Muito provavelmente você já está ciente sobre as alterações anunciadas pelo governo federal no dia de ontem envolvendo o IOF, que é o imposto sobre operações financeiras. Se você não sabe, o IOF está presente em diversas operações financeiras que nós realizamos no nosso dia a dia. Então, se você realiza ali uma compra no cartão de crédito internacional, a incidência de IoF, operações de seguro, operações de câmbio, se você faz também empréstimos, financiamentos, todos esses tipos de modalidade de operações financeiras, nós temos a presença do IOF.
E é lógico, esse anúncio foi para aumentar a alíquota. Só que lá em 2022 nós tivemos um decreto que zeraria o IOF até 2029, visando a entrada do Brasil na OCDE, que é a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Só que é lógico, esse anúncio, além de prejudicar a entrada do Brasil na OCDE, também prejudica o bolso dos brasileiros.
Consequentemente, como toda essa notícia não repercutiu bem, o governo voltou atrás em alguns pontos. pontos esses que englobam investimentos no exterior. E é exatamente isso que eu quero abordar com você nesse vídeo.
Um outro ponto que o governo não voltou atrás foi sobre a incidência de IOF sobre os planos de previdência do tipo VGBL, ou seja, com o decreto aporte de plano desse tipo de mais de 50. 000 em um mês terão a incidência de 5% de IOF sobre seu valor. Qual é a justificativa?
que 99% da população brasileira não será afetada por isso. Mas qual é o intuito do governo? A mudança foi feita para fechar uma brecha de evasão fiscal via fundos de previdência complementar, porque os planos de previdência, principalmente o VGBL, eles não entram em inventário.
Então é uma forma de se pensar em planejamento sucessório e economizar com impostos. Então justamente por isso que o governo colocou essa alíquota de 5% de IOF. Falando mais especificamente sobre investimentos no exterior, como ficou a situação final?
Até então nós temos conta aqui em instituições brasileiras, realizamos a remessa para conta no exterior pra corretora e ali, no momento que realizarmos o câmbio, nós iremos escolher se aquele câmbio jogará todo aquele capital pra conta banking ou pra conta de investimentos. Então, às vezes você joga paraa conta banking porque você quer utilizar o cartão de débito. Então, nesse caso, nós temos IOF diferente para esses dois tipos de modalidade.
Se esse câmbio, se essa operação fosse realizada para conta de engimentos, a alíquota de IOF era de 0. 38% e se fosse paraa conta banking, a alíquota era de 1. 1.
Agora, paraa conta investimentos, nós temos a alíquota de 1. 1% e paraa conta banking de 3,5. Então, estamos falando de um aumento de 218% para remessas realizadas para conta banking e um aumento de 189% para conta de investimentos.
Agora, olhando ali em termos numéricos, se antes a gente fazia uma remessa de R$ 1. 000, gastávamos R$ 11 com IOF pra conta banking e R,80 pra conta de investimentos. Agora, se a gente realiza a mesma remessa de R$ 1.
000, nós gastaríamos R$ 35 apenas com IOF para conta banking e 11 para conta de investimentos. Só que veja, nós estamos falando de enviar dinheiro para o exterior. No caso de querermos repatriar algum valor lá de fora, principalmente se for algum valor investido na nossa conta de investimentos, a alíquota de IOF permanece em 0.
38. Então, a alíquota subiu de 1. 1 apenas para o envio.
Caso o investidor deseje repatriar o valor, o IOF continua ainda em 0. 38. Consequentemente, vem um pensamento na cabeça de muitos investidores.
Bom, será que vale a pena ainda investir diretamente lá fora com aumento do custo do IOF? E a resposta é sim, continua valendo. Por quê?
Quando o governo ele começa a fazer todas essas alterações, querendo ou não, isso mexe com a confiança de muitos investidores. Então, será que o investidor ele se sente realmente confiante em deixar todo o dinheiro dele num país onde a qualquer momento nós podemos ter qualquer alteração que impacta diretamente os seus investimentos e os custos com as suas operações? Essa desconfiança faz com que o investidor ele chegue na conclusão que sim, é importante ele investir diretamente em outro país para ele também conseguir se proteger de todas essas oscilações e alterações que podem acontecer a qualquer momento.
Só que veja, nós temos também que ter um pé no chão, não podendo ser 100% radical. Eu falo isso por se a intenção do investidor é continuar aqui no Brasil, viver nesse país e não pretende sair, não faz muito sentido ele dolarizar quase a totalidade do seu patrimônio. Por quê?
Se eventualmente o governo faz essas alterações, para ele também acaba ficando ruim, porque agora ele tem a maior parte dos seus recursos em outro país e caso ele precise repatriar, vai ficar muito mais caro. Isso também trouxe um prejuízo para ele. Então veja, além de percebermos a importância de sim ter dinheiro investido diretamente lá fora, nós também temos que analisar o nosso perfil, o nosso propósito de vida.
Por quê? Se nós queremos passar o resto da vida aqui nesse país, colocar a maior parte do nosso dinheiro lá fora também pode ser prejudicial paraa nossa carteira em qualquer uma dessas alterações. E cuidado para não deixar se levar no meio de toda a repercussão dessas notícias.
É lógico, essa medida que o governo teve é uma medida ruim, desestimula o câmbio, traz insegurança pros investidores, mas não é por causa disso que amanhã você já vai começar a fazer diversas movimentações no seu patrimônio sem entender ao certo do que você está fazendo. Então, analise muito bem o que você tem que fazer. Entenda sim a importância de se investir em outras moedas, principalmente o dólar, que ainda é a moeda mais forte que temos no mercado.
Mas não tenha pressa, vá no seu tempo, entenda o que você tá fazendo, analise muito bem o seu perfil e os seus propósitos para você conseguir realmente chegar na decisão ideal paraa sua carteira. Inclusive, se um investidor acha um tanto quanto complicado fazer a exposição direta a ativos no exterior, ele consegue fazer através de uma exposição indireta aqui no nosso país, através dos ETFs. Então ele consegue se expor tanto a ativos de outros países, como as 500 maiores empresas americanas, quanto também se expor a variação cambial.
Então, se essa é a sua realidade no momento, não há problema algum. Você ainda assim estará conseguindo diversificar a sua carteira. E a segunda notícia que eu quero mostrar nesse vídeo é relacionado a LCIIS e LC e não mais ao IOF.
O governo ele reduz de 9 para 6 meses o prazo mínimo de vencimento das LCI e RCA. Até então, o prazo mínimo de vencimento estava em 9 meses. Lembrando que essa redução é válido apenas para LCIIS e LCA que não são indexadas à inflação.
Por no ano passado o Conselho Monetário Nacional fez alterações. As LCAs teriam que ter um vencimento mínimo de 9 meses e as LCIs de 12 meses. Depois o Conselho Monetário Nacional revisou, colocou prazos iguais, porém um prazo mínimo de 9 meses.
Ou seja, nós só temos liquidez a partir de 9 meses e mais uma vez eles fizeram mais uma redução trazendo para 6 meses. Nós conseguimos perceber o efeito que essas alterações trouxeram pro mercado. Se a gente olhar o volume de estoque na bolsa de valores das LCI, depois da primeira alteração do Conselho Monetário Nacional, o volume caiu drasticamente, até porque a demanda diminuiu.
Muitos investidores ali começaram a olhar para outras opções no mercado, até porque as LCIs e LCIS estavam com prazo mínimo de vencimento mais longo e muitos utilizavam desses títulos isentos para pegar ali uma carência de 3 meses que muitas vezes após 90 dias o investidor já conseguia ter liquidez diária. Então esses títulos eram bastante utilizados. Só que é lógico, o Conselho Monoletário Nacional fez toda essa mudança no ano passado, visando regulamentar melhor o mercado.
Por quê? Todo o dinheiro captado pelos bancos através de LCI e LC, elas precisam ser destinadas paraa infraestrutura no setor imobiliário ou do setor do agronegócio. Então, a instituição capta esse dinheiro para conseguir oferecer empréstimos e gerar infraestrutura para essas áreas.
Justamente por isso que esses títulos são isentos de imposto de renda. Só que começou a ser analisado que nem todos esses recursos estavam efetivamente sendo aplicados da maneira que teria que ser. Então, o Conselho Monetário Nacional começou a ficar mais rigoroso com a emissão desses tipos de título.
Mas de qualquer forma nós passamos por mais uma redução de prazo, muito provavelmente também visando aumentar o volume de captação para que consiga sim ter mais dinheiro para infraestrutura, tanto do agronegócio quanto do setor imobiliário. Bom, que que você achou dessas duas notícias? Você pode deixar aí nos comentários a sua opinião.
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