Atualmente como a 12º maior economia do mundo, a Austrália é famosa por seus bichos exóticos, suas lindas praias e agora por ser o quinto país com o maior índice de desenvolvimento humano, um destino que sempre atraiu estudantes e imigrantes. Entre os seus 25 milhões de habitantes estima-se que 30% dessa população seja composta por imigrantes. O país recebe cerca de 190 mil imigrantes por ano e de acordo com o Censo de 2021 quase metade dos australianos relataram ter ao menos um dos pais nascidos no exterior.
Só de 2017 a 2021 o país atraiu mais de um milhão de imigrantes, mais da metade da sua população eram imigrantes de primeira ou segunda geração. Com grandes oportunidades de emprego e uma educação de qualidade, a Austrália é considerada o terceiro destino preferido dos brasileiros, o governo aliás incentiva e investe no acolhimento de estrangeiros no país, os resultados dos censos são a prova disso. Toda essa movimentação migratória trouxe ao país o status de multicultural.
Mas se lá é o paraíso para quem busca uma vida melhor, será que estaria acontecendo com a Austrália o mesmo que vimos em Portugal? Pelo menos foi isso que um inscrito comentou no vídeo que fizemos sobre Lisboa. Decidi seguir essa dica e investigar se as pessoas estão abandonando a Austrália e porque elas estão fazendo isso, se é que realmente está acontecendo" De tamanho continental e cercado pelos quatros cantos por praias belíssimas, a Austrália é um país como nenhum outro, com um clima agradável em boa parte do ano, ela chama atenção por conta de sua fauna e flora incrivelmente belas e muitas vezes mortais.
Mas além da natureza, a Austrália oferece a agitação urbana e uma das mais desenvolvidas economias do mundo. E isso é exatamente o que chama a atenção dos imigrantes que chegam durante o ano todo, um país com a economia aquecida e com oportunidades de emprego, além do suporte governamental para a permanência deles. Essa é uma das forças que move a Austrália até os dias de hoje.
A mão de obra estrangeira, e o processo de imigração para lá começou desde seus tempos de colonização. E não foi apenas no fim da Segunda Guerra Mundial que a imigração passou a ser um dos pilares econômicos do país. Por ser localizada em um continente distante, a Austrália sempre sofreu com o isolamento, a falta de força de trabalho e com a preocupação do envelhecimento da sua população.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial um grande número de refugiados surgiu na Europa e a Austrália viu nisso uma grande oportunidade, na época a propaganda governamental que estimulava o apoio da população dizia: Povoar ou perecer! . .
ou em inglês, Populate or Perish. O programa oferecia aos imigrantes a passagem para o país e em troca eles eram forçados a permanecer no país por pelo menos dois anos e trabalhar onde o governo o designasse. No início dos 1900, foi implementado no país um projeto de imigração destinado principalmente à Europa e a imigração de pessoas não brancas era restrita.
Em 1948, apesar da lei mudar e permitir a entrada de imigrantes que não eram anglo-saxões, os resquícios dessa política ainda eram sentidos. Oficiais foram enviados a campos de refugiados para selecionar as pessoas que se encaixavam no perfil europeu, pessoas da Europa oriental e sul eram descartadas, em uma política que ficou conhecida como "Austrália Branca”. De 1945 a 1965 estima-se que mais de dois milhões de imigrantes chegaram desta forma ao país.
Em 1960 a população australiana chegava a dez milhões, mas o aumento não era nem de perto o que eles precisavam, e o país se viu obrigado a em 1966 começar a cessar as restrições contra imigrantes não vindos de regiões européias e a partir dali os números de novos habitantes começou a aumentar, A política Austrália Branca acabaria de vez apenas em 1973 e em 1975 a discriminação racial passaria a ser considerada crime. Durante os anos seguintes, as políticas de imigração continuaram no país e a Austrália se tornou um dos principais países a receber estrangeiros, muitos vindos de países em conflitos durante os anos. Políticas como a imigração de famílias, uma economia estável e a política de habilidades e trabalho potencializaram o crescimento da população de imigrantes.
Assim, a Austrália começa a se encaminhar para se tornar o grande país que é hoje, e isso ocorreu por conta dos imigrantes e sem eles, o país simplesmente não andaria. Com a pandemia em 2020, a Austrália se viu obrigada a fechar sua fronteira e com isso perdeu cerca de 36,5 milhões de dólares por dia, e o número de turistas e migrantes caiu de 27. 582 para apenas 219 pessoas por dia.
Mas será que a pandemia foi a única a atrapalhar a chegada de novos estrangeiros? Será que com a abertura das fronteiras esse número voltou ao número normal? Com a pandemia, os milhares de imigrantes que chegavam todos os dias pararam de vir.
E muitos estudantes que eram de outra nacionalidade voltaram para seus países. A Austrália via pela primeira vez em sua história mais gente saindo do que chegando no país. A dureza com que o governo lidou com a pandemia, demorando a abrir as fronteiras mesmo quando países em situações bem piores em relação a Covid já o haviam feito, foi um dos grandes motivos de pessoas indo embora em massa.
A Austrália está localizada em um lugar não muito estratégico o que a coloca em desvantagem em relação aos outros países por conta de seu isolamento no mapa, quando imigrantes se viram obrigados a ficarem longe de sua família por tanto tempo, eles escolheram voltar para o país natal. Isso durou cerca de dois anos e mesmo agora com as fronteiras reabertas, não se pode dizer que todos voltaram. Estima-se que cerca de 600 mil pessoas deixaram o país por conta da pandemia, uma perda que especialistas acreditam que não será recuperada até 2024.
Com o fechamento das fronteiras por conta da pandemia, já era imaginado que o número anual de imigração caísse, no entanto, mesmo após a abertura das fronteiras a Austrália parece ter dificuldade em recuperar o número de imigrantes. Comparando o número de imigrantes entre 2021 e 2022 o país sofreu com uma queda de 71%. Mas antes mesmo de se falar em Vírus ou pandemia, a situação era diferente.
Em 2017 o número de pessoas deixando a Austrália já era maior que as pessoas chegando. E outro ponto importante é que nessa época 30% da população que estava deixando o país eram cidadãos australianos e isso fazia crescer a preocupação com a diminuição de imigrantes. Enquanto no mês de dezembro de 2016, 75.
900 pessoas haviam saído da Austrália, em 2017 nesse mesmo período o número era de 84. 700, cerca de nove mil pessoas a mais. Na época, o jornal local The New Daily conversou com o especialista Arjun Madathil para entender o que estava acontecendo em relação aos estudantes intercambistas.
Eles eram mais de 750 mil em 2019 e movimentavam cerca de 40 bilhões ao país, porém, ao contrário do que a maioria pensava, muitos dos estudantes estrangeiros não possuíam a vontade de continuar no país depois de se formar ou possuíam a obrigação de voltar aos seus países. Entre os motivos, o choque cultural, segundo um porta-voz do Conselho de Estudantes Internacionais da Austrália, muitos desses estudantes vinham para a Austrália apenas pela educação de qualidade que ela oferece e não por conta do país em si. Mas além disso, o que dificulta a estadia permanente destes estudantes são as regras para o visto de residência.
Por exemplo, é exigido pelo menos três anos de experiência na área profissional escolhida, o que um recém formado, geralmente não possui. E surpreendente, após os intercambistas vinham… os próprios australianos. Das quase 85 mil pessoas que deixaram o país, cerca de dois mil eram australianos, isso significa cerca de 8% desse número.
De 2007 a 2017 o número de cidadãos australianos deixando o país havia variado em torno de 80 mil e 100 mil anualmente, porém segundo um especialista da Escola de Demografia da Universidade Nacional Australiana, esse era um número ainda não preocupante. No entanto, o que se pode observar na matéria feita pela The New Daily é como as novas regras nas leis de imigração que na época passavam por mudanças significativas e mais restritivas, estavam começando a afetar esse número crescente de pessoas deixando o país. Para se fazer a solicitação de residência permanente na Austrália o imigrante tem a opção do visto temporário Skill Shortage, onde é preciso comprovar três anos de experiência em um cargo de trabalho.
No entanto, em abril de 2017, duzentas profissões foram retiradas da lista de Ocupações Qualificadas de Curto Prazo e dezesseis da lista de Habilidades Estratégicas de Médio e Longo Prazo. Então, quem possuía alguma das colocações retiradas da lista teve sua solicitação automaticamente rejeitada. Além disso, as mudanças com a taxa de visto de trabalho temporário de férias interferiu diretamente na agricultura do país e foi duramente criticado por agricultores e o setor de turismo.
Grande parte da força de trabalho deste campo era composta por mochileiros e migrantes temporários que vinham à Austrália para ganhar dinheiro antes de se mudarem para o próximo destino, mas com o aumento da taxa e a implementação de imposto em cima do visto temporário esses trabalhadores foram afastados indo para outros países. Com a queda da mão de obra, o governo teve que procurar formas de recuperar a força de trabalho. Uma das sugestões para a recuperação da força de trabalho foi aumentar o tempo de permanência de estudantes estrangeiros que atualmente possuem menos de dois anos para permanecer no país após conclusão da formação, isso faz com que apenas 16% desses estudantes permaneçam no país.
Uma outra proposta incentivada pelos sindicatos, é aumentar o piso salarial de migrantes temporários qualificados. Esta proposta poderia aumentar o número de residentes permanentes de 40 mil para 200 mil ao ano. Mas porque os números de imigrantes que chegavam já era menor do que os que partiam em 2017 e por que não voltou a crescer?
O que a Austrália perdeu para deixar de ser tão interessante para aqueles que querem mudar de país e de vida? No artigo, lançado em dezembro do ano passado, escrito pelo site da agência nacional de estatísticas da Austrália, a Australian Bureau of Statistics: “12 coisas para saber sobre a economia australiana agora” revela um aumento de preços ao consumidor de 7,3% em um ano, algo que não era visto no país desde 1990. Segundo o artigo, esse alto aumento tem como principais vilões a habitação, o gás e o setor mobiliário.
Outro fator é que apesar do crescimento do índice salarial do setor privado ter crescido 3,4% no ano, o maior desde 2012, ele continua abaixo da inflação, o que significa uma queda preocupante do poder de compra dos australianos. A Austrália atualmente é considerado o 10º país mais caro para se viver, de acordo com o Expatistan. Para viver no país uma única pessoa precisa gastar cerca de $3.
828,00 dólares australianos por mês. Já segundo a Numbeo, o maior banco de dados colaborativo global sobre custo de vida, esse valor chega a R$ 5. 264,70 reais por mês, sem o aluguel, o que significa um custo de vida 99% maior que do Brasil, como mostra o site da instituição.
Nos primeiros 3 meses de 2023 o aluguel subiu cerca de 2,5% e as taxas de juros da hipoteca aumentaram, uma combinação que torna inviável para a maior parte da população australiana ter acesso à casa própria. Segundo pesquisa realizada pelo site Demographia as principais capitais da Austrália estão entre as cidades menos acessíveis do mundo, esse resultado vem do cálculo do custo médio de moradia e da renda média da população. Estima-se que menos de um terço da população australiana tenha a casa própria.
Em quase vinte anos, enquanto a economia do país cresceu 55%, os valores das hipotecas aumentaram 327%, em um país onde cerca de 35% da população paga hipoteca, tornando assim a população australiana a quinta mais endividada do mundo, enquanto as hipotecas aumentam cada vez mais os salários diminuem e a conta a cada ano fica mais difícil de fechar. A Austrália tem uma das moradias mais caras do mundo e como se não bastasse os preços, os australianos estão tendo que morar em locais cada vez mais longe do trabalho. Mas o problema não está apenas nos preços.
Após a abertura das fronteiras e o retorno do crescimento de imigrantes, a procura por casas cresceu, no entanto existe um déficit muito grande de novas habitações. Estima-se que a construção de casas sofreu uma queda de 40% em relação a 2010, e dados apontam que em 2027 haverá cerca de 106 mil casas em falta. O que acontece é que a grande maioria dos imigrantes possuem trabalhos temporários, ou fora de sua formação, o que significa que grande parte da força de trabalho de construtoras era formado por imigrantes, muitos foram embora e não voltaram após a pandemia, abrindo um déficit de funcionários muito grande nas construtoras e atrasando projetos.
Mesmo com o temor de uma nova recessão no país por conta da alta inflação e crise imobiliária, a abertura das fronteiras do país provocou uma ansiedade nos estudantes que esperam usufruir de um dos melhores institutos de ensino do mundo, o que significa que o número de imigrantes pode crescer nos próximos semestres. Segundo a reportagem Bhutanese, muitos dos que estão deixando seu país para ir viver na Austrália estão desempregados e se tem algo que o país precisa é mão de obra. A Austrália continua sendo um país que inspira sonhos, ainda são inúmeras as pessoas que desejam buscar um futuro melhor nesse país.
Seja por meio de uma educação de qualidade ou pela possibilidade de ser melhor remunerado. A economia permanece forte e o governo demonstra interesse em criar políticas públicas para apoiar a imigração. A Austrália era e continuará sendo um bom destino para aqueles que desejam imigrar, pelo que vimos é apenas uma questão de tempo para que os números mudem.
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