LÉLIA GONZALEZ: O RACISMO ESTRUTURAL | Jaqueline Conceição

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Video Transcript:
e pega gonzález é uma intelectual brasileira uma mulher negra do interior de minas gerais que faleceu no começo dos anos 90 ela historiador antropólogo a professora da uerj e ela tem uma contribuição muito importante pensamento social brasileiro principalmente pela pensar a relação entre raça classe gênero ela tem uma longa produção de livros artigos escritos aonde ela vai se dedicar a essas questões um ponto importante que é o ponto que eu quero destacar para a gente pensar agora pensar aqui é a relação que ela faz entre o racismo como é que o racismo faz parte da
formação do indivíduo brasileiro e ela vai na psicanálise para fazer essa discussão que é uma pergunta que ela faz o racismo é uma neurose brasileira leva vai buscar em lacan uns canaleta francês apoio teórico para pensar o que é neurose e o quanto essa é a condição moderna está presente dentro da sociedade brasileira na sua prática cultural na sua formação cultural e ela vai estabelecer a seguinte reflexão na modernidade ao complexo de édipo vai dizer que o homem é a criança no seu processo de formação o menino e menina tem um desejo pelo seu pai
pela sua mãe e ela tá pensando em relação para tirar calo ela tá pensando justamente como é que se da dinâmica dizer que se dizem que ela vai analisar isso a partir da figura do homem branco se o sujeito nossa infância desde a sua mãe e pela psicanálise o cuidado materno necessariamente não é feito pela figura biológica do indivíduo qual foi a figura materna a figura feminina que cuidou dos homens na sua infância dos homens brancos da infância foi a figura da mulher negra através do lugar da babá da empregada doméstica em uma perspectiva psicanalítica
segundo lélia o desejo do homem branco então não seria pela mãe seria pela mulher negra que o quê e indo mais além ela vai dizer que o racismo torna esse desejo duplamente proibido se o menino não pode desejar a mãe porque socialmente não é aceito pelo tabu do incesto ele também não pode desejar a mulher negra porque o racismo no brasil também não permite essa construção dessa relação de uma forma não-violenta porque o passado da escravidão coloca essa relação dentro de uma marcação violenta então esse desejo ele é negado sublimado e se reverte uma mecanismo
daquilo que é o racismo o brasil que ele não é explícito mas que ele tá o tempo todo colocado na dinâmica das relações isso é o que ela chama de neurose e cultural brasileira a partir dessa relação de poder entre o patriarcado o processo de criação de informação e a mulher negra nesse lugar esse é um ponto e aí ela vai avançar qual é a questão seguinte para ele a partir disso como é que essa neurose não analisada não pensada não discutida por que no brasil segundo ela o racismo é um tabu que não é
discutido não é dito não é visto não é revisto como é que a rose vai se transmutar dentro das relações e vai criar aquilo que se chama de racismo estrutural que ele acontece em dois marcadores ele tá dentro da estrutura social e política que não permite que pessoas negras acessem outros lugares inclusive lugares de poder pela própria dinâmica de funcionamento da sociedade brasileira mas ela também tá no inconsciente das das pessoas no brasil porque uma das críticas que ela ponta em que o brasil uma sociedade patriarcal ou seja a segunda de poder estão localizadas nos
indivíduos do sexo masculino e de origem europeia então esse texto patriarcal que é herança do processo da escravidão porque o processo de produção da vida cotidiana da produção econômica durante a escravidão também era marcada pela figura do senhor dos senhores de engenho do senhor diz que lavo então essa relação patriarcal que o brasil não superou e que continua sendo produzida e reproduzida porque a gente não superou a escravidão porque não há segundo larry a espaços de discussão de discussão sobre a escravidão o seu impacto sócio-históricos o impacto econômico sem impacto cultural então é produto da
patriarcal se mantém se reproduz a partir disso que ela chama de uma neurose e cultural que horas aparece de forma objetiva na estrutura de poder então o extermínio da população negra encarceramento em massa da população negra o desemprego em massa da população negra a gente tem que pensar que até 1996 o acesso à população negra a escolarização não é da universal ela passa seu universal quando a educação básica passa a ser universal até esse período a população negra não tinha acesso à educação é um direito fundamental básico então toda essa estrutura que é o que
ela chama de racismo estrutural se reafirma por essa essa neurose e cultural que tá dentro das relações entre as pessoas então a um poder socialmente dado ao homem branco que não é socialmente questionado ou pelo menos até o período da lélia não era tão questionado como é hoje e essas dinâmicas essas duas relações obtemos de dentro de uma política de funcionamento da sociedade brasileira que não é dita porque nunca houve segregação formalmente legalizada mas é dentro das práticas institucionais pensada e repensada cotidianamente e criando cada vez mais modelos e formas de que se mantenha por
outro lado uma formação um processo de formação do indivíduo baseado nesse desejo proibido e eu acho brilhante essa análise que ela faz um desejo proibido sobre o corpo da mulher negra marcado pelos lugar do racismo é importante que a gente olhe para pensar essa dinâmica do racismo por esses dois lugares porque a o aspecto mais difícil do racismo no brasil é justamente aquele que não é dito é justamente aquele que não tá objetivado e é esse o desafio que está colocado como é que essa dinâmica tá na psique da subjetividade dos indivíduos que faz parte
da formação dos indivíduos homens e mulheres negros e brancos das diversas identidades orientações sexuais como ele pode ser a ser repensado fora de modelo de violência porque tanto a segundo léria tanto a supressão desse desejo ele é violento entanto que se reverte em seu todas violentas de subalternidade de subjetivação opressão de uma identidade de uma possibilidade de vida porque as precisa ser negado apagado quanto também e isso se reverte em forma de produção da vida cada vez mais violentas e cada vez mais opressores essa é uma análise que ela é muito importante de ser feita
de ser pensada para que a gente consiga avançar do processo de bárbara que a gente tá colocada a duas coisas que a gente precisa pensar no brasil que tá muito ligado com essa forma de funcionamento da cultura brasileira primeiro que na universidade a gente não tem acesso autores negros a intelectuais nossos brasileiros que fizeram as nossas universidades que de aléria por exemplo dela na uerj então a importância de uma narrativa de uma intelectual brasileira preocupada com as questões brasileiras por si só me parece importante na nem parece a maior relevância dela mas quando a gente
vai pensar mecanismos de enfrentamento ao racismo ao que a gente chama de uma educação anti-racista uma prática anti-racista um pensamento a partir das experiências brasileiras ela se faz importante porque ela é uma intelectual que tá o tempo todo preocupada em produzir um conhecimento que dê conta de responder aos nossos problemas então ela promove um diálogo com autores clássicos da antropologia autores clássicos da filosofia mergulhado nas questões sociais e raciais do brasil pensar a experiência do racismo não é pensar só a condição do negro porque o racismo também atravessa condição do indivíduo branco nesse texto nessa
discussão que ela faz sobre a neurose ela vai dizer que se o racismo cria subjetividades negra subalternas ela o racismo intensifica subjetividades brancas não existe ficas e manipuladoras porque ele dá para o branco uma falsa noção de poder a partir da sua realidade branca e e o que ele se sinta psicologicamente ou como ela vai dizer psicanaliticamente no direito no dever no gozo da opressão no gozo da segregação porque é criado a partir da cidade neurose e cultural uma estrutura social psíquica que dá para as pessoas do seu lugar então pensar o racismo olhar o
racismo nesse aspecto e avançar se deve usar sobre ele é consegui romper com essa mistura de violência que marca a cidade brasileira gostou desse vídeo então aproveite porque tem muita coisa boa te esperando aqui inscreva-se e
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