[Música] bem neste programa nós vamos entender melhor a importância da produção teatral de um autor cuja obra permanece atual apesar dos milênios sófocles o grego sófocles cujo texto mais conhecido é EDP rei e para falar sobre essa peça de teatro e sobre o autor nós convidamos a professora Adriane Duarte lá da Faculdade de Filosofia letras e ciências humanas da USP você é departamento de letras clássicas é isso professora sim letras clássicas e vernáculas E por que que você se interessou por eh por pesquisar esses e eh esse esse esses sófocles específic você trabalha só com
sófocles trabalha com outros autores gregos como é que é o seu trabalho não eu trabalho hum especificamente com teatro tá Então primeiramente comédia grega e depois a comédia foi levando pra tragédia né e permanece um dos Meus interesses e você fala grego Você estuda grego também da aula isso eu sou professora de grego dou aula alfabetismo ensino as meninas a falarem gre Que bacana muito bem então eu queria a gente tá aqui para falar um pouquinho sobre a de purre talvez a peça teatral a tragédia mais conhecida do sófocles e uma peça que passou os
milênios aí quando quando que época é essa quando que ela foi escrita quem era esse cara vamos vamos tentar entender um pouquinho isso Professor Vamos tentar entender o teatro grego ele é muito marcado pelo período da sua produção eh ele dura somente um século é o período Áureo da tragédia grega não é que é o século V antes de Cristo que é o grande século é o século clássico da da Grécia antiga que coincide com advento da democracia é isso que eu acho importante a gente marcar né então o teatro é um gênero marcado por
essa transformação social numa cidade específica que é Atenas né nesse contexto da Democracia eh que surge durante esse século que ligação que pode ter isso o uso da praça coisa de falar em público o que que pode ter pode ter alguma ligação isso então a gente teria que pensar duas coisas por um lado o ímpeto á sempre existiu Desde o tempo das cavernas a gente percebe que o homem tem essa necessidade de mimetizar né agora o que acontece na Grécia nesse período é uma passagem do improviso ritual cultual para uma profissionalização do espetáculo E isso
acontece muito porque a cidade passa a Patrocinar esses espetáculos então eles acontecem no contexto de um festival religioso em honra ao Deus dioniso em que toda a cidade participa participa eh como espectador e participa também na formação do espetáculo então o couro que é um elemento central do teatro grego ele vai ser composto por amadores por cidadãos que vão ser convocados para cumprir esse papel como você pode ser convocado para ir pro exército por exemplo sempr ele tá sempre presente o couro sempre em todas as Produções desse período comédias tragédias o coro é um elemento
Central Então você você tá me dizendo que o teatro nasceu ali o teatro nasce ali como a gente conhece ainda hoje no acidente enquanto uma manifestação estética e não só uma manifestação religiosa sim é porque você tá dizendo que antes era era uma coisa de culto culto aos deuses e você falou que essa o teatro nasce especificamente do culto ao Deus Dionísio que é o Deus do vinho como é era Deus do que como é que era o Dionísio então Dionísio para nós tá muito mais associado à festa a vinho festa vinho outro lado tanto
a música quanto o culto apontam para o para o transe para essa necessidade de você abandonar o seu presente imediato e buscar uma comunhão maior com o Cosmo com o universo portanto sair da sua identidade social estabelecida então no no mito de dioniso por exemplo as mulheres se rebelam as bacantes as seguidoras do Deus abandonam suas tarefas cotidianas suas famílias e vão para paraas florestas celebrar a natureza não é eh buscar um um Regresso a a uma vida mais simples e primitiva vou dar uma enlouquecida eu posso dizer isso é é então digamos assim que
dioniso favorece ele era cultuado pela figura de uma máscara também na figura de uma máscara então ele favorece esse movimento de você deixar de lado a sua identidade e assumir uma outra eh uma outra personalidade uma outra personalidade a tal da Persona que é a a máscara né máscara todo o teatro grego é feito com máscara né só atores Homens todos eles com máscara máscara muito bem então dentro desse contexto aí surgiu um profissional só foc eles era um profissional do teatro é isso isso então você vai ter profissionais né os atores eram profis pago
estado pago por alguém para para escrever ou ele escrevia e depois pagavam para ele para usar então não se sabe bem qual era a remuneração porque o que os atores Com certeza eram remun os coros eles tinham que ser remunerados porque o cidadão deixava de trabalhar para ensaiar né então havia uma figura do do eh eh de um cidadão encarregado da produção teatral cidadão rico né que custeava esses ensaios agora o poeta a gente não sabe muito bem porque o poeta ele é um igual entre os os cidadãos então imagina-se que ele tinha ósseo já
para para poder se dedicar à produção dessas peças e que talvez só o reconhecimento Já fosse suficiente a gente não tem elementos para saber se de fato elo se ele se ele era rico dos sófocles O que que a gente sabe especificamente ele alguma co a gente sabe muito pouco sobre todos esses poetas mas a gente sabe que ele ocupa o papel intermediário na geração dos Grandes tragediógrafos Gregos então ele tá entre esquilo que viveu no começo do século E eurípides apesar disso ele morre no mesmo ano de eurípides praticamente no final da Guerra do
Peloponeso e a gente sabe que ele gozou de um prestígio né que nenhum dos outros gozou enquanto vivo né então ele eh exerce cargos importantes na cidade sófocles o sófocles né e ele depois de morto recebe culto como um herói nãoé então é uma reputação que ele constrói já enquanto vivo sem paralelo quando a gente olha pros outros pros outros nem o Esquilo teve essas exéquias essas não embora o Esquilo eh no período em que sófocles morre Já fosse considerado um um um autor clássico digamos assim né enquanto vivo ele não parece ter gozado do
mesmo Prestígio que sófocles gozou Será que por conta da sucesso do dos espetáculos eu tenho impressão que Os espetáculos eh pelo que a gente sabe das das fontes antigas ele nun recebeu o terceiro e o último lugar três tragédias só tá eh concorriam em cada festival quando ele não tirava o primeiro ele tirava o segundo então é claro que ele que as peças eram bem recebidas né mas eu acho que AD vemm muito dessa autoridade que ele tinha moral sobre a cidade ao que parece muito interessante aí a gente chegou bom Ed de porrei é
uma Peça celebrada sei lá desde que a gente começa a ler a gente sabe disso né Eh portanto que Freud escreveu sobre ela fez tratado sobre ela muitas pessoas falam sobre essa peça de teatro agora ela faz parte a gente chega pra gente que ela faz parte de uma trilogia que teria Seria a primeira parte de uma trilogia que começaria com ela edipo Rei depois antígona e depois edipo em colona que narra a morte de Édipo né e antígona seria filha do edipo então Eh explica pra gente como é que se dá essa coisa essa
trilogia o que que foi escrito primeiro se é que nem jornada nas estrelas que escreveu o terceiro antes passou o terceiro antes do primeiro como é que foi isso é mais ou menos isso então seria interessante a gente pensar na relação que a tragédia Grega tem com o mito né O mito é algo muito maior são histórias tradicionais de cunho anônimo coletivo nãoé que falam da relação entre os homens e os deuses e que fornecem a matéria prima para toda a poesia grega muito particularmente para esse teatro do século V pra tragédia do século V
então todos os tragediógrafos enfim exploravam esse grande arsenal do mito sófocles não foi o único a escrever sobre o Édipo e a sua família todos os outros compuseram inúmeras peças sobre isso não só esses que Eu mencionei que são os que ficaram mas outros que desapareceram e o que acontece é que a peça do sófocles Foi a que ficou e foi a que marcou então o mito de edipo é um mito anterior a só Sim já lá em Homero você já tem na odisseia na ela você já tem menções a épo né então esse mito
ele é antigo né e ele era conhecido de todos os os espectadores antes mesmo do poeta começar a tratar muito legal isso É bem interessante quer dizer esse mito eh do do o rapaz que era rei que foi foi colocado fora e voltou matou o pai casou com a mãe essa essa história é É ancestral vamos dizer assim isso o que a gente sabe é que a a na Grécia Você não tem uma ortodoxia religiosa Então você não tem uma versão da autoridade dos mitos os mitos vão se formando muito pela visão que os poetas
imprimem a elas que a gente quer crer que seja uma visão da sociedade do tempo e do momento Então os poetas eles tinham liberdade de apresentar versões diferentes dos mitos refletindo as diversas percepções que uma história podia ter e o significado específico que ele queria ressaltar num determinado momento né então voltando à questão da trilogia A gente pode fazer também duas distinções Você tem uma trilogia na tragédia grega que é a trilogia propriamente dita quando um poeta compõe para um festival ele apresentava três tragédias cada poeta uma sequência narrativa Então isso é uma forma de
escrever do poeta grego daquela daquele é ele poderia fazer uma sequência narrativa três tragédias por exemplo o Esquilo tem a oresta então ele tem o h memnon depois ele tem as coéforas depois ele tem Orestes histórias todas interligadas tematicamente ou ele podia apresentar três tragédias de temas eh avulsos tá que não constitui uma trilogia então trilogia pra gente é isso é quando você tem uma sequência pensada né para se ser apresentada num único festival quando a gente fala que o edpo faz parte de uma trilogia da trilogia tebana A gente tá pensando na sequência do
mito não é então no mito você tem primeiro a história do Édipo que é abandonado porque um oráculo diz que ele matará o pai não é que é criado como filho adotivo dos Reis de Corinto que desconfia da sua origem Vai consultar o oráculo e ouve que vai matar o pai deitar-se com a mãe que para fugir dessa cina toma o caminho contrário de Corinto e vai para Tebas encontra um sujeito na estrada mata esse sujeito chega em Tebas vence a esfinge não é dispos a rainha viúva como prêmio de por sua coragem no fim
descobre depois de ter com ela filhos descobre que era aquela criança que o que eh fadada né para passar por todas essas essas vicissitudes então edpo e Seria a primeira história depois você teria a a a sequência O que aconteceu com os filhos de Édipo muito particularmente com antígono antígono Ismênia tinha mais não dois moços polinice e eteocles polin cuja inimizade vai ser tematizada num outro grupo de tragédias que a gente tem por exemplo sete contr Tebas de eskel ou então as fenícias do eurípides tratando da briga dos dois que Vai resultar na morte e
que é o o motivo da tragédia Antoni Anton Antoni começa isso né um irmão sepulto e ela fica naquela história um é um é sepultado com honras porque morre defendendo a cidade ti né e o outro é deixado em sepulto pros pras Ares traidor TR ela tem que ela acha que ela tem que sepultar o irmão aí ela enfrenta o tio que é o o rei é isso é é mas ainda na na história de adipo sófocles eh compôs digamos assim um último capítulo que seria o EDP em Colono que dá conta da morte da
reabilitação do herói não é purificado do miasma do Incesto né na própria Atenas quando ele passa então a se se tornar uma figura bem faja de pro povo pra população ateniense que o o recebe recebe seu túmulo no final só para que as pessoas entendam ele fura osos olhos quando ele fica sabendo da ele se ele cega a si mesmo é isso então na tragédia no edipo Rei sim ao final ao perceber a verdade quando a verdade vem à tona Jocasta que é a rainha mãe e esposa de edipo se suicida por não poder suportar
a verdade né a verdade e ele num movimento parecido fura os próprios olhos né na ideia de que ele não pode mais perceber os outros e por sua vez não quer também ser recebido né que o olho o olhar Então faz esse duplo movimento pros gregos né E aí e é de pincon narra uma uma uma história del parte em exílio par em exílio de Tebas e nesse exílio ele é é recusado por todas as cidades que eles chegam tem medo de um contágio não é dada essa maldição e quando ele chega em Atenas finalmente
ele vai ser aceito para ah morrer nãoé encontrar uma terra para morrer num distrito próximo à cidade que é Colono né Colono ou colona é já vias duas traduções é Colono é Colono Colono é e lá ele então encerra essa esse período de provação e de Sofrimento né tá esse é o mito do Édipo que o sófocles isso relatou é muito bem eh e o livro Por que que um livro desse uma peça de teatro dessa sobrevive 1500 anos não 2000 e é 2500 anos isso 2400 lá né isso então a gente tem que pensar
que por um lado isso se deve a próprio eh à próprias qualidades do texto trágico né então é claro que uma série de eventos eh influíram na preservação do Corpus que a gente tem que é muito pequeno por exemplo de sófocles restaram sete tragédias da cerca de 90 que se acredita que ele tenha composto não é se a gente for estender isso a todos os poetas que compuseram tragédias naquele período é um Corpus gigante para que a gente tenha hoje cerca de 30 tragédias restantes é tudo que restou de trag é tudo que restou não
é então eu acredito que apesar dos azares da Preservação coisas que pegam fogo que você não pode evitar as que ficaram ficaram por conta da qualidade realmente desse texto que foi copiado não é por diversas e diversas gerações que quiseram preservar esse monumento Então eu acho que tem um lado que é o da poesia do valor da poesia agora o Édipo especificamente porque aqu Ela é Uma Peça como você disse no começo Conheço não Só eh emblemática do teatro grego mas emblemática do teatro ocidental porque ép até hoje representado hoje fazem filmes coisas rec nov
no an se fizer novelas é um um arquétipo e E por quê é gozado porque o edpo para nós parece uma figura absolutamente Marginal né se eu perguntar para você quem você conhece né que foi abandonado para morrer em criança que matou o pai que casou com a mãe que é pai e irmão dos próprios filhos você vai falar ninguém né Não conheço como é que eu vou me identificar com uma figura assim no entanto o couro da tragédia vai chamar atenção Para que a trajetória do Édipo é uma trajetória paradoxal não é então Todos
nós temos que nos apiedar Édipo porque todos nós estamos sujeitos a passar por que ele passou por quê Porque ele passa tudo isso imerso na na ignorância essencial de quem ele é não é de quem ele é ele não sabe o que ele tá o ele não sabe o a trajetória que ele tá cumprindo que teria sido determinada pelos Deuses é isso isso então de certa maneira ele é um emblema dessa fragilidade do ser humano diante de um Cosmos que é um Cosmos hostil né e e a qual todos nós estamos sujeitos e por outro
lado o ép é a grande tragédia a grande obra eh que se debruça sobre a identidade né então uma das perguntas centrais da Pesca é uma pergunta que a gente sempre procura responder até hoje é quem sou eu né quem sou eu então esse personagem que começa investigando a morte né a primeira a cidade é assolada pela peste quando a tragédia começa a peste é um indício de que alguma coisa tá errada o Deus diz há há que se punir o assassino do Rei Laio não é o antigo rei de temp então ele começa como
um romance policial o EDP é o arquetípico do romance policial ele começa investigando Quem matou não é quem fez então nessa busca do assassino Ele vai entrevistar ele vai fazer pesquisas ele vai procurar eh confrontar as testemunhas de repente não é aquela dúvida dele será que eu sou filho dos Reis de Corinto volta e se imiscui e passa a ser mais importante do que a própria investigação do assassinato do Rei n é será que eu matei o rei Mas quem sou eu Afinal né quem sou eu né E esse inquérito passa a ser um inquérito
sobre si mesmo sobre si mesmo e é isso que confere para nós esse sentido mais profundo a essa tragédia eu eu queria também que você falasse um pouco sobre o seguinte Apesar desse de todo esse sentido tem a questão dos Deuses que é uma questão Eh vamos dizer distante para nós hoje na atualidade e é distante há muito tempo quer dizer eh Há muito tempo que não se não se lida com essa questão de deuses e a peça é recheada disso de citações que o Deus isso Deus disse isso Deus disse aquilo foi por conta
de um Deus que tal que isso aconteceu eh não só a peça mas as peças né Toda A trilogia como é que isso se transporta para para nosso conhecimento atual paraa nossa visão de mundo atual é por um lado a trajédia grega ela precisa e não precisa de contexto não é quando a gente vai para o período de produção e procura entender como eu disse a gente vai ver que a tragédia ela faz parte de um ritual de um festival religioso nãoé e que de certa forma ela é uma expressão de um pensamento religioso também
então com dentro desse contexto Você pode ler essa presença dos Deuses e do Divino na tragédia de um determinado momento mas você também pode ler as tragédias não é sem eh pensar muito acerca não é desse contexto procurando os elementos que são universais e com os quais a gente se identifica curiosamente embora o Oráculo de Apolo não é as profecia ja apulo tem um peso importante na história de Édipo a tragédia da maneira que sófocles compõe ela tá isenta de deuses isenta eu quero dizer não há nenhum Deus personagem não há nenhum momento em que
um Deus se expresse embora você tenha referência a oráculos E você tem a referência a adivinhos é por exemplo uma questão por exemplo você falou da da peste a peste é alguma coisa que os deuses enviaram para é alguma coisa que os homens imaginam que os deuses enviaram não é então você tem essa presunção exato e ela vai detonar então a peste é o gatilho dessa pesquisa dessa investigação do Ed mas o que nos salta os olhos é que épo ele é ele as suas ações são motivadas né encontram motivação no seu próprio caráter essa
sede investigativa é algo que faz parte do personagem e na tragédia você percebe um movimento de todos para que ele abandone a busca Então não é porque Apolo ordenou não é porque quando a peste surge ele imediatamente manda consultar o oráculo quando o oráculo diz que tem que encontrar o o assassino ele imediatamente começa a procurar aí quando ele chama o adivinho o adivinho sabe que ele é ocupado ele não quer falar ele força quando Jocasta percebe a verdade ela quer que ele abandone ele não abandona quando o escravo que a grande testemunha é chamado
para testemunhar ele se recusa E ele fala sobre ameaça de tortura quer dizer ao tempo todo a gente vê um indivíduo que livremente sem uma coersão busca levar a cabo essa tarefa de descobrir o assassino e descobrir o mistério da sua própria existência por um motivações que lhe são inerentes não é e não tanto porque ele se vê coagido pela divindade então Digamos que sófocles trabalha muito assim você tem um plano Divino e você tem um plano humanoo embora eles não não haja uma pressão de un sobre o outro os dois vão convergir para o
mesmo ponto por quê Porque essa é a verdade necessária né então dentro desse contexto a gente vê que os homens eles T liberdade de escolha e de ação e que essa liberdade termina coincidindo com um plano Divino apesar da Liberdade apesar da Liberdade que ele toma ele acaba se encontrando com o que o Divino determina isso então o que a gente pode dizer que um dos sucessos dessas tragédias para nós hoje é o fato delas não apresentarem personagens que são fantoches dos Deuses não é então eles não são fantoches dos Deuses eles se rebelam é
uma questão importante na pea Então se discute isso o adivinho por exemplo né ele acusa tiresias acusa EDP chega um momento que ele é acusado porque ele não quer falar então budista Se você não quer falar é porque ou você é cúmplice ou porque você é um charlatão e você não sabe nada né diante disso ele disse não então desculpa você é o assassino que você tá procurando isso é dito no primeiro episódio da peça né primeiro episódio mas nesse momento ninguém pode levar isso a sério por quê Porque todo mundo acha que o edpo
é o não tava lá na época do assassinato ele é filho dos Reis de Corinto ninguém não faz sentido né então o que que eles imagin dier Qual é a hipótese tires é um charlatão então há essa discussão Jocasta não acredita nos oráculos porque o marido afinal não foi morto pelo filho que morreu antes né na na concepção dela épo não é o assassino que tirej propõe Então os oráculos não são verdadeiros então há uma discussão é possível se possibilita essa discussão na peça para depois você perceber que não infelizmente não sempre cede No final
a a coisa no fim o plano humano e Divino termin convergente Fantástico né esse roteiro aí tinha que ser um roteiro de sucesso vamos dizer assim sim é um roteiro de sucesso né E aí foi usado quer dizer o mito de Édipo enfim que não é especificamente de sófocles mas o mito de edipo é usado pelo Freud para descrever é o Freud quando que ele cria um novoo exatamente então é quando ele tira o edpo do palco e deita no Divan né termina que o edipo se torna uma figura emblemática né do século X teas
é mas é que ele usou o edipo pras para consolid porque há passagens na peça muito sugestivas quando edipo Confessa para Jocasta que ele tem medo que se cumpra o oráculo e que ele vem a dormir com a mãe dele que ele pensa que é a rainha de Corinto ela diz mas quantos homens nunca sonharam em vir a deitar com as próprias mães isso não significa nada então quer dizer esse desejo né ele já é tematizado na própria tragédia né Fantástico qu dier é um texto super atual professora aí tradução hein você trouxe aqui duas
isso dois exemplos eu queria ver se a gente podia mostrar uma peça muito traduzida e vai continuar sendo traduzida pelo menos a cada geração isso então nós temos várias tradições no Brasil uma tradução que já tá no mercado há muito tempo que é a do Mário da Gama curi é ess aqui editado pela aa que vai ser reeditada brevemente num volume dedicado ao apresentação do do teatro grego tá então a gente vai ter lá eh o o Esquilo prometeu do escilo o Édipo do sófocles e do eurípides a Medeia e as nuvens do aristófanes Então
essa edição aqui ela não existe mais A trilogia tebana Mas em breve o edpo vai sair nessa mesma tradução e é uma tradução s mais acessível sim mas aí quer dizer você não tem esta edição da trilogia mas você tem outras outras outras edições do Mário Gama é isso é E especialmente do edip uma edição nova revista com uma série de aparatos que deve sair ainda esse ano tá E é um uma tradução mais acessível pro leitor iniciante que não é tão castiça assim né não sai isso isso que não não segue por exemplo métrica
não segue ele até segue Ele até tenta traz busca traduzir eh observando o decassílabo né digamos são são versos de decassílabo né só pra gente explicar tem Rima em grego não em grego não tem rima e não é decassílabo eh é uma um composto de vários metros o coro se exprime em metros variados e os diálogos são numa espéci de trm metro já Ah entendi então quer dizer não é uma coisa assim muito amarrada você procura em português fazer uma adaptação quando quer para o nosso sistema mé quer dizer dá pra gente ter uma ideia
e tem Tem essa trução essa tradução do Trajano Viana que tem inclusive né É tem inclusive o texto grego jun Tex grego para quem gosta para quem sabe já é uma tradução que procura explorar mais o próprio Os próprio próprio vocabulário grego conceito grego já não é uma tradução tão acessível por exemplo quando minha filha teve que ler o EDP ano passado no colegial eu sugeri que ela lesse o da gamu Ah entendi Além disso nós temos outros temos uma da lpm do Donald Schiller que tá Entre uma e out quer dier você tem edições
você pode pegar aquela mais sei lá clássica que trabalha direitinho ali a a todas elas foram traduzidas do grego essas que eu tô indicando Mas cada Tradutor tem uma um público alvo o público do do gamak Curi é o mais amplo possível né Eu acho que o público do Trajano já é um leitor pouco mais familiarizado com as Convenções do do teatro com o mito do épo enfim e com a e com a grese com com o período tá bom professora Obrigado por sua presença aqui no estúdio univers foi ótimo a gente aprendeu PR chuchu
aqui sobre EDP rei e sobre a vida de sófocles e o teatro grego Eu que agradeço a oportunidade [Música] he