uma vida de bênção para outras pessoas. Isso somente é possível quando nós dizemos não para a porneia e a cobiça e dizemos sim para uma vida de gratidão ao nosso Deus.

Que Ele nos abençoe. Amém!