bem vindos ao nosso falando nisso de hoje nesse canal YouTube sobre a pergunta de Iune Rosa O que seria o narcisismo, o narcicismo é um conceito inventado, proposto pelo Freud a partir do mito grego formalizado por Ovídio, no livro das transformações, que fala do apaixonamento de um personagem, chamado Narciso, que se encanta com a imagem de si mesmo refletida num lago e se torna surdo à Eco, essa ninfa que estava apaixonada por ele, e isso leva ele a ser tragado pela sua própria imagem e então devorado pelas águas desse lago, a partir desse mito grego
o Freud propõe um modelo para entender o que seria a origem do Eu, pra psicanálise quando nascemos não viemos diretamente com o Eu, nós temos sistemas corporais, nós temos uma certa consciência de si mas nós não temos propriamente um Eu, um Eu têm que surgir de um novo ato psíquico, a gente faz algo, a gente realiza algo, a gente se dá conta, a gente passa por uma experiência que forma o Eu, essa experiência seria então o narcisismo, um novo ato psíquico, uma experiência que ta cituada entre um momento inicial que o Freud chama de autoerotismo
em que as pulsões tendem a sua livre satisfação em uma independente da outra e um momento de amor de objeto em que eu posso amar e escolher o outro como uma totalidade, entre uma coisa e outra, entre um modo de relação e outro aparece tem essa fase intermediária chamada narcisismo, o narcisismo então envolveria, agora passando para a leitura que o Lacan faz desse conceito a partir de um texto chamado o estágio do espelho um formador da função do Eu em psicanálise, o narcisismo pode ser entendido como uma intuição né, como uma identificação, uma nova identificação
que decorre da mudança de relação com a imagem, há três tempos, no primeiro tempo o sujeito se enxerga numa imagem no seu do seu espelho mas ele entende que essa imagem é um outro, mais ou menos a atitude dos animais, se olha no espelho e entende que aquilo é um outro cachorro ou é um outro gato faz uma careta e respondi a careta que a imagem lhe devolve, o segundo momento da relação com a imagem tá marcado pelo transitivismo então há uma certa indeterminação de quem é que está olhando e quem está sendo olhado, quem
vê e quem está sendo visto, há uma descoberta dessa relação de reciprocidade e também uma espécie de desorientação do Eu nessa relação, então as vezes ele pode por exemplo dizer não eu bati no outro isso teria acontecido mas ele sente que foi o outro que bateu nele. No terceiro momento a relação com a imagem acontece uma simbolização, o Eu surge como reconhecimento de que aquela imagem simboliza algo, simboliza algo que é o próprio Eu, portanto o Eu vai para vai nascer aí e ele vai ter uma estrutura dual, não é que tem o Eu e
a imagem de si, o Eu é esta dupla formada pelo pelo por aquele que fala e aquele que escuta, por exemplo a gente fala consigo mesmo, quando a gente pensa a noite antes de dormir, quando a gente faz esse diálogo interno ou seja é uma estrutura dual e tudo isso a gente chama o Eu. O Lacan toma um poema do Rimbaud e diz o Eu é portanto o outro o outro no duplo sentido de grande outro, de outro simbólico mas também de parceiro imaginário de duplo de si mesmo, essa formação então narcísica ela vai gerar
dois subprodutos, o Eu ideal que é aquela porção de nós mesmos que vai permanecer como uma espécie de solução imaginária para essa divisão de solução de completamento satisfatório em si mesmo que é a imagem que a gente persegue que trataria esse descompasso que a gente tem em relação a nós mesmos ao próprio corpo, a imagem que a gente produz para nós mesmos é sempre inadequada, ela é sempre insatisfatória porque? porque nós estamos perseguindo aí o Eu ideal, que jamais pode ser propriamente alcançado, é como se fosse aquilo que está por trás de todas as nossas
máscaras né, uma segunda instância que decorre desse dessa primeira identificação pela qual Eu se antecipa e se forma é o ideal de Eu, que é uma instância simbólica uma instância a qual a gente se identifica para podermos reconhecer o nosso próprio desejo, ou seja para ser como X para poder desejar Y ser como o pai para poder dizer desejar alguém como a mãe, ser como a mãe para poder desejar alguém como pai e e os ideais que vão se acrescentando na nossa vida eles são sempre repostos nos ideais simbólicos de emancipação, de autonomia, de independência
são ideais que nos regulam o desejo a partir dessa posição chamada então ideal de Eu.