Luciano Subirá - A DISCIPLINA NA IGREJA | FD#46

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Luciano Subirá
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Video Transcript:
O nosso assunto de hoje é a disciplina na Igreja. O primeiro a ensinar a respeito disso, antes mesmo dos apóstolos nas epístolas, foi o próprio Senhor Jesus. Mas antes de chegar no ensino de Jesus, eu quero começar construindo aqui um entendimento e um raciocínio.
Em primeiro lugar, precisamos entender que, como igreja, o Reino de Deus, a Igreja é o ajuntamento dos santos, nós precisamos entender que a Igreja acolhe todo tipo de gente. Por exemplo, em Mateus, no capítulo 13, de 24 a 30, nós temos a parábola do trigo e do joio. Depois dos versos 36 ao 43, nós temos a explicação que Jesus traz a respeito disso.
E o ensino de Jesus é muito claro. Acredito que a própria alegoria já não é difícil de interpretar, mas Nosso Senhor a pontua claramente depois aos discípulos. E ele fala de uma semente boa, um trigo sendo plantada por Deus e uma semente ruim sendo plantada pelo inimigo de Deus.
Ou seja, não adianta a gente tentar fazer a distinção ou a separação, porque isso é algo que pertence a Deus. Mas seria uma fantasia, uma ilusão tentarmos imaginar que no nosso meio, ainda que não houvesse joio e só trigo, que nós não teríamos situações de problemas, porque as pessoas são imperfeitas. Em Mateus, no capítulo 13, nos versos 47 e 48, Jesus traz outra ilustração que não pode ser ignorada.
Ele diz: "O Reino dos Céus ainda é semelhante a uma rede que foi lançada ao mar e apanhou peixes de toda espécie. " Essa frase "de toda espécie" merece a nossa atenção. "E, quando já estavam cheios, os pescadores a arrastaram para a praia e, assentados, escolheram os bons para os cestos e jogaram fora os ruins.
Assim será no fim dos tempos: os anjos sairão, separarão os maus dentre os justos e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes. " De novo, Jesus está falando agora numa alegoria da pescaria que viria peixe bom e peixe ruim, e que no final haverá uma separação. No evangelho de Mateus no capítulo 18 e no versículo sete, Jesus fala de pessoas que promovem escândalos.
Ele diz: "Ai do mundo por causa das pedras de tropeço! " ou dos escândalos, "Porque é inevitável que elas existam, mas ai de quem é responsável por elas! " Uma outra tradução, estou lendo a Nova Almeida Atualizada, como a própria clássica Atualizada de Almeida diz: "Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!
" Quando Jesus diz "é inevitável que venha" não significa que Deus determinou que tenha que acontecer e que não há outro jeito que não outro formato, mas simplesmente pelo fato de que os homens são imperfeitos haverá problemas. Agora, isso não se torna uma justificativa. Jesus diz que aqueles que derem escândalos serão julgados, serão responsabilizados por isso.
A segunda coisa que precisamos entender antes de discutir a disciplina é a visão corporativa. Primeiro falamos que a igreja acolhe todo tipo de gente e que não podemos esperar perfeição. Pelo contrário, podemos esperar que erros irão acontecer.
Depois nós vamos falar de como lidar com eles. Mas antes de falar como lidar com eles, nós precisamos entender por que é que tem que se lidar com eles. E aqui eu quero destacar, em segundo lugar, a visão corporativa.
Paulo diz, em primeiro aos Coríntios, no capítulo 12, no verso 26, que se um membro sofre, os outros sofrem com ele. Muitas vezes eu imaginava que Paulo estava falando apenas de empatia. "Ah, se um se alegra os outros se alegram.
Se um sofre, os outros sofrem. " Não, mas ele não está falando meramente da capacidade de ter empatia com a alegria ou com a tristeza de outro, e simplesmente nos identificarmos. Ele está falando que a condição de um acaba afetando o resto do corpo.
Por exemplo, não é porque você está com dor num ponto isolado do corpo que não seja o corpo todo em sofrimento. Então, basicamente, nós precisamos entender que determinados problemas, determinados pecados, não afetam apenas indivíduos. Eles afetam o corpo.
É por isso que nós precisamos de uma visão corporativa. Lemos, por exemplo, em Josué, no capítulo sete dos versos 11 a 26, que o pecado de Acã prejudicou toda a nação de Israel. Deus foi muito claro a respeito de quando eles entrassem em Jericó, que não era para eles tomarem nada daqueles tesouros.
Todo tesouro seria consagrado ao Senhor. Mas Acã foi tomado pela avareza, pela cobiça, e ele pega para si uma capa babilônica, ele esconde barras de ouro e, no dia seguinte, quando vão lutar novamente, a unção de conquista já não está mais sobre eles. Nós percebemos que o pecado de um indivíduo não afetou apenas um indivíduo.
Ele acabou afetando toda a nação. Isso se chama o quê? Visão corporativa.
Nós olhamos no livro do Apocalipse e vemos que Jesus trata com as sete igrejas da Ásia, em cada uma das sete cartas às igrejas da Ásia, Ele trata da igreja como um todo. Não é porque houve uma ou outra pessoa que pecou que Ele está dizendo: "Olha, aquilo é um problema só da pessoa", Ele está falando ao anjo, ao mensageiro da igreja, e ele está falando de coisas que afetam toda a igreja. Isso se chama visão corporativa.
Você pode depois separar um tempo, estudar Apocalipse 2 e 3, examinar isso porque é muito sério e nós precisamos construir todo o raciocínio que construiremos a partir da visão corporativa. Porque disciplina não é uma maneira de punir alguém que pecou. Aliás, eu quero adiantar desde já e dizer isso.
Se a pessoa que pecou, por exemplo, ela se arrepende e ela recebe o perdão de Deus, e ela pediu perdão à Igreja, a Igreja perdoou por que é alguém tem que ser punido por causa de pecados dos quais já foi perdoado? Nós precisamos entender que a disciplina não é mera questão de punição. Ela tem uma outra perspectiva, mas ela é também uma medida de proteção para o corpo de Cristo.
Então, dito isso, que a Igreja acolhe todo tipo de gente e que quando falamos da Igreja, estamos falando de uma visão corporativa, eu quero, em terceiro lugar, entrar aqui no ensino de Jesus e destacar quatro níveis distintos que Jesus abordou, que Ele nos instruiu a lidar. Nos versículos 15 a 17, nós vemos Jesus dizendo assim: "Se o seu irmão pecar contra você, vá e repreenda-o em particular. Se ele ouvir, você ganhou o seu irmão.
" Qual o propósito da repreensão? A repreensão é ganhar o irmão, é recuperar aquele que pecou. Muitas pessoas confundem a repreensão com o propósito de restauração, como se fosse "dar dura" por "dar dura".
E tem gente que age de uma maneira que diz: "Se espanar o problema é do outro. " Não. A tentativa é sempre ganhar o irmão.
Tudo o que está por trás desses processos de disciplina visam a restauração, o bem estar da Igreja, começando pelo indivíduo que falhou e se estendendo ao corpo do qual ele é parte. Então Jesus fala de um primeiro nível: "repreenda-o em particular. Se ele ouvir você, ganhou seu irmão.
Mas, se não ouvir, leva ainda com você uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda a questão seja decidida. " Isso era um termo que constava na lei. Por exemplo, em Deuteronômio 17.
6, Deuteronômio 19. 15. Deus trabalhou essa questão várias vezes.
A questão de duas ou três testemunhas. Paulo, depois, escrevendo a Timóteo, diz: "Não aceite acusação contra presbítero, senão por meio de duas ou três testemunhas. " Então ele está dizendo: "Bom, você tentou sozinho, não quis expor a pessoa.
Ela não está ouvindo? Continue lutando por ela, mas dessa vez você volta para repreendê-la de novo mas diante de testemunhas. " Aí Jesus diz o seguinte: "E, se ele se recusar ouvir essa pessoas", verso 17, "exponha o assunto à igreja; e, se ele se recusar a ouvir também a igreja, considere-o como gentio e publicano.
" O que significa "dizer à igreja" ou "ouvir a igreja"? Você não fala para um prédio, você não ouve um prédio. Então, obviamente, Jesus não estava falando de um prédio.
Ele está falando de um ajuntamento. A palavra "eklesia", usada aqui do original grego, fala de uma reunião de cidadãos que eram chamados para fora de seus lares, para algum lugar público. Ou seja, era uma assembleia.
Fala do povo reunido em algum lugar e é daí que nasce e surge a expressão "igreja", o ajuntamento dos santos. Então vamos lá. Algo que nós precisamos observar já de cara é que Jesus ensinou quatro níveis distintos nesse processo de repreensão com vistas à restauração do indivíduo e se não um, pelo menos uma forma de proteger o resto do corpo.
São eles: em primeiro lugar, repreensão pessoal. Segundo, repreensão com testemunhas. Terceiro, repreensão pública, que é quando se diz a toda a igreja.
Quarto, exclusão. "Considera gentio, publicano", desliga do meio de vocês. Então eu gostaria de falar a partir de agora de cada uma dessas quatro áreas distintas de repreensão ou níveis distintos de disciplina que Jesus estabeleceu.
O primeiro deles, a repreensão pessoal. Em 1ª Tessalonicenses 5. 14 nós temos uma orientação muito clara a respeito de se admoestar, que significa advertir, exortar os insubmissos.
Mas é interessante que o texto diz que é para consolar os desanimados, amparar os fracos e sermos longânimos, ou, dependendo da versão, sermos pacientes para com todas as pessoas. Eu quero chamar a atenção aqui para o fato de que comportamentos distintos requerem medidas distintas. Por exemplo, a Bíblia não manda exortar o desanimado, o desanimado tem que ser consolado.
A Bíblia não manda exortar o fraco. O fraco tem que ser amparado. Ele precisa de suporte.
Agora, o único trato que vale para todo mundo é paciência. Então aí não importa se é o insubmisso, se é o desanimado, se é o fraco, paciência nós podemos ter para com todo o mundo, mas a Bíblia diz que o insubmisso tem que ser admoestado, ele tem que ser confrontado. Tem muito pastor, muito líder Errando a maneira de proceder.
Ele acaba exortando o desanimado em vez de consolá-lo. Ele acaba amparando o insubmisso, quando deveria confrontá-lo e muitas vezes ele está lá, repreendendo o fraco. Nós precisamos entender o desenho.
Uma coisa é alguém que está num momento de desânimo ou fraqueza, precisa de suporte. A outra é rebeldia. É quando está batendo de frente, seja com Deus, seja com lideranças, com os princípios instituídos.
Nesse caso, confronto. Por quê? Desânimo não é pecado, pode levar alguém a pecar, mas não é.
Fraqueza não é necessariamente pecado. A pessoa pode estar naquele limbo da tentação, mas se não escorregou, não cometeu pecado. Agora, insubmissão é claramente na Bíblia apresentada como pecado, seja a Deus ou qualquer outro nível de autoridade.
Então, a repreensão ela se manifesta quando existe pecado. E ela está falando de repreensão, a Bíblia, aqui, no nível pessoal, você vai lá e exorta o insubmisso. Aliás, é uma ordenança bíblica que a gente admoesta uns aos outros.
Não é um apenas para com um uma pessoa específica, para com outra. É um caminho de mão dupla, de ida e de volta uns aos outros. Em Hebreus no capítulo dez, no verso 25, a Bíblia diz: "Não deixemos de nos congregar, como é costume de alguns.
Pelo contrário, façamos admoestações". Se você olhar o verso anterior, a Bíblia diz que nós temos que cuidar de nos animar uns aos outros na prática de boas obras. Então existe algo recíproco que é encorajamento.
Mas a Bíblia fala de fazer admoestações, ou seja, exortações, repreensões, quando estamos também juntos. Então, no mesmo ambiente de encorajamento também existe repreensão e tudo depende da atitude da pessoa se ela precisa de repreensão ou de encorajamento. Em 2ª Timóteo 2.
24 e 25, a Bíblia nos mostra que o propósito da repressão, de novo, é a restauração de alguém. Não é briga. O texto diz assim: "O servo do Senhor não deve andar metido em brigas", outras traduções dizem: "ao servo do Senhor não convém contender, mas deve ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem a ele, na expectativa de que Deus lhes conceda não só arrependimento para reconhecerem a verdade, mas também o retorno à sensatez, a fim de que se livrem dos laços do diabo que os prendeu para fazerem o que ele quer.
" A Bíblia está falando pessoas que estão presas pelos laços de Satanás, sendo manipuladas pelo próprio inimigo para fazer o que ele quer. E que o caminho é o quê? Repreensão.
O texto fala aqui sobre disciplinar e esse é um dos textos de onde tiramos a palavra "disciplina". Ela era usada tanto para falar de instrução como também para falar de correção. Era usada para falar de um educador que estava instruindo uma criança, mas era usada para falar de um pai que estava corrigindo o filho.
Então nós precisamos entender que disciplina que ela vem no contexto de correção. Só que a Bíblia está dizendo que não é contenda, não é briga. A Bíblia diz que quem vai disciplinar tem que ter mansidão, coração correto e aplicar fé, expectativa de que Deus conceda o arrependimento.
Por quê? Porque a ideia não é mera punição. É uma luta pela recuperação, pela restauração.
Eu sei que eu estou sendo repetitivo nisso, porque é muito importante, porque tem gente dizendo: "Não, eu não creio em disciplina na igreja, porque nós temos que restaura as pessoas. " Ué, como que não crê? A Bíblia manda disciplinar!
quem te deu o direito de não crer numa parte do que a Bíblia diz? Agora, se a Bíblia tem a visão de restauração, nós precisamos a entender que a disciplina é uma forma de produzir restauração, mas nem sempre a pessoa que errou quer ser restaurada. E se a gente não puder ajudar o indivíduo, nós temos que, no mínimo, ajudar e proteger o corpo.
Em 2ª Coríntios 13. 2, depois também no dez, o apóstolo Paulo fala de uma autoridade que Deus lhe deu. E nós precisamos reconhecer essa essa declaração de Paulo da autoridade.
Ele diz assim: "Já o disse anteriormente e digo de novo, como fiz quando estive presente pela segunda vez. Mas, agora, estando ausente, digo aos que, no passado, pecaram e a todos os demais: se eu for outra vez, não os pouparei, visto que vocês buscam provas de que Cristo fala em mim. " Essa expressão: "não os pouparei' é muito forte.
Ele não está dizendo que ele não tinha paciência, misericórdia e perdão para com alguém que pecou. Ele não está negando isso, mas está falando de gente que pecou e não queria consertar e estava brincando com isso. Verso 10: "Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não venha usar de rigor segundo a autoridade que o Senhor me deu para edificação e não para destruição.
" Ele diz: "O propósito a autoridade que Deus me deu, em essência, é edificação não é para destruir. " Ele diz: "Mas se você não aceitar ser edificado, eu não vou poupar, eu vou promover a destruição. " É lógico que ele não estava falando de agressão física, não estava falando de difamação, mas está falando de, espiritualmente, desligar a pessoa e nós, daqui a pouco vamos entender melhor isso.
Segundo lugar, a repreensão com testemunhas. Quando a repreensão do nível pessoal não é ouvida Jesus orientou a repreensão com testemunhas. Além dessa instrução de Jesus em Mateus 18, não há nenhum outro texto na Bíblia que fale com clareza sobre esse nível de disciplina, mas ele é muito eficaz por tirar a situação do aspecto pessoal para não parecer que é só o problema de um e outro e colocá-la também num patamar de formalidade.
Além de que a Bíblia diz que na multidão de conselheiros há sabedoria. Eu já tive situações onde, sendo testemunha ou, tendo testemunhas comigo numa hora de repreensão, alguém me ajudou a apresentar as coisas numa linguagem melhor e mais eficaz. Se as pessoas escolhidas para acompanharem a repreensão forem pacificadoras, serão de grande proveito para promoverem esse arrependimento com uma argumentação mais mansa, amorosa porém, não necessariamente deixando de ser insistente nem de ser contundente.
A repreensão com testemunhas, ela não muda os princípios bíblicos da repreensão pessoal. Ela apenas adiciona um outro aspecto. Uma vez que você não está me ouvindo, para não ficar a minha palavra contra a sua, eu trago testemunhas para provar que eu estou te dando chance.
Por que duas ou três testemunhas antes de levar à igreja? Acredito que Deus está poupando a pessoa de níveis de exposição maiores. Eu me lembro de uma ocasião onde eu confrontei a pessoa no nível pessoal, ela não ouviu.
Eu chamei testemunhas, ela não ouviu. Eu disse que o próximo passo seria a igreja. A pessoa me olhou e falou: "Mas de jeito nenhum que o senhor vai me levar diante da igreja!
" Eu falei: "Nós queremos te ajudar. " Ela falou: "E eu não quero ajuda, então vou poupar o seu trabalho e eu saio primeiro. " A única razão pela qual naquela ocasião a situação não progrediu para esse nível foi justamente por conta de um posicionamento que ela teve nesse sentido.
Bom, vamos falar agora da repreensão pública. Eu sei que tem pessoas que se incomodam com isso. Eu sei que há igrejas que têm exagerado no processo, qualquer situação se banaliza, vai a público.
Já tivemos muitos erros, já tivemos muito exagero, mas o que você precisamos entender é que há uma orientação bíblica a respeito disso. Não é porque algumas pessoas têm feito a coisa certa do jeito errado, que nós vamos deixar de fazer a coisa certa. Jesus, por exemplo, diz: "Não jejuem como jejuam os hipócritas.
. " Os hipócritas estavam fazendo a coisa certa que era jejuar, mas do jeito errado, querendo se promover. Jesus disse: "Vocês não vão deixar de fazer a coisa certa do jeito certo, só porque alguém fez a coisa certa, do jeito errado.
" Ou seja, muitas igrejas porque já houve ao longo da história muito excesso na hora de se aplicar disciplina, elas simplesmente começaram, porque alguns fizeram a coisa certa do jeito errado, elas pararam de fazer a coisa certa. E esse não é o remédio. A orientação bíblica é fazer a coisa certa, do jeito certo.
Bom, em primeira Timóteo, no capítulo cinco, no verso 20, Paulo diz assim, ele está orientando Timóteo não só a respeito da sua vida pessoal, mas de como conduzir a igreja. Essa observação ela é muito, muito importante. Nós precisamos entender que esse é o tipo de orientação que está sendo dado.
E ele claramente diz, por exemplo, no capítulo três, no verso 15: "Se eu demorar, você saberá como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade. " Então, uma orientação sobre como conduzir a Igreja e não só a vida pessoal. É por isso que essa epístola entra na categoria de epístolas pastorais, não apenas as gerais.
Verso 20: "Quanto aos que vivem no pecado", 1ª Timóteo 5. 20: "Quanto aos que vivem no pecado, repreenda-os na presença de todos, para que também os demais temam. " Por que repreender uma pessoa na frente de outros?
Em primeiro lugar, Jesus orientou a repreensão pessoal. Em segundo lugar, repreensão com duas ou três testemunhas. Quando ele está já levando para a igreja, é tanto mais uma oportunidade de conserto, como também se não houver conserto e se chegar à quarta opção, que é desligar, excluir essa pessoa da comunhão, o benefício que não foi aproveitado pelo indivíduo, ele poderá ser aproveitado pelo resto do corpo.
Que haja temor nos demais. Por exemplo, quando um pai corrige um filho na presença de outros, aquilo tem um efeito didático, não só para quem recebeu a correção, mas para os demais. Eu já deixei de fazer algumas coisas vendo o que aconteceu com meus irmãos quando fizeram, porque aquilo foi muito didático e no momento em que meu pai corrigia um filho, ele não estava pensando apenas no filho, estava pensando na família toda.
E nós precisamos entender que disciplina faz parte desse processo. Então a Bíblia tá falando de gente que vive no pecado, não está falando de gente que tropeçou. Não é simplesmente pegar uma situação de alguém que escorregou ou que cometeu um deslize, que teve uma queda e você expor isso, mas está falando de gente que decidiu viver deliberadamente no pecado.
Essa pessoa não está se arrependendo. Ela já foi confrontada no nível pessoal, ela já foi confrontada com testemunhas, agora o caso vai ser levado a público. E se essa pessoa não quer consertar, porque provavelmente quem já está recusando os níveis anteriores dificilmente volta atrás aqui, embora ainda é uma possibilidade a mais, então que haja pelo menos benefícios para os demais, que haja temor nos demais.
Olhando para essa instrução bíblica, nós precisamos tirar a perspectiva só do emocional. Eu vejo gente dizendo: "Puxa, mas é uma vergonha para a pessoa. " E eu digo: "E isso é uma lição para ela e para os demais, que a gente não pode brincar com o pecado, né?
" O apóstolo Pedro não tratou com Ananias e Safira num recinto à parte. Você não vê ele dizendo: "Gente, vamos sair ali para ter uma conversa? " Porque quando mentiras são praticadas publicamente, elas devem ser repreendidas publicamente.
Quando determinados erros se se são insistido neles, mesmo desprezando a visão corporativa, por que é que na hora da disciplina nós vamos ignorar a continuidade de um processo definido e estabelecido pelo próprio Senhor Jesus? Se você depois quiser ler Atos cinco de 1 a 9, você vai entender bem melhor os detalhes do que é que aconteceu com Ananias e Safira. Em último lugar, eu quero destacar o quarto aspecto da disciplina que Jesus explorou quando ele fala de considerá-lo gentio e publicano, que é desligar do meio, ou seja, não é parte da congregação dos santos.
Em primeiro aos Coríntios, no capítulo cinco, no verso dois, o apóstolo Paulo havia mencionado anteriormente um imoral que estava mantendo um caso com a própria madrasta. Aliás, ele começa no capítulo cinco, no verso um, dizendo: "Ouve-se por aí que entre vocês existe imoralidade, e imoralidade tal como não existe nem mesmo entre os gentios. Aí ele explica: "isto é, que alguém se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai.
" E essa pessoa está lá, na comunhão dos santos, como se nada tivesse acontecido. Paulo diz: "Vocês andam cheios de orgulho, quando deveriam ter lamentado e tirado do meio de vocês quem fez essas coisas. " O que é "tirar do meio de vocês"?
E nós precisamos entender o que significa essa declaração "tirar do meio de vocês". Aliás, no versículo 13, de primeiro aos Coríntios 5, Paulo diz: Os" de fora, esses Deus julgará. Expulsem o malfeitor do meio de vocês.
" Há pessoas que, por conta da sua conduta, por conta do seu comportamento, elas precisam ser excluídas da congregação dos santos. No Velho Testamento, esse tipo de gente seria punida com a morte. Não era apenas alguém que era proibido de estar na assembleia.
Ele deixava de viver. O Novo Testamento, no tempo da graça, não tem essa execução sobre os pecadores que não se arrependem, mas tem medidas disciplinares que não podem ser ignoradas. Então, o que significa tirar do meio?
O que significa expulsar? Em primeiro aos Coríntios, no capítulo cinco, no mesmo contexto dos versos 9 a 13, Paulo explica isso. Ele diz: "Na outra carta, Já escrevi a vocês que não se associassem com os impuros.
Refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros desse mundo, aos avarentos, ladrões ou idólatras, pois neste caso, vocês teriam de sair do mundo. Mas, agora, escrevo a vocês que não se associem com alguém que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, bêbado ou ladrão; nem mesmo coma com alguém assim. " Então não é só a questão de ele poder ou não cultuar com o resto dos santos.
A Bíblia está dizendo: "Não tenha comunhão, nem sente para comer. " Verso 12: "Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Mas será que vocês não devem julgar os de dentro?
Os de fora, esses Deus julgará. Expulsem o malfeitor do meio de vocês. " Então é disso que a Bíblia fala quando colocamos essa ideia de exclusão.
Agora, excluir não significa proibir a pessoa de colocar o pé na igreja, mas sim deixar de reconhecê-la como parte do corpo. E isso envolve necessariamente deixar de se relacionar. Na carta de Paulo a Tito, no capítulo três, nos versículos 10 e 11, A Bíblia diz assim Evite a pessoa que provoca divisões depois de admoestá-la uma ou duas vezes, pois você sabe que tal pessoa está pervertida, vive pecando e por si mesma está condenada.
" Ou seja, você admoestou uma vez, provavelmente sozinho, de acordo com o jeito que Jesus chamou? Você fez uma outra vez diante de testemunhas? Ele está dizendo: "Já desliga dela".
Mesmo que não seja um líder que vai levar para a igreja e julgar diante toda a igreja já se antecipa e desliga. Está falando de alguém que vive pecando. Ele está falando de alguém pervertido.
Ele não está falando de alguém que caiu que está disposto a se arrepender, receber conserto. Agora, em 2ª Tessalonicenses, no capítulo três, nos versos 14 e 15, a Bíblia também deixa claro que isso não significa tratar a pessoa como um inimigo. Versos 14 e 15, de 2ª Tessalonicenses 3 diz: "Caso alguém não obedeça à nossa palavra dada por esta carta, vejam de quem se trata e não se associem com ele, para que fique envergonhado.
Contudo, não o tratem como inimigo, mas admoestem-no como irmão. " Não se associe. Gere vergonha, porque isso tudo pode ajudar a pessoa no processo do arrependimento, ele diz: "Mas lembra: não é inimigo, é um irmão que está sendo confrontado e disciplinado por amor, porque a disciplina sempre visa a recuperação da pessoa.
" Mas, a disciplina não tem só esse propósito. Mesmo quando a pessoa não aceita a proposta de restauração individual, ela tem ainda o propósito de poupar o corpo de Cristo dos prejuízos espirituais. Particularmente ao longo do tempo, com igrejas que crescem, se tornam cada vez maiores, nós temos procurado entender a maneira de lidar com essas questões disciplinares.
Hoje na nossa estrutura, e agora eu vou falar a nossa opinião de uma maneira e um formato de lidar, de novo, não estou dizendo que é a única forma e nem criticando quem pensa ou age diferente, mas na nossa estrutura, nós temos entendido que a repreensão pessoal com testemunhas ela é estabelecida por Jesus, mas quando falamos, levar a igreja nem sempre reunimos milhares de pessoas. Nós temos aprendido a importância de reunir o grupo de pessoas a quem aquela pessoa ou ela ministra, se estiver numa posição de liderança, ou com quem está envolvida. Então, por exemplo, depois da repreensão pessoal e com testemunho, nossa igreja trabalha com células, com grupos pequenos.
Normalmente, o "levar à igreja" para nós não é o culto de domingo, é o grupo onde ela participa e congrega. Se uma pessoa, por exemplo, tem uma posição de liderança maior, ela responde no nível da influência que ela exerce. Se ela tem uma supervisão, uma coordenação de células, como chamamos na nossa igreja, nós vamos tratar isso diante de todo o grupo, se houver uma medida disciplinar.
E se é um pastor, por exemplo, que ministra toda a Igreja, então a medida disciplinar será adotada diante de toda a Igreja, no nosso caso, falando de Curitiba, dos milhares de fiéis, e nós, na nossa história, já tivemos que lidar uma vez com uma medida nesse nível, mas normalmente não temos. E em quase 18 anos de história da igreja, eu creio que nós tivemos uma situação que ela precisou realmente ser trazida a público e diante de todas as pessoas. Mas, ainda que a gente tenha formatos onde entendemos que eu chamo isso de modelo, porque o princípio não muda.
Modelo é a maneira como se pratica o princípio. Então a igreja pode ter modelos diferentes, que são formas distintas de praticar o princípio. O que nós não temos direito é de jogar fora o princípio em nome de: "Ah, não acho que isso seja tão legal.
" Então, trago aqui essa palavra porque as pessoas, não só pastores, não só líderes, as pessoas precisam entender que essa doutrina bíblica é inegociável. Nós simplesmente temos que acatar o que nosso Senhor predeterminou e andar naquilo que nos foi instruído. Então, a disciplina, sim, é parte da vida da igreja, inclusive a moderna, tem o propósito primário de recuperar o indivíduo e mesmo quando não consegue, isso, sempre terá um propósito secundário de proteger todo o corpo.
Que Deus nos dê a graça de viver corretamente, praticando esse princípio bíblico com o devido entendimento e promovendo a edificação e a proteção do corpo de Cristo.
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