23ª aula - A Cannabis sativa L. na mídia - Gustavo J. C. Maia

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MovReCam
► Para enviar a presença dessa aula acesse: https://forms.gle/qefGRcAJbEcLEj4y8 ► Para acessar o c...
Video Transcript:
[Música] [Aplausos] [Risadas] [Risadas] Olá sejam bem-vindos a mais uma aula da nossa 11ª edição do curso sobre uso terapêutico da cannabis ativa só Gabi da Ines estô aqui para apresentar Mais uma aula aula que a gente tá chegando na reta final né Apesar que tem aulas muito interessantes E esperadas aí nos próximos dias como a aula de cultivo e a aula de extração mas a gente tá chegando na reta final do nosso curso e hoje a gente vai falar sobre a Cannabis na mídia e para essa aula a gente não podia receber nada menos do
que o Gustavo Maia o Gustavo que é diretor e um dos idealizadores do cannabis monitor que é autor de um livro também que pesquisa a cannabis na imprensa né como a cannabis é retratada na imprensa no Brasil através da história então um livro muito interessante Eu já li recomendo inclusive e espero que vocês gostem da aula de hoje a gente se vê na próxima terça-feira E aí com essas aulas aí esperadas a gente começa primeiro com cultivo depois na semana seguinte a gente fala de extração então espero que vocês gostem da aula de hoje é
é um prazer ter o Gustavo conosco e e a gente se vê em breve Olá bom dia boa tarde ou Boa noite a todos todas e todes eu me chamo Gustavo Maia sou Historiador e tô trazendo para vocês hoje aqui uma aula sobre história cannabis e mídia no Brasil né Vamos tentar explorar um pouco aí como que se deu ao longo da história a interação né dos da comunicação dos meios de comunicação com essa planta aqui no Brasil antes de me aprofundar mais à frente né Eu queria fazer um agradecimento aqui ao a Unifesp e
a mcan em nome da Cristina Segato da Elana Rodrigues e da Gabriela dain pelo convite dizer que é uma honra est aqui poder tá nesse espaço contribuindo eh trazendo um pouco né compartilhando com vocês um pouco do conhecimento que eu venho adquirindo nos últimos anos fazendo pesquisa sobre essa temática então dizer que é um grande prazer est aqui espero contribuir e oferecer mais informações novas né e mais repertório para vocês que estão fazendo essa 11ª edição desse curso que é o Marco né na história recente da maconha no Brasil muito importante que já foi informando
aí milhares de pessoas nos últimos anos então uma gratificação né uma gratidão muito grande por est aqui nesse espaço bom eh eu sou mestre em história social pelo frj né sou graduado em história pela frj e também fiz o mestrado em história social lá e nas duas formações desenvolvendo pesquisa sobre maconha na imprensa no Brasil que é um pouco do que eu vou apresentar aqui para vocês hoje né atualmente eu sou um pesquisador bolsista pap perge vinculado ao núcleo de pesquisa em psicoativos e cultura que é o psic Cult que é um subprojeto de pesquisa
do Instituto de estudos comparados em administração de conflitos da Universidade Federal Fluminense um grupo de pesquisa multidisciplinar né de pesquisadores que estão aí se dedicando a Pesquisar temas relacionados à substâncias psicoativas eh integrado né A questão da cultura e também sou criador do projeto de comunicação canabis monitor Brasil e produtor do podcast maconh ess são as minhas credencia iis aí eh nos últimos anos né eu venho pesquisando sobre esse tema como eu falei né pesquisando sobre maconha na imprensa no Brasil eh e muito do que eu vou apresentar para vocês hoje aqui é resultado dessas
minhas pesquisas né Eh o resultado da minha pesquisa de mestrado é esse livro aí o livro A maconha no Brasil através da imprensa canhamo cannabis pango de amba nos jornais antes da proibição resultado da minha pesquisa de Mestrado eh e queria falar um pouco assim sobre o que que me motivou né A estudar esse tema né Por que que eu fui pesquisar maconha na imprensa no Brasil e um dos motivos é o fato de que por tá na área da história né e interessado em pesquisar sobre esse tema na área da história me incomodava muito
quando eu tinha acesso aos conteúdos sobre essa temática percebi que as o que chegava pra gente né O que era acessível de compreensão sobre a história da maconha era sempre uma história da maconha americanizada né sempre com uma perspectiva norte-americana de como que se deu essa interação E como que se deu o processo de proibição e me incomodava né senti a falta de ter mais elementos da história brasileira né Então queria ir atrás de entender e compreender as particularidades da história brasileira com a maconha né Então nesse decorrer de pesquisa fui parar lá no século
XIX estudando eh como que os jornais mencionavam né representavam Falavam sobre a maconha no período antes dela ser proibida aqui no Brasil né que representações eram feitas sobre ela antes da ela vira a ser proibida né que movimentos que foram feitos para ela chegar a esse ponto de quererem proibir ela no Brasil Então eu fui atrás de investigar isso e vou trazer um pouco dos resultados dessa pesquisa para vocês hoje aqui eh e o que que a gente vai ver na aula né O que que eu preparei aqui para para mostrar para vocês e já
adianto que eu vou tentar passar aqui por vários temas né vou tentar percorrer aqui três séculos mas já adiantando que a gente tem um limitação de tempo aqui né de 1 hora 1 hora e me no máximo para apresentar essa aula e que a gente poderia falar aqui muito mais horas né a gente poderia falar semanas a gente podia falar meses um semestre inteiro só aprofundando nessa interação né entre os meios de comunicação e os sentidos da doap planta aqui no Brasil e no mundo então vou passar rapidamente por todos esses tópicos mas eh já
dizendo que existem outras maneiras de aprofundar né e eu já me coloco à disposição também para quem tiver interesse em aprofundar temas que a gente não vai ter tanta oportunidade aqui então o que que a gente vai ver né que que eu vou tentar passar aqui vou tentar passar por um breve histórico da cannabis e seus usos pela humanidade né então vou sempre tá tentando contextualizar historicamente essas informações que eu vou trazer para vocês aqui e vou tentar trazer desde lá de trás né tentar contextualizar um pouco pra gente entender quais os sentidos que foram
dados da planta aqui no Brasil como que ela chegou aqui por quais caminhos né como que ela se dispersou pelo mundo como que ela foi introduzida aqui no Brasil e as representações que foram dadas a elas nos jornais durante o Séc século X né para depois a gente fazer a virada pro século XX falar um pouco do da construção do paradigma proibicionista do início do século 20 né que o movimento que foi feito para proibir substâncias né entre elas a maconha uma um movimento que foi bem sucedido né Eh E como que se deu aqui
no Brasil uma certa cruzada intelectual né de pessoas influentes no meio acadêmico no meio social no meio cultural para que a maconha Viesse a ser proibida né uma campanha antimaconha e depois disso né já no século XX também no a partir da década de 30 e com a proibição a gente o desenvolvimento de uma política pública Nacional né de repressão a maconha seu comércio seu consumo né E depois como que se desenvolveu praticamente meio século que eu tô aqui abreviando para baixo né mas mais que isso né de perseguição e demonização midiática de uma narrativa
criminalizante né e estigmatizante da planta que a gente convive com ela até hoje vou falar um pouco sobre movimentos que surgiram de contracultura já na segunda metade do século XX e o surgimento de um movimento de contestação a proibição né e de advogar pela legalização da maconha Como queo se desenvolveu aqui no Brasil e como que os meios de comunicação dialogaram com isso né até a gente chegar no século XXI até os dias atuais e como que a gente tá desenvolvendo esse campo aqui no Brasil como que a mídia vem acompanhando né E essas novas
narrativas e novas formas de comunicar que existem hoje que tão fazendo frente aí o discurso proibicionista né o discurso que sempre contribuiu paraa manutenção da proibição da planta no Brasil Então vou tentar passar por tudo isso espero que a gente consiga ser bem sucedido eh então começando com o breve histórico da maconha dos seus usos né fazendo resgatando lá para trás desde período neolítico Né desde detal da pedra que os seres humanos vê interagindo com a maconha e a partir do momento que passaram a domesticar ela né ao mesmo tempo que eles começaram a domesticar
outros ve Tais outras plantas inclusive animais né o ser humano vem interagindo com a cannabis sativa e de lá para cá né então a gente tem registros de mais de 2000 a 4000 anos eh antes de Cristo de elementos né que indicam que os seres humanos já faziam interações com a planta para diversas finalidades e já quando a gente tá chegando no período do século I antes de Cristo né nesse período que a gente dá essa virada no nosso calendário eh gregoriano eh a gente já tem vários registros de uso da cannabis eh para confecção
de papéis para confecção de cordas uso na alimentação eh como medicamento e ela vai se dispersar de forma mais Ampla pelo mundo da Ásia Central né que é essa região de onde ela é Nativa vai começar a se dispersar mais por volta do ano 1000 eh depois de Cristo né E até os dias atuais ela segue se expandindo ao redor do Globo né mas inicialmente né Depois que ela sai dessa região da Ásia Central da China da Índia do Nepal onde ela eh diz né que ela é disse que ela é Nativa ela vai se
dispersar pro Oriente paraa Europa e pra África e cada uma dessas regiões vai ter uma relação diferente com a planta né nesses períodos né então enquanto na Europa eh os europeus desenvolveram a planta para tirar benefícios da dela a partir das suas fibras né e o uso do que se convencionou chamar de cânhamo né pra gente aqui em português eh um uso industrial da planta né o uso da o beneficiamento da planta para tirar o melhor proveito dela para em relação às suas fibras para produzir roupas tecidos cordas lonas eh e etc então desde muitos
séculos atrás os europeus já vem interagindo com a planta nesse sentido enquanto que no Oriente os povos do oriente interagiram com a planta de outras maneiras né E principalmente no seu uso para fins entorpecentes e fins terapêuticos e principalmente através do da sua resina né Principalmente do rxe e de outras formas de extrações de infusion momentos em alimentos e bebidas então faziam um uso da planta com outro propósito e através da ingestão principalmente né enquanto que na África o o uso que se prevaleceu né E que se desenvolveu foi o uso fumado o uso das
flores e das folhas secas da planta através do fumo em cabos Secos e cabos d'água eu ou seja os africanos né que desenvolveram essa tecnologia que é tecnologia mais usada hoje né até hoje dias de hoje para consumir maconha que é se consuma através do seu fumo né E nomenclaturas que eram usadas para nesses territórios durante esses períodos né para se referir à planta né enquanto na Europa a planta era referida como cânhamo eh com essa finalidade né de de uso da sua fibra no Oriente os nomes conhecidos eram haxixe kif madun e Bang que
davam nome para esses preparados né para essas extrações que eles usavam nos seus alimentos e bebidas eh enquanto que na África os nomes que prevaleceram foram diamba liamba e Daca entre outros né esses são os mais populares em cada uma dessas regiões e como que a planta chega no Brasil né ela vai ser introduzida aqui de duas maneiras né ela vai ser introduzida aqui principalmente através dos europeus dos portugueses né A partir do momento da da ionização antes disso o Brasil não tinha contato com a cannabis eh não é uma planta nativa daqui e ela
vai ter uma entrada aqui através dos europeus e através dos africanos mas com contextos e possibilidades Diferentes né Eh os europeus eles vão trazer para cá a maconha sobre a nomenclatura de canhamo e de cannabis índica e passeando rapidamente aqui pela pelo para contextualizar cada um deles né Eh o Camo já era de séculos né como tinha falado uma matéria-prima útil pros europeus né uma planta útil PR os europeus principalmente por causa do das fibras e essa fibra né Essa essa planta se tornou uma matéria-prima muito importante e estratégica eh tanto no campo militar quanto
no campo comercial Mercantil né Nos períodos da no período das grandes navegações né que os europeus se lançaram nos oceanos aí em busca da Conquista de novos territórios da colonização de novos territórios pelo Globo e eh esse esse movimento né pelos Mares né de de desenvolvimento de uma Indústria naval forte eh levou muito em consideração o uso do camoo né então assim o camoo era uma matéria fibra muito importante estratégica Nesse contexto naval vamos dizer assim né porque fornecia as cordas para as embarcações as velas das embarcações as lonas os sacos de mercadorias as roupas
dos Marinheiros então todos os países que se lançaram nessa empreitada de conquista né e de colonização de novos territórios de ocupação de novos territórios eles empreenderam esforços para cultivar o câo né Eh e esses esforços foram empreendidos de diversas maneiras né tanto lá na na nas metrópoles quanto nas suas colônias e quase todos eles né Portugal Espanha França Inglaterra Holanda todos esses países eles eram de alguma forma dependente do camo Russo a Rússia era um grande produtor de camo durante esses períodos do século XVI X9 e fornecia né o câo para para todas essas Nações
marítimas mesmo elas empreendendo esforços para desenvolver seu próprio câo elas nunca conseguiram ser autossuficientes eh nessa produção para conseguir produzir a mesma qualidade do câo que a Rússia conseguia produzir então eles absorviam a produção interna mas ainda assim sempre estavam eh importando né o câo russo para dar conta das suas necessidades e eh essa via de entrada né aqui no Brasil vai ser disseminada por aqui porque os próprios portugueses vão Eh empreender esses esforços aqui no Brasil né então tem algumas algumas uns fatos conhecidos talvez alguns de vocês já tenham ouvido falar da real Feitoria
do linho camo que foi um empreendimento estatal né da coroa portuguesa no Brasil para cultivo e beneficiamento de maconha para para fornecer cimo pra marinha brasileira e paraa Marinha portuguesa né Eh e além da da real Feitoria do linho camo também foi esse Esse empreendimento também foi feito na real Feitoria de Santa Cruz no Rio de Janeiro e para além disso a própria coroa portuguesa depois do Império Brasileiro quando o Brasil se separou de Portugal eh empreenderam esforços no sentido de distribuir sementes então encontrei vários registros durante as minhas pesquisas eh de iniciativas da coroa
de distribuição de sementes entre os agricultores de várias províncias do país e não só a distribuição da semente mas também distribuição de guias de cultivo né para ensinar esses esses agricultores a cultivar o canho incentivar que eles cultivassem para atender as demandas da coroa né e eh depois a gente vai ver mais à frente um pouco disso eh que o câo ele era muito importante e muito valorizado porque era considerado uma fibra superior às outras fibras vegetais disponíveis né então Eh por isso tinha todo esse caráter de importância e depois a gente vai aprofundar um
pouco mais na frente para além do camo né esse esse viés Industrial que veio junto com os portugueses a planta também veio através do seu sentido medicalizante né medicalizado né que vinha com a nomenclatura de cannabis índica isso se deu principalmente a partir do segunda metade do século XVI a partir da metade do século perdão do século XIX né Por volta de 1840 1850 1860 que começa a chegar no Brasil produtos industrializados ou manufaturados né Eh a base de cannabis para tratamentos de doenças para fins medicinais né então isso se deu muito por causa do
intercâmbio de médicos inglêses e principalmente franceses nas possessões coloniais que esses países tinham eh na Ásia né E principalmente na Índia na China na na região do Oriente Médio onde os médicos ingleses e franceses tiveram contato muito próximo com o uso do riste muito disseminado entre algumas dessas populações e levaram o haxixe e a planta a cannabis Bis índica né paraa Europa para ser estudada e foi incentivado o seu estudo e já na metade do século XX já tinham vários Laboratórios franceses e ingleses eh produzindo medicamentos à base de cannabis e exportando para vários lugares
do mundo inclusive pro Brasil né então a gente vai encontrar aqui vários registros da circulação de medicamentos de extratos de tinturas de óleos eh de cigarros à base de cannabis sendo vendidos comercializados e propagandeados aqui para combater essas doenças a gente vai poder aprofundar um pouco disso mais na frente também e a outra via de entrada aqui foi através dos africanos que vieram escravizados de África né E apesar de existir uma corrente que afirma que os escravizados trouxeram com eles a planta para cultivar aqui né ou trouxeram sementes eh a gente não tem nenhum registro
histórico que comprove né que isso se fato aconteceu é provável que possa ter acontecido mas a gente não pode afirmar historicamente né então isso é contestado dentro do da historiografia se foram os próprios africanos que trouxeram a planta consigo já pensando em disseminar o seu cultivo aqui mas a gente pode afirmar que e assim também é muito difícil afirmar que eles trouxeram a planta e semente porque eles vinham em condições muito desumanas para cá né as condições do tráfico negreiro eram muito difíceis e a gente sabe que eh o percentual de perdas era muito grande
né cerca de 1 terço dessa mercadoria né porque esses seres humanos eram considerados mercadoria nesse período da escravidão eh era perdido né então assim morria cerca de 1 ter das pessoas que estavam vindo devido às condições degradantes que eles eram submetidos né E muito provavelmente se eles provavelmente conseguiam trazer algum tipo de coisa com eles né se eles trouxessem sementes de canabis com eles para cultivar no Brasil entende-se que Muito provavelmente eles comeriam essas sementes né até porque pelo fato da da semente de cannabis ser um super alimento então eles vinham em condições de privação
tão grandes que dificilmente conseguiriam preservar né sementes por tanto tempo durante a travessia então dificilmente eles trouxeram as sementes com eles eles trouxeram as plantas com eles mas eles trouxeram conhecimento da planta né já interagiam com a planta em África há alguns séculos e tiravam todos os proveitos que a planta poderia oferecer para eles né tinha uma interação grande então existem vários registros dessa interação dos africanos com com a planta né então quando eles vêm para cá eles vêm conhecendo a planta a planta é parte do cotidiano deles é parte do o costume de vários
tribos e vários povos que vieram para cá então eles trazem esse conhecimento e encontram a planta por aqui né porque os próprios portugueses estavam disseminando aqui e quem eram os trabalhadores que trabalhavam a terra eram os escravizados então eh uma vez que tiveram contato com a planta aqui passaram a usar a planta para da forma que conheciam né E para tirar os proveitos que eles gostariam que era esse uso através do fumo e aí contextualizando um pouco a imprensa né que é o que é o foco do nosso conversa Vera aqui eh o Brasil ao
contrário das outras colônias europeias aqui na América ele vai demorar mais de 300 anos para instaurar a imprensa né as colônias espanholas poucas décadas após a ocupação dos espanhóis aqui na América já implantaram suas imprensas locais né para disseminar as informações dentro daquela localidade mas o Brasil isso não podia acontecer né Portugal proibia que houvessem a circulação de impressos aqui no Brasil isso só foi acontecer com a família da com a família com a chegada da família real Portuguesa no Rio de Janeiro quando eles estão fugindo de Napoleão vem para cá em 188 é que
o Dom João vai instaurar a primeira prensa tipográfica no Brasil que vai começar a rodar os primeiros impressos aqui né então só a partir desse momento que a gente vai ter eh impressos circulando aqui antes existiam impressos que circulavam plestin m né mas o desenvolvimento de uma imprensa local uma imprensa brasileira só vai se dar a partir desse momento né e mais principalmente a partir da década de 20 do século XIX 1820 que vão começar quando cai a censura prévia porque quando a a imprensa restaurada aqui no Brasil ela vem junto com a censura prévia
então só era publicado que fosse passasse pela malha fina da coroa né Não podia haver nenhum tipo de crítica contestação à coroa então Eh isso dificultava muito a a circulação de ideias diferentes né do que fosse a o a mensagem oficial da coroa mas a partir da década de 1820 a censura prévia cá e começam a pipocar novos impressos e novas prensas tipográficas em outras províncias do Brasil o desenvolvimento da nossa imprensa por aqui que foi um desenvolvimento lento durante eh o século XIX né então assim poucas Nem todas as províncias tinham prensas tipográficas e
tinham impressos circulando naquela localidade ah as quantidad de pessoas que Liam também era uma quantidade pequena né então isso tava restrito a um círculo das elites letradas né que tinham eh estudo e que era uma percentual pequeno da população mas existia uma tradição de oralidade muito grande no Brasil né Depois desses 300 anos de não circulação de impressos existia uma rede uma malha né uma cultura eh oral muito forte então mesmo com o advento da Imprensa e com a circulação dos impressos as pessoas que não eram letradas também se inseriam dentro do debates que ocorriam
dentro da na imprensa né que eram feitos pela imprensa porque as informações circulavam nos espaços de sociabilidade e integravam as pessoas não letradas dentro dos debates públicos que estavam acontecendo por ali né Eh e qual a importância de trazer aqui esse contextualização histórica e entender eh a importância da Imprensa pra gente entender a história por uma perspectiva histórica dos historiadores né É É essa percepção que a gente tem da da Imprensa não só como um mero repositório né de informações aleatórias que circulam diariamente e amanhã já passou na verdade a imprensa ela se tornou né
nesses últimos séculos uma instituição Central na vida das pessoas né na vida da nosso da nossa forma de viver moderna né uma força ativa do capitalismo que produz hegemonia que produz Imaginário social que produz referências homogêneas que cristaliza mentalidades e formas de pensar a respeito de determinados temas constitui modos de vida consciência histórica articula e divulga projetos valores ideias comportamentos ou seja o que circula na imprensa tem o poder de formar mentalidades né de formar eh o que a gente chama de Imaginário social né que que tem uma particularidade muito importante em relação à planta
né em relação à maconha que a gente vai poder ver conforme a aula for passando eh então a a imprensa tem esse poder de construir hegemonias formas de pensar né E durante muito tempo hoje a gente faz uma contestação né do que circula na imprensa essa contestação É muito visível muito forte mas durante muito tempo o que circulava na imprensa tinha um caráter de credibilidade muito forte né de verdade muito forte né Principalmente nesse período que que não tinha ainda um desenvolvimento industrial da Imprensa que era feito de forma mais artesanal e mais crítica né
era um espaço de arena de disputa de ideias nesse período aí do século XIX eh e eu fui me debruçar nisso aí né então na minha minha pesquisa buscando sobre como que a maconha circulava na imprensa eu fui pesquisar encontrar a maconha pelos termos de canha cannabis pango e de amba principalmente porque o termo maconha ele só vai se popularizar no Brasil a partir do século XX das primeiras décadas do século 20 antes disso essa nomenclatura pouco se encontra sobre a maconha sendo chamada desse com esse nome né esse nome é ele é oriundo da
região do Sergipe da Alagoas e vai vir para cá eh e se popularizar no no sudeste do Brasil em outras regiões do Brasil depois que acontece os o êxodo rural né a partir da década de 30 no Brasil do século XX a gente vai ter uma disseminação maior e vai ter também esse Polo aí eh Sergipe e Alagoas como Polo fornecedor de maconha pros grandes centros Então essa nomenclatura vai se popularizar mas antes disso eu fui encontrar a maconha nos jornais com esses nomes né com o nome de Cambo canabis pambo de amba e vou
tentar passar um pouco sobre como que dos resultados né do que que eu encontrei de da planta e os sentidos que eram dado para elas durante esse período então começando com cam né como já Adiantei um pouco então o câ era uma matéria prima estratégica né Muito importante tanto pro campo militar quanto pro campo Mercantil porque abastecia essas embarcações que faziam essas rotas comerciais né E essa defesa militar dessas Nações que tavam em em períodos de conquista né e guerreando entre si para colonizar esses territórios e o os nativos desses territórios né Eh E era
uma fibra considerada superior às demais fibras vegetais né pela sua força pela sua tenacidade pela sua durabilidade então durante esse século XIX aí eu também pude encontrar diversos registros em jornais e revistas brasileiros durante todo o século sempre com representações positivas da planta né e referenciando o camoo com esse grau de superioridade em relação às outras fibras né inclusive encontrei registros de debates nas Arenas de poder político né na Câmara dos Deputados debatendo incentivos ao cultivo do câo ou incentivo para empresários estabelecerem eh fábricas para eh de cordoaria para para produzir cordas a partir do
fio de camoo né então esses debates aconteceram nas principais esferas de poder político e era um consenso Entre esses Esses deputados de que era preciso investir no cultivo era preciso dar incentivo para os empresários eh desenvolverem indústria do camo aqui no Brasil porque para ter uma Marinha da grandeza do Brasil uma Marinha forte uma Marinha poderosa era preciso investir no canhamo né então encontrei diversos desses registros né e encontrei esses registros que corroboram o incentivo do cultivo aqui né da da da distribuição de sementes e da distribuição de guias ensinando os cultivadores a cultivar e
um um caso muito interessante né um exemplo muito interessante que eu encontrei na minha pesquisa que corrobora também eh essa importância né especial que o camoo teve em algumas fases da história da humanidade é o fato do cimo ter sido um dos elementos usados na confecção do primeiro Telégrafo submarino que conectou os continentes europeu e o continente americano então assim além da do cama né e da cannabis né que é a mesma coisa ter tido um papel preponderante no período das grandes navegações né Desse período de nesse sentido de abastecimento dessas embarcações que fizeram esse
movimento de conquista e que mudou a história da humanidade né então foi um elemento Central para que isso se acontecesse né esses esse período de de colonização dos europeus de outros territórios do Globo a canabis também teve um papel preponderante num acontecimento histórico que revolucionou a história da comunicação no mundo que foi essa conexão né E essa comunicação através do Telégrafo que conectou os dois continentes e mudou né alterou o tempo de comunicação entre essas duas áreas do Globo de meses para segundos né através do cabo telegráfico submarino e é muito interessante ver que o
o câo tinha essa esse entendimento de qualidade tão grande naquele momento que foi a fibra usada para compor esse cabo que fez essa ligação né esse cabo Mega cabo quilométrico que conseguiu unir dois dois continentes e reduzir para segundos a comunicação entre eles né então é um fato muito interessante que a gente vê pouco por aí mas o camoo tava lá também presente nesse Marco histórico né que mudou a história da comunicação no mundo e aqui eu trouxe alguns exemplos aqui de recortes Eh que que corroboram isso que eu tô falando né uma é uma
essa matéria do Jornal Correio oficial um jornal do Rio de Janeiro uma publicação de 1837 em que eles estão falando sobre os ímpetos da Marinha austríaca né e e por o o o texto questiona porque que eles não eh reforçam as suas esquadras de embarcações né e perguntam não tem câo para vestir eh as suas embarcações né e dar músculos e asas para essas embarcações ou seja então o cimo tinha essa con essa conotação né esse esse Imaginário né Essa representação de uma fibra que era o os músculos e as asas o braço forte da
embarcação né Então tinha uma uma conotação muito positiva outro Outro registro que eu trouxe aqui para ilustrar é o fato da própria Marinha Brasileira anunciar né nos nos jornais da do período a necessidade de comprar cam então eu encontrei diversos registros da Marinha anunciando lá ó a Marinha Brasileira precisa comprar camo quem vendedores que tiverem camo para fornecer por favor procurem entrem em contato que a Marinha precisa Então o que indica um pouco dessa necessidade né E também trouxe isso para mostrar mais de tô batendo bastante nessa tecla de que até a maconha ser proibida
né ou seja até o início do século XX a maconha quando ligada nessa questão do uso da sua fibra do seu uso Industrial ela tinha uma representação muito positiva eh a mesma coisa vai acontecer com a canabis índica né como eu falei rolou todo esse processo de medicalização da planta na Europa e de industrialização da da planta né de de da da preparação de preparados eh à base da planta para fins medicinais e a gente vai encontrar nos jornais daqui também desse período muitos desses registros né tanto para uso eh eh para tratamento em humanos
quanto em animais então também encontrei vários registros para uso veterinário da planta nesse período aqui no Brasil era amplamente receitado aplicado para diversas condições clínicas e comercializado nas farmácias anunciado nos jornais né Eh no formato de tinturas no formato de extratos no formato de cigarros era considerado útil e eficiente para diversos tipos de patologias das mais simples Até as mais complexas né Eh encontrei registros princialmente de médicos homeopatas que faziam uma defesa muito Ampla do uso desse medicamento encontrei críticas dos alopatas Mas Encontrei alopatas fazendo a sua defesa né como um produto natural que não
tinha eh efeitos colaterais adversos e que poderia contribuir para várias para vários tratamentos né uma coisa interessante que encontrei nos jornais do século XIX sobre a Cannabis índica eram isso já no início do século XX final do século XIX início do século XX era uma sessão que vários jornais tinham chamada de consultório médico onde acontecia de fato uma consulta médica né através do jornal Então os leitores mandavam uma carta pro jornal se queixando né dos seus problemas de saúde e um um médico do jornal respondia e dava receitava né medicamentos e tratamentos para esses pacientes
né e vários dessas receitas dessas indicações de médicos eu encontrei registros eh de prescrição de cannabis né de tinturas de cannabis de extratos de cannabis para tratar diversas cois dor de cabeça tétano eh Cólera alergia questão intestinal e Entre várias outras condições né também encontrei em várias publicações revistas médicas do período eh médicos relatando o os seus casos né clínicos de aplicação da cannabis e os benefícios e oriundos dessa aplicação e os anúncios né como eu já falei assim encontrei milhares mais de mil anúncios dos cigarros índios ou indianos de Grim que é uma coisa
interessante de trazer aqui né Essa conotação dos cigarros índios tá tem conotação com a Índia e não com os indígenas brasileiros né Inclusive é o fator que determina o nome da planta se chamar cannabis índica né é o fato da sua origem c a Índia né quando ela foi classificada lá por lamark né E diferenciando ela da cannabis sativa foi um entendimento muito mais cultural que se fazia da planta do que diferenças fitogenéticos foi uma segunda classificação da planta como cannabis índica que na verdade tava diferenciando a cannabis usada na Europa que era conhecido como
cannabis sativa da da cannabis utilizada na Índia eh que era usada para outras finalidades né para essas finalidades de entorpecimento de consumo através de várias formas então Eh muitos anúncios dos cigarros índios da grimau da companhia desse laboratório francês que importava esses cigarros pro mundo inteiro não só pro Brasil né então eles anunciaram muitos jornais de todas as praticamente todas as províncias que tinham imprensa circulando circularam anúncios do cigarro gmu que eram eh indicados para tratamento de doenças respiratórias né asma opressão insônia catarro e outras demais doenças das vias respiratórias trouxe aqui dois exemplos para
ilustrar um pouco disso que eu tô falando né Um deles é da revista médica de 1875 que traz uma lista de enfermidades que a planta era usada né então diz aqui que a can o camo Né tava sendo empregado na para tratamento de histeria chura afecções pulmonares cerebrais reumatismo Agudo Goa tetano Cólera convulsões infantis etc né então assim encontrei vários outros registros que a gente poderia ficar aqui listando diversas patologias em que a cannabis foi tratada foi usada para tratamento e Relatos dizendo dos seus benefícios e aqui uma outra que era uma já em na
virada do século XX né início do século XX de 1906 uma revista do Rio de Janeiro chamada Leitura para todos que era uma matéria falando sobre as dores de cabeça e Mais especificamente sobre enxa Quica e que traz um espaço bem considerável falando do da da eficácia da cannabis pro tratamento das enxaquecas então assim como o camo né a cannabis também tinha representações positivas né Eh a cannabis índica né quando ela usada para fim de medicinais ela ela era valorizada né é considerada útil eficiente muito importante para combater diversas diversas condições o que se diferenciam
das representações que eram feitas nos jornais para falar sobre o uso dos africanos né como que os africanos interagiam com essa planta né então duas nomenclaturas que se popularizaram no Brasil paraa maconha nesse período foram pango e diamba né aí elas se popularizaram em regiões Diferentes né e enquanto o pango se disseminou mais na região do Sul a diamba se Mou mais na região do norte e aqui eu tô dividindo entre Norte e Sul que era a divisão que era feita nesse período né do país eh pra gente entender um pouco como se fosse da
Bahia para baixo sul do Brasil como se fosse da Bahia para cima norte do Brasil né e muitos dos registros que a gente vai encontrar no jornal quase todos os registros que são encontrados da com menções ao pango e a diamba elas estão aliadas à cultura Negra tão eh vinculadas a elementos da cultura Negra há pessoas negras escravizadas né Então tá sempre inserida dentro desse contexto né E sempre num contexto de uso fumado de uso para fins entorpecentes e terapêuticos né Eh e a gente vai encontrar vários registros da desse uso já sendo alvo de
uma prática de repressão né alvo de repressão pelas províncias então um fato bastante conhecido eh para as pessoas que já têm algum algum eh alguma introdução em história da maconha no Brasil né foi o fato do da planta ser ter sido proibida pela câmara de vereadores do Rio de Janeiro Câmara Municipal do Rio de Janeiro né ainda no ano de 1830 então ainda no início do século XIX o Rio de Janeiro foi uma das primeiras cidades no mundo a decretar uma Norma proibitiva da venda e do consumo da maconha né Eh e a gente vai
encontrar nos registros dos jornais essa proibição local né se expandindo durante o século X para Além do Rio de Janeiro que foi o primeiro em 1830 mas no decorrer do século várias outras cidades vão adotar essas medidas proibitivas né E vão reproduzir essa essa proibição mesmo que ainda não tenha muita clareza até agora da efetividade dessa proibição né porque até a até agora nas minhas pesquisas não encontrei ainda registros nesse período de pessoas sendo presas ou processadas por por consumir ou por vender mas isso tava na Norma né isso partiu dos legisladores colocar uma lei
proibitiva para impedir que as pessoas comerci assem e consumissem a planta nesse período né E a gente vai encontrar representações tanto positivas quanto negativas do pango né apesar de a gente encontrar já nesse período bastante representação negativa que fazem referências à planta como um veneno que que os negros usam para se entorpecer eh como uma uma substância eh tóxica uma coisa ruim a gente também vai encontrar registros fazendo referência ao pango e aamba com como uma substância prazerosa Rela que que que induz Ao relaxamento uma experiência gostosa o entorpecimento pela maconha né e aqui eu
trouxe alguns registros para para ilustrar né Um deles é antes da proibição no Rio de Janeiro né é um registro de 1828 a proibição essa proibição local foi feita em 1830 que antes dela ser proibida pela pela câmara municipal ela tava sendo anunciada nos jornais né então um é um anúncio no jornal do Rio de Janeiro de 1828 que o cara pergunta que quem quiser comprar pergunta não né anuncia que quem quiser comprar uma porção do pango de Angola que se venderá por preço cômodo pode comparecer no estabelecimento dele né então era uma iguaria vendida
e anunciada nos jornais eh antes de vir a ser proibida né E para ilustrar esse contexto né que tá sempre ligado à questão da cultura africana trouxe aqui um anúncio de escravo fugido que era uma prática comum nesse período né os escravos fugidos muitos dos Senhores anunciavam nos jornais para oferecer Recompensas para quem pudesse recuperar esses sujeitos escravizados que tinham abrido fugo né E aqui é um de 1833 e nesses anúncios de escravos fugidos né eram eh eram descritas ali as características desses indivíduos né para eles serem identificados né e uma das características que circula
em vários anúncios de escravos fugidos é o fato do sujeito ser grande fumador de pango né ou fumador de diamba muitas vezes nos registros lá do norte eh para identificar o fumador de diamba diz que além dele ser grande fumador de diamba que Ele carrega sempre com ele a sua cabaça que era o instrumento utilizado para fumar né o cachimbo d'água que era feito de cabaça e também conhecido como [ __ ] em algumas regiões né então isso vinha nos anúncios de escravos fugidos né o sujeito ele é alto ou ele é magro ou ele
tem uma cicatriz ele é forte ele tem barba e ele fuma pango ele fuma de ambro carrega sua cabaça então era um elemento para identificar o sujeito né característico de sujeitos escravizados eh outro elemento que eu trouxe aqui de registro que que sai no jornal Nesse contexto também ligando aos africanos né é uma novela então não era nem um fato eh factual né al umaa notícia reportando al o que aconteceu mas uma novela que foi publicada no jornal do período que trazia um contexto de quilombola né E que falava sobre um um espaço do Quilombo
e a interação dos Quilombolas ali e referencia o personagem zumbi cassange como um que sempre tava dando baforadas no seu pango usando seu cachimbo de Barro então mais uma vez o uso do pango Nesse contexto né dos Quilombolas dos africanos né e um outro aqui de baixo que é que é se referindo ao pango de amba ou fumo de Angola dos africanos como um tabaco dos índios né que provoca alucinações e que fazem que essas essas Trigos fazem em uso especial da planta Então a gente vai ver que diferente das representações dessa maconha que veio
introduzida por uma viia europeia a maconha quando ligada no contexto africano ela já vai tá sendo referenciada como um veneno ela já vai tá sendo ligada a sempre referenciada a essa cultura africana que era uma cultura perseguida né que era uma cultura desvalorizada que era uma cultura desumanizada então carregava com ela esse Esse aspecto negativo né vamos dizer assim né aqui alguns outros registros para exemplificar eh da diamba né dizendo que eh que apesar de proibida né então assim eu fui eu fui perceber nos meus estudos que a região do Maranhão e do Pará principalmente
no norte do Brasil foi uma região que de de certa forma foi o germen ali do do proibicionismo Brasileiro né porque foi aonde uma certa Elite eh se incomodou de Fato né encarou o uso da maconha pelos negros como problema social que tinha que ser reprimido que tinha que ser impedido né então alguns desses elementos eh trazem essa conotação de que assim por mesmo e aí lá nesse nessa região foi onde eu encontrei mais cidades que fizeram eh que decretaram essa proibição da diamba né e depois no próximo slide eu vou mostrar uma diferença interessante
das proibições da diamba no sul e no norte mas lá no Maranhão essa houve de fato por exemplo uma e e no Pará né Principalmente no Maranhão no Pará houve um uma como posso dizer eh uma faltou a palavra aqui agora uma ofensiva né para fazer valer a proibição né para que para que os sujeitos de fá fossem preso e que os cultivos fossem extintos né E aí várias reclamações foram encontradas nesses jornais do período dizendo ó apesar de proibida pelas posturas locais a de amba é francamente vendida estão fazendo uso dessa erba Daninha que
tá levando os moradores a a loucura a idiotia né então diz que que registros indicando que a canabis estava ligada a elementos que cometiam crimes a pessoas que iam à loucura pelo fato do uso continuado da planta né Eh a introdução da planta n nas cadeias encontrei então diversos registros indicando que já era comerci clandestinamente fazia-se entrar a diamba nas cadeias pros presidiários fazerem uso né E mesmo proibida esse cultivo acontecia esse comércio acontecia então isso tá amplamente documentado nesses jornais do período né a planta circulava era cultivada era comerci consumida e foi alvo de
políticas repressivas para impedir que esse comércio acontecesse principalmente entre os escravizados né e uma diferença interessante Nesse contexto eh para diferenciar essas proibições que aconteceram no norte e no sul é o fato de onde ela essas proibições constavam dentro dos códigos de postura então enquanto no no nas cidades do sul e entre elas né Além do Rio de Janeiro Também proibiram o pango São Paulo Santos Campinas Parati Valença São João Del Rei eh foram cidades que tinham grande contingente de escravos ou eram cidades portuárias que recebiam né E transportavam esses escravizados e ou distribuíam eh
para as províncias internas a partir desses portos ou eram cidades com grande contingente de escravizado trabalhando né nas colheitas do do café eh na cana de açúcar etc então nas cidades do Sul que proibiram o pango Né o pango constava na na na na no setor do código de posturas destinado à questão da saúde pública e do controle da venda de remédios pelos boticários pelos farmacêuticos da época né então era nesse setor do código de posturas que conava ali a proibição tanto que ela era proibida a venda e A Conservação dele da da né pelos
boticários e os escravos e demais pessoas que fossem pegos consumindo iam ser presos enquanto que os vendedores iam ser mutados né e a diferença pras pra posição onde a proibição se encontrava n nos códigos de postura que proibiram a diamba no norte é o fato de que ao invés de est nesse setor da saúde pública né de controle da venda de remédios a postura que proibia diamba tava no setor que garantia a tranquilidade e o sossego dos habitantes e a sua segurança então no mesmo eh código que proibia o fumo da diamba também se proibia
a reunião de escravizados fazendo batuques fazendo danças ou jogando jogos então a a cultura do consumo da diamba tava inserida dentro no elemento da cultura africana assim como os seus jogos a sua religiosidade as suas danças né as suas formas de convívio a diamba estava inserida nesse meio e era perseguida Assim como as outras como as suas outras práticas né a gente sabe que assim como a diamba foi perseguida e proibida no Brasil também foi proibido vários outros elementos da cultura Negra como a capoeira né o samba as suas religiões foram perseguidas e de certa
forma são até hoje em muitos contextos né então esse elemento de controle racial de controle populacional da população africana né e dos seus hábitos já tava inserido dentro desse contexto da maconha nesse período aí então as duas proibições né tanto no norte quanto no Sul tem com caráter racista Mas isso fica mais explícito ainda nas proibições das províncias do Norte quando impedir o fumo da maconha pelos negros era garantir a tranquilidade e a segurança dos habitantes dos cidadãos de bens daquela localidade né daquela Elite local eh então só pra gente fazer aqui um apanhado dessa
diferença de representações né Eh o que que acontece quando a maconha ela tá vinculada a um saber ocidental europeu né então o camo e a cannabis índica tão Associados a esse saber europeu né como se esse conhecimento que os europeus adquiriram sobre a planta através do seu contato com o Oriente né para desenvolver a sua a planta para tirar o seu melhor benefício no câo ou para desenvolver a planta para tirar o seu melhor benefício das flores para produzir medicamentos quando chancelado pelo saber europeu ela entra aqui com uma conotação positiva né então o canho
era superior e os medicamentos eram superiores né eram eram era uma erva era uma planta considerada boa e eficiente e tinha eh era bem falada vamos dizer assim né enquanto que a quando dentro do contexto africano né usada no contexto africano para uso de torpe momento ou para uso terapêutico para aliviar suas próprias dores e o fardo da escravidão eh isso era visto como algo ruim né algo perseguido que foi perseguido que foi marginalizado né como vários outros elementos da cultura africana Então a gente tem representações diferentes paraa mesma uma planta devido ao seu contexto
de uso né e de principalmente de quem usa e as formas de que se usa né eh e aí então esses foi foi um Panorama que eu quis passar paraa gente ver como que a maconha foi representada nos jornais desse período né então a gente tinha representações positivas antes dela ser proibida aqui no Brasil e mesmo o pango tando ligado à questão racial né tal tando ligado à cultura Negra e sendo muitas vezes mal Vista ainda assim encontrei registros positivos no sentido de que o entorpecimento da causado pela diamba era algo prazeroso era algo bom
né Isso também muitas vezes ligado eh amenizado pelo fato de ser associado ao uso dos árabes do rachis né porque se fosse solamente ligado à questão africana talvez a a conotação fosse ser só negativa mesmo né uma vez que a gente vivia Esse sistema de escravão que que desumanizava coisificam essas pessoas e todos os seus hábitos né E aí nessa virada de século né depois do do desse século XIX que a gente deu uma passeada agora a gente vai começar a ter um movimento internacional para proibição da planta né trazendo mais uma vez um contexto
histórico aqui a gente vai ter eh um movimento principalmente capitaneado pelos Estados Unidos de tentativa de proibir globalmente algumas substâncias né e Esse empreendimento né esse esforço foi feito através de vários eventos conferências internacionais que foram sendo feitas nessas primeiras décadas do Século XX né e visando proibir principalmente a circulação do ópio da morfina da cocaína do éter que compunham ali O Rol das toxicomanias né que também foi uma ciência que tava uma especialidade médica que foi sendo desenvolvida nesse período para lidar com o vcio n substâncias tóxicas né e e as os problemas causados
pelos usos problemáticos eh dessas substâncias nesse período Então já tinha um movimento para proibir e a cannabis vai entrar no meio em algum momento até devido a uma participação Brasileira né que que contribuiu para que a As convenções internacionais considerassem a cannabis como uma substâncias que que deveriam ser alvo de repressão e proibição né então durante esse período né acompanhando isso né a gente já via que já existiam proibições locais no Brasil que os jornais nos mostram né Eh a gente vai ver essa essa corrida para tentar proibir essas outras substâncias e de alguma forma
a maconha vai entrar como um grande problema causado no Brasil que tava causando grandes problemas principalmente no norte do Brasil isso vai se dar muito Devido ao trabalho de alguns acadêmicos né importantes do início do século XX que foram os primeiros cientistas brasileiros a se dedicar a estudar a planta e publicar trabalho sobre a planta né então Eh esse movimento intelectual acadêmico vai durante essas primeiras décadas do Século XX eh produzir trabalhos que vão eh advogar por essa política repressiva né e isso vai contar com médicos com psiquiatras com sanitaristas com agrônomos com políticos que
estavam impregnados por certa mentalidade do período né uma mentalidade eugenista do período racista higienista eh que aplicava esse conhecimento para combater esse mal da toxicomania né então esses eh intelectuais né formados nessas bases né Principalmente na base da da Eugenia que era uma pseudociência que foi desenvolvida durante o século X eh que visava aprimorar a raça né Eh desenvolver o melhoramento da raça então isso foi política de estado no Brasil né chamado Darwinismo Social uma política de embranquecimento da população era um período histórico né que a gente tinha acabado de passar o período da da
Abolição da escravidão eh o Brasil tinha deixado de ser império e se tornado República então eu tava muito contaminada por um ideal positivista de nação de construção dessa nova nação né dessa Nova República Brasileira que não era mais escravagista mas deveria se distanciar de tudo que era relacionado à questão da escravidão e principalmente em relação à população negra né tudo relacionado à cultura Negra era desvalorizado eraa desumanizado era considerado inferior Bárbaro selvagem então Eh o Brasil fez um esforço muito grande para embranquecer a sua população e para eh se afastar dos elementos da da cultura
negra que na na mentalidade deles era ruim pro Brasil né o Brasil precisava se embranquecer precisava se europeizar isso tá muito presente dentro na dentro da obra desses intelectuais né e um mais o mais marcante deles né que se tornou eh Pioneiro e um certo e o cânone nos estudos sobre a canabis por um tempo foi um sujeito chamado José rodrigu Dória eh que foi um médico eh Sergipano né que foi professor da faculdade de medicina foi político foi presidente da Província de Sergipe naquele período uma figura influente eh que escreveu um trabalho chamado eh
fumadores de maconha máes e efeitos do vício em que esse vai ser o primeiro trabalho sobre o tema né específico sobre o tema que vai ser apresentado em 1915 numa conferência Internacional e o Rodrigues Dória vai trazer uma uma história né para dizer que os africanos que introduziram a planta no Brasil e dizendo que esses africanos introduziram a planta no Brasil como uma forma de Vingança contra os seus escravizadores então entendendo a planta como um veneno que eles trouxeram de forma eh maléfica né maquiavélica trouxeram para introduzir o consumo desse vício aqui entre os seus
algos e para se vingarem deles né uma narrativa muito semelhante a outras narrativas já usadas para condenar outras substâncias como o o ópio como a cocaína por exemplo né esse mesmo discurso o discurso que o d que o Dória faz dizendo que os que os negros escravizados trouxeram de África a maconha pro Brasil para se vingar usar a planta como uma Vingança esse veneno como uma vingança dos seus escravizadores ele também foi era era um era uma cópia de um discurso que foi usado para falar sobre a cocaína e os espanhóis para dizer que os
incas isso foi esse discurso foi utilizado para dizer que os incas disseminaram a coca entre e eh os espanhóis para para se vingarem deles e assim como foi usado eh em relação ao ópio os ingleses e os chineses que dos Ingleses dizendo que os chineses introduziram o ópio para se vingar dos Ingleses e a ocupação que foi feita lá na China então esses intelectuais foram beber muito já num discurso proibicionista de outras substâncias para advogar por uma proibição da da maconha aqui no Brasil né e tavam eh nesse nesse projeto de uma civilizada que tinha
que se distanciar de tudo que fazia relação à cultura Negra é que eles vão fundamentar o seu discurso de que a maconha era um problema que a maconha deveria ser proibida e vão contribuir né de alguma forma para que a maconha seja proibida de fato já na década de 30 do século XX né e eu eu Adiantei já um pouco sobre isso né sobre o fato de eu considerar que o Maranhão e o Pará eh foram o as regiões onde deram início a essa repressão é é pelo fato do de que esses intelectuais né Principalmente
o José Rodrigues Dória e depois dele o Francisco de Assis Iglesias que vai fazer um trabalho também específico sobre a maconha Três anos depois do Dória em 1918 os dois foram pro Maranhão e pro Pará e pro Piauí para fazer os seus estudos né e aqui eu trago um registro de jornal publicado no jornal paraense o estado jornal chamado estado do Pará em 1914 ou seja um ano antes da publicação do trabalho do Rodrigues Dória que é esse trabalho Pioneiro né Eh onde um cronista chamado Bartolomeu Dias que na verdade eu desconfio que é um
pseudônimo de outra figura daquele período lá de Belém do Pará que ele escreve um um artigo chamado fumadores de ópio onde ele tá criticando a disseminação do ópio Maranhense que é AD diamba entre os caboclos da região e ele faz eh eh menções assim apavorantes em relação a esse mal que né como ele se refere esse grande mal que se alastra sem diques que o detenham sem impedimento né que alguma Providência precisa ser feita então ele tá rogando aqui nesse artigo pros intelectuais pros poetas pros cientistas pros literatos pros letrados para qualquer pessoa que tem
algum tipo de influência social para ajudar ele nessa campanha de chegar às autoridades e convencê-las de que elas têm que impedir o o avanço da maconha o avanço da diamba lá no Pará né e dizendo que a diamba forma todos os anos uma legião de idiotas e de de imbecis que tem o olhar perdido e que ele diz que ele eh em vários momentos quando tá perto de pessoas que que consomem a diamba ele bota a mão no cano do revólver dele dentro do bolso com medo de algum daqueles lunáticos cometer alguma coisa contra ele
e faz uma um um um uma campanha É de fato mesmo para que esforços sejam feitos para que as autoridades impeçam esse mal de continuar se espalhando pelo Pará né esse horrível flagelo então ele faz um uso aqui de vários eh adjetivos pejorativos para se referenciar a planta e seus usuários isso se dá antes do estudo do Rodrigues Dória né ser publicado Ou seja quando o Rodrigues Dória e o Francisco da s Iglesias se viajam para essas regiões para fazer um estudo sobre a maconha eles estão bebendo de qual fonte né eles estão falando com
sujeitos eh inseridos dentro dessa Elite local que vem no uso da diamba pela população negra como um problema né como um problema social que tem que ser feito ele não ele não ele apesar deles entrevistarem usuários da planta e vou mostrar um pouco disso mais à frente quando eu entrar Mais especificamente no trabalho deles eh ele tá ouvindo a perspectiva dessa Elite maranhense Elite paraense que eh vê o uso da planta pelos nervos como problema social ali né E vai reproduzir isso nos seus trabalhos né E aí que eu trouxe um pouco para pra gente
desten um pouco sobre como que eles falam sobre a planta nesses trabalhos né nesses trabalhos que foram Pioneiros depois foram reproduzidos até depois da segunda metade do século XX esses discursos desses cientistas do período foi foram reproduzidos né E vai ajudar a gente a entender bastante como que foram feitas as as interpretações e as reproduções do do que se falou sobre a planta durante todo o século XX né Eh o trabalho do rodrig Dóia chamad os fumadores de maconha efeitos e Maros do vício de 1915 o trabalho do Iglesias de 18 chama sobre o vício
da diâ e eles vão dizer nos trabalhos deles que o vício em consumir a planta se encontra na região norte Principalmente nos seus Sertões nos seus interiores né E que uso eh continuado da planta leva a consequências criminosas né e ele vai dizer que quem fazem uso dos do da planta são os negros são os índios são os caboclos os mestiços ele vai chamar as vai se referir às camadas mais baixas incivilizadas da sociedade como as franjas da sociedade né como quem faz uso são as prostitutas são os desregrados são os marginalizados os que vivem
à margem né E vão explorar esse discurso de que a introdução da planta aqui a sua disseminação foi uma vingança dos africanos sobre os seus algozes eh eh então alguns exemplos aqui de como que a planta foi representada né no trabalho do Rodrigues Dora ele vai dizer que nas pessoas que fazem abuso da planta eh elas o abuso da planta leva ao delírio a loucura transitória eh e as pessoas se tornam agressivas t a passam a ter uma fisionomia perigosa se tornam rosos agressivos e cometem violências crimes Se não forem contidos né enquanto que o
o iglas vai dizer que depois de curtirem a embriaguez eh apesar do do os usuários habituais normais né eles voltam ao estado normal mas quando a pessoa adquire o vício ele se torna um idiota e ele vai se tornar um sujeito à margem né vai viver alheio à realidade e aqui eu separei algumas representações eh que cada um deles faz no seu trabalho né então algumas representações para para ilustrar bem o que a conotação que eles dão pra planta no período o Rodrigo dó fala sobre a planta e os seus efeitos né se refere a
planta como um fumo traiçoeiro um veneno um vício pernicioso e degenerativo e tirânico produtora de estragos e graves consequências criminosas produz Delírio furioso loucura alucinações efeitos deletérios exaltações megalomaníacas alienações mentais agitação violenta embrutecimento ruína Volúpia perversa e um hábito nefasto pra gente ter uma noção assim de como que ele tá adjetivando e referenciando a planta toda vez que ele se refere a ela né E sobre os seus usuários né quem são as pessoas que fazem uso é a raça preta selvagem e ignorante os negros os índios amados os mestiços caboucos as camadas mais baixas os
analfabetos prostitutas pessoas que são escravos do hábito pecadores desregrados degenerados tarados e descuidados então é só uma Uma amostra de como que o Rodriges Dora que se tornou uma referência para vários estudiosos que vieram depois dele e falaram sobre a maconha e reproduziram essas representações que ele fez da planta né lá no início do Século XX e esse mesmo padrão se repete no trabalho do Iglesias por exemplo né que vai se referia a planta e seus efeitos como Delírio perigo flagelo vício terrível perigoso e nocivo que gera degradação loucura Furiosa estado de coma prostração perturbação
mental violência extrema impulsões criminosas delírios persecutórios ideias melancólicas condução ao suicídio estupidez dissolvição da personalidade moral perda do Brio da dignidade do dever e a morte você vê o grau de pânico moral que foi colocado dentro das representações que eles faziam da planta no período né E quem que usa são os pretos africanos os negros do Congo escravos O Matuto o idiota o homem à margem perigosos Furiosos que querem agredir gente doida incapaz pro trabalho Miseráveis meretrizes prostitutas desregrados Ou seja a história da sociedade o bafon da sociedade O que é considerado eh eh à
margem mesmo né marginalizado a margem no sentido de marginalizado São as camadas que fazem uso da planta e que eles vão advogar pela sua pela sua proibição né e pela sua repressão e vão ser bem-sucedidos né vários outros estudiosos depois deles eu trouxe aqui só o Rodrigues Dória e o iges mas a gente poderia citar aqui vários outros que vão ter contribuições muito importantes dentro dessa demonização da planta nesse período que vai contribuir para que a planta venha ser proibida de fato em 1932 né então em 1932 a planta vai ser proibida eh muito fundamentada
por esse discurso médico né Por esse discurso eugenista higienista que queria prover o melhoramento da raça brasileira E para isso a gente precisava se distanciar de tudo que represent tivesse conexão com a cultura Negra né Essa era mentalidade racista dessas figuras desse período que contribuíram para que a maconha Viesse a ser proibida claro que junto isso com esse Lobby internacional capitaneada pelos Estados Unidos para proibir diversas substâncias então foram vários elementos que se juntaram para culminar na proibição efetiva da planta né E logo depois 4 anos depois da proibição da maconha vai ser criada no
Brasil a comissão nacional de fiscalização de entorpecentes que vai ser de fato o início de uma política pública repressiva né então o Brasil vai criar durante o governo Júlio Vargas uma agência né uma instituição destinada a pensar políticas públicas a pensar guias paraa formação de operadores desse sistema repressivo né para iniciar campanhas de erradicação de cultivos para eh efetivar de fato repressão e prisão dos Comerciantes e dos usuários da planta Então essa comissão nacional de fiscalização de torpecente vai criar comissões estaduais abaixo delas para para direcionar essa essa política né E a gente vai ter
de fato uma uma uma política de estado para efetivar a proibição da maconha aqui né em 38 2 anos depois essa proibição se amplia enquanto que em 32 a maconha só entra dentro do rol de substâncias proscritas né Eh na na legislação de 38 vai ser ampliar pro fato de proibir especificamente o cultivo a produção a comercialização vai ter uma ampliação na especificidade da proibição E durante o estado novo a ditadura do estado novo de Vargas a partir de 37 né até 45 vai ser um momento em que a gente vai ter uma virada na
imprensa também porque a imprensa nesse período o a ditadura de Vargas coloca um caráter na imprensa eh de da Imprensa como uma ferramenta de utilidade pública ele tem que ter um caráter de disseminação da da da informação pública então eh o o Vargas faz com que a imprensa passe a ser um através da ditadura né passe a ser um canal oficial do governo né então tem a implicação de censura e tem esse caráter de ser um jornal os jornais Passarem a ser fazer reproduzir o discurso oficial do Governo da ditadura né então o jornal nós
vão passar a ter muito essa esse papel a a produzir muito esse papel de ascom né de assessoria de comunicação do governo e principalmente dos aparatos repressivos né então vai ter um desenvolvimento muito grande das páginas policiais e e da promoção das ações eh encampadas pelos aparatos repressivos em todas as frentes né mas isso vai se evidenciar nessa repressão aos tóxicos né onde a gente vai tá inserido aí a maconha e aí a gente vai ter Justamente por isso um período gigante aí de praticamente meio século e que na verdade eu tô aqui reduzindo a
meio século porque eu tô levando até a década de 80 onde eu vou trazer novos elementos mas é algo que perdura até hoje né uma uma narrativa que se consolidou uma narrativa única de demonização midiática da planta de pânico moral em relação à planta né que vai só reproduzir esse Imaginário que a gente viu agora nos trabalhos dos cientistas e até lá no século XIX ainda quando tava ligado à proibições locais esse discurso negativo essa representação negativa aliada a questão negra no Brasil vai ser a narrativa que vai prevalecer inclusive atropelar aquela narrativa positiva que
a gente encontrava em relação ao câo e em relação ao uso da planta como medicamento elas vão sucumbir a força do discurso racista que vai conseguir eh caracterizar a planta né como um veneno como algo que deveria ser proibido e perseguido né E aí a gente vai encontrar essa consolidação da representação da planta como uma Erva Maldita como algo que leva loucura como que leva cometimento de crime um veneno né uma uma a erva do diabo a erva da Morte isso vai se consolidar A partir dessa década de 30 e aí para ilustrar isso né
o vou trazer alguns elementos desse período do século da metade do século XX né que é quando a gente começa a ter um registro muito grande de menções à maconha nos jornais já inclusive com essa nomenclatura né além da diamba além da liamba a gente vai começar a ter a disseminação do termo maconha nos jornais eh brasileiros durante esse período principalmente por causa dessa efetividade da proibição de Fato né Então essas campanhas de repressão a circulação do tóxico vira notícia nas páginas policiais né e as pessoas começam a ser presas e as campanhas antimaconha começam
a ser divulgadas eh e sempre reproduzindo esse discurso né então alguns exemplos aqui do um do Jornal Correio da Manhã que eu trouxe que é um artigo de um químico que tá trazendo uma perspectiva mais agrícola da da planta né Eh das suas características de produção eh de 1945 e ele vai fazer muitas menções à planta e que são a ilustração perfeita desses trabalhos do Rodrigues dó e do Francisco Iglesias né isso 30 anos depois do trabalho deles esse esse discurso continuava sendo reproduzido né Eh e com muita força né Então as referências que são
feitas no artigo é de que é um perigoso vegetal que cometia que levava um vício Infernal uma atividade nefasta vício perigoso os usuários eram viciados infelizes loucos imbecis ensandecidos que tinham transtornos e desequilíbrios Que causavam humanic Dios promoviam matança de mais destruição de lavouras então assim as pessoas que fumavam maconha eram as pessoas que cometiam tudo isso nas palavras do químico Alfredo Honorato da Silva no jornal né então toda vez que a maconha circulava nos jornais ela circulava sempre carregada dessas menções muito pejorativas né E esse artigo ainda vai referenciar que a origem da planta
vem de África reproduzindo inclusive esses cientistas né fazendo eh usando o Rodrigo história por exemplo para legitimar esse discurso e vai vai referenciar também as tendências internacionais de proibição da planta Eh Ou seja é um grande suco de tudo aquilo que a gente viu nos trabalhos dos cientistas do início do século XX né que fundamentaram a proibição e e venceram esse discurso né Eh outra matéria aqui de alguns anos depois da revista Noite Ilustrada que traz a maconha como a erva do diabo que leva a degradação e a loucura que traz imagens né dos cigarros
o cigarro se referência se faz referência ao cigarro como um cigarro maldito e as pessoas né Eh em condições de desregradas aí como se a planta levasse elas a degeneração né a planta que leva ao sonho a Alucinação e a loucura outra matéria da mesma noite que ilustrada que fazia uma campanha tomem cuidado com a nossa Maconha Ela é uma tragédia e um fator interessante dessa matéria é que não é só eh um veneno eh um não é só uma uma questão o uso da da maconha que te causa uma debilidade física através do vício
mas principalmente uma debilidade moral né a o você ser associado a maconha é contribui para que isso quebre o seu moral para que isso te destrua moralmente dentro daquele sentido de moralidade daquele período né algo que que causa distúrbio do Espírito Alucinação a maconha é maldita você fica com olhar de louco com a sensação de morte é um espetáculo triste uma uma uma prática que leva a degeneração da raça né nesse nesse olhar eugenista que tá buscando o melhoramento da raça a maconha é um elemento que leva a degeneração né E que o vício Mat
mata todas as virtudes a pessoa que que usa maconha ela se torna idiota ela sente dores ela fica sedenta ela fica dramática Essas são as representações que são feitas nessa reportagem na noite ilustrados de 49 uma outra de alguns anos depois de 52 né dizendo que a maconha é o paraa loucura e essa daqui eu eu separei porque ela traz um elemento outro elemento interessante para corroborar esse caráter racista né dessa mentalidade eh marginalizadora e demonizador da planta que é a relação do uso da planta com as religiões de matriz africana né Então essa matéria
não só [Música] eh representa negativamente a planta dizendo que ela é um fator que leva a loucura né que leva à morte mas ela se Alia o uso da planta às práticas das religiões africanas e faz uma ampla Gama de representações negativas das religiões africanas né da macumba do Candomblé se referindo a essas práticas como baixo espiritismo como charlatanice bruxaria como uma doida feitiçaria E que seus praticantes são descritos como os bisonhos crentes cretinos ignorantes viciados né E essa essa esse Pânico moral dizendo que um simples trago no cigarro para em busca de prazer Vale
levar a sua desgraça já é algo que tá na na metade do século XX 1950 já circulando com muita força nos jornais brasileiros e só essa essa narrativa né não existia uma narrativa que contrape essa esse olhar né alguns outros exemplos aqui esse daqui é um exemplo ligado eh uma notícia que reproduz o posicionamento de um promotor de justiça que é uma notícia que tá notificando um julgamento de pessoa pessas que estavam sendo julgadas para serem condenadas por tráfico de maconha né E aí a matéria vai reproduzir o posicionamento desse promotor que vai se referir
a planta como um terrível entorpecente como a erva da Morte que leva degeneração e tal eh que e ele faz uma referência dizendo que impedir a a circulação da da maconha no Brasil é impedir que o Brasil se torne uma China que foi dominada pelo ópio né E que os e ele vai eh encerrar dizendo que que os sujeitos né aqueles sujeitos que estavam sendo eh acusados de tráfico deviam ser condenados pro bem da sociedade né era importante a sociedade se livrar desses Comerciantes do comércio da Morte né do veneno da Morte e uma outra
que eu selecionei aqui para trazer para vocês de 1948 eh selecionei aqui porque tem uma coincidência muito interessante com o período que a gente tá vivendo agora né a gente acabou de viver a questão do julgamento do STF né que descriminalizou o corte de maconha e e 1948 né o jornal à noite ele vai noticiar essa esse caso que aconteceu que a Justiça do Rio de Janeiro da terceira Câmara criminal decidiu que fumar maconha não era crime então o sujeito que tava sendo acusado eh de traficante né de de de de crime por por ser
viciado na maconha foi absolvido pelo juiz e o juiz afirmou que o usuário não era criminoso não cometia Crime ao consumir a substância mas o jornal vai pegar o comentário do comissário do Delegado de Polícia o comissário Dalton e o que que ele vai dizer ele diz na matéria que o Viciado é um perigo pra sociedade porque os toxicômanos TM a ânsia do contágio como o portador de certas doenças ele é um elemento inútil que deve ser segregado a sua segregação representa uma possibilidade a menos dele continuar se intoxicando e a manutenção dele na prisão
dá a possibilidade dele ser recuperado ele vai dizer que o toxicômano é um quase exh humano é um delinquente potencial que pode cometer um crime a qualquer momento ou seja o delegado de polícia da época aí impregnado por essa mentalidade faz um discurso de desumanização do sujeito usuário de droga no jornal isso em 1948 né e não à toa né a gente consegue ver esse tipo de discurso circulando até hoje né Essa desumanização do usuário de drogas como um sujeito que não tem direitos que deve ser segregado como uma chaga social como uma uma chaga
contasa que precisa ser segregada para impedir que isso se alastre né é uma coisa realmente muito triste mas desde lá de trás né a justiça já entendia que que não cometia crime Quem fazia uso de substância quem fumava a maconha eh mas esse discurso da ponha como como um fator de criminalidade é algo que vai circular amplamente nesse período né então os jornais vão contribuir muito para pressa disseminação desse entendimento de que quem consumia a maconha era levado a cometer crime né então isso vai ser encontrado em diversos registros né Eh que que vão tá
corroborando essa essa afirmação né Eh inclusive afirmando que dados né como que 70% dos assaltos e assassinatos praticados são praticados por indivíduos que estão sobre ação da maconha né e inclusive trago aqui um registro do Dr Roberval Cordeiro de Faria que foi presidente da Comissão Nacional de entorpecente né que ele vai dizer num artigo aqui que Nesse artigo publicado no correr da manhã 52 que a maconha não tinha nenhuma propriedade terapêutica e que isso era Garantido e que como não tinha nenhuma propriedade terapêutica ao contrário do ópio ao contrário da cocaína e ao contrário do
éter que ele vai dizer que que eram substâncias que tinham propriedade terapêutica a cannabis não tinha e e ela Só servia para entorpecer e matar então por isso ela deveria ser eliminada do território nacional de todas as maneiras né todos os esforços deveriam ser feitos para extirpar esse mal que não tinha nenhuma utilidade terapêutica Só servia para matar ou seja o o o o capitão né o diretor da instituição que fomentava a política repressiva tinha essa mentalidade e sempre através da mensagem dos representantes do aparato policial essa mensagem tá eh prevalece né de que a
a maconha precisava ser combatida porque ela levava a cometimento de crimes e era preciso enfrentar então esses traficantes que promoviam a morte promoviam o crime eh e aí saindo um pouco das páginas policiais trazendo um pouco para para paraas páginas políticas dos jornais desse período né Desse período de metade do século XX eh as notícias vão estar vão est ligadas a dois atores principais né ou elas vão est fazendo promoção das investidas do Estado das investidas repressivas do Estado né para impedir essa praga que tá se alastrando né ou elas são matérias críticas a essa
própria ação do estado né crítica no sentido de que de que o estado não é efetivo em fazer essa proibição valer né em de fato exterminar a planta eem preender os seus Comerciantes os seus usuários né E aí trouxe aqui um destaque de uma notícia de 47 que foi um despacho do Presidente da República né que foi publicado no jornal dizendo que tavam começando uma campanha de repressão de âmbito nacional à planta Principalmente nos seus cultivos norte do país e ele faz referência ao a esse tóxico né como um tóxico que rouba ao trabalho e
predispõe paraa delinquência estimulando a degeneração física e moral de tantos brasileiros então isso tava na na ordem do dia né Essa esse entendimento essa representação da planta e um Outro fator interessante que a gente vai encontrar nas páginas políticas dos jornais É nesse período já de metade do século XX do uso da planta para desqualificação moral de adversários políticos então não só a gente vai encontrar essas representações negativas da planta né se referindo a ela como veneno como uma coisa perversa terrível que precisa ser exterminada como a gente vai encontrar representações nas páginas políticas de
figuras que estão fazendo crític aos seus adversários políticos e associando elas ao uso da maconha para dizer que elas são sem noção que elas são irresponsáveis que elas vivem no mundo da lua Então vai dizer ah só entorpecido pela maconha para fulano de tal fazer determinada coisa isso a debilidade moral do meu adversário político do fulano de tal partido se dá porque ele tá viciado em maconha né e vai e e e registros que vão dizer que determinadas instituições não funcionam porque Porque elas estão entorpecidas de maconha eh que a gente que as pessoas perdem
a noção do útil perdem a noção da eficácia perdem a noção das coisas porque estão ligadas à maconha então a maconha tá sempre ligada nesses contextos de desqualificação política há uma questão de ilusão de fantasia de perda da noção sempre usada nesse sentido para desqualificar os adversários né como se eles fossem débeis como se eles fossem delirantes porque tem alguma associação à planta e um exemplo muito interessante que eu encontrei nas minhas pesquisas também é a questão desse personagem que eu encontrei na na década de 50 que foi uma liderança do porto do Rio de
Janeiro um sujeito chamado Horácio Duque de Assis que era um líder sindical dos trabalhadores que trabalhavam no porto e que promoveu diversas greves nesse período né e ele tinha um fator interessante é que ele tinha um registro na polícia por por crime er era fichado na polícia por por alguma crime relacionado à maconha que eu não sei especificamente dizer se era por venda Ou se era por uso mas ele era fichado na polícia e quando os adversários políticos dele descobrem isso ele é alvo de uma campanha mediática muito grande de desqualificação né vários veículos opositores
vão publicar muitas dezenas de Notícias desqualificando ele chamando ele de maconheiro de traficante e ele se torna o Duque da maconha Então como o nome dele era Duque de Assis né o Duque De Assis vira o Duque da maconha e toda vez que ele é referenciado nos jornais ele vai ser referenciado como o Duque da maconha como um desqualificado um agitador um pelego um cara desclassificado irresponsável semianalfabeto que vive fazendo desordens e promovendo greves no porto Então os jornais liberais jornais conservadores principalmente porque o Duque de Assis era um quadro do PTB que era aliado
do partido do Vargas né que era do partido do Vargas que era o presidente desse período e o o ministro do do trabalho no período era o João Gular Então ele era muito atacado pelos opositores do governo como um pelego do João angular né e um traficante de maconha o Duca da maconha e eu não vou me aprofundar muito aqui mas eu escrevi um artigo sobre o Duque da maconha junto com um colega meu Historiador também o Artur Silva a gente escreveu um livro sobre esse um livro não um artigo sobre esse personagem né que
foi publicado na revista oré na revista de estudos históricos da Unirio chamo o Duque da maconha e as representações da cannabis na imprensa uma história do estigma social da planta e de seus usos políticos Entre 50 e 55 e esse artigo também foi publicado no livro maconha erv boa para pensar que é uma coletânea de artigos Então se alguém tiver interesse né o artigo da revista oré você consegue encontrar online e o livro tá disponível aí eh vendido pela Editora autografia que a gente consegue tem aí contando um pouco dessa história história desse personagem né
do Duque da maconha e como que se deu né Essas representações da planta Nesse contexto político usado para estigmatização dos usuários né US o uso do estigma relacionado à maconha para você desqualificar seus adversários políticos que é uma prática que a gente vê até hoje né sendo usada né Sempre eh até hoje os políticos fogem de se associar ao tema da maconha por entenderem como uma queimação de filme né não não entendem a centralidade dessa discussão a importância social dessa discussão no país e sempre se afastam por achar que que é uma queimação de filme
que vai perder voto eh comprar essa briga de fazer esse debate né E aí a partir desse período após a metade do século XX a gente vai entrar num outro período que é o período da ditadura militar que a gente vai ter uma outra relação da Imprensa né um período de censura também de controle mais restrito da Imprensa comparado a esse período anterior que foi um período mais democrático e a gente vai encontrar duas eh prevalências de como que a maconha colou nesse período né no período da ditadura que era ou ligando a maconha a
questão da contracultura né A questão dos rips e a importância da maconha nessa cultura eh dos rips ur stock né e e sempre inserida nesse lugar de que a maconha como um elemento de liberdade eh e da Liberdade da loucura né dentre esses personagens essas figuras inseridas dentro desse contexto mas mais lúdico né dos doidões vamos dizer assim ou a gente vai encontrar eh a a narrativa repressiva né Principalmente das ações do estado na no combate ao tráfico e no combate à disseminação da planta né e das ofensivas feitas pelo pelos pelas polícias né essa
notícia que esse recorde que eu faço aqui que fala que a guerra contra a droga começou é uma é uma notícia que tá chamando a atenção da formação de um quadro na polí chamado boi nas vermelhas um uma Tropa de Elite que foi criada na década de 70 na polícia que era para combater e exterminar do território da Guanabara os traficantes de maconha e uma matéria que vai dizer que eles não estão preocupados em respeitar a lei não tem limite nem jurisdição que eles iam passar o rudo mesmo passar o carro por cima na guerra
contra os traficante de maconha n e vai essa narrativa de que ainda né na década de t0 desde lá da década de 40 persistindo de que a maconha leva ao Crime que conduz a loucura né E essa outra aqui que é um recorte sobre a maconha na fogueira policial é um recorte interessante que eu trago também que é uma notícia da década de 70 que que que noticia a apreensão recorde naquele momento a maior apreensão feita na história de maconha pela polícia pela polícia militar que foram 619 kg de maconha que foram apreendidos com um
banqueiro do jogo do bicho o que mostra um pouco também que já na década de 70 né o comércio de maconha já tava inserido dentro dessas redes criminosas né que operam dentro da clandestinidade que operam na criminalidade com vários outros ilícitos né não necessariamente só as substâncias né mas o jogo do bicho já era algo ilícito e perseguido que atuava dentro do da clandestinidade e que vai passa a ser incorporada por esses atores né que já operavam nesses espaços clandestinos passam a operar com a maconha também Então mostra uma dinâmica interessante do Rio de Janeiro
né de como que já na década de 70 a gente já tem essas redes criminosas operando que a gente vai ver nos registros da década de 50 década de 40 era algo ainda mais artesanal né era mais uma coisa da galera que trazia através dos navios que tava muito restrito à Zona Portuária ou então vinham de pau de arara do Nordeste mas sempre o iniciativas individuais ou de pequenos grupos e não de redes criminosas operando de fato com a planta né mas a gente vai estar encontrando então aí esses dois elementos né na década de
70 na década de 80 da maconha circulando nos jornais né ou a associação aos doidões rips ou a a efetividade da proibição eh e aí trouxe essa aqui para ilustrar que é muito interessante pra gente ver que é de 76 diários de Pernambuco pra gente ver o quanto por quanto tempo né circulou essas narrativas estapafúrdias para representar a maconha né né uma matéria que chama tóxico o Cavalo de Troia contemporâneo então ele vai falar de várias substâncias esse artigo né E vai falar de todos os males queelas causos e a necessidade de de políticas para
enfrentar né assim como a gente viu nas notícias lá do início do século mas aí esse trecho diz o seguinte a maconha e o rachis podem causar infertilidade na mulher atrofia cerebral Sensações paranoides desorientação Pânico e depressão existem casos de suicídio e de promiscuidade acentuada até atingir ocorrências de pederastia Olha que a maconha veio para o Brasil trazida pelos escravos negros e era utilizada nas ocasiões em que iam ser castigados aliviando as suas sensações de does ou seja ele consegue trazer um elemento terapêutico da planta né dizer que era usada ele vai reproduzir a mensagem
de que ela foi introduzida aqui pelos negros escravizados e vai preocupar com o fato de que ela pederastia Eid acentuada Olha o nível né de de despreparo para se referir a planta né nível de embasamento zero mas foi um discurso que circulou durante todo esse século XX né que dominou as páginas dos jornais né A minha pesquisa durante esse período ela levou em consideração diferentes jornais então eu pesquisei jornais liberais jornais conservadores jornais trabalhistas jornais comunistas né para ver Diferentes posicionamentos né esses jornais que tinham correntes ideológicas diferentes eles estavam disputando na arena política na
arena da Imprensa durante todo o momento né suas posições ideológicas mas em todos eles o discurso era o mesmo né seja no seja entre Os Comunistas seja entre os conservadores seja entre os liberais os trabalhistas todos eles se referiam à maconha nesses termos de Erva Venenosa Erva Maldita reproduziram o mesmo discurso né não tinha um discurso contestatório dessa dessa forma de enxergar a planta e os seus e os seus males né até porque era muito difícil né tava chancelado no saber científico que a gente viu e aí passando pra década de 80 vou trazer aqui
Alguns alguns acontecimentos da história da maconha que tiveram uma repercussão midiática importante né Eh uma delas foi o verão da lata no Rio de Janeiro no episódio em que um navio que tava transportando milhares de latas eh com maconha dentro quando eh deixou o cerco ali das autoridades e o navio viu que ia ser interceptado que tava carregando aquela carga clandestina né despejou Essas latas nos mares um navio chamado Solana Star e as latas essas milhares de latas de maconha chegaram na costa brasileira né é um um Marco histórico e folclórico da história da maconha
no Brasil e que teve muita repercussão nesse período né Eh então todos os jornais noticiaram a questão das Latas né e a apreensão das Latas l então virou uma grande operação das Polícias e dos usuários de quem conseguia chegar nas latas primeiro né E tem todo um folclore no Brasil sobre as latas né e a e a a a imprensa repercutiu muito fortemente essa história nesse período né isso virou parte da nossa cultura então virou filme virou documentário virou livro virou música né então é um um Marco interessante e que promoveu o debate né o
fato da das Latas eh estem virando viraram viraram parte né e marcou aquele verão fez com que o o tema viesse à tona isso fosse conversado mesmo ainda no período eh de de ditadura né de recé final da ditadura E aí trouxe um trecho interessante aqui para ilustrar que é o dessa matéria que fala das das 278 latas apreendidas pela Polícia Federal que vai dizer que na restina da maçambara aqui no litoral do Rio de Janeiro entre a raai do cab e quema está uma frequência muito grande muito acima do normal pra época do ano
né que Segundo o policial o litoral tinha se transformado num palco de uma grande Gincana em que a única tarefa era encontrar maconha latada então estavam tanto os surfistas os bistas quanto os policiais lotando as praias do litoral para ver quem conseguia chegar nas latas primeiro né Eh um outro acontecimento que repercutiu bastante ele teve bastante repercussão mediática foi o verão do apito né dos apitaço que aconteceu também no Rio de Janeiro né Eh que gerou até um slogan de que quem apita amigo é que foi uma prática eh usada pelos banhistas maconheiros daquele período
que fumava maconha na praia de Panema para avisar da presença da polícia então eles usavam os apitos e toda vez que a polícia chegava para dar uma dura para impedir as pessoas de consumir a maconha na praia a galera começava a apitar para avisar então ficava todo mundo avisado que a polícia tava na área acabara tava suja e ninguém dava Bandeira E isso gerou um todo um folclore também em torno disso né então virou virou uma prática de protesto né Não só de eh ela migrou de uma prática de ajudar as figuras de fugir da
repressão mas que teve uma reação né então assim a visibilidade do que as pessoas estavam fazendo na praia fizeram com que as autoridades eh promovessem uma repressão mais forte ainda e criassem campanhas o verão sem drogas e assinar acordos para fazer o combate às drogas intolerância zero a questão do apito mas figuras daquele período né Principalmente o Gabeira Rogério Ruco eh parlamentares né pessoas que tinham algum alguma atuação política naquele período eh já começaram a partir daí a fazer um movimento de contestação né então foi um um movimento interessante que acabou promovendo debates lá na
praia de Panema então o apito deu eh foi como teve como resultado né Depois vários encontros para fazer o debate que foi puxado pelo gabira isso foi levado pr pra pra assembleia legislativa para ser discutido no estado e ao ponto do próprio Presidente da República se posicionasse sa a repercussão foi tão grande que o próprio FHC presidente da época vai foi dizer que que que defendia que era preciso debater sobre a maconha foi se posicionar sobre a descriminalização né o próprio governador do Estado Marcelo Alencar também propôs encontros para que isso fosse debatido porque essa
essa artimanha desenvolvida pelos maconheiros teve uma repercussão midiática importante que acabou promovendo o debate sempre um debate minoritário né um debate contra hegemônico o debate proibicionista sempre mais forte tanto que foram criadas campanhas de governo né para impedir esse uso e e um reforço do policiamento e tal mas teve um um burburinho mediático que contribuiu pro debate se tornar mais amplo do Brasil inteiro né inclusive foram feitos eh os os o outro lado né o lado conservador criou apitaço para eh contra a droga né contra o consumo de Macon Então tinha os os apitador a
favor os habitadores contra eh e a gente passando da década de 90 né ainda na década de 90 né Depois desse período do apito a gente também teve uma outra repercussão midiática importante que eu considero muito relevante que foi o Planet hamp né que a gente a gente vai ver surgir A partir dessa década de 80 no Brasil algum movimento contestatório né então algumas figuras que vão começar a questionar a proibição que vão advogar pela legalização das drogas de uma forma ainda muito pequena muito muito inserida dentro dos círculos universitários né Eh acadêmicos mas a
gente vai ter esse tiro de canhão né que vai ser o a repercussão do Planet hamp na década de 90 que foi uma banda que trouxe uma uma outra perspectiva um outro olhar para falar sobre os usuários de maconha né e o hábito de consumir maconha e advogar pelos direitos dos usuários né e e os benefícios da planta né e o caráter injusta e racista da proibição então a o plan Ramp traz um discurso de empoderamento do usuário né que afirma que fi uma maconha assim e que não comete crime por causa disso que é
preciso legalizar Então traz um uma mensagem que empodera muitos desses maconheiros que não tinham que não tinham voz né e isso vai ter uma repercussão mediática muito grande principalmente porque que eles vão ser presos né então o acontecimento da prisão do Planet hamp dá uma visibilidade gigante pro pro pro Fato né E que vai angariar muitos apoios apoios de políticos importantes apoios desculpa de outros artistas que vão eh fazer campanhas para que eles sejam soltos pela liberdade de expressão né E E isso tem uma um alcance bastante interessante para fazer essa mensagem circular né então
a a imprensa vai acompanhar todos os fatos que estão envolvidos em a grande imprensa né os veículos que mais circulam vão estar acompanhando todos os passos da da desse Episódio da prisão né vai dizer que eles são presos vai dizer qual foi a estratégia dos Advogados vai trazer as críticas vai dizer que repercutir a decisão do juiz que decidiu manter eles presos e depois que decidiu soltar né Isso vai gerar um debate grande sobre assim o plano de Ramp foi a prisão deles Foi justa ou não foi né Isso vai gerar Inclusive a a criação
de espaços públicos comitês para debates públicos para debater se tinha cabimento proibir eh pessoas né Proibir a liberdade de expressão de advogar pela legalização da planta inclusive vai contribuir pra legalização da marcha da maconha anos na frente né então a a o plano de tem um papel muito importante eh na disseminação de uma narrativa antiproibicionista né de uma narrativa contestatória contrária a essa narrativa que a gente viu circular durante o século XX todo né que foi essa narrativa demonizador criminalizadora da planta e aí a gente vai chegar agora no na na virada do Século XXI
né onde a gente vai ter dois avanços que eu separei aqui para trazer né tanto um avanço do Campo antiproibicionista né e dessa desse discurso contestador que eu acabei de falar quanto do do da da própria comunicação né a gente vai ter uma virada importante da comunicação mas começando pelos avanços que a gente teve no campo antiproibicionista né a gente vai ter nesse período do século XX para do XX para cá né do início dos anos 2000 para cá eh um aumento considerável o surgimento né das marchas da maconha primeira marcha da maconha acontece no
Brasil em 2002 a gente tá em 2024 Então já são 22 anos que a gente tem marcha da maconha acontecendo no Brasil enquanto que na na primeira marcha no Rio de Janeiro em 2022 foram meia dúzia né 150 pessoas ali fazer um protesto na praia de Panema hoje as marchas já carregam milhares de pessoas né a March da Macon em São Paulo que é a maior do Brasil carrega mais de 100.000 pessoas paraa Rua e a gente teve um amadurecimento grande né das demandas desse movimento né da construção das marchas por todo o Brasil né
inclusive com a Vitória no Supremo Tribunal Federal né no julgamento que teve da em em 2011 né que o Supremo Federal por unanimidade decidiu que era legal as pessoas se organizarem e produzirem marchas da Macon para contestar a lei que não cometia crime de apologia quem advogava pela mudança da lei de drogas né E esse ativismo da marcha da maconha ele vai incorporar várias outras lutas né junto com ele né então ele vai incorporar não só a luta pela Liberdade da planta pela Liberdade de poder cultivar e consumir a planta mas vai trazer as questões
de raça que estão inseridas dentro desse contexto de proibição as questões de gênero as questões da luta antimanicomial vai agregar outras lutas dentro dessa luta né E vai fortale esse ativismo para fazer com que ele cresça né a gente vai ter o desenvolvimento do ativismo grower né dos cultivadores né com o advento do gurou rum ainda em 2002 também que vai ser um um Marco também de comunicação né um Fórum de comunicação entre cultivadores no Brasil que se ajudaram e contribuíram pro desenvolvimento eh dessas informações aqui no Brasil né que vão dar origem inclusive há
um grupo de cultivadores que foram chamados de rede secreta né que foram os cultivadores que começaram a ajudar os primeiros pacientes aqui a aprender a cultivar e a ter benefícios com óleo da maconha a gente vai ter o surgimento desse ativismo medicinal né pela cannabis no Brasil né e o surgimento desses primeiros pacientes que vão conseguir eh adquirir o remédio primeiro clandestinamente depois na justiça e depois virem a se organizar formando as associações de pacientes que a gente tem hoje no Brasil dezenas talvez centenas já né se consolidando pelo Brasil a fora vai ter o
crescimento o surgimento do crescimento desse ativismo judicial pela maconha né então o desenvolvimento das tecnologias de de a ferramenta né do Abas Corpus para conseguir a autorização da justiça para fazer o uso do para cultivar para para produzir o próprio remédio né então é algo que vem se desenvolvendo no Brasil também isso tudo vem acontecendo nessas últimas nessas últimas duas décadas né o surgimento de entidade do terceiro setor de ONGs que estão eh atuando na linha de frente na na nessa questão do ativismo an ionista e fazendo política institucional né atuando no corpo a corpo
no Congresso Nacional e entre as instituições de poder político no Brasil para incidir esse debate a gente tem um aumento da produção científica no Brasil mais pesquisadores mais grupos de pesquisa surgindo durante esse período e a gente tem também as mudanças pelo mundo né então são vários países eh que nas nessa duas duas últimas décadas mudaram suas legislações né ou descriminalizaram ou vem legalizando a planta e tentando novas políticas novas formas de lidar com a questão da cannabis no mundo e todos esses fatores que eu elenquei aqui tiveram repercussão midiática né a a imprensa vem
se debruçando e acompanhando todos esses acontecimentos que a gente veio conquistando nessas últimas décadas eh alguns exemplos aqui dessa repercussão né trazendo o exemplo da de de como que vem se desenvolvendo essa repercussão por exemplo em relação a masa da maconha que mostra também um amadurecimento não só desse ativismo como da Imprensa no tratar do caso né né Eh desde o início a imprensa cobre o a questão da marcha da maconha no Brasil então as primeiras marchas da maconha depois os anos que tiveram uma repressão muito violenta com prisões né com proibições durante muitos anos
a marcha as marchas eram proibidas pela justiça de acontecer né e o o a a imprensa cobria isso acompanhou isso de perto né até chegar a ocasião do do julgamento do STF que permitiu né mas mas muuitas das vezes a repercussão midiática vinha nesse caráter mais de gracinha de galhofa né de a turma do fumacê vai fazer a festa da fumaça e nesse lugar de caricato né de de se referenciar a planta muito ligada àquela ideia da contracultura lá dos anos 60 né de ligar a maconha aos doidões a o pais amor as pessoas que
não estavam com uma luta legítima séria em disputa ali né e sim pela Liberdade de ficar doidão então a a as notícias iniciais eram tinham muito essa conotação mas a gente vê uma evolução Nisso porque hoje né as as notícias que saem hoje 2024 já são notícias que tão eh promovendo a masa da maconha como um espaço de luta um espaço de luta pelo fim da guerra as drogas pelo fim do racismo né um um um movimento de de desobediência civil que tá denunciando o caráter classista e o caráter racista da Guerra as drogas então
a a gente tem também uma mudança no olhar de do do do amadurecimento desse desse movimento e também do amadurecimento da Imprensa na forma de lidar né na forma de de reportar sobre as lutas dentro desse Campo apesar de isso ainda ser minoritário né isso ainda se o o discurso proibicionista ainda prevalecer eh uma outra repercussão que eu troue para simplificar aqui é a repercussão medicinal né então Eh desde de 2003 13 para cá né a gente vem tendo o o um avanço da questão medicinal e desse ativismo né da pessoas tendo mais acesso e
se beneficiando dos usos da maconha para fins medicinais resgatando aquilo que a gente viu lá do século XIX né da maconha sendo útil pro tratamento de diversas enfermidades e seu caráter medicinal então desde o início também a imprensa vem repercutindo então são várias publicações que estão dando luz e mais visibilidade do que a luta eh antirracista a a luta pelo acesso medic sinal tem tido muito mais força nesse último período né Eh felizmente mas também infelizmente né a a questão do uso da maconha para fins medicinais que que contribui para que crianças tenham menos convulsões
elas acabam eh constrangendo né e acabam tocando mais as pessoas do que os as mortes né a cor bala perdida as mortes as chacinas nas perifer comovem menos né infelizmente mas isso dá um denota né o o caráter racista que a gente tem no Brasil realmente né enquanto a guerra as drogas seguem matando as pessoas pretas e pobres isso não é forte motivo forte o suficiente pra gente pensar em mudar mas as crianças de classe média que deixam de ter convulsão elas comovem né e estão de alguma forma contribuindo para que esse eh contexto medicinal
da planta avance né e a gente vem tendo avanços em relação aí isso tanto com as autorizações na justiça quanto com as decisões da visa Então hoje já tem milhares de pacientes no brasil fazendo o uso de cannabis como medicamento seja através de importação seja através de associações ou do cultivo próprio né e a imprensa vem eh noticiando isso e faço aqui aproveito para fazer um registro aqui de valorizar os cultivadores brasileiros né que mantiveram viva essa cultura o conhecimento sobre a planta sobre seus benefícios o fato de saberem que existe tem plantas mais eh
destinadas para tratamentos do que outras e que ajudaram os pacientes brasileiros a ter acesso à planta no momento onde era tudo mato aqui né não tinha acesso esses caras essas pessoas mantiveram Vivo Essa cultura e contribuíram para ajudar as pessoas a terem acesso e ajudam continuam ajudando até hoje né eh e aí nesse século XXI também a gente tem essa virada digital na comunicação né a gente tem o advento da internet a gente vai ver surgir os blogs né vai deixar vai ser refém só do noticiário impresso dos jornais e televisivo né então a gente
vai ter aí eh novas narrativas sobre maconha circulando comunicadores surgindo né a gente vai ter os blogs Então nesse período aí de 2000 até 2015 eu separei aqui alguns para destacar né que foi o rum que eu já mencionei né um Fórum de cultivadores que é um arco na história também recente do Brasil né que reuniu centenas milhares de pessoas ali para debater sobre o cultivo aprender sobre o cultivo um dos primeiros e veículos digitais né de encontro de pessoas para debater sobre esse tema depois surgiram os blogs o mais perdão o mais famoso dele
o mais importante deles durante esse período Inicial foi o blog radão né que produziu bastante conteúdo foi uma referência para mim inclusive no sentido de acompanhar noticiário né de alguém que tava interessado em acompanhar noticiário sobre maconha o radão foi Pioneiro nisso né e não só na produ de jornalismo sobre o tema Mas também de conteúdos em vídeo né outras formas outros formatos de conteúdo que vão surgir em conformidade com as redes sociais com o desenvolvimento das redes sociais Então a gente vai ter esses primeiros youtuberes comunicadores comunicando sobre maconha nesse período numa numa numa
linguagem muito mais de usuário né Eh muito mais liberdade de uso de ativismo nesse lugar com esses veículos aí o grum radão o jornal da maconha o Smoke buds e Maria Juana foram os primeiros a trabalhar dentro dessa temática que falava sobre o lifestyle sobre a cultura canábica né e o ativismo canábico de 2015 para cá a gente já vai ter o surgimento de veículos especializados eh para falar da cannabis mais específica no seu na sua vertente medicinal né então que vai acompanhar essa ginada medicinal no Brasil esse surgimento das associações essas evoluções da Anvisa
na autorização dos medicamentos paraa importação e agora até para pra produção né então isso acompanhou a imprensa criar veícul surgiram veículos de imprensa especializados em canabis principalmente em canabis medicinal surgiram outros veículos especializados em canabis que não são só focados em canabis medicinal que são focados num num olhar mais amplo mas esses veículos surgiram que a gente tem hoje né Eh grandes jornais né veículos da grande imprensa criaram blogs e setoristas né chamaram setoristas para falar só sobre esse tema esses jornais eles acabam trazendo eh esse esse esses blogs dos grandes veículos né que tão
se debruçando sobre essa temática da canabis no Brasil tem um olhar muito Empresarial né sobre o tema e muito ligado a esse Empresarial ligado ao medicinal mas ainda assim é é um avanço né temos esse tema fixo dentro dos grandes veículos dentro da Folha de São Paulo por exemplo né da revista Veja e a gente tem os grandes jornais como Globo Estadão e e Folha de São Paulo se posicionando em relação ao tema nos seus toriais né se posicionando favoravelmente à descriminalização do STF favoravelmente a uma legalização uma mudança nessa política de drogas esses veículos
que foram contribuíram imensamente naquele processo de demonização mediática durante o século XX já tem uma outra perspectiva hoje se posicionam favoráveis a esse tipo de mudança no Brasil né e além dos setoristas dos desses editoriais favoráveis e dos Sites especializados a gente tem outros formatos que surgiram né os podcasts principalmente esse conteúdo em áudio que da pandemia para cá cresceu muito explodiu né E também os diversos produtores de conteúdo na internet que estão produzindo vídeo para YouTube que tão atuando no Instagram Então a gente tem muitos produtores de conteúdo canábico hoje fazendo conteúdo sobre a
ganja na internet sobre diversos aspectos pelo aspecto medicinal pelo aspecto cultural sobre cultivo sobre política sobre redução de danos Então a gente tem uma gama de pessoas aí se dedicando a produzir conteúdo sobre maconha no Brasil hoje eh de diversas formas né E aí chegando agora no no meu projeto né no projeto do canabis monitor Brasil um projeto que já tem 5 anos de atuação que eu criei em 2019 como resultado desse meu processo de pesquisa né ou fazer pesquisa na imprensa no passado e como eu já catalogava todas essas notícias que circulavam sobre Macon
no passado em algum momento eu resolvi catalogar as notícias do presente para poder fazer comparações entre elas né tentar entender o que que mudou no discurso da Imprensa do século XIX do século XX para pra imprensa de agora só que ao invés de eu catalogar isso numa planilha eu criei um perfil na internet no Instagram e comecei a catalogar as notícias ali no no intuito de criar um agregador de Notícias né porque eu queria que existisse um agregador de notícias sobre macona e não tinha então eu tentei criar um e esse projeto virou hoje um
projeto de comunicação de pesquisa né que não só agrega notícias mas também faz um esforço para agregar outros conteúdos para produzir o outros conteúdos então a gente produz hoje conteúdo em texto né a gente tem a newsletter do canabis monitor que faz um apanhado quinzenal do que que circulou de mais relevante no noticiário sobre cannabis né Eh tem um um podcast né conteúdo em áudio que a gente faz que é o podcast macro onde a gente tenta mapear o ecossistema cannábico e dialogar com os atores que estão atuando dentro desse setor no Brasil em diversas
frentes e a gente também faz conteúdo de vídeo eh cobertur de eventos canábicos principalmente e vídeos informativos pras redes sociais no formato Rios né esses vídeos curtos ou sobre as coberturas dos eventos que a gente faz ou sobre temas diversos que são possíveis de explorar é um projeto de comunicação que tá disposto a mapear o que que circula sobre maconha no Brasil e produzir conteúdo sobre esse tema por uma perspectiva antiproibicionista Mais especificamente sobre o maetro né que tem que é o principal conteúdo que a gente produz né o monitoramento ele é um agregador né
então a gente tá sempre buscando e agregando ali as notícias que circulam em todos os veículos mas o maetro é a nossa produção autoral mais firme né e onde a gente já tem mais de 250 episódios publicados desde 2020 e a gente propõe ali conversar dialogar diretamente com atores que estão fazendo essa pauta da maconha avançar no Brasil né então a gente tem parcerias com entidades importantes com grupos de Pesquisas com especialistas e comun adores para fazer esses programas né E a gente tem um programa que é só sobre debates onde a gente sempre tá
selecionando temas que repercutiram na imprensa eh sobre a maconha né O que a gente considera de relevante que circulou nas últimas semanas a gente chama especialistas para debater e aprofundar né trazer a perspectiva antiproibicionista para esses acontecimentos é um programa que é feito em parceria com a plataforma Brasileira de política de drogas que é uma das entidades mais importantes atuando nesse campo no Brasil hoje eh a gente tem o um programa para falar que chama sociedade né uma Mac sociedade que a proposta é a gente dialogar entrevistar representantes das entidades das organizações que atuam no
campo antiprofissional no campo pela legalização da maconha no Brasil vai apresentar como que essas entidades trabalham como que elas se financiam como que elas promovem as suas ações né como que é possível participar como que é possível aprender com as entidades que se dizem defensoras do Campo antiproibicionista né Qual é o objetivo ações que elas promovem etc temos um programa sobre Ciência ma conômetro ciência que é uma parceria com o psicocultural é pra gente desenvolver um programa de entrevistas com pesquisadores que tem a maconha como objeto de estudo então entender um pouco desse universo acadêmico
como é que é fazer pesquisa sobre maconha nas universidades brasileiras Quais são as dificuldades né as trajetórias desses pesquisadores como que eles foram parar dentro dessa temática os resultados dos trabalhos deles né tudo tudo isso a gente tenta trazer para essas conversas pra gente e com sempre com o intuito de apresentar né quem são as pessoas que estão dedicando hoje o seu tempo seu talento para desenvolver conhecimento produzir conhecimento sobre conhecimento Brasileiro né sobre a planta aqui no Brasil seus muitos atravessamentos nesse mesmo proposta né a gente tem uma câ imprensa com a proposta da
gente dialogar com jornalistas setoristas da maconha né é um projeto esse em parceria com o projeto comunic canabis da jornalista Ingrid Rodrigues com a nossa proposta de entrevistar os jornalistas já conversar com os jornalistas com essa mesma pegada do dos pesquisadores né isso o que que leva eles a trabalhar no setor da cannabis com notícias com comunicação os desafios de comunicar sobre maconha né então é um programa interessante que dialoga com o nosso conteúdo aqui a gente já entrevistou muitos jornalistas lá os principais jornalistas que atuam no Brasil hoje dentro dessa temática então é um
episódio legal para conhecer também como é que pensam né E como é que atuam essas pessoas que produzem as notícias que a gente som no dia a dia um outro programa que também dialoga com esse é o aperto rec que é o programa de entrevistas com esses produtores de conteúdo né com esses youtuberes com esses instagramers com essas figuras que estão produzindo conteúdo educativo crítico de humor nas redes sociais Então por lá já passaram que estão produzindo cultura também né então já passaram por lá cartoonist cineastas eh fotógrafos desenhistas eh e humoristas standup Comedy eh
influencer e etc e tal né então pessoas que que produzem conteúdo na internet sobre maconha ou sobre política de drogas e entender como é que é fazer os desafios que que encontra pela frente a dificuldade de falar sobre esse tema né como é que são os processos criativos dessas pessoas eh também temos um programa sobre política com a proposta da gente entrevistar políticos né entrevistar mandatos pesses parlamentares que tão atuando e que tão protocolando projetos de leis né que tão eh se candidatando aos cargos políticos que com uma proposta antiproibicionista né ou com ou promovendo
projetos de leis promovendo debates nos espaços de política institucional pra gente entender como é que é isso né como é que é fazer essa disputa dentro desses espaços como é que é a construção de um projeto de lei Quais são as disputas que são feitas ali como é que é encarar a oposição a esse tema dentro da arena política e para fechar a gente tem um programa uma educação que tem a proposta da gente dialogar com os profissionais da educação né com os professores com os secretários de educação com as pessoas que pensam campanhas projetos
ações educativas sobre drogas no Brasil hoje e quais são as problemáticas que envolvem esse debate né como trabalhar as drogas e a questão da maconha no campo Educacional né nas escolas n nas universidades nas formações dos profissionais da saúde dos profissionais redutores de danos e etc então convido vocês a a conhecer o maconh né é um programa que que tem essa proposta de aprofundar né são programas longos são conversas Profundas que tem a o interesse de sair do rard mesmo problematizar criticar né e compreender de uma forma mais Ampla as problemáticas que atravessam a maconha
a maconha dentro desses Campos né e a gente sempre se certificou de fazer essas parcerias né com com grupos de Pesquisas com esses especialistas com ess comunicadores eh para dar legitimidade para dar credibilidade né a gente não é o programa do Gustavo é o programa do canabis monitor com a proposta de ouvir de perguntar né a gente não tem uma proposta de de dizer para ninguém como é que é que tem que ser e porque que tem que ser e sim de ouvir quem de fato bota a mão na massa para fazer essa essa pauta
avançar no Brasil então fica aí o convite eh e aí para fechar eu já tô aqui já avancei bastante aqui na hora né mas para para fechar aqui queria fazer algumas recomendações eh eh sobre esse tanto e para aprofundar mais sobre esse tema que eu explorei aqui né volto a falar do meu livro que é o história da a maconha no Brasil através da imprensa né e recomendo também outros livros que trazem contextualizações históricas desse caráter racista do da proibição né as problemáticas da proibição para quem tiver interesse em aprofundar o livro da Luísa Saad
que é o fumo de negro a criminalização da maconha no pós-abolição que traz um aprofundamento sobre essa figura que foi o Rodrigues Dória que foi esse Pioneiro aí do proibicionismo no início do século XX que vai trazer esses elementos né que raciais né que contribuíram para culminar na proibição da planta no Brasil é um livro muito interessante muito importante para quem quiser se aprofundar no tema da história da maconha no Brasil e o outro que eu indico também é o drogas e a história do proibicionismo do Professor Henrique Carneiro que também é uma referência no
Brasil na história da maconha na história das drogas que tem vários trabalhos publicados esse livro é um livro mais abrangente não necessariamente só sobre maconha fala sobre as políticas de proibição no mundo é interessante pra gente para quem tá interessado em se aprofundar sobre a maconha no geral né ter esse contexto histórico de entender principalmente do Por que a maconha foi proibida né que é um pouco de quando a gente fala sobre antiproibicionista é esse caráter né de trazer o debate da proibição as questões da proibição pro centro do debate né Mais até do que
a questão da maconha dos seus benefícios ou malefícios a entender que a política de proibição causa muito mais danos do do que qualquer outra possível malefício do uso de qualquer substância né E aqui recomendo também alguns podcasts legais para quem tiver interesse em acompanhar e se aprofundar um deles que eu acho mais legal de todos é o porta de saída de amigos que da vinculados à Universidade de Campinas que fizeram um projeto muito legal de conhecimento sobre cannabis né episódios que falam sobre a Cannabis por uma perspectiva científica né pautado na ciência e referenciado cientificamente
então é um programa muito legal tem duas temporadas e recomendo outros também aqui o podcast do goas de esperança que é da da abrass comandado pela Cristina Segato que é uma das organizadoras aqui do curso também né o th show que já tem uma proposta mais cultural mais divertida para quem quiser absorver informação sobre esse tema numa pegada mais descontraída o Santa cannabis que tem um caráter parecido com o do goas de esperança né que é mais de entrevistas de diálogo com figuras também que estão atuando dentro desse campo e geralmente diálogo com a questão
medicinal tem o sinal verde cannabis E também o cannabis ho pode da Anita crep que tem uma perspectiva mais Empresarial para quem tá a fim de empreender dentro desse Campo São recomendações legais aí de outros formatos para vocês aprenderem sobre o tema né e para fechar né Eh como falei né o projeto do cannabis monitor tem um caráter de comunicação antiproibicionista né na verdade de promover as narrativas do das das figuras que estão inseridas dentro do campo antiproibicionista de fazer um contraponto com as narrativas que mais circulam dentro da grande imprensa né dificilmente a gente
encontra nos grandes veículos né na Folha de São Paulo no no Globo no Estadão na vesga as perspectivas ali de ativistas deem da maconha né de pesquisadores que tão fazendo pesquisa do campo das ciências humanas nas universidades de comunicadores a gente vai encontrar muito eh a opinião de empresários de ceos das empresas farmacêuticas colocando o posicionamento deles o que que eles pensam sobre os debates relacionados a canabis no Brasil mas a gente não encontra o desse outro Campo da luta né e o canabis monitor tenta eh ter esse caráter né tenta ouvir essas pessoas e
colocar essas narrativas dentro do debate público e lembrando que apesar de todos esses avanços né da de uma mudança na forma da Imprensa tratar o tema essa é uma narrativa ainda muito contra hegemônica né Essa narrativa que eu tô colocando aqui né o discurso proibicionista que marginaliza e que que tem muito preconceito ainda prevalece né ainda tem uma reprodução muito grande de fake News sobre a maconha muita reprodução de senso comum de distorções né de informações equivocadas sobre a planta estão circulando então é um grande desafio para quem quer atuar no campo da comunicação falar
sobre esse tema né a gente lida com as próprias plataformas das redes sociais impedindo o alcance a disemina desse tipo de informação né pelo fato de ser uma planta ainda proibida Ainda não regulada eh e a gente teve esse século inteiro né praticamente um século inteiro que permanece até hoje né dessa narrativa que demoniza e que gera esse Pânico moral da maconha ligado a uma coisa ruim ligado a loucura ligado a um veneno ligado ao Crime ainda prevalece sobre as narrativas que a gente contrapõe então não é fácil mudar a mentalidade das pessoas a gente
pode até conseguir mudar a lei né agora a gente conseguiu uma mudança no sentido de descriminalizar o porte mas é muito difícil mudar a mentalidade das pessoas né a mentalidade do PM que faz a prisão ilegal de um usuário e acusa ele como criminoso é um algo que a gente vai mudar com tempo e a comunicação é muito importante né pra gente mudar as mentalidades como a gente mostrou ali lá no início né a imprensa tem esse poder de construir hegemonia e ela construir uma hegemonia muito bem sucedida em relação à maconha nesse lugar de
demonização dela né E cabe a nós atuar pra gente reverter isso né então a gente lida aí com com as restrições dos algoritmos nas redes sociais de fazer esse tema se disseminar e também com as restrições nas próprias redações jornalísticas né Eh de impedir que essa pauta de acontecer né uma pauta que muitas vezes fogem dela só quando acontece algum algum acontecimento de fato grande relevante que essa pauta entra no dia a dia é difícil conquistar espaço para falar sobre essa pauta e a gente advoga por uma comunica honesta sobre drogas né uma uma comunicação
que seja educativa que seja crítica e que não seja pautada dessa forma que foi pautada durante todo o século XX nessas representações ridículas até né que foram feitas e permanecem até hoje e aproveito para todos os espaços que eu tenho né para colocar um posicionamento que é o de a gente atuar por uma imprensa abol eh por uma imprensa antiproibicionista porque assim como existiu no no Brasil uma imprensa abolicionista que atuou durante o século XIX durante o período da escravidão no Brasil advogando né Eh e atuando para conseguir mudar a mentalidade das pessoas para que
asas pessoas tivessem nojo da escravidão para que as pessoas eh se inconformar com a proibição com a proibição não perdão com a escravidão né que as pessoas se tornassem inconformadas com aquele regime eh nefasto e e contribuíssem para uma mudança de mentalidade para que o regime de escravidão não terminasse e a gente teve uma imprensa abolicionista que atuou né e contribuiu para esse movimento eu deol que a gente tenha desenvolva né uma imprensa de caráter antiproibicionista para ajudar a criar essa inconformidade né Essa ojeriza na população a proibição das drogas que causa tantos danos né
E principalmente as pessoas mais vulneráveis mais marginalizadas então que as pessoas interessadas em atuar no campo da comunicação aí possam se eh mergulhar mais fundo nesses contextos da de como que a maconha foi proibida de como que ela foi reproduzida e como que pode ser feito estratégias né pra gente reverter esse quadro temos muito campo pela frente ainda é isso desculpa se eu passei demais do tempo eu já tô ficando até rouco aqui do tanto que eu falei como eu disse né A gente podia passar horas aqui muito mais horas aqui semanas um semestre inteiro
mergulhando nesses temas eu tive que que passar rapidamente sobre todos eles Muito mais coisa que eu gostaria de ter trazido para dividir com vocês que não deu mas espero ter contribuído já deixo aqui à disposição meu e-mail é Gustavo jcma @gmail.com ou quem quiser também pode dar um salve alí através do canap monitor né convido vocês a conhecer o projeto e espero ter contribuído agradeço mais uma vez a Unifesp a movec a Cris a Eliana e a Gabi pelo convite espero ter contribuído um boa semana bom resto de dia para vocês aí e até a
próxima
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