Muito bom dia, meus caros! Sejam bem-vindos à nossa meditação do dia. Hoje, começaremos alguns minutinhos mais cedo do que o habitual.
Vamos nos confiar a Deus, que é nosso Pai, pedindo a Sua bênção sobre nós. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Pai nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso nome; venha a nós o Vosso reino; seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois Vós, dentre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Hoje seguimos na leitura do Capítulo 38, a partir do parágrafo quinto. Nos diz Santa Teresa: "A um ponto em que o demônio pode nos fazer um grande dano sem que o percebamos, levando-nos a crer que temos virtudes que não temos, o que é uma pestilência.
Porque nos gostos e regalos parece que só recebemos, e ficamos mais obrigadas a servir. Mas quando cremos possuir virtudes, parece que damos e servimos, e que o Senhor está obrigado a nos pagar. Isso vai, aos poucos, causando muito mal: de um lado vai nos enfraquecendo a humildade e, de outro, nos faz descuidar de adquirir a própria virtude, que temos a impressão de já possuir.
Como remédio, irmãs, a meu ver, o melhor é fazer o que nos ensina o nosso Mestre: orar e suplicar ao Pai eterno que não nos permita cair em tentação. Também vos quero falar de outro meio: se nos parece que o Senhor já nos deu alguma virtude, compreendamos que é um bem recebido que Ele pode tirar de nós, como na verdade acontece muitas vezes, e não sem grande providência de Deus. Nunca ouviste por experiência própria, irmãs?
Pois eu sim. Algumas vezes me parece que estou muito desapegada e, pondo isso à prova, de fato o estou. De outras vezes, estou tão apegada a coisas de que talvez tenha zombado no dia anterior que quase não me reconheço.
Há também ocasiões em que tenho a impressão de estar com muito ânimo e de que faria todas as coisas que fossem para servir a Deus, e de fato estou, mas vem outro dia em que me vejo incapaz de matar uma formiga por amor de Deus se para tal tiver de fazer algum esforço. Do mesmo modo, há dias em que não me incomodo que murmurem contra mim ou falem mal de mim, tendo até contentamento com isso, assim como a outros dias em que uma única palavra me aflige e me faz querer ir embora deste mundo, porque tudo nele me cansa. Isso não acontece só comigo, pois o tenho visto em muita gente melhor do que eu, e sei que as coisas se passam assim.
Se isso é assim, quem poderá dizer de si mesmo que tem virtude ou que é rico se, no momento em que precisar de virtude, se vê privado dela? Não, irmãs, pensemos sempre que estamos pobres e não nos endividamos sem ter com o que pagar, porque o tesouro é de outro lugar e não sabemos até quando o Senhor vai querer nos deixar no cárcere de nossa miséria sem nos dar nada. E se as pessoas, tomando-nos por boas, nos fizerem favores e nos honrarem, é a isso que me refiro quando falo de endividar, ficarão tão enganadas quanto nós.
É verdade que, se os servirmos com humildade, Ele não deixará de nos socorrer na hora da necessidade, mas se não tivermos de fato uma grande humildade, Ele vai nos deixar a cada passo, como se diz, entregues a nós mesmas. E isso é uma grande graça Sua que nos é dada para que tenhamos humildade e entendamos verdadeiramente que nada temos que não tenhamos recebido. Agora atentai para outro aviso: o demônio nos dá a impressão de que temos uma virtude, digamos, a da paciência, porque nos determinamos e nos dispomos continuamente a sofrer muito por Deus e parece nos ser verdade que sofreríamos de fato, o que nos deixa muito contentes, já que o demônio nos ajuda a acreditar nisso.
Mas eu vos aviso: não deis importância a essas virtudes e nem penseis que as conheceis senão de nome, nem que o Senhor as concedeu a nós, enquanto não tivermos a prova. Porque pode acontecer que, diante da mínima palavra que vos desgoste, a vossa paciência desapareça. Quando sofreres repetidas vezes, louvai a Deus, que começa a vos ensinar essa virtude e esforçai-vos por padecer, pois isso é sinal de que Ele deseja que lhe pagueis, sofrendo com paciência.
Já que vos dá a paciência, não a considereis senão como, já ficou dito, um depósito. A outra tentação é que julgamos muito pobres em espírito e temos o costume de dizê-lo, afirmando que nada queremos e que nada damos. A nada damos importância.
Ainda bem que não surja ocasião de recebermos alguma coisa, mesmo que não vá além do necessário, pois logo perderíamos por inteiro a pobreza em espírito. Muito contribui para nos parecer que temos uma virtude o hábito de ficar alardeando que a temos. Tanto nisso como nas muitas coisas de que falei, é essencial andar de sobreaviso, porque quando o Senhor realmente dá uma virtude sólida, esta parece trazer consigo todas as outras.
Esse é um fato muito conhecido, mas eu volto a advertir: mesmo que tenhais de ter uma virtude, duvidai sempre, temendo estar enganadas, porque o verdadeiro humilde sempre duvida de suas próprias virtudes e é muito comum que julgue mais certas e de. . .
Maior valor àquelas virtudes que vê no próximo. Então, aqui encerramos o capítulo 38 e amanhã já iniciamos o capítulo 39. Então, aqui Santa Teresa nos fala da Tentação.
Para que nós nos tornemos santos, nós precisamos alcançar a virtude. O que é a virtude? A virtude é a repetição de atos bons até que eles se tornem um hábito, um hábito enraizado, um hábito solidificado na nossa prática.
Isso é virtude de verdade. Agora, acontece que nós pensamos muitas vezes ter alcançado a virtude e, na verdade, o que alcançamos é uma disposição, é um desejo, é um bom propósito de ser virtuoso, mas ainda não é a virtude. E Santa Teresa aqui nos dá uma chave de leitura da nossa própria vida: como nós saberemos se alcançamos ou não a virtude?
Quando formos provados. Quando nós somos provados, ah, eu tenho a virtude da paciência. Se eu sou uma pessoa muito paciente, bom!
Será que você tem que esperar para provar? E como que você vai saber se você é paciente? Se você tiver uma situação de doença que você não consiga resolver e você enfrente isso sem reclamar, aí você adquiriu a virtude da paciência.
Do contrário, se isso te inquieta, se isso tira sua paz, se isso te tira do eixo, você ainda não adquiriu. Você pode ter uma disposição boa para alcançar a virtude da paciência, mas ainda não é paciente. Se você busca a virtude da humildade e é humilhado, e falam mal de você e te caluniam, e você se inquieta, sua paz acaba, você não come, você não dorme, você não adquiriu a virtude.
Você acha que é humilde, mas, na verdade, sentiu seu orgulho ferido e tudo parece desmoronar na sua vida. Então, não há virtude. A virtude tem de ser provada.
Pode ser que você exercite a paciência algumas vezes, exercite a humildade algumas vezes, mas isso não significa que você possui a humildade ou a paciência. Então, devemos pedir a Deus, em primeiro lugar, essas virtudes e depois devemos praticar estas virtudes, repetir atos virtuosos e sempre rezando, e sempre pedindo a Deus que nos dê essas virtudes. Como diz Santa Teresa, isso não é dela; outros santos antes dela diziam isso.
Quando adquirimos de verdade uma virtude, ela nunca vem sozinha; uma virtude puxa muitas outras. Mas nos mantenhamos sempre humildes, recolhidos, compreendendo que não somos nada. O que de bom nós temos foi Deus quem nos deu, e o mal que há em nós, esse sim, é nosso mesmo.
Como dizia São Paulo: "o bem que eu quero eu não faço, mas o mal que eu não quero eu faço. " Nos mantenhamos humildes, sabendo que tudo é graça, tudo vem de Deus, e Deus vai nos amparar na medida em que formos cada vez mais humildes, na medida em que formos cada vez mais abertos para corresponder à sua graça. Não pensemos ser mais do que nós somos e nem ser menos.
Sejamos aquilo que somos mesmo e peçamos ao Espírito Santo a clareza para entender o que nós somos e como Deus nos vê. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos ajude. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus.
Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos. Ó Virgem gloriosa e bendita, amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe e nos guarde e nos livre de todo mal.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. Muito bem, meus caros, ótimo sábado para vocês. Quem for de São Paulo, Osasco, Barueri, Carapicuíba, agora de manhã eu estou lá no Colégio Maria Mater, em Osasco, na Paróquia São Domingos, do Padre José Eduardo, palestrando para pais e professores.
O evento é aberto, se você é ali da região, caso queira aparecer, será muito bem-vindo. Eu vou falar sobre o ensino de história no Brasil e a importância de se estudar a história. Então, será agora das 9 da manhã até o meio-dia, tá bom?
Rezem por mim, rezem pelo evento para que funcione, né, tudo corretamente, que dê os seus frutos. E, caso você seja ali de perto e quiser passar por lá para participar, pelo menos de uma parte dessa palestra, dessa conversa, agora no período da manhã, será muito bem-vindo. Deus abençoe e até a nossa reflexão de amanhã.