no pacato bairro de Santa Brígida o silêncio das noites sempre fora uma bênção as ruas estreitas e as casas simples davam ao lugar uma aura tranquila quase atemporal era o tipo de comunidade onde todos conheciam seus vizinhos e os boatos corriam mais rápido que o vento e nenhum boato escapava dos lábios de Dona carminda a velha mais falante e para muitos a mais irritante do lugar Dona carminda tinha uma habilidade especial para transformar trivialidades em grandes histórias se alguém deixasse um saco de lixo fora do horário ela o transformaria em uma denúncia de conspiração se
visse uma sombra estranha à noite já falava de fantasmas ou ladrões rondando as casas por isso ninguém mais lhe dava ouvidos certa noite no entanto algo na expressão de Dona carminda era ela apareceu na praça do bairro ofegante segurando o chale que sempre trazia consigo os olhos arregalados de puro terror Vocês precisam ouvir gritou chamando a atenção de um grupo que conversava descontraidamente perto do Coreto lá vem a carminda com mais uma resmungou seu Anselmo o dono do mercadinho a maioria soltou risadinhas e se preparou para ignorá-la eu vi eu Eu vi algo que vocês
não vão acreditar insistiu ela a voz tremendo era uma criatura grande com olhos que brilhavam no escuro um Lobisomem o riso veio imediato não foi apenas uma risada contida era um couro de zombarias que ecoou pela praça seu Anselmo gargalhou tão alto que quase engasgou lobisomem Dona carminda a senhora está lendo muito aqueles livrinhos de terror zombou ele mas dona carminda não recuou ela apontou para o horizonte na direção da Mata que cercava o bairro ele estava lá na beira da estrada vocês não acreditam porque nunca viram Mas eu vi e eu estou avisando ele
vai atacar alguns moradores começaram a ficar impacientes Dona carminda já havia testado a paciência deles muitas vezes antes e essa era apenas mais uma das suas histórias absurdas uma mulher mais jovem Marta a professora da Escola local tentou acalmar a situação Dona carminda talvez tenha sido só algum cachorro grande à noite a gente vê coisas diferentes não foi cachorro nenhum retrucou a velha os olhos cheios de convicção vocês vão ver quando começar a acontecer não digam que eu não avisei apesar da insistência ninguém lhe deu atenção naquela noite dona carminda voltou para sua pequena casa
no fim da rua principal cabis baixa e resmungando baixinho do lado de fora o bairro parecia tão seguro quanto sempre as luzes das casas começavam a apagar e o vento soprava fraco entre as árvores da Praça no entanto algo no ar parecia diferente talvez fosse a forma como o vento agitava as folhas ou o silêncio que tomava conta do lugar Dona carminda Fechou sua porta com cuidado e trancou todas as janelas algo que não costumava fazer enquanto se sentava na cadeira de balanço murmurou eles vão aprender da pior forma e do lado de fora um
uivo distante cortou a noite os dias seguintes ao aviso de dona carminda transcorreram de forma Quase normal em Santa Brígida a rotina guia como de costume as crianças correndo pela praça as senhoras lavando roupa nos Quintais e os homens jogando conversa fora no Bar do Seu Zé Mas uma coisa havia mudado as noites estavam mais quietas estranhamente quietas muitos diziam que era a impressão que dona carminda tinha plantado ideias malucas na cabeça de todos mas até os mais céticos admitiam que algo parecia fora do lugar o vento s mais gelado as sombras da Mata pareciam
mais densas e o silêncio se tornava insuportável após o p do Sol Foi numa dessas noites que o primeiro desaparecimento aconteu seu Geraldo Um Pescador aposentado havia Sao Dea com sua velha lanterna e umae de pesca ele era conhecido por ir a beira do rio em horários estranhos aproveitando a tranquilidade para pescar em paz não era incomum que voltasse tarde mas naquela noite ele não voltou na manhã seguinte sua esposa dona Luzia começou a chamar pelos vizinhos sua voz aflita ecoava pelas ruas ainda silenciosas vocês viram o Geraldo ele saiu ontem à noite e não
voltou para casa os moradores se reuniram formando pequenos grupos para procurar o pescador percorreram as margens do rio e as trilhas que ele costumava usar mas não encontraram Nada Além da rede de pesca caída e a lanterna quebrada perto da entrada da Mata ele deve ter se perdido sugeriu seu Anselmo tentando acalmar os ânimos ou foi atacado por algum bicho acrescentou o outro morador Talvez uma onça Dona carminda que observava tudo de sua janela saiu com passos firmes e voz carregada de convicção eu avisei vocês foi o l B homem vocês não acreditaram agora ele
começou a atacar lá vem ela de novo com essa história reclamou Marta balançando a cabeça então onde está o Geraldo rebateu a velha apontando para a mata se vocês não querem ouvir problema de vocês mas eu vou avisar ele vai voltar e vai ser pior as palavras dela pareciam ecoar no ar apesar das zombarias e dos resmungos o desaparecimento de seu Geraldo deixou o bairro inquieto naquela noite as portas foram trancadas mais cedo e poucas janelas permaneceram iluminadas no entanto o bairro parecia ser tomado por algo que ninguém conseguia explicar no silêncio da madrugada o
vento carregava ruídos que pareciam estar mais próximos uivos longos e graves seguidos por algo que se assemelhava a arranhões e estalos secos no chão da Floresta Dona carminda sentada mais uma vez em sua cadeira de balanço olhava pela janela com a testa franzida ela sabia que ninguém acreditaria nela até que fosse tarde demais o silêncio da noite foi quebrado apenas por um grito distante vindo da direção da Mata um grito curto cortado abruptamente Dona carminda não conseguiu dormir depois disso pela manhã não havia mais dúvidas O que aconteceu com seu Geraldo não foi um simples
acidente o bairro antes desconfiado agora estava tomado por um clima pesado e sombrio a comunidade se reuniu na praça novamente agora com mais medo que desdém o desaparecimento havia abalado todos algumas pessoas começaram a encarar a mata com olhos desconfiados enquanto outras murmuravam baixinho sobre coisas que não se atreviam a acreditar em voz alta e agora o que vamos fazer perguntou Dona Luzia com lágrimas nos olhos talvez devêssemos chamar a polícia sugeriu Marta nervosa polícia nenhuma pode resolver isso disse Dona carminda surgindo mais uma vez ela parecia menos frágil Agora quase imponente como se o
medo do bairro lhe desse forças vocês ainda acham que é mentira esperem só isso é só o começo seus olhos brilhando de determinação deixaram os outros inquietos mesmo aqueles que não queriam acreditar começavam a questionar Afinal como explicar o desaparecimento de seu Geraldo o sol começava a se pôr novamente e o silêncio do bairro parecia se tornar cada vez mais sufocante pela primeira vez até os céticos começaram a sentir o peso das palavras de Dona carminda naquela noite o medo se infiltrou em cada casa deixando todos atentos aos menores sons a madrugada seria longa o
desaparecimento de seu Geraldo havia transformado o pequeno bairro de Santa Brígida o medo não era mais algo contido em olhares ou sussurros era palpável preenchendo cada canto das ruas desertas as pessoas agora se trancavam em casa antes do anoitecer e apenas os mais Corajosos arriscavam sair de dia uma semana se passou Sem notícias do Pescador e a tensão era insuportável Foi então que dois jovens Mateus e Pedro decidiram agir eles eram amigos inseparáveis e conhecidos pela curiosidade e pelas ideias impulsivas que muitas vezes os colocavam em encrencas apesar dos alertas dos pais e das histórias
de Dona carminda Eles resolveram ir até a mata ar por conta própria Geraldo pode estar lá machucado Alguém tem que fazer alguma coisa disse Mateus tentando convencer Pedro Enquanto segurava uma lanterna velha se for verdade e se tiver algo naquela mata Pedro retrucou hesitante mas no fundo excitado com a aventura Lobisomen pelo amor de Deus São só histórias da velha maluca quando o sol Começou a cair no horizonte o os dois amigos Entraram na mata levando apenas lanternas e um facão pequeno que encontraram no galpão da casa de Pedro o silêncio da floresta os envolveu
rapidamente mas a excitação Inicial logo deu lugar à inquietação cada galho quebrado ou som abafado os fazia estremecer cerca de uma hora depois os gritos deles ecoaram pelo bairro alguns moradores correram para fora de suas casas confusos e viram os dois meninos saírem da Mata aos tropeços pálidos e trêmulos Mateus mal conseguia falar Pedro apenas apontava freneticamente para trás no meio da Mata gaguejou Mateus respirando com dificuldade tinha corpos um silêncio mortal caiu sobre os moradores reunidos as palavras pareceram Ressoar como um trovão no ar pesado corpos que corpos perg a voz trêmula eles estavam
rasgados respondeu Pedro quase sussurrando como se como se um animal enorme tivesse ele não conseguiu terminar Mateus começou a chorar os nervos finalmente cedendo os dois meninos foram levados para suas casas enquanto os outros moradores discutiam desesperadamente o que fazer a descrição vaga e fragmentada dos corpos deixava mais perguntas do que respostas Mas uma coisa era Clara algo estava matando no interior da Mata Dona carminda que observava tudo à distância Balançou a cabeça com uma expressão sombria eu avisei vocês preferem acreditar quando já é tarde demais seu Tom era mais de resignação do que de
Triunfo algumas pessoas lançaram olhares nervosos na direção dela mas ninguém disse nada na manhã seguinte um pequeno grupo de homens decidiu entrar na mata para investigar entre eles estava um seu Anselmo e João um fazendeiro que conhecia bem as trilhas da floresta eles se armaram com pedaços de pau facões e lanternas Mas Era óbvio que estavam mais assustados do que queriam admitir não vamos nos afastar muito avisou João entramos olhamos rápido e saímos os outros concordaram com um aceno e o grupo avançou na trilha o ar parecia mais pesado na mata como se algo invisível
os observasse quando chegaram ao local descrito pelos meninos a cena Era pior do que podiam imaginar havia dois corpos o primeiro estava irreconhecível com marcas profundas de garras e rasgos brutais que haviam exposto carne e ossos o outro corpo era menor talvez de um jovem estava parcialmente enterrado sob folhas como se algo tivesse tentado escondê-lo meu Deus sussurrou seu Anselmo levando a mão à boca João se ajoelhou para examinar mais de perto apesar do nojo notou algo incomum os cortes não pareciam obra de um animal comum eram grandes demais profundos demais e as marcas deixadas
nas árvores próximas pareciam feitas por algo com garras afiadas isso isso não é bicho normal o grupo saiu da Mata as pressas carregando a notícia macabra de volta ao bairro agora não havia mais espaço para ceticismo a descoberta dos corpos foi como uma bomba que explodiu na comunidade alguns moradores choravam abertamente enquanto outros murmuravam sobre maldições ou forças Sobrenaturais Dona carminda mais o uma vez foi o centro das atenções Eu não disse vocês acham que sabem de tudo mas há coisas nesse mundo que não podem ser explicadas ela não parecia satisfeita em estar certa pelo
contrário a expressão no rosto dela era de preocupação genuína enquanto a noite se aproximava novamente o bairro parecia mais sombrio do que nunca as luzes permaneciam acesas nas casas até tarde mas mesmo com as portas janelas trancadas ninguém sentia que estava realmente seguro e no fundo da Mata um uivo baixo e gutural ecoou mais uma vez como um Presságio do que estava por vir as noites em Santa Brígida antes silenciosas e acolhedoras agora eram aterrorizantes após a descoberta dos corpos na mata ninguém mais ousava sair de casa até mesmo os sons noturnos mais comuns como
o Ranger das Árvores ao vento pareciam carregados de ameaças invisíveis na terceira noite após a descoberta dos corpos Marta a professora foi acordada por um barulho estranho era um som rítmico como Passos pesados arrastando-se pela rua o coração dela começou a bater acelerado levantou-se da cama tomou coragem e espiou pela fresta da cortina no início não viu nada além da rua deserta e mal iluminada mas quando os passos cessaram algo surgiu do escuro a luz trêmula de um poste Marta viu uma sombra alta e disforme movendo-se ao longe a figura parou e virou lentamente a
cabeça como se soubesse que estava sendo observada os olhos da professora se arregalaram e ela recuou bruscamente tropeçando no criado mudo quando olhou novamente pela janela a figura havia Aparecido Marta não dormiu pelo resto da noite no dia seguinte ao amanhecer decidiu contar ao grupo de moradores mais próximos o que havia visto era alto muito alto não parecia uma pessoa tinha uma forma estranha como se estivesse curvado e os olhos eles brilhavam no escuro o relato deixou os moradores em polvorosa as histórias de Dona carminda começaram a ganhar peso e como se para aumentar a
tensão foram encontradas marcas estranhas na estrada de terra que levava a mata eram pegadas grandes Profundas como se fossem de um animal com garras afiadas seu Anselmo um dos mais céticos estudou as marcas com um olhar preocupado isso não é normal murmurou como se falasse consigo mesmo João o fazendeiro que estivera na expedição anterior confirmou essas marcas estavam perto dos corpos na mata não sei o que é isso mas com certeza não é um cachorro ou coisa parecida Dona carminda por sua vez parecia cada vez mais certa de que estava lidando com algo que ninguém
queria admitir é o lobisomem disse ela com firmeza em tom quase solene já passei por muita coisa na vida e sei o que vi vocês não TM escolha a não ser medar agora a teoria do lobisomem que antes era motivo de Risadas começou a fazer sentido para alguns moradores o que mais poderia explicar as mortes brutais e as pegadas que ninguém conseguia identificar naquela noite os homens do bairro decidiram montar guarda em Pontos estratégicos armados com facões lanternas e o pouco de coragem que ainda lhes restava sentaram-se em silêncio esperando por algo que no fundo
não queriam ver a madrugada chegou devagar e a tensão era sufocante o silêncio parecia ainda mais opressor do que o normal cada som por menor que fosse fazia os homens saltarem às 2as da manhã uma das vigílias foi interrompida por um grito vindo da casa de Dona Luzia a viúva de seu Geraldo os homens correram até lá mas encontraram apenas a porta dos fundos arrombada e marcas de garras profundas na madeira Dona Luzia Estava caída no chão da cozinha desmaiada de Puro medo quando despertou A mulher estava em choque ele estava aqui ele entrou na
minha casa sussurrou tremendo os moradores não tinham mais dúvidas algo estava entre eles algo que não pertencia ao mundo que conheciam na manhã seguinte as marcas na porta de Dona Luzia foram inspecionadas mais de perto eram semelhantes às encontradas na mata Profundas longas e feitas por algo com garras que nenhum animal comum possuía João visivelmente nervoso sugeriu chamar a polícia mas dona carminda Balançou a cabeça contrariada a polícia não vai resolver isso não é um ladrão ou uma onça é uma maldição e vocês sabem disso por mais que os moradores relut assem em aceitar começavam
a acreditar que dona carminda tinha razão mas mesmo assim o medo os impedia de tomar uma atitude mais drástica todos preferiram voltar para suas casas e esperar como se a luz do dia pudesse proteger o bairro de qualquer coisa que estivesse a espreita Quando a Noite caiu novamente os sons ficaram mais evidentes Passos pesados o distantes e um farfalhar constante de folhas que fazia o vento parecer vivo era como se a criatura estivesse brincando com eles observando aguardando o momento certo para atacar dentro de sua casa dona carminda fechou todas as janelas e sentou-se perto
da porta com uma vela acesa ela sabia que o que quer que fosse aquilo não pararia tão cedo no fim daquela mais um som cortou o silêncio algo pesado caiu no quintal de um dos moradores ninguém saiu para verificar quando o nasceu os moradores Encontraram o quintal destruído e mais pegadas Profundas no chão as marcas levavam diretamente de volta à mata era claro que a criatura estava cada vez mais próxima aão em Santa Brígida atingira seu ápice as noites eram um teste de nervos e os dias traziam apenas medo do que viria a seguir após
a invasão a casa de Dona Luzia e o quintal destruído os moradores finalmente perceberam que precisariam agir não podiam mais ignorar a ameaça que se aproximava cada vez mais João o fazendeiro organizou um grupo de vigília reforçado dessa vez seriam mais homens armados com ferramentas agrícolas pedaços de madeira e até espingardas antigas eles decidiram se posicionar em diferentes pontos estratégicos da Vila para cobrir mais terreno o plano era simples se algo aparecesse eles fariam barulho e tentariam cercá-lo dona carminda por outro lado observava de longe com uma expressão inquieta ela sabia que aquilo não seria
suficiente não se lutava com uma maldição S apenas com armas vocês estão lidando com algo que não entendem avisou mais uma vez ele não é como qualquer outro bicho e o que sugere Dona carminda que acendamos velas e rezemos provocou seu Anselmo ainda relutante em aceitar o que estava acontecendo sugiro que tenham coragem porque vocês vão precisar Ao Cair da Noite o grupo estava posicionado a lua cheia brilhava forte iluminando parcialmente as ruas e o início da Mata o silêncio era absoluto cortado apenas pelo som do vento e ocasionalmente pelo farfalhar de folhas à meite
veio o primeiro sinal um dos hom ouviu algo pesado se movendo pela Floresta esmagando Galhos e folhas secas ele apontou sua lanterna na direção do Som Mas a luz era fraca demais para revelar qualquer coisa tem algo aqui gritou ele a voz embargada os outros correram em sua direção e o barulho cessou como se a criatura estivesse brincando com eles João levantou a espingarda os olhos fixos na escuridão à frente Seja lá o que for está nos observando de repente um uivo ensurdecedor ecoou pela Mata era profundo gutural como o som de um animal mas
havia algo de humano nele algo que gelava os ossos espalhem-se gritou João tentando manter a calma mas sua voz tremia o grupo mal teve tempo de reagir um dos homens na extremidade da formação soltou um grito de horror seguido por um som de algo pesado sendo arrastado quando os outros correram até ele encontraram apenas um pedaço de sua lanterna quebrada no chão a criatura estava atacando e o medo tomou conta do grupo Eles tentaram se reorganizar mas o ataque seguinte foi ainda mais brutal algo avançou das sombras em uma velocidade impossível derrubando dois homens antes
que eles pudessem reagir Foi então que João finalmente viu o que estavam enfrentando a luz trêmula de uma lanterna caída ele viu a criatura alta descomunal gentee musculosa com braços e pernas cobertos de pelos grossos a cabeça tinha traços lupinos com pontudas e olhos brilhantes de um vermelho intenso as garras longas e afiadas reluziam Sob a Luz da lua é o lobisomem murmurou João incapaz de tirar os olhos da criatura ele tentou atirar mas suas mãos tremiam tanto que a bala passou longe a criatura soltou um rugido e avançou sobre ele no último segundo um
dos outros homens conseguiu acertá-la com uma T de madeira desviando seu ataque corram gritou João lutando para se levantar o grupo se dispersou correndo de volta para o bairro em completo desespero atrás deles os passos pesados da criatura ecoavam mas ela parecia mais interessada em intimidá-los do que em continuar o ataque quando finalmente chegaram as primeiras casas a criatura parou na beira da Mata ela os observava de longe imóvel como se soubesse que ainda teria sua chance dentro das casas os homens estavam em choque dois deles haviam desaparecido na confusão e ninguém tinha coragem de
voltar para procurá-los as mulheres tentavam acalmar os Sobreviventes mas o medo estava estampado nos rostos de Todos Nós não podemos enfrentá-lo sozinhos disse João com a voz rouca isso não é uma criatura qualquer naquele momento Marta sugeriu o que todos temiam admitir precisamos chamar a polícia Dona carminda que havia permanecido em silêncio até então soltou um suspiro pesado vocês chamem Quem quiserem mas se preparem isso não vai acabar fácil o grupo decidiu pedir ajuda externa na manhã seguinte mas ninguém conseguiu dormir naquela noite O uivo do lobisomem ecoou novamente mais perto do que nunca e
ficou Claro que ele ainda estava por ali observando esperando o próximo movimento e manhã seguinte trouxe pouca luz à escuridão que havia tomado Santa Brígida as pessoas estavam exaustas abatidas e Assombradas pelos acontecimentos da noite anterior os homens que haviam sobrevivido à vigília carregavam marcas físicas e emocionais do encontro com a criatura e agora ninguém mais questionava que algo monstruoso estava entre eles seguindo o plano decidido no calor do medo João e Marta pegaram o telefone da Escola o único que ainda funcionava no bairro e ligaram para a delegacia da cidade vizinha a conversa foi
tensa tentaram evitar mencionar o lobisomem diretamente mas a hesitação nas palavras levantou suspeitas a polícia prometeu enviar uma viatura para investigar mas não deram muita credibilidade à história enquanto aguardavam a chegada das autoridades os moradores se reuniram na praça central era a primeira vez que tantos deles se juntam desde o início do terror est ali em busca de respostas principalmente de conforto uns nos outros foi então que dona carminda apiada em sua Bengala e com o olhar carregado surgiu mais uma vez como a voz de uma verdade incômoda vocês ainda acham que isso é algo
que a polícia pode resolver começou ela a voz firme vocês ainda acreditam que isso é coisa desse mundo seu Anselmo um dos últimos a resistir às histórias da velha cruzou os braços mas havia algo diferente em seu Tom e o que sugere Dona carminda que a gente espere mais gente morrer sugiro que Ouçam a verdade respondeu ela olhando diretamente para ele Dona carminda se aproximou do centro do grupo e o silêncio foi imediato todos sabiam que ela tinha algo importante a dizer mesmo que poucos quisessem ouvir eu já vi isso antes muitos anos atrás quando
ainda era jovem não aqui mas num povoado não muito longe daqui era uma maldição como essa o lobisomem atacava nas noites de lua cheia exatamente como agora só que naquela ninguém duvidava e ninguém escapou as palavras dela eram carregadas de um peso que calou qualquer tentativa de contradição Dona carminda fez uma pausa o olhar perdido no vazio antes de continuar não é só um monstro é um homem ou era antes de ser amaldiçoado ele vive entre nós fingindo ser como qualquer outro mas quando a lua cheia aparece ele se transforma o grupo de moradores começou
a se entreolhar desconfiado a sugestão de que o lobisomem poderia ser alguém do próprio bairro causou uma onda de paranoia e como podemos saber quem é perguntou mar a voz tremendo é difícil dizer respondeu carminda mas há sinais ele evita se expor demais pode ser alguém que desaparece nas noites de ataque alguém que carrega algo Sombrio dentro de si João que observava tudo atentamente estreitou os olhos Isso significa que alguém aqui pode ser O Lobisomem o silêncio que se seguiu foi sufocante olhares desconfiados passaram a circular entre os moradores e o medo se transformou em
uma tensão perigosa foi nesse momento que a polícia chegou dois oficiais saíram do carro ambos parecendo menos preparados para lidar com o que encontrariam do que gostariam de admitir um deles O sargento Almeida era um homem de meia idade com olhos atentos Enquanto o outro um jovem recruta parecia nervoso Recebemos a ligação de vocês podem nos explicar o que está acontecendo perguntou Almeida os moradores hesitaram olhando uns para os outros João tomou à frente há algo atacando o bairro algo perigoso Que tipo de algo perguntou o Recruta segurando uma prancheta João respirou fundo tentando não
soar absurdo não é um animal comum Pode parecer loucura mas achamos que pode ser um Lobisomem o Recruta deixou escapar uma risada Nervosa mas o sargento Almeida não sorriu Ele olhou para os rostos pálidos e assustados ao seu redor e sabia que qualquer que fosse a verdade aquelas pessoas estavam falando sério vamos investigar disse Almeida pegando sua lanterna e ajustando o cinto mostrem Onde aconteceu o ataque mais recente João e alguns outros levaram os policiais até o quintal destruído mostrando as pegadas e as marcas profundas nas árvores Almeida se ajoelhou para examinar as marcas e
seu rosto endureceu Isso não é coisa de cachorro murmurou ele enquanto isso no centro do bairro Dona carminda continuava sua pregação sombria vocês podem caçar o que quiserem mas lembrem-se a maldição só acaba quando o coração dele for destruído vocês não podem simplesmente assustá-lo Marta que ainda estava abalada pelos eventos da noite anterior perguntou hesitante e se ele não for morto Dona carminda a encarou com uma expressão sombria então ele Continuará atacando e se não forem cuidadosos ele vai transformar outros a tarde avançava lentamente e os policiais decidiram montar uma vigília noturna com o apoio
dos moradores Mas mesmo com o reforço da lei o clima em Santa Brígida era de puro terror conforme o sol começava a se pôr Dona carminda observava as primeiras estrelas aparecerem no céu a velha segurou firme o crucifixo que carregava no pescoço e murmurou vocês vão entender quando a lua cheia brilhar esta noite tudo será revelado Quando a Noite caiu sobre Santa Brígida a lua cheia acendeu no céu iluminando o bairro com um brilho fantasmagórico os moradores estavam trancados em suas casas espiando pelas janelas enquanto a vigília era montada policiais e voluntários se posicionaram em
locais estratégicos equipados com lanternas armas e a pouca coragem que ainda restava João junto com o sargento Almeida liderava o grupo a tensão entre os homens era palpável enquanto o silêncio da floresta Parecia zumbir em seus ouvidos Dona carminda observando tudo de sua varanda sentiu que o momento estava próximo ele está vindo murmurou para si mesma lá dentro ela apertou o crucifixo com força como se soubesse que a batalha seria mais feroz do que qualquer um Pudesse Imaginar pouco depois da meia-noite o primeiro som veio foi um estalo seco como de um galho quebrando seguido
por um rosnado baixo e gutural que parecia vibrar no ar todos os olhos se Voltaram para a direção do som lá na Borda da Mata apontou um dos voluntários a voz embargada de medo ternas varreram as árvores mas não havia nada visível o silêncio voltou mais pesado do que antes e a tensão parecia sufocante então um grito ecoou um dos voluntários posicionado mais distante do grupo principal foi arremessado contra uma árvore com força brutal ele caiu ao chão imóvel enquanto o grupo se movia rapidamente para ajudá-lo fiquem juntos gritou O sargento Almeida tentando ter a
ordem mas antes que pudessem se reagrupar a criatura atacou novamente surgiu das sombras como um raio rápida e mortal com garras que brilhavam Sob a Luz da Lua um dos policiais disparou sua arma mas o lobisomem esquivou-se com uma agilidade quase impossível a visão da criatura fez o sangue de todos gelar era ainda mais assustadora do que João havia descrito tinha quase 2 m de altura musculatura grotesca e olhos que queimavam como Brasas suas garras eram afiadas como facas e o rosto uma mistura de lobo e humano era a personificação do terror atirem nele gritou
Almeida enquanto levantava sua própria arma os tiros ecoaram pela noite mas o lobisomem parecia inabalável ele avançou sobre o grupo rasgando o ombro de um dos voluntários e derrubando outro com um golpe poderoso João trêmulo conseguiu disparar sua espingarda acertando a criatura no flanco o lobisomem soltou um urro de dor mas não caiu em vez disso virou-se na direção dele os olhos brilhando com Fúria corram gritou João já se preparando para o pior o grupo começou a se dispersar mas o sargento Almeida Manteve sua posição ele sacou um revólver maior aparentemente guardado para emergências e
mirou diretamente no peito da criatura Ei monstro gritou ele tentando atrair sua atenção o lobisomem rosnou e avançou na direção dele mas Almeida Manteve a calma quando a criatura estava perto o suficiente ele disparou acertando o peito dela com Um Tiro Certeiro o impacto foi forte o suficiente para derrubar o lobisomem que caiu no chão Gem Mendo de dor por um breve momento houve silêncio os Sobreviventes ainda em choque começaram a se aproximar lentamente acabou perguntou João ofegante mas dona carminda que havia saído de sua casa e observava a cena à distância gritou com uma
voz firme e alarmada não ele ainda não morreu de fato o lobisomem começou a se mover novamente mesmo ferido sua força era assustadora com um impulso violento levantou-se e rugiu lançando-se contra Almeida O sargento conseguiu desviar no último segundo Mas sabia que o grupo estava ficando sem opções o coração gritou carminda aproximando-se só o coração pode acabar com isso Almeida olhou para ela os olhos arregalados mas não teve tempo de questionar a velha jogou algo para ele uma faca grande de lâmina brilhante e antig use isso ordenou ela O sargento não hesitou com um movimento
Rápido Pegou a faca e Esperou o próximo ataque da criatura o lobisomem avançou mais uma vez mas Almeida conseguiu esquivar-se e cravar a lâmina diretamente em seu peito no lado esquerdo onde o Coração batia com força a criatura soltou um rugido ensurdecedor que ecoou por toda a mata antes de cair no chão ela se contorceu violentamente por alguns segundos Mas então ficou imóvel O silêncio que se seguiu foi quase tão assustador quanto o rugido todos ficaram parados observando o corpo da criatura até que dona carminda finalmente se aproximou está feito murmurou ela a voz grave
o lobisomen Começou a Mudar lentamente diante dos olhos de todos sua forma monstruosa começou a se desmanchar dando lugar à figura de um homem os moradores ficaram em choque ao reconhecer o rosto não pode ser sussurrou Marta era seu Anselmo o mesmo homem que tantas vezes havia zombado de carminda que se recusara a acreditar até o último momento ele vivia entre nós disse a velha balançando a cabeça a maldição é assim você nunca sabe quem carrega o lobo dentro de si o grupo permaneceu em silêncio incapaz de processar o que havia acontecido O silêncio que
se seguiu à morte do lobisomem era denso quase sufocante os moradores de Santa Brígida estavam reunidos ao redor do corpo agora inerte de seu Anselmo Ainda tentando aceitar o que viam a figura monstruosa havia desaparecido por completo deixando apenas um homem envelhecido de rosto pálido e vazio João quebrou o silêncio ainda ofegante ele estava com a gente esse tempo todo ele eraa um de nós Marta abraçou os próprios ombros tremendo Apesar do calor da noite como como isso é possível perguntou a voz trêmula Dona carminda deu alguns passos à frente apoiando-se em sua Bengala ela
parecia menos surpresa do que os outros como se já Esperasse por aquele desfecho a maldição é sorrateira começou ela a voz baixa mas carregada de peso Escolhe um de nós um coração vulnerável alguém que carrega dores ou segredos que não compartilha Anselmo sempre foi um homem solitário guardava muito dentro de si e o Lobo encontrou espaço para crescer as palavras da velha ecoaram entre os moradores que começaram a relembrar momentos do passado Anselmo apesar de ser conhecido por sua ironia e zombarias sempre evitava contato mais profundo ele frequentemente desaparecia por dias especialmente nas noites de
lua cheia mas ninguém nunca havia questionado O sargento Almeida ainda segurando a faca que dona carminda lhe entregara quebrou o silêncio a ameaça foi neutralizada mas vocês têm ideia do que isso significa como algo assim aconteceu aqui a velha o encarou com uma serenidade desconcertante nem tudo tem uma explicação que a lei possa compreender Sargento algumas coisas simplesmente são Almeida suspirou claramente frustrado com a falta de lógica da situação mas ele sabia que não havia como levar aquela história a sério em relatórios oficiais vamos registrar como um ataque de animal disse ele mais para si
mesmo do que para os outros os moradores assentiram em silêncio a última coisa que queriam era atrair atenção indesejada ou pior ainda perguntas que não poderiam responder na manhã seguinte os moradores enterraram o corpo de Anselmo em uma parte isolada do cemitério local longe das lápides familiares não houve cerimônia a apenas um momento de silêncio carregado de luto e culpa quando o pequeno grupo retornou ao centro do bairro as expressões ainda eram de incredulidade e medo muitos ainda olhavam para a mata como se esperassem que algo surgisse novamente Dona carminda no entanto parecia tranquila ela
observava os outros com um olhar quase Maternal como se soubesse que finalmente as coisas começariam a melhorar Mara que havia liado muitos dos momentos de resistência aproximou-se da velha a senhora sabia o tempo todo não é que era ele carminda Balançou a cabeça não sabia só desconfiava e mesmo assim torci para estar errada Marta suspirou olhando para o chão Acho que todos nós Devíamos desculpas à senhora a velha sorriu levemente mas havia tristeza em seu olhar vocês não acreditaram em mim porque era mais fácil não acreditar é assim que as pessoas lidam com o medo
não me ofendo por isso Marta assentiu mas ainda parecia carregada de culpa nós erramos a senhora tentou nos avisar e nós zombamos da sua sabedoria O importante respondeu carminda com firmeza é que no fim vocês enfrentaram o que tinham que enfrentar e agora o mal pode vir de qualquer lugar até mesmo de quem achamos conhecer os dias que se seguiram foram de uma calma inquietante em Santa Brígida a floresta parecia menos ameaçadora e os sons noturnos voltaram ao normal mas ninguém no bairro se sentia completamente à vontade uma cicatriz invisível permanecia lembrando a todos que
o terror não era apenas uma lenda algo hav enfrentado de perto Dona carminda no entanto voltou à sua rotina habitual sentava-se na varanda balançando em sua cadeira de madeira e observando a vida do bairro embora muitos ainda a vissem como a velha fofoqueira agora havia um respeito silencioso em seus olhares certa manhã João passou por sua casa e parou para cumprimentá-la Bom dia Dona carminda Bom dia João dormiu bem ele hesitou antes de responder o suficiente mas acho que nunca mais vou olhar para a lua cheia da mesma forma a velha soltou uma risada baixa
mas não de zombaria ninguém deveria olhar ela sempre revela o que as sombras escondem João assentiu e seguiu seu caminho enquanto carminda continuava balançando-me um sorriso misterioso no rosto naquela noite a lua cheia ainda iluminava Santa Brígida Mas pela primeira vez em semanas não houve uivos nem sombras ameaçadoras no entanto enquanto o vento soprava pela mata um som baixo e distante parecia ecoar era quase inaudível Mas quem prestasse atenção poderia jurar que era um uivo gostou dessa história incrível e cheia de suspense então não perca a chance de fazer parte da nossa comunidade inscreva-se no
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