Hebreus 11 verso 11. Na minha versão, eu leio assim: "Pela fé, também a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. " Existe na narrativa bíblica a figura de Sara e ela recebe algum tipo de destaque dentro da religião judaica e por consequência dentro também do cristianismo.
Só que Sara, ela é mencionada nas duas grandes religiões de tradição abraâmica, o judaísmo e no islamismo. Dentro do judaísmo e da cultura judaica, existem alguns elementos adicionais à visão de Sara, que muitas vezes nós de tradição cristã ou não conhecemos ou até ignoramos. Sara dentro do judaísmo, ela é honrada como uma matriarca.
Eles chamam isso de imahot. E ela é listada junto com Rebeca, junto com Raquel e junto com Lia. Ela é vista como uma mulher de fé.
E este verso de Hebreus 11 vai trazer aos leitores do Novo Testamento este papel de destaque de uma mulher que tinha fé. Ela é descrita como uma companheira leal de Abraão dentro do judaísmo e da tradição. E ela é mãe do povo judeu através do seu filho Isaque, o filho da promessa.
Só que dentro do Midraash e do Talmud, que são duas literaturas eh do judaísmo muito valorizadas, as duas obras destacam a hospitalidade de Sara, destacam a beleza de Sara, sua beleza feminina, e destacam a sua sabedoria. A tenda de Sara no Midrache e no Talmud era símbolo da presença divina. comparada ao futuro tabernáculo.
Olha, veja só. E dentro do judaísmo também, ela se ergue como uma esposa piedosa e uma mãe dedicada. A firmeza dela na expulsão de Agar e Ismael é interpretada como discernimento espiritual e não como dureza pelo midrash e o Talmud da tradição judaica.
Você deve lembrar isso, não é? Foi ideia dela quando disse a Abraão, quem sabe você tome a minha serva e eu, o filho gerado, eu vou tomar como meu. Só que quando ela teve o seu próprio filho, deu o problema entre o mais velho e o mais moço, uma idade razoável entre eles.
E Ismael, segundo a a o relato do Gênesis, ele zombava, ele fazia maldade com o pequeno e a situação dentro de casa ficou insustentável. Abraão vai orar a Deus e consultar o Senhor para saber como é que ele vai lidar com isso. Eu não sei quantos de vocês lembram a resposta de Abraão, mas Deus não deu a resposta a Abraão direta do que ele deveria fazer.
O que Deus disse a Abraão é: "Conversa com Sara". E Sara disse: "Manda eles ir embora". Ui!
Sara vai encarnar uma espécie de ideal de mulher, mesmo com seu papel discreto, mas ela tem profunda influência espiritual e moral. no islamismo, apesar do seu nome não ser citado a assim no no no livro sagrado, no Alcorão, eh o papel de Agar e a figura de Agar tem mais destaque por causa da da origem que ela dá a a povo vindo do seu filho Ismael. Existe uma tensão entre elas, uma tensão entre Agar e Sara.
Eh, e Agar, logicamente, no Alcorão tem o maior destaque por causa do seu filho, porque ele era um ancestral de Maomé. Porém, o próprio Alcorão reconhece que Sara era uma esposa legítima e mãe de Isaque, mas não recebe tanta atenção assim na narrativa, não é? Porém, dentro da própria tradição islâmica, Sara é também lembrada como alguém eh fiel.
Eh, ela e o papel feminino no Islã é ligado ao recato, obediência a Deus e o cuidado com o lar. Eu queria fazer uma breve recapitulação com você. Se você for ao livro de Gênesis comigo, por favor, no capítulo 12, eh, existem algumas ocorrências e algumas interferências de Deus, eh, e algumas interações de Deus com Abraão.
E Sara, você consegue ver ela descrita na periferia em alguns momentos, em outras vezes, num papel mais central nessas intervenções. É, no capítulo 12 de Gênesis, se você observar no verso 2, Deus faz um chamado, verso 1 e 2, Abraão, e no verso 2, ele faz uma promessa. Eu vou fazer de você uma grande nação.
Você será o pai de um grande povo. Isso tinha que ver com a promessa de um filho. E aqui você tem essa primeira interferência.
Abraão tinha por volta de 75 anos quando essa visita foi feita. Se você avançar ao capítulo 15 de Gênesis, e eu chamo a sua atenção aos versos 4 e 5, 10 anos depois, aproximadamente, Deus vai prometer uma descendência própria a Abraão, né? Ele diz assim: "Aquele que será gerado de você".
E diz assim, ó: "Olha pro céu, veja as estrelas, essa será a tua posteridade. " Isso tá no no capítulo 15. Por quê?
Porque no capítulo 12, quando ele diz: "Farei de você uma grande nação", Abraão, depois de 10 anos sem ver nenhum sinal da promessa, acaba pensando: "Quem sabe eu vou ter que usar um servo meu para como um herdeiro e dali vem a nação". Mas 10 anos depois Deus fala: "Não, não, não. É você que vai gerar isso.
Deus vai dando mais uma pista de como seria a formação dessa nação. No capítulo 16, um ano depois, não é? Você tem a ideia de Sara dizendo, quem sabe você pegue H.
E ali no verso 2 do capítulo 16 diz assim, ó. E Abraão concordou com ela. Não deveria, mas concordou.
Não sei se ele também se opôs muito, né? Mas deveria. Agora, 13 anos depois, capítulo 17, nós vamos entrar no que seria a alma do sermão de hoje, tá bom?
No verso 17, você vê Deus dizendo para Abraão, primeiro Deus disse, você vai ser pai de uma grande nação. Depois ele disse, vai ser de você. Você vai gerar isso.
É um filho teu, natural. Aí tem o filho Ismael. Aí Deus depois fala: "Não, o filho é seu, é natural, mas é com Sara".
Quando é dado essa notícia, no verso 17, do capítulo 17, você vê aí: "Abraão se prostrou o rosto em terra e riu-se. Ele riu dizendo consigo: "Há de nascer um filho, um homem de 100 anos, e dará luz Sara com seus 90 anos. " Isso é no capítulo 17.
No capítulo 18, Sara, que era 10 anos mais nova que Abraão, ela vai reagir porque um ano agora você tem a visita e depois de depois de um período e aí no capítulo 18 do verso 12 você lê assim comigo: "Por isso rio consigo mesmo ao pensar: velha e enrugada e o meu senhor já idoso, ainda terei este prazer? " Hum. Aqui entra o que a gente agora vai precisar analisar.
E aí você tem no capítulo 21, nascimento de Isaque. Ele agora tá com 100 anos. Mas eu queria que você observasse comigo nesse capítulo 18 de Gênesis, os versos 13 e os e o verso 15.
Lemos assim: Por que Sara riu, dizendo: "Será verdade que darei ainda a luz sendo velha? " Verso 15. Então Sara teve medo e negou, dizendo: "Eu não ri.
" Ele, porém, disse: "Não é verdade. É certo que você riu. " Hum.
Olhe para mim. No capítulo 17, quando a Deus refina a promessa Abraão, ele diz: "Você vai ser pai de uma grande nação, vai ser de um filho natural e vai ser um filho de Sara". E ele já tava com 90, ou melhor, ele já tava, eh, ele já tava com com 100 anos, perto de 100 anos, tava com 99.
Ele se prostra quando Deus fala com ele e a Bíblia diz que ele ri consigo mesmo e diz: "Como que eu vou ter um filho com quase 100 e ela com quase 90? " No capítulo 18, quando um ano depois, eh quando um tempo depois você tem o próprio Deus falando com ele naquela visita que vieram três e dois foram a Sodoma, um ficou na tenda conversando com Abraão, ele disse: "Daqui a um ano ela vai, ela vai ganhar o bebê". Quando Sara, que estava na tenda, servindo ali próximo, ouve o próprio Deus na figura humana, é uma teofania, falando com Abraão, daqui um ano ela vai estar segurando um bebê no colo.
Ela, a Bíblia diz, riu no seu íntimo e pensou, não tem como só que diferente do que acontece com Abraão no capítulo anterior, aqui no capítulo 18, Deus repreende Sara e não repreendeu Abraão. E alguns podem olhar isso e dizer: "Mas isso não é justo". Os dois riram.
Sabe, eu fui ao texto original e a palavra hebraica utilizada pro riso de Abraão é a mesma, igualzinha, utilizada para descrever o riso de Sara. Eu pensei comigo, quem sabe um pode ter sido um riso e a palavra, a etimologia, um pode ter dado uma gargalhada, o outro pode ter dito, feito de maneira sarcástica. Não, etimologicamente falando, olhando pro texto, você não consegue perceber uma diferença entre a risada ou o riso de Abraão quando ele se prostra e o riso de Sara quando tá atrás ali no outro recinto da tenda.
É igualzinho, você não consegue perceber a distinção. Então, como é que a gente agora vai perceber uma distinção? E será que existe uma distinção?
No capítulo 17, Deus não repreende Abraão, mas no capítulo 18 ele olha para Sara e fala: "Por que que você riu? " Não, eu não ri. Meus irmãos, olha aqui para mim.
Olha aqui para mim. A gente consegue perceber a distinção, porque Deus repreende um e não repreende o outro. Deus conhece quem nós somos.
Deus sabe o que a gente faz. Só que essa historinha perdida aqui no meio do livro de Gênesis me diz que Deus consegue fazer uma distinção entre atos aparentemente idênticos. Eu e você podemos reagir aparentemente da mesma forma diante de uma situação.
E ainda assim Deus consegue perceber a diferença entre as nossas ações aparentemente idênticas. Sabe por quê? Porque Deus conhece a origem das nossas ações.
Deus conhece a gente do avesso. Olhem para mim. A Bíblia é muito seletiva com que ela vai colocar no registro.
E por que que eles acharam por bem colocar isso? Porque eu e você precisamos compreender uma coisa. Nas nossas relações humanas, a gente consegue enrolar os outros, sim ou não?
A gente dissimula. Não, mas não foi isso que eu quis dizer. Não, não, mas não é bem assim.
Não, não. O que eu e a gente a gente consegue sair de umas enrascadas quando a gente é confrontado. Sim ou não?
Lógico que sim. Até porque não foi dada a ninguém a autorização de julgar as intenções do outro. A igreja não pode julgar as intenções.
O marido não pode julgar as intenções. O pai não pode julgar as intenções. Intenções é um território, é um lugar que só Deus conhece.
Nós lidamos com fatos e se nós tivéssemos que julgar entre a risada de Abraão e a risada de Sara, nenhum de nós seria capaz de dizer a distinção entre elas. Nenhum de nós. Mas Deus consegue.
Sabe por quê? Porque Deus sabe porque a gente faz aquilo que a gente faz. Mesmo quando nós estamos fazendo coisas corretas, mesmo quando nós os a nossa ação ela é correta, Deus consegue entender o que tá por trás da ação.
Deus conhece o íntimo, a motivação. É possível que uma pessoa que faça, cometa um erro, não seja julgada por Deus e um outro que tenha feito uma coisa certa tenha uma repreensão do Senhor. Sabe por quê?
Porque a motivação é ali que reside o perigo. É a origem das nossas ações. É aqui que nós temos que cuidar.
É aqui que nós temos que vigiar. O sorriso de Sara trazia uma coisa que só Deus podia ler. E na igreja nós podemos fazer um monte de coisa certa.
E a nossa motivação estar estragada. Misericórdia. Às vezes a gente faz umas coisas, mas aqui dentro é uma má vontade, é um azedume.
E meus irmãos, isso não é uma coisa apenas de temperamento. Isso é uma coisa que a gente tem que trabalhar com Deus para que Deus purifique a origem das nossas ações, para que lá dentro haja uma purificação de quem nós somos. Porque Deus sabe tudo.
Deus conhece a gente do avesso. Tem um monte de problema que a gente consegue vencer aí só na base do argumento. Mas ela diz assim: "Eu não ri.
Você riu sim". Só que antes de eu ir paraa redenção de Sara, eu queria apenas que você observasse que existe um negócio aqui muito bonito e um paralelo com uma outra gravidez improvável. Você repara que no verso 14 do capítulo 18 de Gênesis, quando o próprio Deus confronta a Sara dizendo: "Você riu?
" assim, não minta, você riu. E aí Deus diz assim, ó, existe alguma coisa impossível para o Senhor? É a pergunta.
Dentro de um ano voltarei a você e Sara terá um filho. Ponto final. Por quê?
Qual é o impossível que existe para Deus? Não há impossível para Deus. Agora, esse texto aqui desperta em você um outro texto ou não?
Me permita refrescar sua memória. Quem sabe não é Natal, mas em Lucas capítulo 1, verso 37, você tem um anjo anunciando a uma adolescente que ela ficaria grávida. E era impossível ela ficar grávida porque ela era virgem.
E quando essa menina recebe a visita do anjo, o anúncio de sua gravidez, ela diz o seguinte: "Como que isso poderia ser possível? O que o anjo Gabriel disse a ela? " verso 37 do capítulo 1 de Lucas.
Não há impossíveis para o Senhor em nenhuma de suas promessas. O anjo Gabriel está citando a palavra do próprio Deus no anúncio à gravidez de Sara. Não há impossíveis para Deus em nenhuma de suas promessas.
Não é extraordinário isso, meus irmãos? As nossas impossibilidades são a especialidade de Deus. Se eu falo para alguém hoje que se vê numa sinuca, num labirinto, numa condição entrancada, que não sabe como fazer e nem como resolver, deixa eu dizer aqui uma coisa a você.
Alinhe o seu coração com Deus. Tenha as suas motivações purificadas pela ação do espírito. Não minta para si mesmo.
Não minta. A pior mentira é quando nós mentimos para nós mesmos e dissimulamos quem de fato nós somos e o que nós estamos sentindo. Equacione isso com Deus.
Não adie prestação de contas de sua alma com Deus. Disso depende a sua paz, a sua salvação, a sua tranquilidade, a sua relação com as pessoas, a sua relação com Deus. Coloca isso em dia, entra no seu aposento sozinho, ajoelho na sua cama e coloca a sua vida em dia com Deus.
Não dissimule. Sabe por quê? Porque não há nada que a gente possa dizer a Deus que o convença.
Não há nada que a gente possa explicar para ele que ele já não saiba. Nós vamos querer enrolar a Deus. Ele que um dia trará a juízo toda a obra.
Queer aquelas mesmo aquelas escondidas. Você sabe que Deus não precisaria fazer isso, mas serão 1000 anos Deus mostrando porque ele fez algumas coisas do jeito que ele fez. Os livros serão examinados, as intenções das pessoas e as motivações serão explicadas.
Por que Deus levou uns e não levou outros? Deus dará explicações. Isso através de sua justiça e do relato preciso de nossa vida nestes livros.
Pois bem, meus irmãos, Sara amadurece. No capítulo 21 de Gênesis, eu chamo a sua atenção no verso 6, olha só o que diz. É ela quem está citando.
Deus me deu motivo de riso e todo aquele que ouvir isso vai rir-se juntamente comigo. O riso de dúvida, de incredulidade de Sara foi transformado em riso de alegria. E você sabe porque ela é uma matriarca.
Você sabe porque sua imagem é redimida na galeria dos heróis em Hebreus capítulo 11, o primeiro verso que lemos. Você sabe por quê? Sua honra foi resgatada.
Por quê? Porque na repreensão, no puxão de orelha que ela recebeu do Senhor, quando ela disse: "Eu não ri", ele disse: "Você riu sim". O nome do menino era para estampar duas coisas: a recuperação de sua incredulidade e o motivo de alegria de sua casa.
O que foi um defeito para Sara de ser incrédula e dissimulada, ela agora estampa no em todas as vezes em que ela chama o seu filho do quintal, da tenda, pro banho, paraa refeição, para sair, para entrar. Todas as vezes em que ela pronuncia o nome do seu filho, ela lembra de duas coisas. Eu não posso esconder nada de Deus.
E não existe nenhum impossível para as promessas de Deus. E por isso essa criança é motivo de riso, não de incredulidade, não de dúvida, não de sarcasmo, mas de alegria, porque Deus cumpre as suas promessas. Meus irmãos, quando a gente coloca as nossas contas em dia com Deus, Deus transforma os nossos atos e eles viram troféus de um Deus que transforma a vida, a motivação e o coração dos seus filhos.
A gente não pode esconder nada dele. Seria, seria como o meu pequeno OTO. Eu o conheço só no olhar.
O seu olhar revela a mim coisas que eu não vi ele fazendo, mas eu sei. Eu não sou todooderoso, nem sábio, nem onisciente. Não conheço todas as coisas, mas o olhar do meu filho revela a mim se ele está ansioso, com medo, se ele fez algo de errado, se ele está envergonhado, se ele está muito animado, se ele está cansado, eu consigo ver no olhar do meu filho, não tem como eu dissimular, porque eu o conheço.
Pois bem, existe um infinito numa escala da forma como Deus nos conhece. Deus nos conhece de dentro para fora. Algumas pessoas ousadamente dizem assim: "Quando são confrontadas pela realidade nos seus relacionamentos, quando elas precisam prestar conta dos seus atos, algumas pessoas dizem assim: Deus conhece o meu coração".
Meus irmãos, essa declaração ela tem, ela pode ser enxergada de duas maneiras. Uma é de alívio, porque de fato Deus conhece seu coração. A outra é cuidado, Deus conhece o seu coração.
Deus conhece o nosso coração. Esse que Jeremias disse, danadinho, irremediavelmente mal, enganoso. Quem o pode conhecer?
Disse Jeremias. esse coração e ainda assim conhecendo o nosso coração, ele ainda se propõe a nos amar. Não é incrível?
Vamos orar a Deus, mas não antes de a gente ouvir uma última canção. Essa última canção que seremos dirigidos agora e na sequência vamos pedir a bênção do Senhor sobre o nosso dia, sobre a nossa alma e sobre aquilo que Deus deseja fazer e provocar dentro de nós. Ele te ama, ele te conhece.
E nós respiramos aliviados, mas também nutrimos o temor dentro de nós por essa realidade. Que Deus nos abençoe.