a aula que você vai ver a seguir é parte de um curso da casa do Saber mais plataforma Educacional com mais de mil horas de conteúdos desenvolvidos pelos melhores professores do país quer conhecer então clique no link que está abaixo do título desse vídeo assim agora e tem acesso a outras aulas desse curso e também é um mundo de conhecimento bem-vindos ao nosso curso sobre a partilha dos afetos e eu gostaria de começar a introduzindo a escolha desse título ele é uma homenagem é uma perspectiva de um filósofo chamado jacancier que escreveu um livro chamado
a partilha do sensível e nesse trabalho rancier que é o autor de um outro trabalho muito interessante chamado estética o inconsciente estético ele fala da partilha como algo que diz respeito à produção de um comum né aquilo que é partilhado pertence a um determinado grupo uma determinado unidade mas também é aquilo que é partilhado é dividido em partes cada um tem o seu quinhão cada um tem a sua contribuição para a criação daquele espaço comum nossa ideia é de que existe um processo análogo nas relações intersubjetivas e no que há psicanálise descreveu a partir da
sua teoria dos afetos Isso quer dizer o seguinte antes de tudo preciso pensar que os afetos definir-se pela nossa capacidade de afecção Ou seja a nossa capacidade de receber então vamos começar a definir um pouco os nossos termos o afeto é uma expressão que remonta né a ideia de ser afetado e portanto implicaria assim numa certa experiência passiva como se fossemos uma folha em branco e alguém vai lá imprime algo em nós deixa uma marca uma impressão que pode ou não permanecer pode ou não ser retida por essa vamos chamar a superfície da alma isso
é um modelo interessante é porque desrespeito a capacidade de receber mas na prática ser afetado não é só ser passivo existe algo no na maneira como a gente é afetado que mostra uma espécie de expressividade da recepção que mostra para aquele ou para aquilo de onde nós estamos recebendo um determinado estímulo que aquele estímulo Está ok está sendo percebido está sendo bem recebido ou então está sendo refletido bom os afetos então a gente pode dizer eles têm é na sua origem um certo discernimento ser afetado não significa nomear aquilo que nos afetou ser afetado está
longe de implicar que a gente consiga bem representar aquilo que nos afetou a gente pode dizer essa capacidade sensível ela não é um espelho da linguagem e ela também não é um espelho do mundo Ela implica um certo trabalho Ela implica um certo trabalho de reconhecimento que passa no nível vamos dizer assim biológico pelo que a gente pode chamar de própria percepção ou seja como nós sentimos o nosso próprio corpo a síndromes como por exemplo Pânico que parecem estar associadas com uma um curto-circuito da maneira como nós percebemos nosso próprio corpo o mesmo acontece na
hipocondria onde uma determinada área começa a ficar hipersensível e quanto mais a gente presta atenção nela mas aquele pequeno avaliação assume um volume e uma extensão cíclica que passa a ser assim inquietante que passa a demandar algo do sujeito Então essa é uma segunda característica dos afetos seja a gente a gente precisa e pode reconhecê-los né por própria percepção por Bio feedback por nome ação eles podem permanecer também numa zona de indeterminação entre prazer e dos prazer entre conforto e desconforto certa síndrome psicossomáticas elas estão associadas a uma dificuldade de nomear aquilo que está nos
afetando e nos treinos Isso se chama alextimia a ler é um prefixo de negação etimia quer dizer afetos a pessoas que têm mais dificuldade de nomear o que estão sentindo e outras que conseguem vamos dizer assim manter-se num certo tempo em que a afetação ela cumpre todo o seu processo e você consegue bem representá-la o melhor representa mas eu falava desse segundo tempo em que aquilo que nos afeta também nos convoca aquilo que nos afeta também demanda aquilo que nos afeta Exige uma espécie assim de resposta e esta resposta a gente pode chamar então de
emoção né moto de movimento tenha uma dimensão mais fixa do ponto de vista da história da nossa espécie são seis emoções que a gente pode encontrar transculturamente é ao longo do tempo e que são assim automaticamente percebidas na criança pela sua mãe e um estrangeiro mesmo que eu não falha a língua dele são emoções escritas por Darwin né no seu célebre trabalho sobre expressão das emoções em homens e animais retenham aí a noção de expressão e que a gente pode dividir entre as emoções baseadas na gramática da fuga ou ataque é o medo e a
raiva Uma emoção que tem que ver com certos Estados e de corpo como a contração de pupilas vaso compressão aumento da Visão em Foco porque e trabalho da Inteligência trabalho de julgamento atacar ou fugir a partir de como eu fui afetado eu posso traduzir esse afeto em raiva ou medo mas posso traduzir esse afeto Ou posso convocar né partir desse afeto um outro par de Emoções né vamos dizer a alegria e a tristeza enquanto o medo e a raiva são afetos vamos dizer assim que nos direcionam para a ação seja ação de defesa seja a
ação de ir em frente a alegria e a tristeza nos Foca no presente nos liga ao ambiente nos faz reverberar né como dizem os antigos um certo contentamento uma certa satisfação ou uma certa insatisfação que que quer dizer satisfação é isso que está o jogo a ideia de contentamento ou bem-aventurança o temperança ou seja a ideia de que você pode estar ali com aquilo que é os seus afetos se propiciaram e você pode amplificar isso no sentido do outro as emoções está alegria e da tristeza já diria o Espinosa elas tem que ver com o
encontro bons encontros e maus encontros aumentos de potência diminuição de potência né inclinação para a presença e retirada da presença o terceiro par de Emoções surpresa e o nojo tem que ver com a nossa interpretação do sistemas de expectativa como nós estamos no tempo como nós estamos em relação assim uma espécie de previsibilidade ou de controlabilidade que vamos formando na nossa consciência a partir da interpretação que fazemos na nossa história Então se surpreender é ter a seu sistema de expectativas violado e isso pode estar ligado por exemplo a nossa maior ou menor curiosidade os curiosos
são aqueles que adoram ser surpreendidos aqueles que tem um certo temor da experiência vão preferir né um recuo vão preferir sentir o cheiro vão preferir tatear antes de se entregar a determinada rede de expectativas bom além dessas emoções que são então básicas a gente utiliza e teria dois sentimentos dos Sentimentos de base nos sentimentos que foram descritos por Freud como sentimentos sociais a culpa e a vergonha ela seriam traduções de uma afetação que não estaria só baseada no que vem de fora mas também naquilo que vem de dentro como os estímulos externos se conectam com
os nossos estímulos internos como a nossa percepção se conecta com a nossa memória e nesse circuito a gente forma então uma certa receptividade para os afetos ou uma certa calosidade para os afetos E aí a gente vai desenvolver e às vezes isso é importante certas desafetações certas inibições com cirurgião quando ela vai praticar sua arte se ele se emociona com que ele está vendo talvez ela não consegue pensar direito nas suas ações né Portanto ele desenvolve isso tá aí disponível para todos nós uma capacidade de desligar a nossa afetação e concentrar a nossa atenção nos
atos né a inteligência dos nossos atos bom então a gente tem afetos a gente tem emoções e a gente tem a tradução dos afetos e Emoções no que a gente pode chamar com Hansen de partilha o sensível ou partilha social dos afetos Então vamos imaginar agora que os afetos que já são uma tradução né que não são uma coisa passiva as emoções que já fazem parte da resposta né que é assim o que que você faz com aquilo que te afetou elas transformam medo se transforma em raiva você transforma o quê e a transformação da
transformação como você partilha isso com os outros né formando uma espécie assim de paisagem social de de campo de atmosfera na qual as interações vão se dar isso é muito interessante porque o sentimentos no fundo elas estão baseados no que o Freud chamava assim de mímica dos afetos uma parte de um trabalho dele sobre o x sobre humor sobre o cômico sobre como a gente ri e ela dizia o Rios ele tem duas fontes importantes uma é o riso A2 quando eu vejo alguém escorregar numa casca de banana e reajo aquilo numa expressão de Olha
como eu sou adaptado e Olha como essa pessoa ela é acabou sendo depositária da minha em coordenação motora nos meus equívocos da minha da minha infantilidade eles Esse é um riso de baixo valor social porque e ele no fundo trabalha apenas a dois né você e aquele de quem você está rindo existe além do do cômico existe o rumores existe o xistoso que envolve três lugares né envolve aquele por exemplo que conta a piada envolve o outro que recebe essa piada e que se a piada funcionar fecha-se um circuito ou seja aquilo que me fez
rir um dia agora faz rir ao outro e na medida que ele ri de novo ou ele ri da piada que eu contei eu capturo eu pego para mim de volta um fragmento de gozo e o rio junto ele vai dizer então essa é uma maneira da gente repetir satisfações repetir Prazeres que se vividos individualmente seriam assim impossíveis ou muito bobos vamos dizer que eu vi uma piada legal chego em casa e conto a mesma piada para mim de novo eu não vou rir direito eu não vou rir tanto quanto eu ri da primeira vez
porque me falta o efeito surpresa vejam aí a presença da emoção né porque me falta aquela primeira alegria que ela é Marco né que que se impressiona sobre mim com alegria de rir de uma piada né portanto eu preciso contar essa piada para um outro para conseguir rir de novo com ela mas quando eu faço isso eu ponho em marcha o que o Fred chamava de oxiste como processo social e é por isso que as piadas se espalham um conta para o outro com outro como conta para o terceiro o terceiro conta para o quarto
quarto conta para o quinto hoje por exemplo a gente vive toda uma cultura dos memes na internet que são o que mensagens de riso de alegria que a gente espontaneamente passa a frente Por que que estão espontâneo porque a gente é solidário porque a gente quer que os outros Riam e não é também porque quando os outros rim a gente recupera um fragmento dessa emoção um fragmento dessa desse afeto isso portanto habilita a gente a falar e dominâncias e aquilo que os gregos chamavam de Patos um certo sentido de Patos que não é o de
sofrimento e nem o de paixão né mas que é a impressão do espaço por exemplo o Patos do tédio entre românticos alemães do século 18 ou o Patos da guerra entre os romanos durante a guerra na Gália então a gente pode dizer que retóricas existem discursos existem dispositivos sociais e culturais que criam paisagens de sentimento essas paisagens Elas têm uma altíssima Valência política se o sentimento geral for de medo o que que é que eu vou atender a fazer eu vou atender a procurar segurança eu vou atender a entregar a minha liberdade para quem tem
os meios né de poder ou de uso da violência para me sentir protegido Olá ataque ou Fuga o que que eu faço eu transfiro para o outro ataque e eu fico na posição de defesa isso gerado por um determinado estado uma atmosfera de um determinado sentimento mas vamos dizer que o sentimento seja de ódio como a gente viu aí no Brasil recentemente isso vai favorecer certo os argumentos isso vai favorecer certas ideias em detrimento de outras né quando a gente é estado ao ódio que que a gente começa a procurar inimigos culpados pessoas que estariam
vão dizer assim causando esse estado em nós e com isso vocês vem né a gente tem um tipo de laço social que é Vamos nos unir para combater esse determinado inimigo isso acontece porque o ódio está dado né como a atmosfera de sentimentos e porque esse ódio começa a produzir o mesmo ciclo de reabilitação que a gente viu em relação aos afetos ou seja dos Sentimentos social de ódio eu volto para o afeto individual de ódio isso extremamente perigoso porque assim como os políticos vão procurar inimigos e às vezes países inimigos as pessoas vão procurar
adversários que podem ser aqueles com quem eles estão vivendo estão vamos assim partilhando o seu cotidiano ou pode ser as pessoas com quem você vive na sua escola na sua empresa na sua igreja onde você estiver então percebe-se que a temática dos afetos ela está profundamente atravessada por atos de reconhecimento que são atos políticos né ou seja qual é o sentimento que a gente junto quer produzir né pode ser o de alegria pode ser ou de medo mas pode ser assim sentimentos mais complexos como de solidariedade como o de estranheza ou depressa né um sentimento
de familiaridade estranhamento se cruza com um sentimento de pressa ou de lentidão Às vezes a gente está numa atmosfera em que a gente diz assim puxa aqui as coisas tendem a se processar de uma maneira mais lenta isso vai afetar o nosso circuito de afetos isso vai afetar a produção das nossas emoções isso afetar aquilo que Alguns chamam de a gerência das emoções e esse tem sido um grande tema aí para diversas formas de psicologia no entanto parapsicanálise Mas como que a gente opera modulando agindo sobre essa cadeia como a gente por exemplo pode escolher
em parte fazer algo com que os outros fiéis fizeram conosco o outro pode gerar em nós um conjunto de afetos a gente escolhe E aí tem uma escolha que não é exatamente inconsciente mas como escolha pré consciente né a gente escolhe a volumetria a gente escolhe por exemplo inflar um determinado afeto em relação a um determinada emoção em detrimento de outra emoção em relação a um determinado afeto como por exemplo a gente faz isso cadeias de pensamento Ah ele me disse aquela coisa naquele momento e que isso me decepcionou muito eu chego em casa e
começo a repetir cada palavra né cada gesto e daí eu concluo essa repetição e engraçado quando o circuito se fecha parece que eu sinto de novo aquilo que o outro me fez sentir né e ao sentir de novo aquele afeto fica mais forte fica mais intenso mas fica também mas Prisioneiro daquele instante Prisioneiro daquele momento E daí Eu repito de novo e ele me disse aquilo depois me disse aquilo depois me disse aquilo depois me disse aquilo e a gente sente de novo aquilo que estava naquela situação até certo ponto essa reconstrução ela é importante
porque ela é uma pesquisa que estamos fazendo sobre qual isso realmente quais afetos realmente estavam em jogos em jogo naquele encontro muitas pessoas reduzem essa pesquisa rapidamente a um processo no qual essa reconstrução se fecha num círculo perfeito e quando ela começa a girar sobre si mesma a gente tem um efeito descrito aí pelo nit como um dos nossos diagnósticos de época um dos nossos diagnósticos de modernidade que vai dizer assim aquele que começa a se fechar nesses afetos que vão se intensificando por que estão se aprisionando está sofrendo de ressentimento sentimento de novo sentimento
mais uma vez sentimento que não se desdobra numa troca com o outro sentimento que passa a ser então vivido numa espécie de recuo em relação ao outro uma espécie de individualização em relação ao outro a partir de então o tempo não passa mais novos encontros não mudam aquilo que aconteceu novas palavras não desculpam aquilo que feriu novos eventos simplesmente confirmam aquilo que está sendo então preservado pelo sujeito numa relação que no fundo presume uma espécie de onipotência do campo do outro presume que o outro é quem define os afetos os sentimentos e as emoções e
nós apenas sofremos passivamente o que o outro nos propõe e está fechado um circuito que é ao mesmo tempo psicológico né psicanalítico porque envolve uma espécie de tramitação da angústia que esqueceriam que a indeterminação dos afetos a impossibilidade de traduzi-lo traduzi-los Emoções ou traduzir as emoções e sentimentos mas também é um processo que passa pela política que passa pela pela nossa experiência social então nos nossos próximos encontros aqui nós vamos detalhar nós vamos exemplificar o funcionamento dessa partilha dessa divisão social dos afetos bom então tá apresentado o nosso quadro de referências né os afetos emoções
os sentimentos e passei assim rapidamente por aquele que seria o afeto de base o afeto mãe o afeto para qual todos os outros afetos podem ser reconvertidos que angústia quando a gente sente angústia quando a gente já tomado pela angústia é como ou seja estivesse no Grau zero dos afetos existe um correto da angústia em termos de partilha social é que é o que o Fred chamou de um sentimento inconsciente de culpa o sentimento de que você mesmo não tendo feito nada de criminoso nada de errado nada de inadequado ainda assim recebe esse afeto né
a partir do Sentimento do Mundo de volta sobre você então nos nossos próximos encontros nós vamos detalhar o funcionamento desse circuito de afetos em casos específicos vamos falar de como esse circuito Pode ser então modulado hoje a gente introduziu essa dimensão mas vamos falar especificamente da modulação pela escuta vamos falar mais dessa dimensão política né dos afetos e como os afetos podem oferecer resistência e podem então transformar certas modalidades de poder e vamos falar também desse desse sentimento emoção e afeto que é tão procurado pelas pessoas e que o próprio Freud dizia é a maior
fonte potencial para nossa transformação e do mundo que é o amor Então vamos ver um caso mais complexo como amor vamos ver um caso mais simples como medo vamos falar da escuta do empática dos afetos e vamos atravessar isso com a discussões sobre a valência política a maneira como a gente lida Gere reconhece e nomeia nossos afetos ficou com vontade de ver o curso completo as próximas aulas estão disponíveis na casa de saber mais para você assistir onde quando e como quiser clique no link que está na descrição e no primeiro comentário desse vídeo e
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