Oi, pessoal! Estamos de volta com o seu, o meu o nosso: Histórias da Herika. O Pequeno Príncipe Preto mora num planeta bem pequenininho.
Com ele vive uma árvore baobá, que lhe faz companhia. É com a ajuda dos ventos que ele pega a ponta de uma pipa e sai voando. Voa alto e longe até chegar ao planeta terra.
Ali, ele conhece várias crianças e por onde passa vai deixando uma semente. Você consegue imaginar o que é que vai nascer dessa semente? Roooooda a vinheta!
[Música de abertura] O Pequeno Príncipe Preto para pequenos foi escrito pelo Rodrigo França e foi ilustrado pela Juliana Barbosa Pereira. E ele foi publicado pela Editora Nova Fronteira. Celebremos as crianças!
Em um pequeno planeta mora um menino preto. Preto feito a noite. O Pequeno Príncipe Preto.
O Pequeno Príncipe Preto é da cor de terra molhada, cor de chocolate. Cor de café quentinho, se encante ao dar uma olhada. Ele gosta muito da sua cor, do seu cabelo, do seu nariz.
Do seu sorriso de menino afetuoso, risonho e feliz. EU AMO MEU CABELO! Morando com o Pequeno, tem uma árvore Baobá.
É com ela que o nosso menino aprendeu intensamente a amar. A Baobá é tão grande que o Pequeno Príncipe Preto perto dela fica do tamanho de uma formiguinha. Ele gosta muito dessa árvore, e rega suas raízes todos os dias.
Antes da Baobá, existiu outra árvore, e mais outra, outra e outra. Antes do Pequeno Príncipe Preto vieram os pais dele, os avós, os bisavós e os ta-ta-taravós. Todos era reis e rainhas.
Por isso, ele nunca se sente só, sempre está em boa comanhia. O Pequeno Príncipe Preto pega as sementes da Baobá e leva para plantar em outros planetas. Ele gosta de deixar um pouquinho dela em casa lugar, sem dizer para ninguém o que nascerá.
Para viajar por aí e deixar as sementes da árvore, o menino precisa de muito vento. Conhecer outros lugares não sai do seu pensamento. Uma vez o Pequeno Príncipe Preto estava sentado perto da Baobá e começou a sentir um cheiro de terra molhada.
Até que caiu uma chuva, deixando sua roupa toda encharcada. No céu um barulho imenso. Eram raios e trovões.
Os rais, são dois guerreiros lutando. Uma guerreira e um guerreiro: Iansã e Xangô. Era uma brincadeira entre eles, pois ali havia muitor amor.
Cada vez que suas espadas se tocavam, fazia um grande barulho de explosão. BRUMMMM! Era tanta força que tremia todo o chão.
Mas voltando para nossa história. . .
menino viu uma pipa que voava feito bailarina. O Príncipe Preto segurou a linha e voou bem alto, sem esquecer as sementes que tinha. Ele segurou a pipa e foi subindo cada vez mais alto.
Voando lindamente, voando feito um pássaro. Depois de viajar por muitos lugares, o Pequeno Príncipe Preto caiu em outro planeta. O planeta do Rei sozinho, o planeta do Rei careta.
O Rei era egoísta, só pensava nele mesmo. Nada era muito importante, não queria ouvir o Príncipe Preto. O menino foi embora, mas plantou a sua semente.
O Rei ficou triste e sozinho. Mas viu o que o Príncipe tinha deixado e ficou bem contente. Mais uma vez o Pequeno foi para bem longe e chegou no Planeta Terra.
O que tinha por lá? Ê pergunta que emperra. Agora o nosso Pequeno resolveu caminhar para conhecer outras pessoas.
Depois de muito tempo passar, se deparou com a calorosa raposa. A Raposa deu um conselho que vale mais que ouro: Príncipe Preto, a palavra AFETO vem de afetar o outro. Afeto é tudo aquilo que a gente sente de carinho.
Agora vai e segue o seu longo caminho. AFETO. O menino se despediu da sua nova amiga e começou a andar até roncar a barriga.
De repente viu muitas crianças indo pra escola. Pensou em ter companhia para um jogo de bola. Na escola as crianças não corriam.
Elas só se chamavam de nomes que davam tristeza. E o menino só queria abraços e ouvir coisas de muita beleza. Era muita briga, todos viviam em guerra.
Que planeta mais estranho esse tal de Planeta Terra. Então o Príncipe Preto gritou UBUNTU. Todos ficaram em silêncio e não se ouvia nenhum zum-zum-zum.
UBUNTU significa estar junto, colado. Ficar sozinho não está com nada, melhor é estar acompanhado. Aquele lugar ficou tranquilo e todas as crianças prestaram atenção.
Juntos somos mais fortes, coração com coração. O menino plantou a sua última semente. Mais um lugar em que todos ficaram muito contentes.
O Pequeno se lembrou da sua ávore Baobá. Queria voltar pra casa e vê-la, e também um pouco descansar. O Pequeno Príncipe Preto quer saber de você: Onde a sua semente vai brotar?
Para a Baobé crescer muito bonita e você saber o que é amar. Agora, pessoal, eu vou ler pra vocês o que que o Rodrigo França fala sobre essa história. Ele diz assim: O Pequeno Príncipe Preto tem um pouco da minha vovó Bené que me ensinou sobre ANCESTRALIDADE, de meus pais que me educaram valorizando a cultura negra e de meus irmãos que são apaixonados por filosofia Ioruba.
A primeira versão da história que vocês acabaram de ouvir virou um espetáculo de mesmo nome, O Pequeno Príncipe Preto, escrito e dirigido por mim, Rodrigo França, em 2018. A peça teve a intenção de mostrar o quanto somos potentes na diversidade cultural do Brasil. Em todas as formas da história, Rodrigo abordou o que ouviu durante a infância quando ele era pequeno e o que ele gostaria que todo mundo ouvisse: Devemos amar quem realmente somos.
Crianças pequenas e grandes, se amem! Vivam o Ubuntu. A vida é mais linda quando estamos juntos, respeitando o outro e semeando amor.
No final dessa história, uma coisa eu quero pedir. Antes de partir, deixe o seu "curti". Compartilhar também não vai custar.
Não é prenda nem venda. E quem sabe você me surpreenda e também se inscreva antes de ir? Até a próxima história!