A Tríade Da Fascinação Brasileira: Sexo, Dinheiro e Violência.

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Por que “sexo, dinheiro e violência” parecem nos atrair tanto? Neste vídeo, mergulho na “Tríade da F...
Video Transcript:
Sabe aquela cena clássica de esperar sua vez em um consultório repartição pública ou até mesmo em casa com a TV ligada ao fundo de repente uma manchete sobre um escândalo sexual em seguida outra sobre um assalto cinematográfico e logo depois a fortuna de algum magnata vira assunto E sem nem perceber você já está preso a essas histórias como se houvesse algo Irresistível nelas é curioso né aqui no Brasil parece que esses temas têm um poder magnético ainda maior mas por qu Por que temos essa Fascinação quase automática por sexo dinheiro e violência para entender isso
a gente precisa cavar mais fundo explorando a sociologia filosofia e Psicologia que m essa dinâmica tão brasileira historicamente o Brasil carrega o rótulo de terra dos exageros lá atrás os colonizadores já falavam de riquezas quase infinitas clima Super agradável e claro corpo sempre amostra essa imagem de abundância e sensualidade grudou na nossa identidade nacional até hoje quando alguém pensa em Brasil lembra de carnaval do jeitinho brasileiro e daquele contraste absurdo entre luxo e pobreza é como se tudo aqui fosse vivido no máximo e isso tem tudo a ver com a forma como a gente encara
sexo dinheiro e violência o sociólogo Gilberto Freire explicava que a mistura cultural brasileira indígenas africanos e europeus criou uma sociedade que é ao mesmo tempo permissiva e violenta a escravidão o ismo e a exploração econômica deixaram cicatrizes profundas por isso esses temas não são só algo que a gente consome eles fazem parte de quem somos estão na música na TV nas histórias que contamos por aí claro que o fascínio por sexo dinheiro e violência não é exclusividade Nossa é um troço Universal ligado a instintos básicos sexo envolve prazer e reprodução dinheiro representa e segurança e
a violência remete ao instinto de sobrevivência todo mundo em qualquer canto sente Esse chamado primitivo mas aqui parece que essa atração é ainda mais forte e por que isso uma explicação vem da teoria da privação relativa numa sociedade tão desigual quanto a nossa quando a gente vê alguém ostentando riqueza ou sensualidade isso desperta um desejo quase esperado por algo que parece fora de alcance já a violência por mais que assuste também gera uma espécie de curiosidade que a gente tenta evitar mas não consegue parar de olhar aqui a desigualdade extrema faz muita gente se comparar
aqueles poucos que T poder e dinheiro sobrando surge desejo inveja indignação e um ciclo de busca por ascensão ou em alguns casos revolta tudo isso fica ainda mais Evidente com as redes sociais e programas que glamor estilos de vida de luxo reforçando aquela sensação de tô sendo deixado de Fora Sabe aquele reality cheio de traições e barracos ou o programa que mostra violência sem nenhum filtro ele seguram o público porque oferecem uma Catarse uma forma de desabafo emoci é como se ao ver o caos dos outros a gente sentisse um alívio pros nossos próprios medos
ou desejos reprimidos a gente assiste julga E no fim Sai até um pouco mais leve para entender melhor esse fascínio dá para chamar alguns filósofos para conversa Michel Foucault em história da sexualidade fala de como o sexo é diretamente ligado ao poder nas sociedades modernas para ele o sexo não É só assunto privado é um campo de intensa regulação social política e cultural tem toda uma rede de normas que dizem o que é aceitável e o que é transgressor e às vezes Esse controle não rola com repressão explícita mas sim com a produção de discursos
que ao falar sem parar sobre sexo acabam deixando-o no centro das atenções quando a gente traz isso pro contexto do Brasil de hoje a coisa fica ainda mais interessante aqui o corpo não é só expressão pessoal ele virou símbolo cultural e muitas vezes mercadoria a sensualidade é tão valorizada que aparece em tudo do entretenimento ao comércio a publicidade vive associando produto a desejo sexual mesmo que não tenha nada a ver essa exaltação do corpo como ferramenta de sedução revela uma forma de poder onde o desejo é usado para influenciar e o carnaval é o ápice
dessa dinâmica durante esses dias de folia parece que as regras sobre sexualidade ficam suspensas rola uma celebração quase ritual do hedonismo da liberdade e do corpo exposto mulheres desfilam em carros alegóricos com fantasias que realçam toda a sensualidade e os blocos de rua transformam as cidades num palco de contato físico e interação sem pudor só que mesmo com todo esse clima de liberdade existem contradições de um lado o carnaval é um espaço de subversão onde todo mundo foge das regras do dia a dia de outro esse foco no corpo é explorado comercialmente e pela mídia
reforçando estereótipos e objetificando as pessoas princip as mulheres o que Foucault ajuda a gente a perceber é que essa dualidade não é por acaso ao mesmo tempo em que o discurso sobre sexo no Brasil Celebra a liberdade do corpo ele também funciona como uma forma de controle o corpo é exaltado mas dentro de padrões de beleza e comportamento definidos quem não se encaixa nesses padrões é muitas vezes excluído ou criticado Além disso ao transformar o sexo e o corpo em espetáculo a gente cria uma sensação de liberdade que na real tá bem presa às normas
sociais e econômicas de sempre resultado nossa relação com a Sexualidade é muito complexa por um lado o Brasil é visto como Liberal um lugar onde a sensualidade é aberta e celebrada por outro é cheio de contradições com altos níveis de conservadorismo repressão sexual e violência de gênero essa tensão entre liberdade e controle tá bem no coração do que Foucault descreveu o sexo não diz respeito só a prazer ou desejo pessoal mas também a como o poder organiza toda a sociedade o corpo acaba virando um território político e cultural onde opressão e emancipação vivem se batendo
e a violência é o lado sombrio dessa mesma dinâmica slav gek fala que a violência não se resume ao que a gente enxerga claramente tem a violência dos crimes Óbvio mas também a sistêmica que é silenciosa e superpoderosa ela se manifesta nas desigualdades no racismo na pobreza e no Brasil essa violência estrutural é tão grande que a violência do dia a dia chega a parecer normal isso parce forte na cultura popular onde o marginal romântico surge como um anti-herói que luta contra um sistema opressor mas ao mesmo tempo reproduz as mesmas práticas violentas para gigek
essa romantização da violência comum em músicas novelas e filmes não só reflete as contradições da nossa sociedade como também desvia a atenção das reais causas da opressão ao a desigualdade a gente Disfarça a violência estrutural e transforma a brutalidade em entretenimento desse jeito a sociedade brasileira acaba normalizando a violência Mantendo as coisas como estão enquanto finge revolta moral a mídia Claro tem um papel enorme nessa história aqui não basta informar a violência é hiperbolizar vira mercadoria e as histórias de enriquecimento rápido seja de forma lícita ou não são contadas como contos de fadas modernos por
que isso acontece porque esses roteiros TM tudo que prende a nossa atenção conflito emoção reviravoltas O problema é que acabam virando quase uma caricatura a desigualdade e a violência são tão presentes que se misturam ao entretenimento deixando de ser só temas de discussão a pergunta que fica é Dá para mudar isso dá Mas requer mudanças diárias começando no nosso cantinho não é algo que depende só de grandes revoluções começa no micro ali onde estamos primeiro sobre consumo de informação antes de compartilhar uma notícia sensacionalista ou um vídeo chocante pensa isso realmente agrega algo ou só
alimenta mais medo e curiosidade MB escolha Fontes que incentivem discussões mais profundas e Deixe de lado conteúdos que vivem de tragédias ou fofocas em casa é importante abrir espaço para um papo mais crítico quando esver vendo uma novela ou reality que romantiza a violência ou a ostentação pergunte pros seus filhos ou amigos por que isso é tão endeusado Será que a gente pode enxergar de outro jeito às vezes uma simples pergunta já faz a gente enxergar mais longe a educação é uma ferramenta poderosa se você é pai mãe ou Professor incentive os jovens a pensarem
de um jeito mais amplo sobre esses assuntos em vez de valorizar só o sucesso financeiro a Qualquer Custo mostre a relevância de valores éticos e do impacto positivo que cada pessoa pode ter na sociedade na escola projetos que abordem a desigualdade e que questionem a ideia de que a violência resolve tudo fazem muita diferença apoiar a cultura local também ajuda Vá a um teatro comunitário consuma filmes e músicas que tenham outras narrativas superação amor solidariedade tem muito fun ou rap que critica o sistema de maneira criativa D espaço para essa arte também a cultura e
a arte tem um poder imenso de virar a chave na nossa cabeça no dia a dia no trabalho ou na vizinhança não alimente discursos que glorifiquem ostentação ou violência se alguém começar a enaltecer riqueza fácil ou fizer piada que minimize abusos questione de modo respeitoso é uma chance de trazer outro olhar paraa conversa por fim olhe para você mesmo muitas vezes esse fascínio por sexo dinheiro e violência também reflete como anda nossa saúde emocional Vale pensar será que o que você Anda consumindo realmente te faz bem busque atividades que promovam equilíbrio tipo ler praticar esportes
ou entrar em grupos que incentivem colaboração e empatia Claro mudar essa dinâmica não rola da noite pro dia mas ao começar com pequenas atitudes na forma como consumimos informação como criamos nossos filhos e como nos relacionamos com o mundo a gente dá Passos reais para construir uma sociedade que valorize histórias mais enriquecedoras e inspiradoras é difícil mas dá para fazer afinal toda mudança começa assim com uma decisão simples de Tentar algo diferente obrigado por ter ficado comigo até o fim C [Música]
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