grandes jovens e aí Juventude só na tranquilidade de sempre queridos queridas hoje a gente está aqui para falar como sempre sobre obras literárias mas o papo da vez é um papo bem específico e bem especial a gente vai falar sobre um livro é bem difícil é uma literatura bastante complexa mas também é uma literatura muito rica é um livro riquíssimo livro interessantíssimo meu tem muita coisa para falar nós vamos bater um papo hoje a respeito do livro nós matamos o cão tinhoso do escritor moçambicano Luiz Bernardo romana a gente vai falar de um livro pessoal
que na verdade não contém uma narrativa única a gente vai falar hoje sobre uma coletânea de contos são sete contos na verdade oito né mas o último conto é uma questão à parte a gente vai falar disso ao longo do nosso bate-papo Então vamos pensar que são sete mais um beleza e a gente vai falar sobre esses contos então que que a gente tem para falar sobre esse livro aí do ronoana antes da gente começar a trocar essa ideia eu preciso combinar que algo com vocês como se trata de uma coletânea de contos né são
sete textos aí mais um né Então vamos pensar que são oito textos né você vai entender lá para o final esse mais um aí tudo bem O lance é o seguinte até daria para abordar tudo num bate-papo só né num vídeo só daria mas esse bate-papo esse vídeo ficaria gigantesco não é a proposta acho que não funcionaria muito bem então o que que eu fiz eu decidi dividir essa análise em quatro partes nessa primeira parte nesse primeiro vídeo que que a gente vai fazer aqui na parte 1 nós vamos falar sobre o primeiro conto nós
matamos o cão tinhoso e antes disso eu quero trazer também uma introdução eu quero falar um pouco sobre os elementos técnicos a gente vai falar um pouco sobre Guerra de independência isso especial a gente vai falar um pouco sobre foco narrativo qual é qual é que é dos narradores que vão aparecer nos contos enfim um pouco do autor também né você vê que você vai ver que tem um pouco do autor nesses contos Então vamos lá uma introdução mais nós matamos o cão tinhoso nesse primeiro bate-papo aqui e ó Fiquem tranquilos e tranquilas tá os
links para você chegar aí nas partes dois três e quatro já estão aqui na descrição e ao longo do vídeo eu vou deixar esses links passando aqui também no cantinho aqui da tela para você conseguir acessar mas tá fácil é só ir lá na descrição ou clicar aqui nesses nesses cards que você consegue acessar mas meu já tem para você parte dois três e quatro com a análise completona assiste na ordem vai por mim isso faz diferença bom pessoal Beleza depois desse nosso combinado então vamos lá para os nossos elementos técnicos a gente precisa lembrar
de cara então vamos lá de novo estamos falando sobre um livro da literatura moça Bacana Então literaturas africanas de língua portuguesa né assim a gente pensa de forma mais Ampla e de maneira mais específica literatura moçambicana beleza Esse livro foi publicado no ano de 1964 essa data é importante você tá louco essa data é importante demais grave essa data porque ela tem um peso aí gigantesco para para a gente entender todos os contos do livro e olha só eu sei que para muita gente é óbvio Mas não é para todo mundo é importante também a
gente falar um pouquinho sobre Moçambique Que País É Esse qual é que é de Moçambique exatamente meu Moçambique país incrível é um país com uma cultura riquíssima e olha só país irmão em Sim somos irmãos de língua irmãos de idioma tá pessoal Moçambique foi também um país colonizado por Portugal tá então sim né Moçambique tem como idioma como língua oficial a língua portuguesa não não é o único idioma falado em Moçambique existem outras línguas faladas em Moçambique também mas a língua do colonizador permanece como língua oficial né tal qual acontece no Brasil né Moçambique pessoal
fica ao sul do continente africano mas não é um país banhado pelo Oceano Atlântico e sim pelo oceano Índico ou seja né fica na costa leste né fica do outro lado do continente africano um país que fica aí de frente para Ilha de Madagascar né a famosa ilha de Madagascar tá a capital do país é Maputo uma cidade belíssima come-se bem demais em Maputo vou te falar a melhor comida lá é maravilhosa né então é desse país é desse local maravilhoso com uma cultura riquíssima que nós vamos falar ao longo dessa série de vídeos dessa
série de análises aí e pessoal pra gente entender na Essência na íntegra Os Contos desse livro A gente tem que pensar do período muito triste muito pesado da história de Moçambique o período de guerras tá e sim guerras no plural Moçambique pessoal é um país que esteve em guerras assim por muitos anos de maneira quase ininterrupta para vocês terem uma ideia o país esteve em guerra de independência especificamente de independência entre 1964 e 1974 então esse período né Foi um período aí de luta contra o poderio contra o mundo português não é período em que
os caras ainda eram colônia Portuguesa e estavam lutando né para se tornar independentes e você não viu não leu errado sim eu disse mil novecentos e 64 ou seja segunda metade já do século 20 então uma Independência que chegou muito tarde e há muito custo né é um custo altíssimo né uma guerra enfim que deixou um rastro de destruição absurdo agora acontece aqui ok em 74.974 Moçambique se torna oficialmente independente pô que legal bacana Depois de muita luta Independência tá relativa tranquilidade Ok mas em 1977 Olha como essa paz essa tranquilidade dura pouco em 1977
os caras entram em guerra civil aí a sociedade na população civil moçambicana entra em guerra por conta desse vácuo de poder Essa guerra civil se estende até 1992 então a gente tá falando de um país que esteve em guerras né de maneira quase ininterrupta entre 1964 e 1992 com um brevíssimo período de paz ou uma paz aparente tudo bem Por que que esse período é importante né pessoal todos os contos anota isso todos os contos do livro nós matamos o cantinhoso dialogo de maneira muito direta claro que às vezes a coisa mais metafórica né parece
não é uma metáfora mais o diálogo na maioria das vezes era muito direto né dialoga com a guerra de independência então a luta pela independência é o grande plano de fundo de todos os contos meu e quer um detalhe interessante o Luiz Bernardo Romano nosso autor pessoal ele foi membro de um grupo chamado frelimo tá frente de libertação de Moçambique Esse foi um dos grupos que lutaram lá pela independência né então ele lutou diretamente ele tava lá lutando pela independência Ok e lembra da data de publicação do livro 1964 exatamente o ano de início dessa
guerra de independência bom pessoal isso já responde uma grande pergunta né que a pergunta do espaço Qual é o espaço né dos nossos contos o espaço é sempre Moçambique ok né E a gente vai passear por uma série de locais um pouco mais específicos Então você tem ali espaços um pouco mais urbanos né não a gente não chega a falar de grandes cidades né mas a gente tem ali é vilarejos e tudo mais mas a gente também tem ali grandes plantações plantações de milho então a gente pensa naquele local um pouco mais Rural e tudo
mais mas a gente está sempre falando de Moçambique então o nosso espaço é Moçambique e do ponto de vista do tempo claro né tudo vai se passar ali nesse período de guerra de independência Então apesar de nós não termos ali né um ano sendo citado especificamente nos contos a gente pode pensar que tudo vai se passar nesse período é algo entre 1964 e 1974 claro como o conto né como a coletânea né o livro melhor dizendo foi publicado em 1964 a gente pode pensar que a década de 1960 é o nosso período aí ó pessoal
com relação ao foco narrativo nem um grande segredo alguns contos né terão e como narrador um narrador em primeira pessoa mas a gente também tem o narrador em terceira pessoa em Outros Contos Então a gente vai ter uma coisa ali que se alterna ora em primeira pessoa hora em terceira pessoa até aí tranquilo agora a grande sacada é que a gente vai ter um narrador específico um nome específico que vai voltar em Outros Contos então ele narra um dos Contos a gente consegue identificar exatamente Quem é esse narrador depois no outro conto a gente não
sabe quem é o narrador E aí num outro conto num terceiro conto a gente entende que o narrador daquele primeiro conto voltou e que é o mesmo narrador daquele outro conto que a gente não tinha certeza exatamente quem era o narrador Então a gente tem um narrador que vai passear de maneira muito Certeira né não deixa dúvidas vai passear por três contos então dos nossos Oito Contos três tem o mesmo narrador a gente só Descobre isso lendo todos os contos tudo bem é durante a leitura que a gente entende né através de um de um
da citação de alguns nomes de alguns elementos a gente pensa hum agora eu saquei é aquele carinha lá ele voltou a narrar aqui para esse livro eu vou eu vou pedir para vocês Meu tenham contato com a leitura Leiam Leiam pelo menos peguem lá pessoal para dar sabe dar uma olhada tem que ter um contato mínimo com o texto porque a gente tem uma questão linguística aqui muito importante tá apesar de ser um país de língua portuguesa pessoal nós aqui no Brasil temos as nossas especificidades as nossas peculiaridades linguísticas em Moçambique mesma coisa então a
língua portuguesa falada pelos moçambicanos tem Claro as suas peculiaridades especificidades então tem alguns termos que meu a gente não vai entender tá tanto é que as edições desse livro trazem notas de rodapé pra explicar pra gente o significado de uma palavra ou outra e tal que existe naquele contexto especificamente em Moçambique tá então alguns termos meu não tem jeito você vai ficar na dúvida você precisa ter esse contato com a leitura tá e tem um outro uma outra ideia também que é a seguinte aparecem algumas personagens pessoal que não dominam a língua portuguesa ou seja
não dominam a língua do colonizador e falam outros idiomas outras línguas Ok ou não tá isso vai gerar algumas tensões né algumas É algumas comunicações truncadas Às vezes a comunicação não acontece né então a gente tem essa essa comunicação né a língua portuguesa como um elemento extremamente importante aí né então às vezes você percebe que a língua portuguesa que aparece do ponto de vista da gramática normativa tá errada mas espera aí por que que tá errada porque a gente tá falando de personagens que não tiveram acesso a uma educação formal não puderam ir à escola
beleza e uma educação formal pautada no que pessoal pautada na educação do colonizador pautada na língua do colonizador tá então a questão linguística nos pontos é muito importante tem que ter um contato nem que seja mínimo com o texto com o livro não tem jeito bom e pra gente fechar essa parte mais introdutória nessa parte mais técnica a gente tem que falar da estrutura do conto o que que é exatamente isso O que é um conto pessoal um conto nada mais é do que um gênero textual né a gente pode pensar Mais especificamente que é
um gênero literário Ou seja é um modelo de texto né de texto literário marcado por algumas questões estruturais o conto é um texto narrativo né então ele vai contar uma historinha Beleza o conto vai ter ali os seus personagens Vivendo em um tempo e em um espaço específicos o quanto vai ter um narrador vai ter um enredo então a história vai se desenvolver OK tudo isso Beleza mas você tem que lembrar de dois fatores muito específicos Tá além de todos esses que são um pouco mais genéricos tá primeira coisa o conto pessoal é um texto
sempre curto você nunca vai ler um conto de 300 páginas não existe senão por né Por que que não existe porque se tiver 300 páginas por definição já não é mais ponto acabou é longo demais então o conta curtinho existem contos de sei lá duas páginas 3 4 às vezes 10 15 dificilmente você vai ter um conto sei lá de mais de 20 páginas já tá ficando grandão tá então o conto é curtinho outra coisa que é o seguinte a crônica né outro gênero textual a crônica também é curtinha mas enquanto a crônica costuma abordar
situações cotidianas e sempre uma abordagem mais leve às vezes prendendo até por humor nas situações bem tranquilas né cômicas ali do dia a dia o conto não o conto costuma abordar situações que até Podem trazer aí o cotidiano né o dia a dia simples mas o clima do conta é diferente é sempre um clima ou que vai pelo caminho do Mistério ou pelo caminho da tensão pode ter crítica social mas é aquela coisa te pesada intensa Tudo bem pode ser um conto Fantástico naquela coisa do fantasioso do fantasmagórico por exemplo não é o nosso caso
aqui aqui a gente vai ter a coisa da tensão da crítica social do Peso daquela análise intensa da sociedade tá então isso é um conto é esse gênero textual esse gênero literário que a gente tem então no livro nós matamos o cão tinhoso são oito pequenos textos então pra gente analisar aí ao longo dessa série bom E aí sim né meu como eu havia combinado com vocês nessa primeira parte nós teríamos toda essa introdução essa parte mais técnica e também a análise do primeiro conto que leva o título nós matamos o cão tinhoso sim pessoal
mesmo título do livro Beleza bora pra análise desse conto aí número um ó gente nesse conto nós matamos o cão tinhoso o foco nativo é em primeira pessoa beleza ou seja nós temos aqui o famoso narrador personagem então o narrador que faz parte da história ele participa dos eventos age pra caramba tá sempre ali fazendo alguma coisa contando tudo pra gente durante o conta que a gente fica sabendo quem é esse narrador Ou seja você não sabe quem é o narrador logo de cara demora um pouquinho é do meião lá para pro final que a
gente sabe quem é o narrador mas como aqui a gente tá num bate-papo de análise eu vou adiantar essa informação né vou te dar um spoiler beleza e já te conto que o nosso narrador é um garoto né um pré-adolescente ali chamado Ginho tá então grava esse nome pessoal de novo grava esse nome porque o Ginho é o narrador desse conto e o Ginho é o narrador que volta depois ele vai aparecer em outros dois contos Tá mas quando ele aparece no próximo conto a gente não sabe ainda que é ele que tá narrando E
aí depois num terceiro conto a gente entende que era o Ginho naquele outro conto que a gente não sabia quem tava na rã tá então o Ginho na real aparece sem dúvida alguma em três contos grave o nome desse garoto aí é um garoto bem importante por conta desse dessa presença narrativa dele ó esse conto vai ter basicamente três espaços né os grandes acontecimentos Vão rolar ali em três lugares beleza primeiro a gente tem pessoal uma escola tudo bem inclusive o Ginho é aluno dessa escola beleza Tá então a gente tem aí a narração de
de um garoto é uma voz infantil que também é a voz de um estudante de um aluno um aluno ali né dessa escola a gente tem também um clube beleza nesse Clube pessoal a gente vai ter alguns garotos jogando bola e a gente também vai ter alguns adultos jogando cartas né então é um clube em que você tem ali né várias pessoas jogando tudo bem alguma coisa o pessoal tá jogando tá bom e depois você vai ter um terceiro espaço esse espaço é bem tenso que é uma estradinha né uma estrada bem afastada desse Vilarejo
onde ao clube onde fica a escola que é a estrada do matadouro então anota aí já guarda esses são os três espaços desse conto aí e para você não ficar com dúvida em relação ao título tinhoso pessoal pode ser entendido aí de duas maneiras né então esse adjetivo pode ser entendido primeiro como doente né então tinhoso no sentido de japa doente está zoado já tá ali esquisito meio nas últimas Tá mas pode ser entendido também como teimoso né então o cão tinhoso pode ser também o cão teimoso aquele aquela aquele cão que tem uma em
fazer alguma coisa ou estarem em algum lugar de alguma maneira tá entenda tinhoso dessas duas maneiras possíveis aí você vai perceber ao longo desse conto que algumas personagens né geralmente personagens adultas não vão ter nome a gente vai ter essas personagens sendo referidas né sendo citadas somente a partir das suas ocupações das suas funções tá então a coisa da função da ocupação né tendo destaque e a gente também vai ter pronomes de tratamento né para trazer a ideia é sempre de respeito então vai aparecer o senhor professor vai aparecer também a senhora professora vai aparecer
depois do senhor administrador Depois tem o veterinário também olha aí a coisa da profissão da ocupação isso É bem interessante Então isso é muito marcado no conto bom e qual é o cenário a gente tem primeiro essa escola então né E nessa escola pessoal a gente tem alguns alunos alguns estudantes né entre eles o Ginho que é o nosso narrador e a gente tem também ali naquele espaço um cão que é o nosso cão Toso tá esse cão pessoal ele fica ali né ele se abriga ali né numa espécie de poleiro ali né num abrigo
de Galinhas ali do Senhor Professor tal ele se abriga ali e tal não sei o que ele se esconde ali né a galera fica meio incomodada e por que que a galera fica tão Incomodada com a presença dele porque esse cão ele tá doente ele tá cheio de ferida na pele tá então pensa num cão lotado de feridas a ela não curte a presença dele sente nojo tá então ninguém quer o cão por perto o cão é absolutamente desprezado meu tira esse cão daqui que que ele tá fazendo aqui a gente não quer esse cão
aqui perto não e o cão por sua vez mano Pensa num cachorro de boas velho o cão só quer ficar na dele ele é um cão muito pacato muito tranquilão é inclusive ele observa né os outros cães e essa observação é da hora hein Porque ele observa os outros cães e ele percebe que os outros cães eles né conversam entre si eles trocam ideia eles têm amigos e ele não ele é desprezado Então a gente tem um conto aqui que fala também do quê pessoal dessa dessa ideia de pertencimento ou do não pertencimento tá então
o cão tinhoso quer fazer parte mas não faz ele é deixado de lado né ele é ele é excluído pelos outros cães tá um desses cães inclusive se chama Lobo grava esse nome o lobo é importante porque é um personagem que volta depois também tá o lobo também reaparece em outro conto então grava o nome desse cão especificamente aí Lobo é um dos cachorros ali que olha de longe e pensa e esse cão tinhoso aí que que é isso zoado esse cão aí meu ficamos entre nós ficamos entre nós e aí você pensa que é
só entre os cachorros né que tem essa exclusão não pessoal né As crianças excluem o cão-tinhoso também ninguém quer ficar perto né do cantinhoso tá e entre as crianças têm uma exclusão também que é em relação a uma personagem também né uma uma criança uma pré-adolescente ali chamada Isaura tá pessoal a Isaura é uma criança totalmente deixada de lado ela tem um comportamento né meu considerado muito esquisito pelas outras crianças tá a Isaura pessoal inclusive pela própria Senhora professora né pela professora a Isaura a professora dá a entender que a Isaura tem né algum alguma
questão mental e a própria professora deixa as aulas de lado meu essa isso aí é estranha deixa ela ir de lado isso parte da própria professora e é claro que as outras crianças também vão zoar Isaura fala isso a menina aí é nada a ver ela é meio doida eles falam isso da Isaura Olha isso tá deixa mais aula de lado e eles também estranham muito um comportamento das aulas das aulas desculpa em relação a quem ao cão-tinhoso porque porque a Isaura é a única criança que gosta do cantinhoso ela não só gosta ela vai
lá ela cuida ela abraça meio ela gosta do cão tinhoso as outras crianças Inclusive tem nojo da Isaura por conta disso meu mas a hora é uma criança que abraça o cão que tá cheio de ferida tá então ela também é excluída ela é deixada de lado também por ter esse comportamento que distoa de um comportamento que apesar de ser um comportamento agressivo um comportamento que exclui é considerado o comportamento comum é comum é normal excluir o cantinhoso afinal de contas meu tá cheio de ferida quem liga tá então estranha é a Isaura que dá
atenção para esse cachorro zuado aí queridos queridas deixa eu interromper rapidinho aqui bate-papo para aquele nosso recadinho de sempre mais bem importante se você tá curtindo o vídeo meu não esquece de deixar aí o seu like Beleza se inscreve no canal também e ativa o Sininho isso tudo ajuda muito né Eu leio logo escrevo a continuar belezinha procura a gente aí também né na nas redes sociais aí estamos aí no Insta também beleza E tem também podcast procura aí né para você que curte podcast formato áudio estamos aí também nessas plataformas aí de áudio beleza
agradeço demais Valeu E é claro né meu Bora voltar pro vídeo aí corta pra outro espaço a gente tem agora o clube né mudou Bora pensar no clube agora aquele segundo espaço que que tá acontecendo nesse Clube você tem ali né algumas algumas crianças as próprias crianças lá da escola né os adolescentes lá da escola tão ali jogando uma bola tudo certo e você tem também alguns adultos jogando cartas ali e tal e um desses adultos é o senhor administrador homem poderoso né algo que tudo indica lá na narrativa homem branco muito uma figura muito
associada ao colonizador ao português lembra da ideia da colonização Esse é o grande é o grande período né então aquele cara que manda desmanda e esse cara tá jogando cartas Ali quem tá sentado perto dele ali né deitado melhor dizendo ali o cão Toso mano tá de boa na dele não tá fazendo nada velho só tá ali sossegadão o cãoso o senhor administrador jogando cartas de repente bum ele pede uma partida e perde grana quando o senhor administrador perde grana ele fica claro pistola e ele precisa transferir essa raiva essa frustração para alguém Ele olha
para os lados quer dar uma bronca olha pro pros lados Olha para um lado olha pro outro Ele quer dar uma bronca de repente ele olha pro chão e vê quem um cachorro cheio de ferida na pele meu já nas últimas só o pó Ele olha e ele declara a sentença de morte ele olha pro cão e fala esse cão vai morrer tô com raiva ele merece morte tá E aí que que ele faz meu ele chama o veterinário olha o cara que tem uma alta posição tem uma profissão interessante Olha que olha aí Muito
provavelmente também um cara ali muito próximo do senhor administrador então Muito provavelmente também alguém que tava próximo ali do colonizador prestando serviço para o colonizador Olha a coisa do Poder do colonizador ali ele chega ali no veterinário e fala seguinte meu você vai dar um jeito nesse cão eu quero esse cão morto não mas por quê não importa porque cara só mata esse cachorro aí bicho E aí o que acontece pessoal o veterinário que não conta é chamado de o doutor da veterinária mais uma vez ó Doutor não é sempre a coisa do respeito da
impotência Beleza o doutor da veterinária ele não quer cumprir essa função mano o cara vai gastar tempo lá com um cachorro só o pó ele não quer cumprir isso aí então ele transfere a responsabilidade dele então Olha aí a ideia do cara que quando tem uma responsabilidade não está muito afim de cumprir ele faz o quê ele dele o doutor da veterinária querendo ali passar essa missão ele vê as crianças que estão jogando bola criançada lá da escola inclusive talginho ali no meio chegando as crianças e fala Ô molecada o seguinte eu tenho aqui uma
missão para vocês é seguinte vocês vão matar um cachorro aí vocês vão matar um cão que é o cão tinhoso os moleque olha um para o outro Fala oxe doido mas Por que que a gente faria isso velho só porque você quer só porque você quer você mandou Oxe a gente porque vai prestar conta pra você só que ele ele consegue chantagear as crianças porque ele olha para elas e fala meu eu sei que eu sei que vocês têm armas eu sei que vira e mexe vocês pegam aí as pistolas né de vocês e vocês
saem atirando aí em passarinho sai tirando em Coelho sai tirando em tudo que é bicho eu sei disso né Então ou vocês matam ansioso e eu finjo que eu não sei de nada ou eu denuncio vocês para todo mundo pros pais para as mães para todo mundo para as autoridades E aí vocês vão ver o que é bom e aí que que vocês vão fazer é lógico que a molecada topa né quer dizer pra eles melhor isso do que o cara denunciar e ele se darem mal tá então eles topam mas aqui tem um detalhe
interessante também perceba pessoal que o fato das Crianças pegarem em armas não é exatamente o grande problema o grande problema é eles atirarem ali né num Coelho num passarinho e tal mas o doutor da veterinária não questiona exatamente o fato de que mudanças pegam em armas tá porque porque esse é o contexto da Guerra de independência tá num contexto de guerra no caso aqui de independência até crianças pegavam em armas então a gente também tem essa essa denúncia aí que parece Sutil mas quando a gente pensa nela um bem pesada bem pesada ah pessoal detalhezinho
importante tá em relação ao mandante do crime né o cara que mandou aí né assassinar o cão tinhoso nesse caso específico a gente tem uma breve referência ao nome tá é o senhor Duarte beleza Tá mas isso surge como uma grande exceção de maneira geral os adultos aí né são referidos a partir Como eu disse das suas ocupações mas sim né esse cara assim tem o nome né é o senhor do Duarte E aí surge o terceiro espaço da narrativa né a estrada do matadouro porque a molecada pega ali o cão tinhoso leva pra essa
estrada na estrada do matadouro com a intenção de chegar em algum ponto e meio dar vários tiros mesmo né e matar o cão né amando lá do doutor da veterinária que por sua vez estava agindo amando né do senhor administrador Ok então eles vão lá o jinho tá no meio ele tá contando tudo pra gente eles vão andando e tal né o problema pessoal é que durante o trajeto o Ginho começa a repensar ele começa a se sentir mal e ele começa meio que se arrepender né então ele tá pensando mano não quero fazer isso
não quero para quem matar o cão não é necessário também gente matar o cão tinhoso para quê tudo bem ele tá cheio de ferida mas matar também será que a gente precisa matar o cão oh meu Deus do céu será então ele começa a entrar num processo ali de conflito interno o Ginho não quer fazer isso e é muito louco porque com medo de simplesmente falar gente eu acho melhor não matar o cão né ele não quer comprar essa briga com medo de ser zoado pela mancada Então olha que interessante também né porque o Ginho
também tem essa necessidade de ser aceito tá ele poderia nem te falar ó não vou participar disso estou fora Beleza se vocês quiserem fazer Ok acho zoado mas eu participar disso não vou mas ele não consegue porque porque ele também tem que fazer parte do grupo tá então tem a coisa da aceitação do pertencimento então ele começa a inventar um monte de desculpa tá várias desculpas ele fala ô gente é o seguinte e se eu cuidasse do cão não é uma boa ideia eu posso levar o cão para casa eu cuido das feridas dele né
depois ele chega falar oh gente tá meio tarde não sei se vai dar tempo de eu ficar aqui né Para dar vários tiros no cão então Deixa ele comigo eu levo para casa tá tarde ele começa a dar umas desculpas e tal e é o pessoalzinho começa a estranhar nessa molecada tem um menino chamado Kim o Kim pessoal é tipo o líder do grupo tá pensa num menino assim esquisito beleza é estranha a presença dele né Ele é o líder do grupo e o Kim fica pistola indignado com essa história do Ginho não querer que
o cão seja assassinado tem um detalhe aqui que é bem interessante hein apesar do narrador não afirmar né com todas as letras por meio dos diálogos a gente consegue deduzir consegue inferir que o Kim o líder desse grupo aí é um menino branco tá e as outras crianças os outros meninos são meninos pretos isso É bem interessante tá E ele trata os outros meninos super mal tem um racismo aí muito forte também tá então ele ele trata os outros meninos como pretos Mas então pejorativo ele usa humilha por conta disso Olha isso tá então de
novo Olha a coisa do colonizador né olha a representação do homem branco né mandando no homem negro no homem preto ali naquele contexto de colonização Então tudo isso também materializado ali no Kim tá então ele não aceita ele fala meu a gente vai fazer isso sim o jinho para aí com essa frescura cara os outros meninos começam a comprar essa ideia também de que talvez não seja tão interessante matar o cão tá mas o Kim que é o líder diz que tem que matar assim até que por fim o jinho decide abrir o coração então
ele joga real e diz pessoal eu vou jogar Real eu vou falar a verdade eu acho que não tem que matar mesmo eu não quero matar eu tô me sentindo mal e ele começa a chorar ali tá E aí o Quem começa a zoar e fala meu você é um Olha o termo que ele usa tá então a coisa né fica muito pesa nada olha os estereótipos os preconceitos tá nisso os outros meninos que até estavam comprando a briga eles entram na zoeira tá então eles poderiam comprar briga mas não compram porque tem também a
coisa do pertencimento então eles começam a zuar também é não sei quem não sei o quê e aí eles não só decidem que sim eles vão matar o cão é o cão tinhoso como eles dão um castigo para o Ginho o Ginho agora vai ser obrigado a dar o primeiro tiro bom meu com a arma em punho né o Ginho ali assim num conflito absurdo ele fecha os olhos e atira na mas não conflito absurdo né quando ele atira a galera ouve um grito quando ele abre os olhos ele percebe que meu tiro não acertou
em nada não pegou em nada nem ninguém tá beleza Ufa menos mal e o grito vinha das aura a Isaura apareceu ali do nada né indignada Como assim vocês vão matar o cão tinhoso tá E aí a molecada Fala meu não acredito que Isaura tá aqui aí é que o caldo vai entornar mesmo mano a Isaura se agarra ao cão tinhoso fala Vocês não vão fazer isso com ele vocês não vão fazer isso com ele o Ginho não sabe o que tá acontecendo ele só quer chorar a molecada vai lá e arranca Isaura assim meu
de maneira forçada eles são Mega agressivos com ela arranco a Isaura jogam a Isaura ela ainda fica ali olhando tudo mas meio de longe e aí eles decidem agora então vai ser o seguinte todo mundo vai atirar o mesmo tempo porque acabou a palhaçada Bora tirar e matar esse cão logo porque isso aqui Já meu já passou dos limites vira uma palhaçada já Olha esse ambiente opressor racista machista Olha o contexto da colonização olha contra o quê esses essas pessoas estavam lutando né de maneira mais direta nessa guerra de independência né a gente tem uma
série de metáforas para esse ambiente aí colonizador bem pesado esse ambiente aí aí Primeiro eles fazem uma contagem né ah um dois três é no três Ninguém atira inclusive o Kim né que agita agita agita mas não atira também aí quem fala ah vamos lá vai aí um dois três bum Aí sim todo mundo atira e meu o cão tinhoso é fuzilado cara tá o cantinhoso é fuzilado depois disso pessoal a gente tem um grande silêncio Ninguém fala nada inclusive o Kim fica quieto né a Isaura só consegue correr e abraçar o Ginho ela agarra
o Ginho porque de maneira muito sensível ela percebe que o Ginho tá fazendo aquilo de maneira forçada então talvez ele seja o único né sensato minimamente sensato ali ele também abraça mas ela agarra com muita força Ele abraça de volta meio sem jeito né sem saber o que tá acontecendo e paira ali um grande silêncio inclusive na volta né na estradinha Esse silêncio continua eles vêm voltando ali pro Vilarejo né ali na pela estrada do matadouro num Grande Silêncio Ninguém fala nada bom pessoal E aí ao final do conto nós temos uma cena que é
ao mesmo tempo interessante mas muito cômoda porque nós temos uma na sala de aula lembra do ambiente da escola nós temos ali a professora a senhora a professora aplicando um teste né uma avaliação e nós temos o que impedindo cola para o Ginho então ele chega e falou jinho desculpa aí cara o que aconteceu lá é eu fiz aquilo porque o doutor da veterinária mandou foi só por isso tá mas eu não tinha nenhuma intenção ruim não tá ele tava arrependido Tava nada ele só queria cola isso faz a gente pensar primeiro o Ginho devia
ser um bom aluno né para o que impedir cola pra ele tá então é importante pensar que ele era um bom aluno lembra que ele vai voltar depois essa informação é interessante né mas nos faz pensar também que nada mudou que que aconteceu depois de matar o cantinhoso nada não mudou nada adiantou nada e qual é a grande representação de tudo isso pessoal tá essa cena final em que nada muda tá tudo continua do mesmo jeito representa o quê gente seguinte Entre várias interpretações aí que você vai ler já deve até ter lido aí né
pelas internets tá tem duas que eu quero destacar uma é até mais cristalizada beleza até mais engessada ou seja né ela circula muito aí né pela internet e tudo mais e é uma interpretação válida tudo bem show de bola beleza mas tem uma outra que não é tão divulgada né tem aí poucos materiais que trazem isso mas é bem interessante também beleza né Tem algum alguns artigos que traz essa interpretação primeiro Vamos pensar nessa mais mais cristalizada mais comum né pessoal a gente pode pensar que o cão tinhoso representa o próprio colonizador o homem branco
português colonizador tá que já tá velho já tá zoado né por isso aí a pele né o conto fala muito dos olhos do que eu tinha uns né olhos claros fala sempre do olhar né o olhar o olhar olhar Então tá né E aí seria uma metáfora nesse sentido né como se o nosso autor tivesse dizendo Espera aí a gente precisa eliminar esse colonizador Mas será que a chave é matar o colonizador velho Será que é isso a gente tem que eliminar na base da pancada tem que matar tá vamos pensar nisso então e aí
as crianças vão lá e de fato matam e depois que eles matam o que que muda mesmo é nada né Isso parece covardia parece omissão e gera uma frustração né a gente vai lendo Os Outros Contos você vai ver que em alguns contos fica uma frustração mas essa frustração fica do ponto de vista dos jovem mas do ponto de vista dos mais velhos que vão aparecer muito nos outros contos a gente vai entender que não é frustração não é covardia Não é uma missão é omissão é o quê pessoal é cuidado a estratégia essa é
uma interpretação possível Tá mas tem uma outra também qual é essa outra aí pessoal a gente também pode pensar que o cão tinhoso representa Na verdade o moçambicano descendente dessa relação aí pessoal entre o moçambicano na colonizado ou entre a moçambicana colonizada e o homem branco português tá porque pessoal a colonização já tá lá tanto tempo né que nós já tivemos tempo suficiente para ter aí né descendentes né pessoas né que nasceram e a gente teve o filho teve o neto teve o bisneto né nesse contexto de colonização né então esses olhos mais claros podem
ser também os olhos claros de uma samba filho né dessa dessa desse encontro forçado entre Moçambique e Portugal e aí nesse sentido pessoal olha só a gente tem o senhor administrador que dá ordem uma em branco né o doutor da veterinária que dá ordem uma em branco a gente tem ali o Kim um moleque branco também né E todos os moçambicanos homens pretos que vão ali né obedecendo essas ordens Nesse contexto de colonização e tal e no final das contas né acabam se matando entre si é como se o nosso autor tivesse dizendo de novo
a mensagem no final das contas é a mesma né jovens é preciso agir com cautela com cautela tá então seja qual for a interpretação a mensagem é a mesma e a gente vai conseguir confirmar essa mensagem de cautela de cuidado ao longo dos Outros Contos beleza tá Então pessoal ficamos por aqui tá mas a gente se encontra aí nos próximos bate-papos aí nos próximos vídeos nas próximas análises tá tem ainda partes dois três e quatro espero você lá belezinha tamo junto é nós valeu e tchau