[Música] muito bem-vindos e muito bem-vindos a segunda aula da sexta semana do curso de literatura infanto-juvenil como vocês sabem nessa aula o nosso foco é nessa semana o nosso foco é o ensino de literatura infanto-juvenil no Brasil né já fizemos uma abordagem histórica já fizemos uma abordagem por gêneros e na última aula na aula mais recente ainda nessa semana conversamos um pouco sobre como que a sociedade brasileira se comporta né quantidade de crianças adolescentes como que a escola está nesse universo e discutimos assim apontamos algumas políticas públicas e a importância dessas políticas no universo parcamente
letrado que é o universo brasileiro o assunto hoje é um assunto curioso assim porque em certa medida a gente vai debater o que pode abranger o ensino de literatura infanto-juvenil porque em geral quando se fala se ensino de literatura infanto-juvenil Você pode ter dúvida se é ensinar a cadeira de literatura infanto-juvenil como eu tô fazendo aqui ou ensinar na prática a literatura infanto-juvenil eu utilizei uma imagem aqui é talvez por um dos intelectuais brasileiros que mais me influenciam que é o Antônio Cândido né na abertura de um livro muito importante formação da literatura brasileira momentos
decisivos o livro de 1959 o Antonio Cândido diz assim não a literatura brasileira é uma espécie de galho secundário do Jardim das musas né uma expressão muito conhecida dele para dizer que a literatura Mundial é como uma árvore que tem vários Galhos esses Galhos esse ramificam e o galho da brasileira seria o galho da Portuguesa se um derivado do Gado da literatura portuguesa é essa metáfora que tem que também tem muitas críticas a respeito quem diz que nós somos lugares secundário etc etc ela é interessante para nós aqui porque ela dá dimensão do quanto cada
um desses Galhos tem questões próprias cara para cada um desses Galhos é necessário é necessário que nós nos voltemos a esses Galhos de maneira muito atenciosa para entender Quais são as suas particularidades E como que ele se ramificam lá adiante em uma outra dezenas de prática Então é isso que a gente vai fazer hoje uma aula que pode até ser um pouquinho mais curta do que as outras porque o que a gente precisa fazer é olhar cada um dos Galhos do ensino de literatura infanto-juvenil entender a que se dedica cada um desses Galhos da grande
árvore do ensino de literatura infanto-juvenil especialmente como ele está hoje conformado no Brasil bom faz parte do ensino juvenil como nós já vimos aqui é esses primeiros anos ou a educação infantil A Creche educação infantil seja os primeiros anos da do ensino escolar é como o momento mais importante para o estímulo do fase de conta para o entendimento do lúdico vocês lembram que a gente viu aqui no curso o lúdico como esse sistema em que as pessoas se reconhece tem como participantes de uma outra regra é muito interessante que as crianças digam Ah eu só
agora um pirata e tal e comecei a brincar com isso nessa ideia de se colocar no lugar do outro né a leitura em voz alta muito importante também que nesse momento em que elas ainda não possam ler que elas tenham alguém contando as histórias para elas que elas consigam se orientar sua atenção para alguém que tá contando as histórias etc Então a gente tem esse momento inicial da formação da literatura infanto-juvenil que é muito precioso e nesse momento Inicial que é muito precioso o aprendizado dessas crianças muitas vezes ainda de maneira oral pelas das estruturas
narrativas e a maneira como elas entendem esse outro lugar que é o lugar da criação das histórias né isto é muitas vezes é nesse momento que ela vai dizer ah então é possível criar histórias ela vai começar a criar histórias ela mesma participar das histórias se projetar nas histórias e esse é o momento bastante precioso como vimos na aula anterior ainda nesta semana o centro da vida escolar brasileira no sentido numérico é o ensino fundamental e no ensino fundamental sobretudo parte aumento em que a gente pode contar com a leitura Por parte dos alunos ele
acaba servindo para as professoras e professores ampliarem a Gama de recursos narrativos disponíveis para esses alunos seja aumentando o tamanho das narrativas seja aumentando a complexidade das narrativas ou seja às exigências literárias dos livros para os alunos passa a ser cada vez maior e os alunos podem lidar com narrativas cada vez mais sofisticadas junto disso nesse momento também é muito importante que alguns valores fundamentais como respeito a diversidade solidariedade auxílio muto empatia possam ser cultivados juntos aos alunos né isto é a gente não pode esquecer aquela lição ainda tem um livro muito bonito da Tony
Morrison chamado a origem dos outros em que ela diz assim não é o importante da narrativa é que você é que você reconhece o outro como sujeito né então a gente não pode esquecer disso sobretudo nesse momento né então ler narrativas é encontrar os outros como personagens mas também encontrar os outros como sujeitos né a gente tem narradores que não são da mesma cor de pele do que nós narradores que não são da mesma etnia do que nós narradores que dançam dos mesmos países do que nós e com isso nós reconhecemos cada vez mais subjetividades
né é a Tony Morrison é muito aguda ao dizer que é mais fácil eliminar alguém que você não entende como sujeito isso é quando você reconhece que o outro é tão Sujeito como você você tem uma outra concepção do outro em vez de entendê-lo com o objeto né E esse momento do ensino fundamental em que a expansão desse tipo de prática passa a entrar na rotina no cotidiano das crianças para Além disso também é muito importante no ensino fundamental que as crianças não assistam as histórias como espectadores né assistam as histórias como participantes Ou seja
que elas passem a apreciar aquelas histórias e tomar posição diante daquelas histórias né é Elas começam a refletir sobre o que que elas pensam sobre o destino determinada personagem sobre o ângulo exterminado narrador que elas passam a entrar no debate e que ela simplesmente não aceitem aquelas histórias passivamente né É claro que aqui eu tô pensando no Paulo Freire tô pensando no Augusto bubual tô pensando num livro muito interessante chamar poesia na sala de aula do Alexandre Pilar tinha um professor da UnB que é a necessidade de que a literatura seja consumida ativamente essa atividade
diante da literatura também me parece ser necessária de ser cultivada ao longo do Ensino Fundamental agora a gente tem uma uma um primeiro problema assim que é mas é um problema também muito reconhecido eu acho que todos nós que trabalhamos de alguma forma no ensino entendemos isso que é a partir do ensino médio e aí Lembrem também por favor de suas próprias experiências a partir do ensino médio em geral a literatura infanto-juvenil dá adeus a escola e vai embora para entrada das leituras de vestibular ou das leituras para o Enem ou do aprendizado da história
literária Isto É parece assim né As crianças têm suas próprias questões para serem lidas na literatura muito bacana e tal as crenças maiores também Elas têm os pré-adolescentes eles têm suas próprias questões e tá agora os adolescentes não os adolescentes precisam saber quem é Machado de Assis João Cabral de Melo Neto se ele é Meireles então aquele debate que vinha sendo acumulado das experiências das crianças e jovens ele recebe um corte abrupto no ensino médio e esse corte abrupto Claro na minha moda sua opinião é absolutamente criticável né isto é há uma série de questões
próprias a esse Universo de 16 17 18 anos 15 16 17 18 anos que precisam ser debatidas por dentro da literatura na minha época isso ainda existia né eu lembro muito com muita vivacidade de obras como A Droga da Obediência do Pedro Bandeira mas também já trabalhei em escolas que propiciam isso né Tem um livro que chama as vantagens de ser invisível muito bom então é ou seja as crianças seguem lendo literatura infanto-juvenil no Ensino Médio Mas eu reconheço aqui isso eu acho que a gente tem que refletir com bastante cuidado que é a ausência
do trabalho de literatura infanto-juvenil no ensino médio para dar lugar às literaturas para vestibular e para exames de avaliação como Enem e para o ensino da história da literatura bom é um outro lugar que é importante de ser iluminado Quando pensamos em ensino de literatura infanto-juvenil são as bibliotecas né isto é nós sabemos aqui enfim do papel eu falei isso inclusive na aula passada do papel de destaque da professora e do professor na mediação na curadoria e tal mas alguns casos a biblioteca é que ocupa o centro da vida letrada de uma escola né Ou
seja a figura do bibliotecário da bibliotecária que vão que vai fazer a curadoria a formação do Acervo o estímulo a leitura a contação de histórias e tal vai vai abrigar os alunos nos intervalos vai estimular Os alunos não lê esse aqui pega esse outro livro aqui e tal e não é incomum encontrar escolas em que a Biblioteca centralize as ações em relação a Literatura infanto-juvenil e eu preciso frisar isso aqui um outro caso que também é importante na mesma Seara são as bibliotecas públicas né quando nós ouvimos e Lemos entrevistas de escritores e escritores não
raro eles dizem eu visitava biblioteca pública todo dia de tarde porque eu não queria ficar em casa ficava lá lendo então também precisamos pensar ainda diante da ideia de quais políticas públicas lutar por quais políticas sobre o reforço dessa malha bibliotecária pública no Brasil você já preciso que haja mais bibliotecas que as bibliotecas sejam defendidas sejam ampliadas etc porque muitas vezes justamente em razão da precariedade das escolas elas se tornam um lugar da leitura das crianças e adolescentes bom tudo que eu falei até aqui foi no campo da prática e eu queria agora salientar um
outro problema assim que não tá exatamente no campo da prática mas está no campo desse que eu estou agora falando com vocês né que é o campo não sei se da pesquisa ou da teoria ou do meta ensino né o ensino do ensino da literatura infanto-juvenil que é o universo Universitário né que é o Campo Universitário Isto é é necessário pensar qual lugar ocupa a literatura infanto-juvenil nas grades dos cursos de letras e isso também é pensar o ensino de literatura infantojuvenil no Brasil Cristo é sem querer muito também em certa medida hipertrofiar a importância
da Universidade né que de fato cada vez mais o raio de ação da universidade tem ficado restrito a um determinado lugar então não tô querendo também contradizer esse dado mas dizer o seguinte que muitas vezes as Universidades não têm a cadeira de literatura infanto-juvenil brasileira ou literatura infanto-juvenil não é o caso da Universo claro que vocês estão tendo agora e muitas vezes a universidade tem a cadeira mas não oferta a cadeira o que que isso provoca isso provoca uma espécie de cascata de consequências assim a ausência do debate crítico e da pesquisa constante sobre esse
campo e no fundo uma espécie de base do ensino superior para o tratamento da literatura infanto-juvenil como algo menor Isto é se eu produzo 20 trabalhos tenta trabalhos 40 trabalhos sobre um autor contemporâneo uma autora contemporânea Por que que eu não produz 20 30 40 trabalhos sobre uma autora ou um autor infanto-juvenil contemporâneos Então se tem que ficar muito ligado muito esperto na responsabilidade que a universidade tem para valorizar esse campo e para não cair nesse tipo de preconceito né oferta todas as outras cadeiras não oferta de trator infantil no brasileiro se ele tratou em
falta brasileira tem que ser pesquisar da acumulada pensada dentro da história literária e tal para que ocupe o lugar que ele é devido nas relações entre as literaturas né se é que nós podemos separar ela assim como como eu já disse e para terminar tentei montar um quadro mais complexo possível eu não poderia de deixar de de comentar a figura que tá no entorno do ensino de Literatura e do ensino do ensino de literatura que é um sem número de profissionais que dependendo de como nós entendamos como eles agem e a gente pode pensar também
no caráter didático de suas ações é tô falando de escritoras escritores ilustradoras ilustradores contadores contadores de história atores atrizes quadrinistas editoras editores jornalistas programadores de teatro de casas de Espetáculo eu não sei se eu tô forçando muito a barra mas o que eu estou dizendo é o seguinte essas pessoas por mais que estejam pontualmente programando um determinado espetáculo para um teatro elas também tem uma responsabilidade de ordem didática porque essa programação significa que ela está construindo acervo daquele teatro para as pessoas que vão ocupar aquele teatro as editoras também ah eu vou publicar tal livro
e não outro tal qual livro da produção infanto-juvenil brasileira ela tem uma responsabilidade de ordem didática porque ela está produzindo acervo que aquelas pessoas vão consumir mais adiante um escritor que vai escrever tal qual história também tem um Horizonte esse Horizonte aliás da literatura como como fonte de conhecimento é uma coisa muito discutida né É o que eu tô tentando dizer é a literatura infantojuvenil por Óbvio por tudo que eu falei aqui ao longo da aula de hoje também é fonte de conhecimento então eu o que eu tô tentando recuperar aqui é a função das
professoras dos professores em cada uma das faixas etárias e o lugar da literatura infanto-juvenil nessas faixas etárias a figura da bibliotecária do bibliotecário a figura do ensino superior ou seja como que é organizar o campo de debate de pesquisa da literatura infanto-juvenil E no meio dessas figuras que são figuras que eu estou a quem eu estou dedicando certo indicando que é certo protagonismo no entorno dessas figuras ou no meio dessas figuras a um sem número de outros profissionais que trabalham com a literatura infanto-juvenil E cujas ações tem algum quociente o coeficiente didático então é sobre
isso o nosso encontro de hoje montar toda essa malha de relações que constrói a literatura infanto-juvenil brasileira e particularmente o ensino da literatura infanto-juvenil brasileiro espera agora que hoje foi mais difícil né que aquele aquele aquela árvore do começo assim com Galhos bastante separado vocês estão vendo que é bastante quase uma moita né com os galhos todos se tocando Mas é isso mesmo o mundo é assim mesmo qualquer dúvida fiquem à vontade entre em contato com as facilitadoras facilitadores é participem dos fóruns revejam as aulas entre em contato conosco tirem suas dúvidas e espero que
esteja tudo bem com vocês até a próxima semana que a semana derradeira de curso antes da última semana que avaliação tá bom Um grande abraço e até mais [Música] [Música]