A importância do jogo entre SOLIDÃO e SOLITUDE | Leandro Karnal | Série 'Solidão' #2

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Prazer, Karnal - Canal Oficial de Leandro Karnal
Uma reflexão sobre a natureza de viver só -por pouco ou muito tempo, estando ou não acompanhado- a p...
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a solidão é um desafio a solidão é algo que nos incomoda talvez porque contém em si a maior de todas as questões afinal quem é você afinal quais são os seus rostos quando ninguém está olhando quais são os seus medos quais fantasmas aparecem quando você está sozinho prazer carnal a narrativa fundacional da nossa cultura o gênesis começa com uma questão muito curiosa deus criou todos os animais aos pares macho e fêmea criou elefantes leões criou girafas criou peixes aos pares todos tinham a espécie masculina e feminina apenas um ser nasceu sem complemento apenas um ser
criado à imagem e semelhança de deus segundo a narrativa do gênesis nasceu sem ninguém e se alguém adão a dar um homem este alguém não tinha outra pessoa e deus acaba dizendo não é bom que o homem esteja sol e criou uma companheira a partir da costela de adão é importante notar que adão não reclama da solidão adão não reclama a deus adão não chega a deus e disse preciso de alguém para conversar adão nota que é solitário porque não tendo tido nunca experiência de uma companhia adam não pode sentir falta de ninguém mas o
primeiro recall da criação a primeira vez que deus rei fez algo na história da criação foi criando a mulher ea companhia para dão suficientemente diferente dele porque era uma mulher para criar um afastamento que não fosse por um espelho suficientemente igual da mesma espécie humana para criar uma possibilidade que leve o diálogo assim adão e eva constituem uma fórmula contra a solidão das mais curiosas é preciso que eu seja ligeiramente diferente das pessoas para que elas não sejam apenas o reflexo do meu narciso e é preciso igualmente que eu seja muito parecida com a que
exista comunicação e identidade a identidade é dada pelos outros corpos são cruzou e no romance de daniel de fogo conta que esteve sozinho em uma ilha sem nenhuma companhia apegou se abre os apegou-se a costumes como marcar o calendário marcar os dias mas só descobriu de fato que ele era quem ele era após muitos anos quando ele participa da libertação de uma personagem que batiza de sexta feira a partir de então olhando para o outro opção cruzou e senti ele é plenamente uma pessoa é um europeu tem uma cultura específica sem outra não sei quase
nada sobre mim se você é alto se você é baixa se você é magro se você não é tudo isso depende da comparação com outra pessoa eu estou no outro por isso que o grande poeta francês hubble desinveste extraordinário afirmação obscura eu é um outro porque o meu próprio eu constituí um outro no qual eu estranho porque o meu e vai se formando lentamente a partir do contato com os outros a partir de convenções sociais a partir de opiniões que os outros esperam que eu tenho para surgindo vai surgindo nesse caso um eu social um
erro aceitável o meu que fala aquilo que os outros podem ouvir que não é desagradável que não é assassino que não é violento e lentamente steel que é um outro vai sendo moldado pelo convívio toda a história da arte toda a história da literatura trata desse descobrimento interno de um eu que vai se afastando de si é o caso de ana karina de tolstoi é o caso de capitu de dom casmurro é o caso de madame bovary de flaubert que vão descobrindo cada uma dessas personagens criadas pela mente masculina cada uma dessas mulheres criadas por
homens vai descobrindo algo que não estava ali antes uma insatisfação que vai movimentar toda a trama toda literatura ocidental trata de um eu lírico buscando companhia e toda a literatura ocidental trata de um eu lírico afastando da companhia ou rechaçam da companhia todo cinema é prática mente o encontro de alguém como outra pessoa com um grupo com uma mãe que com um amante com a esposa o marido e todos cinema é a dor a partir desse encontro nós vivemos essa questão de forma insolúvel não existe uma solução perfeita para o dilema do porco espinho porém
eu posso sem dúvida através da minha consciência através da reflexão literária psicanalítica e filosófica simplesmente me dar conta de que eu nunca estarei pleno estando sozinho e nunca estarei pleno estando com outras pessoas que as minhas incompletudes são levadas para o grupo e são levadas igualmente para dentro de mim quando estou sozinho porque eu me carrega com meus medos com as minhas angústias com os meus dramas inclusive para a solidão mas é preciso um equilíbrio um equilíbrio recomendado amplamente na história da filosofia ocidental da capacidade que eu tenho de exercer coisas sempre individuais como ler
um livro como abrir uma página e descobrir através de um diálogo com o outro eu que o autor com outra fonte que não sou eu um diálogo que vai me marcando eu vou revelar boiando internamente este prazer extremo que a capacidade de ler um gesto profundamente solitário e profundamente gratificante é a velhice de quem não lê e ainda mais solitária do que a velhice de alguém que ler porque o livro é sempre uma companhia extraordinária da mesma forma muitos autores por exemplo o valvar área no recente 21 lições para o século 21 termina a 21ª
questão indicando que através da meditação e através de uma escola específica de meditação que o historiador israelense segue ele conseguiu muito da sua consciência da consciência que marca seus livros famosos como sapiens como deus e as já citadas 21 questões e na meditação que ele afirma prática por duas horas por dia que ele encontra uma consciência que permite e pense e vá ao encontro dos outros e vá ao encontro das pessoas como outra fonte de conhecimento e de auto conhecimento então há muitos caminhos para eu entender que através de uma simples casca de um verniz
que é uma ligeira angústia porque eu não estou com ninguém e estou escondendo coisas muito mais densas e não estou me permitindo o exercício prazeroso de olhar para mim de pensar em mim acompanhado de um livro de um chat um vinho de um copo d'água ou simplesmente escutando uma música que naquele momento eu transformei solidão e solitude e eu cresço e tenho mais a levar para os outros tenham mais questões para indicar para as outras pessoas tenham mais capacidade de transformar as minhas angústias em reflexões porque eu nunca serei perfeito mas sua perspectiva eu ou
seja só possível de uma adaptação em busca de objetivos maiores a consciência é muito importante se não eu sofrerei acompanhado e sofrerei só se eu não harmonizar minimamente o meu ser com este o que é um outro segundo hubble é muito difícil que consiga conversar com qualquer pessoa que consiga estabelecer o contato com qualquer outro ser humano se eu não tiver um mínimo de coerência interna de consciência interna para poder saber que eu nunca serei outra pessoa mas que eu não sou uma consciência isolada no universo que eu vivi em comunidade que eu sou um
animal político como quer aristóteles que eu sou uma pessoa diluída em grupos maiores e que tem que dialogar com esse exercício limitação da minha vontade quase sempre que o grupo maior é nesse jogo entre o homem individual e o homem grupal entre o ser humano isolado e o ser humano no bando ser humano em família e nesse jogo que nós constituímos a própria humanidade os humanos não se tornaram poderosos por terem garras melhores os humanos não se tornaram donos do planeta que tinha uma pele penetrável os humanos não são os maiores mamíferos os humanos são
frágeis os bebês humanos estão entre os mais frágeis bebês de todos os mamíferos nós nos tornamos fortes unicamente por um motivo a capacidade de compartilhar com o grupo tarefas nenhum de nós é capaz provavelmente de construir a simples máquina que você tem diante de você um computador a maioria absoluta dos humanos como eu não sabe como fazer um computador não sabe se quer como fazer uma calça não sabe como construir um carro mas é o agrupamento de humanos que deu tudo isso a nós nesse jogo permanente de troca de sociabilidade tecnologia de mútua dependência pelo
fato de que eu não sei tudo e ninguém sabe tudo mas que esses saberes despres podem ser agrupados em uma sociedade complementar esse é o grande jogo muito complicado ser atingido esse é o grande jogo que nos faz sermos isolados sermos solitários mas buscarmos a sociabilidade do grupo a complementaridade do grupo a capacidade técnica de eu não ficar perfeitamente isolados que não fica perfeitamente voltado para mim esse jogo entre solitude e solidão um jogo extraordinário e deve ser praticado com consciência eu continuo sendo eu quando estou em família ou entre amigos e eu continuo sendo
eu quando estou sozinho e eu queria indicar uma conclusão parcial lendo o parágrafo final do livro para convidá los a ler não apenas esse livro mas toda vasta bibliografia que nós temos sobre solidão sobre literatura está contido indicada nesta obra lei para vocês o final terminaremos todos solitários em um túmulo algum dia exercitar o lado criativo libertador de isolamento evitar que o túmulo surja ainda em vida dever exige pausas pensará implica certo isolamento ser feliz com quem você ama e acima de tudo ter a experiência das solidão antes e durante o amor você precisa de
muitas pessoas viver é amar e amar implica outros seres lembre se apenas de que você também precisa de você esse mergulho em si é vital quando olhar alguém em uma mesa de restaurante sozinho e feliz passeando em um parque sem ninguém e pleno quando ligar para alguém a pessoa em um sábado à noite segue com serenidade estava aqui pensando e lendo tranquilo não se esqueça de dar os parabéns aquela pessoa já descobriu a faceta libertadora da solidão tornar a amiga está apta para voltar ao convívio dos outros porque já convive consigo se você não se
suporta que conseguirá fazê lo foi um prazer gostoso [Música]
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