[Música] Olá começa agora o diálogos com o programa da tv Unesp para divulgação Científica institucional aqui nós conhecemos as pesquisas e os avanços científicos do Brasil e do mundo e também falamos de importantes ações da Universidade Estadual Paulista a Unesp o tema do nosso programa hoje são as tendências pedagógicas quem conversa com a gente é vandeir Pinto da Silva professor do departamento de didática da Unesp em Marília professor vandei é um prazer recebê-lo aqui no diálogos tá o prazer é meu maa eh obrigado pelo convite Professor vandeir muito se fala das tendências pedagógicas correntes pedagógicas
quando discutimos educação e essas tendências pedagógicas Elas têm uma certa influência política pela Linha Liberal e pela linha Progressista eu queria que o senhor começasse o prog explicando pra gente essas duas tendências É verdade a as tendências pedagógicas nós podemos eh classificá-las pelo menos em dois grandes grupos né Eh um grupo que se volta mais para a o status có da sociedade vigente não é não se opõe às questões que o capitalismo apresenta as suas contradições eh e um outro grupo que ao contrário disso eh busca fazer a crítica do capitalismo e ousar a transformação
desse sistema Então dentro desta primeira perspectiva que nós chamamos mais liberal mais conservadora não é eh várias tendências aí se constituíram a chamada escola tradicional a escola nova a escola tecnicista não é e no âmbito da das tendências transformadoras nós temos a a tendência Libertadora do Paulo Freire não é a Libertade divertente anarquista e a pedagogia histórico-crítica nãoé que tem saviani Libano e outros intelectuais brasileiros né falando num recorte assim mais Nacional né professor se a gente pensar nessa tendência Liberal num primeiro momento né como que se dá esse processo de ensino aprendizagem como que
fica a relação aluno e professor dentro da sala de aula é as tendências sempre buscaram responder a um contexto social né Eh num contexto social eh brasileiro por exemplo em que a poucas pessoas tinham acesso à educação a tendência chamada tradicional ela foi muito predominante não é era uma escola que valorizava muito a o conhecimento o conhecimento era o dito diga-se de passagem não é não havia um questionamento sobre a a validade ou não desses conhecimentos eles eram tomados como eh válidos em si mesmos não é eh os professores eram bem formados não é eh
eles eh tomavam esse conhecimento também como verdade e a função principal deles era transmitir esses conhecimentos então aos estudantes cabia eh apreender esses conhecimentos não é eh reproduzir esses conhecimentos e Ostentar essa riqueza de conhecimento erudito que era passado a eles né e a linha Progressista vem numa crítica a esse ensino ISO é se se nós tomamos a escola nova a escola nova vem se opor a esta mesmo sendo uma uma tendência ainda conservadora no sentido de não se opor ao capitalismo ela vem se opor essa essa tendência tradicional não é eh se na escola
tradicional O professor era o centro não é do processo de ensino aprendizagem o ensinar era o que se enfatizava não é na escola eh nova o aluno passa a ser o centro desse processo então o aprender é o mais importante não é a voz é dada ao estudante então o é uma outra perspectiva os trabalhos em grupo são bastante valorizados os alunos opinam sobre a a o conteúdo a ser discutido não é eh os alunos avaliam o processo de ensino aprendizagem não é eles eh selecionam a os conteúdos que consideram mais importantes para serem aprendidos
há uma um uma aspiração democrática muito grande dentro dessa proposta ela cumpriu esse papel importante nãoé de se opor a a uma pedagogia tradicional que assim se colocava tão dona do saber né o saber é questionado e ele passa a ser reconstruído e construído com os estudantes eh dentro da da Perspectiva da escola nova né E hoje professor a gente consegue ter um Panorama de qual tendência né se fortalece mais na sociedade dentro das nossas escolas Ah eu penso que sim penso que hoje nós temos e infelizmente né uma uma predominância de uma vertente mais
técnica mais tecnicista não é eh é a vertente tecnicista esta que no meu modo de ver não é eh deixou o professor numa situação muito fragilizada o professor deixou de ser o autor e o produtor do conhecimento para ser um mero reprodutor dos conhecimentos que eh outros eh formularam e e produziram né produção de livro didático o o livro didático passou a ser a peça Central qualquer profissional né da área da Educação não importava a área apoiando-se num bom livro de ático poderia dar aulas de qualquer assunto eh este procedimento tornou o trabalho do professor
eh sem significado não é mas sem significado ainda ficou esse esse esses ficaram esses conteúdos para os estudantes eh E com isso nós temos uma eh uma predominância como eu chamei que data principalmente eh de 1960 aqui no Brasil eh que coincide com a entrada do país na na na indústria e no comércio que se apresentavam emergentes não é então Eh vem a ideia pela primeira vez no nosso país da escola para todos mas uma escola muito dirigida para a formação técnica eh São trabalhadores vindos da zona rural eh São pessoas eh do povo que
precisam aprender o mínimo para lidar com a aquilo que a indústria exigia e o comércio exigia na aqu aquele momento uma educação portanto muito limitada eh fica em segundo plano a formação humana com todas as dimensões e riquezas que ela contém E aí seria uma formação para o mercado uma formação para o mercado e isto é uma constante até hoje por isso que eu digo que eh isso pode estar estar presente até hoje eh porque eh na sua relação com a a escola na sua relação com a sociedade ela sofre as terminações do do que
a sociedade espera do fluxo do Mercado da Produção e de como as coisas estão sendo priorizadas socialmente então a escola não é neutra ela vem ela ela deve penso eu resistir a essas investidas né ganharem autonomia e propor aspectos emancipadores mas ela por sua vez também é determinada por essas circunstâncias que são próprias né num contexto social específico e um pouco mais sobre o papel da escola na formação dos cidadãos a gente conversa daqui a pouco tá ok o diálogos vai para um breve intervalo e já volta fique com a [Música] gente estamos de volta
e hoje a nossa conversa é sobre tendências pedagógicas com professor da Unesp em Marília vandeir Pinto da Silva Professor terminamos o último bloco falando do papel da escola o um dos focos primeiro sempre foi a formação para o mercado mas também tem a questão do acesso ao conhecimento Como que o senhor pode definir pra gente o papel da escola é o papel da escola penso que Deva ser além da da formação competente do ponto de vista da desse Cidadão dos conhecimentos que estão eh São pró pros da educação escolarizada a formação da consciência desses estudantes
para que eles possam eh intervir na sociedade possam com autonomia não é eh traçar destinos novos pra sociedade que é o que nós Desejamos seão a sociedade vai continuar do jeito que ela está eh com todas as injustiças e todos os problemas que ela contém então o papel da escola numa sociedade que é sempre em mudança não é é é ter esse passo integrar o estudante a esse contexto social e ao mesmo tempo propiciar a ele condições de transformar esse contexto social né não é só simplesmente adaptar esse estudante à situações de de mercado adversas
as situações injustiças que aí estão Ah eu consegui o meu emprego tudo bem não como eu também posso intervir lá no meu emprego no meu trabalho como cidadão como pessoa humana e mais do que isso como eu posso me enriquecer enquanto pessoa nesse processo formativo né e pensando um pouco nesse nesse processo de autonomia e do que o Senhor tem falado em relação ao papel da escola não podemos deixar de mencionar o Educador Paulo Freire né que é um grande nome da educação no Brasil e ele diz que professores e alunos também aprendem mediatizados pelo
mundo Isto né como que se dá essa relação e os professores e alunos percebem essa significação do mundo no processo de aprendizagem é o Paulo Freire foi foi Espetacular não é nas suas intervenções na percepção que teve das condições de analfabetismo no Brasil a necessidade de possibilitar o conjunto dessas populações marginalizadas o acesso ao conhecimento e não se tratava apenas de alfabetizar mas de formar não é era um processo de educação Mais amplo não só de alfabetização que ele preconizava eh é importante perceber sim não é que na num processo de formação nós eh buscamos
condições para uma visão mais adequada do mundo uma visão mais eh crítica desse mundo e busquemos também condições de intervir nele não é então Paulo Freire representou ao menos na minha juventude não é quando Lia a a a pedagogia do oprimido uma grande esperança uma grande esperança para a superação dos modos autoritários de conduzir a educação a escola o saber não é eh como forma de eh buscar no diálogo não é que o Paulo Freire sempre insistiu uma relação horizontal entre professores e estudantes onde ambos aprendem não é o professor contribui com o seu conhecimento
eh na especificidade daquilo que lhe é próprio não é e os estudantes também contribuem na especificidade das experiências que eles têm eh para a para o conhecimento eh para a construção cultural dentro do contexto em que eles estão então ambos se enriquecem né nesta troca eh que Paulo Frei preconizou não é pensando especialmente aquelas populações marginalizadas do conhecimento científico e escolar mas o senhor acredita que a escola hoje ela consegue incorporar de certa forma essa visão horizontal de lidar com professores e alunos no mesmo nível ou a aa não olha é muito difícil estabelecer um
diálogo eh um diálogo Franco aberto produtivo com os estudantes hoje não é eh são várias as turmas são heterogêneas eh são vários os interesses que estão em em jogo não é mas na sala de aula certamente o professor buscará o a os patamares necessários para esse diálogo e é importante que ele busque isso ele não encontrará né em nenhuma teoria Educacional a priori né encontrará inspirações fundamentações etc mas não vai estar nada pronto ele vai ter que construir na na relação com seus alunos não é eh e descobrir eh como prender a atenção deles né
como considerar eh o que eles já têm como importante buscar um link com essas aspirações dos Estudantes para poder travar um diálogo mas seguramente está muito difícil né no âmbito da do que se coloca a escola hoje que passa por uma crise muito grande nãoé eh Há muitas interrogações sobre o sentido dela se é se o conhecimento Ou pelo menos as informações não podem ser obtidas de outras formas que não pela Escola eh eu mesmo me questiono eh quanto à necessidade de tantos anos de escolaridade não é eh pros objetivos ainda eh modestos que nós
temos conseguidos Conseguido atingir não é eh institucionalizando as crianças desde muito cedo não é e Eh tudo bem né nossos filhos estão lá na na nas escolas de educação infantil mas que tipo de Formação está sendo dada ali não é nós temos que aproveitar esse tempo entender depois da Educação Infantil Ensino Fundamental ensino médio um tempo como um tempo de trabalho né Eh um tempo que deverá ser bem valorizado Nas condições dadas hoje não é para o trabalho do professor eu penso que ainda um um bom caminho a andar não é para que nós possamos
ter esta esse diálogo estabelecer um diálogo profico eh no processo formativo e nesse diálogo muitas escolas né muitas tendências pedagógicas como a montour e a Valda pensam no formar para a vida é o que vem a ser esse formar para vida é o formar para vida pode ser também um slogam né porque o que é a vida né A vida ela é o trabalho é formar para o trabalho a vida é formar para o preparo ao vestibular a vida são as relações interpessoais que nós vamos estabelecer eh Então pode se se tornar um chavão esvaziado
formar para a vida eu eu considero que são importantes alternativas como essas pedagogias que você citou também frener Incluindo aí dentre outras não é eh para nós termos alternativas não é e aquelas aqueles pais e aquelas eh aquelas famílias que podem eh optarem por algo alternativo né para os seus filhos e fica que acaba sendo um investimento um pouco maior do que o estilo tradicional de ensino um pouco maior e também com com vantagens e desvantagens não é eh as escolas que valorizam muito a formação do ponto de vista de uma liberdade maior de uma
autonomia maior dos Estudantes não é elas elas deixam de enfatizar por exemplo o preparo ao vestibular então na pedagogia waldoff por exemplo os pais começam a se questionar depois aí quando eh os alunos já estão prestes a irem ao vestibular se a formação foi compatível para isso eh eu entendo que a formação não deva ser em função de mas olha só o mercado de trabalho concorrência que se apresenta coloca uma interrogação na cabeça desses pais eh Será que os meus filhos poderão ingressar nos vestibulos mais concorridos né das Universidades públicas brasileiras né então eh São
questões que se colocam para nós hoje também eh eh no nosso processo de trabalho um processo de trabalho que tende a ser muito eh eh eh desgastante do pon de vista do produtivismo não é eh negando condições de satisfação humana no nosso próprio trabalho então os estudantes também de repente se vem privados de uma satisfação com o conhecimento de uma relação mais produtiva com esse conhecimento para tomar esse conhecimento como um meio apenas para continuar os estudos depois E aí o senhor defende um outro tipo de Formação que a gente conversa daqui a pouco tá
ok o diálogo um breve intervalo e volta [Música] já o diálogos está de volta e hoje nós conversamos com o professor da Unesp de Marília vandeir Pinto da Silva sobre tendências pedagógicas Professor terminamos o último bloco questionando um pouco o estilo de formação para que que serve a escola Qual o papel da da escola e o senhor tem defendido ultimamente nas suas pesquisas um outro tipo de Formação que seria a formação unilateral O que vem a ser essa formação eh é verdade esta esta proposta ela tem seus fundamentos no Marxismo não é e advoga que
a educação devesse contemplar três dimensões a dimensão intelectual a dimensão corporal e a a dimensão tecnológica eh de forma integrada é uma proposta que eu entendo possa se contrapor a visão unilateral predominante do tecnicismo não é por quê O estudante não é só cabeça não é só intelecto né O estudante precisa de uma formação intelectual evidentemente conhecer a língua Pátria conhecer as diversas disciplinas que compõem o currículo etc mas Estudantes têm que desenvolver também eh a suas dimensões eh corporais aqui entendidas não é e atualizadas eh a sua sensibilidade como um todo não é é
com o nosso corpo que nós eh nos relacionamos com o mundo então desenvolver as habilidades no campo da dança do Canto da arte não é desenvolver o nosso olhar desenvolver a o Nossa audição desenvolver a nossa sensibilidade para podermos e nos relacionar melhor e usufruirmos das da das riquezas culturais e materiais que estão disponíveis e por fim a escola também não pode pode descuidar da formação tecnológica nós somos mãos emoção e nós somos também inteligência então com as nossas mãos com as ferramentas que prolongam as nossas mãos nós modificamos o mundo construímos os bens materiais
não é e essa dimensão ela é fundamental também aos estudantes mas fixar-se apenas numa das dimensões é uma formação unilateral isso traz prejuízos para a satisfação do ser humano e poderá e traz também prejuízos para a sua relação com o meio ambiente com os demais animais e a sua permanência inclusive eh saudável né no mundo de hoje na sociedade de hoje e como que o senhor acha que a escola de repente vem recebendo a escola e até mesmo a universidade que não deixa de ser uma escola como vem recebendo um pouco essa essa proposta ou
pode vir a receber essa proposta de uma formação unil ah a as a eu penso que se as eh se essas escolas eh conseguem conseguirem se contrapor n é eh naquilo que é eh com mais ênfase as tendências dominantes não é da do produtivismo da técnica poderão visualizar esse ser humano de uma forma mais mais eh Global mais integrada porque Omni significa de todos eh todo né do latim lateral de todos os lados esse homem compreendido de todos os lados né Eh poderá e interferir melhor na sociedade mas é Um Desafio né é um desafio
a tendência é que os programas educativos se fechem e que nós na universidade por exemplo eh atuo num curso de Filosofia não é passemos a compreender os alunos como somente cérebro não é isso né os alunos são inteligência os alunos são eh São corpo e as dimensões da arte precisam também ser desenvolvidas as dimensões da ética eh encontrar elementos para esse tipo de Formação é muito importante eh numa num processo educativo e nesse processo educativo é importante tanto os professores refletirem sobre como eles aprendem como eles ensinam isso é um pouco da proposta que a
Unesp mantém desde 2008 né com os núcleos de estudos e práticas pedagógicas né que agora em 12 2013 passam a ser chamado de CEP né que são conhecidos em todas as unidades da Unesp que atuam um pouco nesse processo de reflexão dos nossos professores é um trabalho importante os próprios é uma uma riqueza muito grande poder eh trabalhar com os nossos colegas professores não é eh de todas as áreas não é eh respeitando as formações de cada um deles não é os referenciais de cada um deles especialmente aqueles que não tiveram não passaram por curso
de licenciatura que estão mais voltados para áreas para as áreas de exatas e biológicas Mas também da área de humanas nós tivemos a oportunidade de trabalhar com muitos colegas e aí isso foi muito rico por quê Nós também temos que nos colocar né em que Pese a experiência que cada um tem e a um certo grau de arrogância que né que pode estar presente em algum professor universitário né todos nós nos colocamos o problema como é que a gente aprende Como É Que Nós aprendemos como é que nossos estudantes aprendem eh com quais eh características
Eles vem do ensino médio hoje não é quais são as qualidades do ponto de vista das informações que eles têm que são obtidas pelos meios de comunicação pela comunicação em tempo real que nós temos hoje e quais são as deficiências também que eles trazem nesse processo formativo não é eh como é que nós vamos então também na universidade e com essa proposta de articular ensino pesquisa extensão eh receber esses estudantes e considerando-os no estágio em que eles estão podermos produzir o máximo com eles atingir o patamar mais e Rico do ponto de vista da formação
deles e Nossa então esses desafios têm sido muito importantes não é é como é que nós avaliamos o trabalho o nosso trabalho trabalho dos Estudantes somos professores tradicionais somos professores eh eh da vertente da escola nova somos professores tecnicistas eh somos professores da da teoria histórico-crítica que é a teoria que tá na base né do trabalho do nep agora o CEP eh mas sem pormos né sem dificult armos o diálogo com aqueles que são leitores estudiosos de Pag de outros estudiosos que eh eh que têm eh eh semelhanças mas t diferenç em relação à fundamentação
teórica e que o CEP no caso tem né deverá manter né como referência principal de sua análise então abrir-se ao diálogo é importante o professor universitário também precisa disso a dinâmica que estabelecemos nesses cursos não é ela é uma dinâmica de ouvir esses professores de de juntos traçarmos diretrizes é por isso que aqueles que participam um como muito positivo né o trabalho do antigo nep e agora do do CEP e ele se torna também gratificante para nós que nos dispomos além de tantas outras atividades nas nossas unidades a também esse trabalho com os colegas não
é porque também é o nosso trabalho na área educativa e formativa professor vandei gostaria de agradecer enormemente a sua participação para abrir esse diálogo conosco a respeito da educação que é tão fundamental para todos nós tá eu que também agradeço eu fico à disposição para outros momentos e para dialogar né com vocês e com aqueles que nos assistem Obrigado o diálogos de hoje fica por aqui acompanha a TV Unesp o nosso programa também pela internet compartilhe os conteúdos e comente obrigada pela companhia até a semana que vem [Música] k [Música]