LIMA BARRETO, O BRASILEIRO DO SÉCULO | LILIA MORITZ SCHWARCZ

eu gostaria de falar aqui com vocês sobre o personagem fundamental da nossa literatura e da nossa cidadania da nossa agenda brasileira é e esse personagem e lima barreto um escritor jornalista e cronista autor de muitas cartas de vários diários um ator fundamental eu acaba de publicar um livro sobre esse personagem de uma barreto que eu chamei lima barreto triste visionário barreto é um personagem muito livro ambivalente muito contraditório como somos todos nós já passou aquela época que a gente considerava que biografia é um projecto a geográfico um projeto enaltecedor enfim biografia não é ea gente

tem que trazer as habilidades de cada personagem já no título tentei tratar com elas por exemplo triste triste é um termo que lima barreto usava para definir a si mesmo e lifan autor que faleceu muito jovem com 41 anos de idade sofreu muita discriminação tão triste é um termo de lima barreto que quer dizer uma pessoa mais enfim de falecida mais deprimida mas na nossa linguagem popular triste uma pessoa teimosa certo observa olha você é mais um sujeito triste quer dizer que você não desiste então vejam ambivalência visionário visionário pode ser uma pessoa que enxerga

longe cheio de planos mas visionária também um louco que enxerga tanto que não vê a própria realidade e no caso de lima barreto no seu livro mais famoso triste fim de policarpo quaresma é o floriano peixoto quem diz propublica quaresma por que publicar porque ele instituiu tupi guarani como língua nacional flor e não acha isso uma loucura diz policarpo tu és um visionário então vejam a habilidade da palavra visionário pode ser alguém de que enxerga muito à nossa frente que tem projeto visionário pode ser um alienado uma pessoa que não é capaz de ver esses

exemplos aparecem no livro inteiro em uma barriga era considerado na sua época uma voz desagradável num contexto em que ninguém queria falar sobre escravidão todo mundo queria colocar a escravidão no passado de uma barreira que existia nas persistência do nosso racismo existia também e como a nossa república era falha a falava sobre os crimes ideos falava maridos amantes mulheres não as mata por outro lado ele também era contra o fermi nismo porque ele dizia que o feminismo tinha abandonado a causa das trabalhadoras escrevia muito sobre corrupção acusava os jornalistas de serem artificiais acusava os literatos

de serem peroba como ele chamava ou seja de fazer uma literatura só de sobremesa e uma barreira conta a academia brasileira de letras tentou entrar três vezes e cada vez que não entrava falava mais mal dos nossos literatos uma barreto era contra o futebol criou uma liga não teve nenhum sucesso mas ao mesmo tempo ele falava que o futebol criaria a guerra ele escrevia no período entre guerras escrevia nos anos 1900 e 1910 e 1920 entre a primeira guerra é a segunda e ele dizia já ter esse momento como futebol criava muito ódio vejam agora

nesse momento como nós estamos tendo tantos problemas de racismo e tantos problemas de homofobia no futebol então esse é um personagem ambivalente e que vale a pena por conta disso foi um escritor combativo foi um escritor que teve a coragem de transgredir a ele um escritor que nunca foi tão atual neste momento em que a nossa república anda tão falha nesse momento em que a nossa democracia anda quase que patinando de uma barreto mostrou como verdadeiro exercício da cidadania e da democracia é feito com a diferença e com o debate com a provocação com a

diferença eu sou um historiador uma antropólogos todos os moradores têm medo do anacronismo ou seja tem medo de tirar um autor do seu contexto trazer para o nosso mas o caso de lima barreto é quase uma obrigação é a gente entender uma vovó como ele foi uma voz solitária uma voz em transe gente mas que nunca deixou de se bater pela nossa cidadania nossa democracia nesse sentido ele foi uma espécie de dom quixote ou seja ele não enfrentou moinhos mas foi enfrentou mas sd muito simbólico que estava de alguma forma implantado nesta que foi a

nossa república 1ª república mas que persistentemente continua a mostrar como enfim vivemos no entrave que vivemos no com os problemas de uma república que é falha e incompleta e te precisa ser de alguma maneira desafiado por todos nós brasileiros [Música]