Iberê, já sou inscrita. Muito bem. Inclusive, você que está assistindo se puder se inscrever, eu agradeço bastante.
Ajuda a gente. E estou esperando aparecer em seus vídeos. Pois bem, apareceu hoje.
Aqui vai uma pergunta. Se a minha casa começar a pegar fogo e eu entrar no chuveiro e ligar, eu sobrevivo? Essa é aquela pergunta que parece boba porque todo mundo tá pensando aí "não, até parece, não sei o quê".
. . mas não sabe exatamente a resposta que é muito importante e pode salvar a nossa vida.
Então, fica até o final que essa eu vou responder no fim, fechou? Não vou colocar talvez seja uma pergunta boba porque eu já sei a resposta. Pois é, eu vou responder que não existe pergunta boba e já aposto que a sua pergunta não é boba.
Como funciona um satélite de TV? Porque eu sei que a antena da casa que a gente tem, tem que ficar apontando para o lugar específico, mas o satélite não fica girando em volta da Terra? Pois é, essa pergunta não é boba nem que nem na China, onde o satélite vai passar daqui 15 minutos.
Grande parte dos satélites que a gente lança eles ficam girando muito rápido em volta da Terra. O pessoal que está na Estação Espacial Internacional consegue ver o pôr do sol várias vezes no espaço de 24 horas, o espaço de um dia, porque estão girando muito mais rápido que a rotação da Terra. Acontece que se você botar um satélite um pouco mais longe, ele pode girar um pouco mais devagar.
Você vai colocando ele mais longe, ele pode virar mais devagar ainda, até chegar um ponto em que o satélite gira exatamente na mesma velocidade de rotação da Terra. E aí, você consegue, por exemplo, ter um satélite que tá olhando para o Brasil o tempo inteiro. Ele tá travado girando junto com a Terra, olhando para o Brasil.
Essa distância é bem longa, tá? Chama satélite geoestacionário. Deixa eu ver qual que é a distância exata aqui pra vocês.
36. 000 km de distância da linha do Equador. Só para vocês terem uma ideia, a Estação Espacial Internacional tá a mais ou menos 400 km.
É muito mais longe do que o satélites próximos que a gente tem aqui. E se você tem o bichinho fixo lá no céu, você consegue ter uma antena mirando exatamente nesse satélite. Carlos Silva, membro do canal.
Ó, garantida a sua pergunta, hein? Sempre tem uma pergunta dos membros pelo menos aqui no "Iberê responde". Quando vocês gravam o Boravê, o pessoal da fábrica aproveita para tietar?
Sempre tenho a impressão de que tem um paredão de gente vendo vocês gravarem. Tirar foto, o pessoal sempre tira. Dependendo da fábrica que a gente vai, tem um perfil de idade e tudo mais, muita gente conhece o Manual do Mundo.
Quando a gente gravou o vídeo do pneu, chegou uma pessoa muito emocionada dizendo que tinha escolhido uma profissão técnica e tava trabalhando na fábrica por causa do Manual do Mundo. Isso me deixou muito feliz e, às vezes, vai muita gente acompanhar a gravação para a gente não falar nada de errado, não mostrar coisa que não pode, a maioria das fábricas tem algum segredo Industrial. .
. O que é segredo industrial? Alguma máquina, algum jeito de fazer as coisas, algum robô, algum ingrediente que ela não quer que as empresas concorrentes fiquem sabendo porque isso melhora a produção dela de algum jeito, faz com que fique mais barato de produzir e tal.
. . e não querem que apareça no vídeo.
Então, é normal que tenha pelo menos umas 10 pessoas atrás da câmera. No começo, me deixava muito envergonhado, agora eu já acostumei. Qual é a maior dificuldade de ir para Marte?
Mais uma vez a resposta parece óbvia, é óbvia, mas não é óbvia. Seguinte, a Lua é o lugar mais longe que o ser humano já foi. 384 mil Km é a distância da Terra até a Lua.
Sabe qual é a distância até Marte? Não tem uma distância certa até Marte. .
. é meio complicado. Aqui tá o Sol, essa aqui é a Terra, esse pontilhadinho é a órbita da Terra, o caminho que ela faz em volta do Sol, e aqui tá Marte.
Esse pontilhadinho é órbita de Marte. E você pode imaginar olhando esse desenho que a distância entre a Terra e Marte é essa aqui, certo? Se fosse essa distância, seria mais ou menos 54 milhões de quilômetros.
Mas você deve ter imaginado que Terra e Marte não ficam andando juntas em volta do Sol. A Terra anda muito mais rápido que Marte. Então, pode acontecer uma situação em que Marte tá exatamente do lado oposto da Terra, muito mais longe do que o Sol e, nesse caso, a distância é de mais ou menos 400 milhões de quilômetros.
É por isso que não dá para dizer que existe uma distância fixa entre os dois planetas, porque essas distâncias ficam variando. E mais, essas órbitas elas não são circunferências perfeitas ali, não. Uma bolinha exata feita com compasso, elas parecem mais ou menos um ovo, o que complica muito mais todas essas contas.
Do momento em que a Terra tá mais perto possível de Marte até os dois planetas se encontrarem de novo, demora mais ou menos dois anos e dois meses. E esse pertinho de Marte é 140 vezes a distância da Terra até a Lua. É muito longe.
E quando Marte está lá do outro lado, dá mais ou menos mil vezes a distância da Terra até a Lua. E mais, nessa distância aqui, a luz demora mais ou menos 22 minutos para chegar da Terra até Marte. Isso quer dizer que imagina uma pessoa está com uma dor de barriga absurda lá e, aí, ela liga pra Terra e fala assim "gente, não sei se é apendicite, se é pedra no rim.
. . socorro, que remédio que eu tomo?
" Essa mensagem demora 22 minutos para chegar até a Terra, aí um médico daqui responde e a mensagem volta. No total, ela esperou 44 minutos desde o momento da pergunta até a resposta. E aí, você imagina que essa pessoa quer voltar para Terra.
"Eu não quero mais, faz três dias que eu tô aqui, eu já quero voltar". Só que aí a janela de aproximação dos dois planetas já passou. É só dali, sei lá, dois anos que ela vai ter oportunidade de voltar.
A galera tá gostando de astronomia aqui, hein? Todos os pontos brilhantes no céu à noite são estrelas semelhantes ao Sol ou tem mais alguma coisa? Juro para vocês que eu fico emocionado na hora que eu vejo essas perguntas.
Nem de longe é uma pergunta óbvia, é uma pergunta difícil de responder e a resposta é absurdamente legal. Para começo de conversa, sim. A grande maioria de estrelas que você vê lá em cima são estrelas de algum jeito semelhantes ao Sol, tem estrelas muito maiores, tem estrelas menores, às vezes você vê uma estrela que você acha que é uma estrela só, mas são duas ou mais que estão ali muito perto uma da outra.
Mas maioria total é de estrelas, estrelas normais. Só que a gente consegue você pelo menos cinco planetas a olho nu aqui da Terra. Esses planetas olhando sem telescópio, sem nada, sem observar muito bem o céu, eles parecem estrelas.
Você vai achar que são estrelas, então ó, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno são visíveis da Terra, mas você também consegue ver galáxias. Você consegue ver a pequena Grande Nuvem de Magalhães e Andrômeda. E ainda tem os cometas.
Se tiver passando um cometa, você vai ver um pontinho lá passando. Se você tiver muita sorte, talvez seja alguma coisa a mais que um pontinho. Mas, enfim, tá lá no céu.
Mas tem as nebulosas também, que são nuvens de gás e poeira que você consegue ver da Terra. A nebulosa de Orion a olho nu. E não dá para esquecer das estrelas cadentes, são os meteoros que estão caindo do céu, riscam o céu ali naquela bola de fogo que a gente vê caindo que, inclusive, a gente chama de estrela cadente.
Mas não acabou, não. Ainda tem os satélite artificiais. A Estação Espacial Internacional, por exemplo, se ela tiver numa posição em que ela reflita a luz do Sol, você consegue ver alguma coisa brilhante passando aí no céu.
Eu recomendo muito um "appzinho" que a gente mostrou naquele vídeo, cinco apps de realidade aumentada, chama Sky View, e nesse app você consegue digitar aqui Estação Espacial Internacional e aí você mira o celular para onde está a Estação Espacial Internacional, ele diz pra você "tá ali, ó", ou ele vai dizer "tá lá embaixo, do outro lado do mundo, e vai passar na sua frente de tal dia, tal hora". Enfim, você consegue ver tudo isso que eu falei. Ele é muito legal.
Iberê, se carro em inglês é car e homem é man, então a pessoa que se chama Carmen é um Transformer? Minha pergunta na live já tá garantida? Se não, por que as nuvens carregadas de água não caem?
Essa pergunta surgiu durante a última live que a gente fez, a gente jogou um SciTruco ao vivo aqui entre o pessoal do Manual do Mundo, e a gente não soube responder. E a resposta é simples, ela cai, sim, na forma de chuva. Próxima pergunta.
Parou, parou, parou. Aqui é Manual do Mundo e a gente gosta de dar resposta decente. Então, eu pesquisei muito sobre esse fenômeno, é muito mais complicado, mas muito mais legal do que eu imaginava.
Para começo de conversa, vamos entender por que uma gota de água se ela for muito pequenininha, muito, muito, muito pequenininha mesmo, é muito difícil dela cair. Aqui eu tenho 100 ml de água. Se eu jogar essa água, ela despenca, ela cai como se fosse uma pedra, certo?
É normal. Mas e se eu picasse essa água? Dividisse em pedacinhos muito pequenininhos?
Cai muito mais devagar. Demora vários segundos para cair no chão, só que as gotas desse spray aqui são muito maiores que as micro gotículas que estão lá na nuvem. Lá em cima, elas demorariam muito mais tempo para cair.
Mas por que que isso acontece? A gravidade não puxa água do mesmo jeito? Tem a mesma densidade da água que a gente tem aqui embaixo.
Qual é que é a diferença? Quando a gente começa a dividir qualquer objeto, a área dele, a superfície dele, vai ficando cada vez maior. Olha esse pedaço de isopor, por exemplo, a superfície dele é essa área externa, tá?
Como se a gente tivesse uma casca aqui em volta. Se eu cortar o isopor, a gente tem a mesma superfície que a gente tinha antes, mas eu ganhei essa aqui ó. Tem mais superfícies.
Se eu cortar mais uma vez, a gente ganhou essa aqui ó. Cada vez que eu vou dividindo, eu vou ganhando mais superfície, mas o peso disso aqui continua sendo o mesmo. Então, se a gente for picando esse pedacinho de isopor cada vez mais, ele vai ganhando cada vez mais área, cada vez mais superfície.
E objetos que têm muitas superfícies sofrem muita resistência do ar. Quando eles vão descer, eles ficam se esfregando em muito ar. Uma pena, por exemplo, ela é super leve, mas ela tem uma superfície imensa.
No momento em que você joga, ela tem dificuldade para descer. A mesma coisa um paraquedas. E é por isso que as gotinhas microscópicas de ar vão descer muito devagar.
Na real, elas praticamente nem descem, é muito mais fácil delas subirem. Olha só, vamos imaginar o mar, por exemplo. A água da superfície dele vai começar a evaporar e, aqui, a gente vai ter água no estado gasoso, tá?
Isso aqui é vapor de água ainda. Acontece uma coisa muito interessante que eu mesmo nunca tinha me dado conta. O ar é formado, principalmente, por nitrogênio e oxigênio, mas as moléculas desse gás nitrogênio tem dois átomos de nitrogênio, e as de oxigênio tem átomos de oxigênio.
Então, a gente vai ter N2 e O2. Enquanto a água é H2O. Tem um detalhe aqui é que o hidrogênio ele é extremamente leve, enquanto o oxigênio e nitrogênio são mais ou menos.
Na prática, o que que significa isso? Que a molécula de água é bem mais leve do que as moléculas de oxigênio e de nitrogênio. Então, o que vai acontecer é que quando a gente tem moléculas de água misturadas no ar, essas moléculas tendem a subir, o ar todo vai sumir junto.
É tipo quando a gente tem um balão de hélio, ele é muito menos denso do que o ar e vai para cima. O que vai acontecer aqui no mar é que isso aqui vai começar a subir, a gente vai ter ar subindo porque a água é leve. Lembrando sempre que ela ainda tá no estado gasoso, tá?
Mas vai chegar uma hora em que todo esse ar úmido que tá subindo vai encontrar uma camada mais fria e, aí, você sabe o que vai acontecer. A mesma coisa que acontece na sua garrafa de refrigerante gelada. Vai começar a condensar, a formar micro gotículas de água líquida, ou, às vezes, até gelo.
São essas microgotas aqui que formam a nuvem, inclusive, é por isso que a base das nuvens costuma ser reta porque nesse lugar que o ar úmido encontrou o frio. Só que tem mais um fenômeno acontecendo aqui que é muito legal. Quando a água condensa, quando ela passa do vapor para o líquido, ela libera calor, então, aqui vai esquentar um pouquinho em volta dessas gotinhas e a tendência é que elas subam mais ainda.
Então, vocês perceberam que a gente tem praticamente dois motores que fazem essas gotinhas subir? Primeiro o ar que tá vindo de baixo para cima porque a água é mais leve do que o ar e, depois, a gente ainda vai ter a condensação que esquenta um pouquinho o ar e faz ele subir de novo. E é por causa de tudo isso que a nuvem se mantém lá em cima mesmo sendo água líquida.
Claro que às vezes vai chegar um momento em que você tem tantas gotículas aqui que elas começam a se juntar. E se elas começam a se juntar, é mais ou menos como se a gente pegasse aquele pedaço de isopor e fosse colando de volta as partes. Vai chegar uma hora em que a superfície, a área em volta dele, fica pequena, e a massa fica grande.
Aí a chuva cai. Uma coisa importante de eu dizer é que eu coloquei essa dúvida no Twitter, muita gente me ajudou, mandou vários textos, vários vídeos, mas teve uma pessoa em especial que foi a Marina, a arroba dela tá aqui embaixo, que ela deu a resposta inteirinha com todos os detalhes, foi muito bacana. Então, obrigado, Marina.
Iberê, todas as águas dos rios vão para o mar, e o mar não aumenta. Por qual motivo? Pelo motivo que a gente acabou de ver.
A água do mar evapora e é por isso que ele não aumenta. Mas calma que tem uma coisa muito interessante nessa história que talvez você não tivesse pensando. Nem todo rio vai para o mar.
Imagina os rios que dão no mar morto, por exemplo. Esse mar não dá em lugar nenhum, ele evapora ali, desaparece ali mesmo. A gente chama esse conjunto de rios que dá num lago que não dá no mar de bacia endorreica.
Não é uma coisa tão rara assim, tá? Por exemplo, o mar Cáspio é um desses mares que não dá em mar em nenhum. Então, todos os rios que dão no mar Cáspio, que é grande para caramba, são rios que não dão no mar.
Quer dizer, o mar Cáspio é chamado de mar, mas não no sentido de mar que a gente estava pensando em oceano. Da hora, né? Se eu comprar um carro, botar em 4 seguros diferentes e der perda total, eu posso ganhar quatro carros novos?
Li bastante sobre isso, você pode até fazer dois seguros do mesmo carro, mas você tem que avisar a seguradora que você tá fazendo isso e, no momento em que der a perda total, elas vão te pagar no máximo o valor de um carro cheio as duas, tá? Então, sei lá, vai ser metade cada uma, ou vai ter que ter um arranjo ali para te pagar no máximo o valor do carro que você perdeu. Mas você pode fazer seguro de duas coisas diferentes no carro em seguradoras diferentes.
Por exemplo, você faz um seguro contra roubo e batida num lugar e você faz um seguro contra terceiros no outro. E não tem problema nenhum, a questão é que isso acaba saindo mais caro. É mais barato você comprar um pacote todo num lugar só.
Mas tem uma coisa interessante que eu descobri. Seguro de vida você pode fazer em várias seguradoras diferentes e todas vão te pagar. Quer dizer, vão pagar para as pessoas que sobreviveram, no caso.
Isso acontece porque o carro tem um valor fixo, a gente sabe o valor do carro, tá na tabela Fipe o valor do carro, né? A vida não, então você pode ter um seguro de vida do valor que você quiser. Então, não tem problema segura 10.
000, 10. 000, 10. 000, 10.
000 ou 40 mil. Enfim, tudo bem. Guigui perguntando por que a gente não consegue virar fogo de cabeça para baixo.
Primeiro vamos fazer um teste aqui, tá? Será que a gente não consegue mesmo? Eu acendo fogo, quer dizer, eu tento acender o fogo, pega fogo e ele tá virado para cima.
Para cima. . .
por mais que eu vire o palito de ponta cabeça, o fogo continua apontando para cima. O fogo é um sinal visual de uma reação química que está liberando o calor. Então, ali a gente tem o combustível reagindo com oxigênio e soltando luz.
E se é uma reação que tá liberando calor, isso significa que os gases ali, o gás carbônico, a água que tão saindo, eles estão muito quentes, eles vão subir. Então, a gente vai ter um ciclo, alguns gases sobem, para ocupar o lugar desses gases que subiram, entra ar com o oxigênio que vai alimentar o fogo. Então, tem gás subindo e gás novo entrando.
Isso não tem como a gente mudar. Se você virar um palito de ponta cabeça, o que está sendo esquentado vai subir do mesmo jeito. Isso quer dizer, então, que em gravidade zero, a gente vai ter um fogo diferente?
Sim, o fogo em gravidade zero é bem esquisito porque a gente não tem mais esse ciclo. No momento em que esses gases esquentarem, eles não vão subir. Eles vão ficar em volta ali da chama e, aí, o ar novo não chega e fica uma chama meio xôxa, num formato esférico, uma coisa bem estranha desse jeito que vocês estão vendo aqui.
Quando é que sai o grande livro de biologia do Manual do Mundo? De biologia, não tenho data exata para te falar. Mas o de química vai sair em breve.
Eu acho que até julho mais ou menos a gente lança O grande livro de química do Manual do Mundo. Isso é muito legal porque química sempre foi uma das coisas mais fortes que a gente tinha aqui. Hoje em dia a gente faz bem faz bem menos experimentos de química, mas vocês lembram da época do Superquímica que tinha pelo menos um experimento de química gigante por mês.
A gente não faz mais tanto experimento de química, porque a gente já fez muitos e esgotou a quantidade de experimento que a gente podia fazer que fossem fáceis ou menos perigosos de fazer em casa. Por que os animais têm nomes científicos? Essa é boa demais.
Não são só os animais, tá? Todos os seres vivos, as plantas, os fungos. .
. A gente tem nome científico. Vou dar um exemplo claro para você aqui.
Vamos pegar esse bicho tá na tela agora. Eu sempre chamei esse bicho de onça-parda, mas em vários lugares ele é chamado de puma. Os indígenas no Brasil, uma parte chama de suçuarana.
Em inglês chama cougar. Em espanhol chama león de montaña. Aí você imagina dois cientistas conversando, né?
Um da Argentina, um do Brasil e um dos Estados Unidos. "The cougar", aí outro fala "ah, suçuarana". "Não, o león de montanã".
Vira uma bagunça, ninguém sabe de que bicho você tá falando. Então, todo ser vivo precisa ter um nome único, isso que a gente chama de nome científico, o nome que você falar desse bicho em qualquer lugar no mundo, ele vai sempre ser chamado daquele jeito. Geralmente, esse nome científico ele é feito com base no latim.
Então, o nome desse bicho que eu acabei de mostrar é Puma concolor. Funciona como se fosse um RG dessa onça. Pra você escrever esses nomes, geralmente, a gente escreve em itálico se você tiver no computador.
E a primeira letra da primeira palavra é em maiúscula. Essa primeira palavra é o gênero. Gênero é um grupo que está abaixo da família na classificação dos bichos.
Então, a gente é do gênero Homo. A Puma é do gênero Puma, tem outro bichinho lá que também é do gênero Puma, é muito bonitinho, é um tipo de um gato engraçadão. E a segunda palavra é o epíteto, é o que define a espécie do animal.
Então, vários animais vão começar do mesmo jeito, né? A primeira palavra vai ser igual e depois a gente tem uma palavra específica. E assim que é formado o nome científico.
Iberê, por que o coletivo de capivaras não é capivárias? Olha, eu só ia ler essa pergunta e dar risada, mas daí me caiu a ficha que eu não sei o coletivo de capivara. Qual é que é o coletivo de capivara?
Por exemplo, lobo é alcateia, cavalo você pode chamar de tropa. Quando a gente vê aquele grupo de capivaras aqui na Marginal Pinheiros, é o quê? É uma manada.
Mas, Iberê, manada é de elefantes, não de capivara. As capivaras são grandes, mas não são tão grande quanto elefantes. Ai ai.
. . a pessoa aprende uma coisa daí ela fica presa naquilo.
Manada pode ser de vários animais diferentes. Pelo que eu pesquisei aqui, manada pode ser de capivara, de elefante, de boi, de burro, de cavalo, de búfalo e deve ter mais algum bicho aí também que eu perdi, assim como deve ter mais alguma coisa a gente vê no céu que não é estrela e que eu não devo ter falado. Mano do céu, tem umas perguntas demais.
Iberê, o que vai acontecer quando os números do CPF acabarem? Vão ser utilizados os de pessoas mortas ou vai ser adicionado um dígito no final do número? Isso já aconteceu antes?
Já, já aconteceu antes, mas até onde eu sei não com CPF. Vamos entender o número do CPF. Esse número não é um número simples qualquer.
Ele tem uns segredinhos. Os dois últimos dígitos a gente chama de dígito verificador, ou dígitos verificadores, né? O que acontece?
O computador pega, faz uma conta com esses nove dígitos que estão antes e, aí, o resultado daquela conta tem que dar aqueles dois que estão no final. É por isso quando você digita um CPF errado, na hora o computador percebe porque o dito verificador não tá batendo com o CPF que você digitou. É um jeito de checar se o CPF tá certo ou não sem você ter um banco de dados com os dados dessa pessoa.
Você não sabe de quem é o CPF, mas você sabe que ele não tá certo. Tirando esses dois dígitos, o último número do CPF ele indica a região onde esse CPF foi tirado. E aí, sim, os outros números são livres.
Então, quer dizer que a gente tem nove dígitos para criar um CPF, contando que essa região vai variar, né, a gente pode contar com esse dígito também. Isso dá 1 bilhão de possibilidades. Para a população brasileira chegar nisso, eu não sei se um dia chega.
Só para você ter uma ideia, o Brasil hoje tem 214 milhões de pessoas. Mas aí entra uma coisa muito interessante, as pessoas vão morrendo e o CPF continua daquela pessoa que morreu. Então, não é quantas pessoas a gente tem hoje, mas quantas pessoas a gente tem desde o momento em que foi inventado esse número.
E aí, esse número vai esgotar mesmo que a gente não chegue a 1 bilhão de habitantes. A gente vai chegar a 1 bilhão de pessoas que já tiveram CPF alguma vez na vida. E o que se costuma fazer quando isso acontece?
É o que você falou, a gente coloca um número não no final, mas geralmente no começo. E é o que aconteceu com os números de telefone durante toda a história. Olha esse anúncio antigo aqui do lado.
Olha tamanho do número de telefone. É muito pequenininho, hoje em dia os celulares têm nove dígitos. Quando eu era criança, os telefones tinham seis dígitos.
E eu lembro que o número foi crescendo, hoje em dia, lá em Piedade, o número de telefone fixo tem oito dígitos. E foi crescendo sempre um número no começo. A mesma coisa aconteceu com placa de carro, tá?
Quando eu era criança, eram duas letras e quatro números. Hoje, já são sete caracteres com letras e números. E isso dá uma possibilidade absurda porque no lugar de cada dígito, você pode colocar 10 números mais 26 letras.
Queria que o Iberê explicasse como funciona um pombo correio. Nada a ver um pombo levar carta e saber endereços. Uma coisa muito importante é a gente não falar que uma coisa nada a ver antes da gente entender como ela funciona.
E se você mesmo tá dizendo que quer saber como funciona, então não é nada a ver. É, tipo, vamos entender como o negócio é, né? Não é assim que funciona o pombo correio.
Eu não boto o endereço na pata dele, ele lê e fala "Ah, agora eu preciso levar essa carta aqui para o pai do Iberê lá em Piedade". Não, o pombo correio ele só sabe voltar para casa. Então, o que funcionaria é eu levar um pombo correio no meu carro, aí eu vou, sei lá, até Santo André, aqui perto de São Paulo, preciso mandar uma mensagem para Mari, eu coloco a mensagem na perninha do pombo ali, prendo, solto o pombo e ele volta até minha casa.
Ele sabe sempre voltar, ele não sabe ir para o endereço que seja diferente da própria casa dele. E aí, tem umas coisas interessantes, por exemplo, um pombo ele voa mais ou menos 30, 50 km no máximo, eles são treinados para voar distâncias longas, então, o pombo correio que funciona como pombo correio mesmo não é qualquer ponbo que você cata na rua aí e já faz ele funcionar. Mas tem competições de pombos correios para ver quem chega mais longe e, aí, sim tem lugar que o pombo correio percorre mais de 1.
000 Km até chegar em casa. Richter. Iberê, qual é o seu maior orgulho e o que te faz feliz?
Talvez muita gente imaginasse que eu fosse responder o Manual do Mundo. Até alguns anos atrás eu responderia talvez o Manual do Mundo, ou responder que eu ficar com a Mari é a coisa que mais me deixa feliz, mas depois que a gente tem filhos isso passa qualquer coisa que já tem acontecido com você na vida. Então, o que eu tenho mais orgulho é de ver as meninas aprendendo coisas, elas me contarem coisas delas, da gente ter essas conversas e as coisas que me deixa mais feliz é conviver com a família, conviver com ela, com a Helena, com a Mari, com a Melissa.
A gente viajar juntos e dar risada juntos e tudo mais. Não tem nada melhor do que isso. Mas vamos lá para a pergunta que abriu esse vídeo e talvez você tenha clicado só para saber a resposta.
Afinal de contas, eu escolho uma pergunta para ser o título do vídeo. Se tiver pegando fogo na casa e você entrar debaixo do chuveiro, vai adiantar alguma coisa? Provavelmente, não.
E não é porque molhado você não se protege muito do fogo, é pior do que isso. Se você se molhar, talvez seja mais difícil de uma labareda te machucar. Mas a grande maioria das pessoas que morrem no incêndio, elas morrem asfixiadas porque respiraram fumaça tóxica que estava saindo, ou porque não tinham mais oxigênio para respirar.
Então, a menos que o fato de você tá trancado dentro do banheiro te isolasse do resto da casa, não deixasse fumaça entrar, mas daí também o fogo não iria entrar, não ia adiantar muita coisa você entrar no chuveiro. A coisa que tem que ser feita é você se abaixar e andar coladinho no chão porque o ar quente sobe. Se o ar quente sobe, a fumaça tóxica também fica no topo.
E mais, a parte quente, a parte que pode te queimar, ela vai estar em cima. Quando a gente fez um Boravê lá no corpo de bombeiros, eu entrei num contêiner que tava pegando fogo, tinha muito fogo lá dentro, e a gente tinha que apagar o fogo. Eu não podia me levantar de jeito nenhum.
Se eu levantasse, eu morria porque a temperatura lá em cima tava muito quente e embaixo estava bem mais frio. Mas, resumindo, o que pode salvar tua vida mesmo é se abaixar na hora de incêndio e dar um jeito de sair dali sem respirar a fumaça tóxica. Sinceramente, eu tenho muita vontade de gravar uma série contando o que a gente deve fazer nessas situações de emergência.
Mas uma série real mesmo, né? O que que você tem que fazer de verdade se a casa pegar fogo e não um monte de suposições. De repente, conversar com bombeiro e tal.
Falem, contem pra gente aí nos comentários se vocês acham legal essa série, se vocês assistiriam esse tipo de vídeo. Dificilmente a gente conseguiria reproduzir essa situações, tá? Por exemplo, se um carro cai na água, eu tô dentro do carro, o que que eu tenho que fazer?
Não vai dar para jogar o carro na água e tal, mas acho que vale a pena a gente saber o que fazer nessas horas. O que que vocês acham? Queridos, não esqueçam de dar o joinha, fechou?
Um abraço para vocês. Já que eu tava falando de Corpo de Bombeiros, teve um vídeo muito legal que a gente gravou com eles mostrando porque você não pode jogar água numa panela de óleo que tá pegando fogo. É legal vocês assistirem esse vídeo porque ele vai mais ou menos na linha do que a gente pensou em fazer nessa série que eu disse para vocês.
Então, se vocês gostarem desse vídeo, talvez vale a pena a gente gravar mais.