Hoje eu vou falar sobre sinais de autismo em crianças a partir de dois anos de idade até a pré-adolescência. Então se você quiser saber mais sobre esse assunto vem comigo. Antes de tudo, se você quiser saber sobre sinais de autismo em bebês de até dois anos de idade eu vou colocar o link para o vídeo aqui embaixo na descrição.
Então, quando você estiver assistindo aos sinais que eu vou falar aqui é muito importante lembrar que para ser indicativo de autismo não basta a criança apresentar dois ou três sinais isolados. A criança precisa apresentar várias dessas características. De qualquer jeito, uma dúvida, o ideal é você procurar um profissional de saúde para te orientar, mas não fica paranóico porque para ser transtorno do espectro autista precisa ter vários sinais.
Vamos então falar sobre esses sinais? ! 1) Falar na terceira pessoa por exemplo: aqui em casa às vezes eu pergunto "Quem é que vai tomar banho primeiro?
" e o Eric às vezes responde "O Eric! " Isso faz parte do que se chama AFASIA, que é uma linguagem pobre e econômica. E o uso da terceira pessoa é bastante comum no autismo.
2) Evitar o contato olho no olho. 3) Dificuldade de socialização ou isolamento social: a criança prefere ficar sozinha do que em grupos. Ela tem dificuldade de se relacionar socialmente com outras crianças.
Ela tem dificuldades de se aproximar de outras crianças ou adultos e iniciar uma conversa ou não sabe como reagir quando outra pessoa fala com ela. Também não sabe reagir com outra criança está sendo agressiva ou está sendo carinhosa com ela e isso já leva ao ponto número 4) que é a Dificuldade de reconhecer emoções: o autista pode não reconhecer nas expressões faciais das outras pessoas se elas estão felizes, se elas estão tristes, com medo, com raiva etc. Podem ocorrer risos ou gargalhadas fora de hora em situações inadequadas.
Por exemplo, o Eric desde pequeno quando assistia o Frozen tinha uma cena triste em que tinha um certo personagem que morria e ele ria, ele ria muito porque ele não ele não tinha esse entendimento de que era uma cena triste. Apesar de todas as dicas, do filme indicar que era um momento triste: música e a menina no filme chorando. número 5) Rigidez na rotina: uso de rituais específicos no dia a dia.
Por exemplo: o Eric pode estar podre de cansado durante a tarde mas ele não aceita tirar um cochilo porque aquilo não faz parte da rotina dele. Para ele, dormir é coisa que só se faz de noite depois do banho, do leite e escovar os dentes. Para ele é inconcebível tirar um cochilo de tarde e quando está prestes a acontecer ele tem uma crise, porque é uma mudança muito grande na rotina dele.
Número 6) Dificuldade para aceitar grandes mudanças: para pessoas neurotipicas algumas mudanças são difíceis, mas para crianças com autismo mudanças são extremamente estressantes e dolorosas. Por exemplo: quando a gente se mudou da Irlanda para cá para Malta, o Eric teve muita dificuldade de aceitar o novo apartamento. Ele teve várias crises.
Ele, embora a gente tivesse criado um ambiente aqui na nossa casa para chamar de casa, aconchegante e confortável, ele pedia para voltar para casa: "Eu quero voltar para casa, eu quero voltar para o 15. " - que era o número do apartamento que a gente morava lá. E a gente teve que mudar o número da porta do nosso apartamento, botou um papel em cima para dizer que era o 15, que aqui é o 15, é a sua casa.
Número 7) Dificuldade no uso da imaginação: as crianças no espectro autista têm dificuldades de lidar com jogos simbólicos. O que são jogos simbólicos? É o pensar, elaborar, construir, representar alguma coisa que não está fisicamente presente.
São as brincadeira de faz de conta e até por esse motivo é muito importante estimular a imaginação das crianças autistas, estimular essas brincadeiras de faz-de-conta, por causa dessa dificuldade que elas têm. Número 8) Dificuldade de concentração e de atenção: para os autistas pode ser difícil manter o foco em algumas tarefas. Podem ser tarefas simples como escovar os dentes, sentar à mesa para fazer uma refeição ou tarefas mais complexas como por exemplo fazer o dever de casa.
Autismo às vezes vem associado com o TDAH, mas não necessariamente vem com TDAH. As crianças autistas podem ter dificuldades de concentração e atenção sem necessariamente ter o TDAH. Número 9) Hiperfoco: o hiperfoco é quando a criança tem um interesse fora do comum sobre algum assunto específico.
Por exemplo o Eric tem hiperfoco números, letras e carros. Ele tem praticamente uma obsessão por carros. Ele sabe o nome de várias marcas, que a maioria das pessoas não conhece.
Ele sabe desenhar também os logotipos das marcas de carro, se deixar ele passa horas no Google procurando marcas de carro, desenhando os carros com suas logomarcas, com seus nomes, carros de vários países etc. E é muito comum que pessoas com autismo ativem mais de um hiperfoco ao mesmo tempo, combinando seus interesses. Porque isso tem a ver com o funcionamento das redes neurais dela.
7x3 é 21. 45+1 é 46. 8-1 é 7.
1-1 é 0. 8+8 é 16. 6X5 é 30.
"Quem te ensinou isso? " "Você fez sozinho isso? " "Sim!
" Quando o vídeo sobre hiperfoco estiver no ar, explicando o assunto mais a fundo, eu vou colocar o link aqui em cima. Outro exemplo de hiperfoco você pode ver na série Atypical, da Netflix, sobre um adolescente autista. É uma série muito interessante, vale a pena assistir, e o hiperfoco dele são pinguins da Antártida.
O hiperfoco pode ser observado em crianças menores também, quando você observar que a criança está brincando sempre com o mesmo brinquedo, repetindo um determinado padrão de brincadeira. Isso pode ser um indicativo do que se chama hiperfoco. o número 10 dificuldades de processamento auditivo são os barulhos que incomodam além do normal a criança pode ter uma crise sensorial se jogar no chão gritando e ela não vai necessariamente tapar os ouvidos porque ela não consegue fazer essa ligação de que se ele tapar o ouvido ele vai interromper o barulho ou vai amenizar o barulho é a criança fica no estado de estresse muito grande e no meio dessa crise ela não vai conseguir se comunicar por causa desse estado de estresse muito elevado e aí fica muito difícil de entender o que deflagrou a crise e fica muito difícil de ajudar essa criança com o tempo é que a gente vai aprendendo a identificar uma crise sensorial auditiva e ensina a criança tapar os ouvidos para amenizar um incômodo ensina a criança se afastar daquele barulho.
Por que que você tá cobrando ouvido? Porque a Mia está chorando. A Mia tá chorando, mas por quê você tá cobrindo ouvido?
Porque a Mia está chorando! Mas o que está acontecendo com o seu ouvido? Tá doendo!
Oh meu amor. . .
Por causa da Mia. Número 11 outras crises sensoriais por causa do excesso de estímulos. Então além do barulho excessivo outros estímulos sensoriais podem levar o autista a ter uma crise.
Imagina um shopping cheio tem sempre muito barulho de pessoas falando música tocando uma infinidade de estímulos visuais, vitrines, decorações etc Tem muito movimento, muitas pessoas, muito cheiros diferentes e a combinação para esses estímulos pode ser mais do que um indivíduo autista consegue tolerar. Nós temos aqui no canal um vídeo sobre dificuldade de processamento sensorial explicando bastante sobre essas questões e vou colocar o link aqui em e aí na descrição do vídeo. Número 12 dificuldades ou atrasos na fala: isso vai variar muito de um indivíduo para outro tá.
As dificuldades na linguagem verbal são bastante comuns no autismo e o fonoaudiólogo é um dos profissionais chave para o tratamento e para um acompanhamento da criança autista. Existem alguns padrões de fala comuns como usa a terceira pessoa que eu já falei no início do vídeo para se referir a ele mesmo por exemplo o Eric por volta dos 2/3 anos de idade quando ele queria alguma coisa ele falava você quer suco em vez de falar eu quero suco. Número 13 - esse é bem assustador - é regressão na linguagem.
Pode acontecer da criança com autismo estar desenvolvendo a fala e a linguagem, no seu próprio ritmo, independente de estar atrasada, tá. O desenvolvimento tá aparentemente numa crescente e em certo momento a criança perde muito da capacidade linguística ou para de falar totalmente. Isso aconteceu com o Eric quando ele tinha mais ou menos 2 anos de idade, mas pode acontecer em outro estágio.
Muitas vezes essa regressão se corrige e a linguagem volta a se desenvolver no mesmo ritmo que estavam ou num ritmo diferente, mas em alguns casos pode acontecer dessa regressão ser realmente uma grande regressão e a linguagem não voltar a ser como era antes. Se eu não me engano o Eric ficou 1 dia/ 2 dias nesse estágio mas pode ser que dure mais tempo. Então por isso é muito importante ter o acompanhamento de um fonoaudiólogo nesse caso.
Número 14 o uso de uma linguagem própria. É uma linguagem parecida com aquela dos bebês quando estão aprendendo a falar, a balbuciar. O balbuciar faz parte da construção da linguagem e é comum até mais ou menos os 2 anos de idade, mas se esse tipo de comunicação continuar, como no caso do Eric é um sinal de alerta.
Agora ele tá com 5 anos e às vezes ele ainda usa essa linguagem própria.