Impactos das Mudanças Climáticas na Saúde Humana e Ecossistêmica - Paulo Artaxo - 01.07.2024 às 20h

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Boa noite a todos estamos aqui na nossa reunião do grupo de trabalho sobre alterações climáticas suas consequências e como preveni-las esse encontro ele é apoiado pela Academia Brasileira de ciências e pela academia Nacional de medicina hoje à noite nós temos a honra de ter conosco um Acadêmico da Academia Brasileira de ciências o professor Paulo artao Professor Paulo é mestre em física nuclear e Doutor em física atmosférica pela USP já trabalhou na NASA também em Harvard nos Estados Unidos na universidade de antuerpia na Bélgica e lundes na Suécia atualmente é professor titular do departamento de física
aplicada do Instituto de Física da USP e coordenador do programa fundação de Amparo a pesquisa do Estado de São Paulo de mudanças climáticas globais O acadêmico Paulo artaxo também trabalha com física aplicada a problemas ambientais principalmente nas questões de mudanças climáticas globais meio ambiente na Amazônia física e aeroz atmosféricos e poluição do ar Urbano é membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de mudanças climáticas e representante da comunidade científica no Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Professor Paulo É uma honra tê-lo aqui estamos ávidos para ouvi-lo e a palavra é sua Muito obrigado pela
introdução eu super Agradeço o convite da academia Nacional de medicina e da Academia Brasileira de ciências pra gente conversar sobre esse tema que é muito muito relevante hoje e com certeza eh vai ser mais relevante ainda no futuro bom eu vou compartilhar a minha tela e eh bom vocês devem estar vendo a minha tela em tela cheia né então basicamente rapidamente nós vamos discutir hoje a questão dos impactos na saúde na sustentabilidade do nosso planeta das mudanças climáticas né bom as mudanças climáticas é uma outra maneira de ver a mudança no clima porque eh nós
estamos mudando muito mais do que o clima no nosso planeta estamos na verdade eh inaugurando uma Nova Era geológica que é chamado de antropoceno e nesse antropoceno é basicamente a questão da saúde humana e da Saúde planetária são questões absolutamente centrais no bem-estar da humanidade como um todo e os os os vetores principais os drivers principais né do que a gente chama planetary Health né saúde planetária basicamente são muitos entre eles a própria eh temperatura na superfície do nosso planeta a questão da biodiversidade a questão da degradação do solo e vai por aí a fora
como vocês podem ver uma série de impactos eh diretamente eh afetam a saúde humana e a e a e a saúde planetária como um todo Isso inclui a questão de qualidade da comida qualidade do ar a qualidade da água que é tão crítica paraa questão da saúde e também aspectos psicológicos e aspectos de stress que obviamente como a gente vê a população atual do Rio Grande do Sul Ah esses são aspectos que a gente nunca pode negligenciar que é a questão da Saúde Mental então Eh basicamente todos esses aspectos sem uma única exceção são impactados
pelo clima como um todo né alguns desses impactos a gente pode observar nesse slides vai desde a incidência de dengue malária chicungunha e zica né que são resultados da proliferação e mudança né nos vetores que trazem estas doenças temos as doenças de veiculação hídrica que são muito comuns no Brasil né como diarreia Cólera hepatite A gente tem as inundações e as secas como essa do Rio Grande do Sul Aonde a saúde mental desnutrição afogamentos são as causas principais dos danos na saúde temos também que a carga de de material que causa alergia pode aumentar por
causa das questões da alteração climática é muito conhecido os impactos da poluição do ar com aumento da incidência de asma e do doenças cardiovasculares e tanto calor extremo quanto frio extremo também que são reflexos do aumento dos eventos climáticos extremos como nós vamos ver daqui a pouco certamente também são forte ah impacto na saúde humana então basicamente vocês veem que a ligação das questões de saúde com as questões de clima são muito fortes como um todo para lidar com essa questão a organização eh Mundial da Saúde bolou um esquema que eu acho que é muito
interessante que chama-se conceito de One Health basicamente ele reconhece que a saúde das pessoas está muito ligada com a questão da saúde dos animais e a saúde do nosso meio ambiente que é compartilhados por todo nesse planeta então basicamente a saúde do meio ambiente com todas as questões sociais e ecológicas da atmosfera do solo dos oceanos tá associado com a saúde dos animais que por seu lado tá tá associado com a saúde dos humanos tanto do ponto de vista individual quanto a questão das populações como um todo então a gente vê que basicamente cada vez
mais nós temos que ter uma visão sistêmica sobre a questão da saúde e olhar o ser humano integrado nos ecossistemas integrado nos sistemas sociais que na verdade sustentam o conceito mais amplo de saúde como a gente pensa e eh basicamente como eu vou falar da questão das mudanças climáticas e seus impactos na saúde a questão central das mudanças climáticas está nesse slide de que as emissões globais de gases de efeito estufa continuam a aumentar Apesar de que E desde a conferência de Estocolmo de 1972 do século passado ou seja mais de 50 anos já alertava
a nossos governantes as empresas e a sociedade dos riscos que nós estávamos correndo com a mudança do clima e a emissão de gás de efeito estufa paraa atmosfera bom tivemos a Rio 20 aqui no Brasil tivemos a Rio 92 depois a Rio mais 20 tivemos 28 conferência das partes das mudanças climáticas e nada disso foi suficiente para mudar o padrão de emissão de gás de efeito estufa principalmente levado pela queima de combustíveis fósseis e também pelo desmatamento de florestas tropicais como a Amazônia atualmente nós estamos emitindo cerca de 62 2 bilhões de toneladas de gases
de efeito estufa a cada ano é uma quantidade brutal de gases que está fazendo com que a gente esteja mudando a composição da atmosfera terrestre Quais são esses gases são principalmente o dióxido de carbono que é um gás produzido em qualquer processo de combustão queime você gasolina no seu carro petróleo paraa produção de eletricidade ou uma madeira para fazer um um aquecimento ou cozinhar este dióxido de carbono é responsável por 64% do total das emissões de gás de efeito estufa em segundo lugar vem o metano que é um gás que é produzido principalmente pela fermentação
entérica de bovinos né BO e vaca principalmente né mas também é emitido na na exploração de gás natural e Aí temos outros gases menores como óxido nitroso que é emitido quando adicionamos fertilizantes para aumentar a produtividade agrícola então basicamente esse slide mostram que as emissões continuam aumentando E qual é o impacto do aumento destas emissões é de que as concentrações desses gases de efeito estufa estão aumentando muito rapidamente basicamente o que a gente V essencialmente é um aumento brutal na concentração de CO2 que já aumentou 66% em relação às à época pré-industrial a concentração de
metano aumentou 29 por e a concentração de óxido nitroso 123 por. ou seja o homem está alterando a composição da atmosfera terrestre e isto tem impactos muito importantes sobre o clima e sobre o meio ambiente planetário como um todo uma das consequências é o aumento da temperatura que todos nós já estamos observando de uma maneira muito clara e muito forte este gráfico da esquerda mostra basicamente a temperatura ao longo dos últimos 100.000 anos mostrando que o período onde nós estamos eh hoje com aumento da temperatura não tem eh nenhum precedente ao longo dos últimos 100.000
anos e é basicamente eh eh reflete um aumento pronunciado Principalmente ao longo dos últimos 50 anos na temperatura média do planeta esse gráfico aqui da direita mostra em detalhes o aumento da temperatura ano a ano desde a década de 0 onde o aumento naquela época era da ordem de p3 GC em relação à série histórica E hoje nós estamos observando um aumento de 1.49 GC eh em relação à época pré-industrial O Curioso é que você pode imaginar que esse aumento de temperatura médio do planeta ele é uniformemente distribuído mas na verdade não é basicamente nos
ecossistemas terrestres que é esta parte vermelha desse gráfico de Baixo à direita nós já observamos um aquecimento da ordem de 2º enquanto nos ecossistemas oceânicos por causa da enorme capacidade térmica da água o aumento da temperatura foi de cerca de 1 gra ou seja aonde a nossa sociedade está estruturada nós já o ultrapassamos 2 GC de aquecimento Então isso é uma mensagem muito muito clara pros nossos governos paraa indústria e paraa sociedade em geral dos riscos que nós estamos correndo com esse aumento de temperatura Esse aumento de temperatura já é muito bem conhecido da ciência
num artigo publicado em 2016 mostra claramente por exemplo que o Vale do Rio São Francisco já tinha se aquecido alguma coisa da ordem de 2.2 a 2.3 enquanto a parte leste da Amazônia já se aqueceu cerca de 2 GC o que a gente observa na direita são anomalias de chuva onde a gente observa que no Vale do Rio São Francisco e no nordeste brasileiro uma queda de precipitação da ordem de 30 a 40% já é observado e um aumento de precipitação no sul do Brasil eh basicamente mostrando que nós estamos observando no Rio Grande do
Sul atualmente Então como a gente pode ver a mudança do clima deixou de ser uma questão do Futuro para ser uma questão do nosso presente impactando severamente a as questões socioeconômicas e a saúde eh no nosso país bom e quanto ao futuro bom para sabermos para calcularmos Quanto pode vir a ser o impacto do aumento da temperatura no futuro o painel intergovernamental de mudanças climáticas que eu faço parte Faz uma série de modelos de computador e uma série de cenários de emissões né bom para tornar uma longa história muito curta em um único slide se
nós continuarmos a ti gases de efeito estufa como fazemos hoje basicamente nós podemos levar um aumento da temperatura da ordem de 4.3 G em nosso planeta se aplicarmos o acordo de Paris como estamos aplicando agora né Mais ou menos digamos assim indo metade das metas mesmo assim nós iríamos aquecer o planeta da ordem de 3.7 G e se aplicarmos rigidamente as o os compromissos do acordo de Paris o aumento de temperatura seria da ordem de 2.8 GC então vejam que limitar o aumento da temperatura 1.5 ou 2º já absolutamente não é mais possível nós estamos
indo para uma trajetória de aumento de temperatura da ordem de 3º cels bom só que esse aumento da temperatura ele não é uniforme pro planeta como um todo né então a gente observa nessa figura do ipcc que um aquecimento de 1,5 torna a as regiões continentais com aquecimento muito mais Ameno do que um aquecimento médio de 2º e um aquecimento médio de 4º que nem esse da direita quando a gente vê um aquecimento em média de 4º que é nesse slide que vocês estão vendo o Brasil Central pode aquecer alguma coisa da ordem de 5º
a 5,5 então a gente imagina o nordeste brasileiro ou cidades como Teresina como Cuiabá com um aumento médio de temperatura de 5º a 5,5 os modelos mostram que as regiões do Canadá e da Sibéria podemse aquecer 6,5 a 7º O que significa uma mudança muito profunda naqueles ecossistemas então vejam que nós não estamos mais lidando com o aumento de temperatura de 1,5 a 2° Porque somente os diplomatas ainda tão lidando com essa possibilidade do ponto de vista da ciência isto já é a absolutamente impossível bom além disso o clima não é só temperatura o clima
também é precipitação então para cada aumento médio da temperatura o padrão de alteração da chuva é fortemente modificado então por exemplo num planeta 4 GR mais quente Vejam a situação da Amazônia e do Brasil Central situação da África do Sul e a situação por exemplo da Europa mediterrânea e da América Central O que a gente observa é uma alteração profunda do padrão de precipitação isso tem impactos fortes na humidade do solo que é crítico para agricultura e PR produção de alimentos então vejam que as projeções do ipcc pro Brasil não são muito favoráveis à manutenção
do agronegócio no Brasil Central porque realmente Nós já estamos observando uma queda na precipitação e na umidade do solo e isso só vai se intensificar os próximos anos e nas próximas décadas a Europa mediterrânea também vai se tornar mais seca isso também já está acontecendo quando a gente vai pro sul de Portugal sul da Espanha a gente já observa um processo forte de desertificação e a mesma coisa na América Central e Na parte central dos Estados Unidos que que se constitui numa grande área produtora de alimentos então vejam que as mudanças no nosso planeta vão
ser muito profundos Se não conseguirmos reduzir as emissões de gases de efeito estufa um outro um outro fenômeno no importante é o aumento na intensidade na frequência de eventos climáticos extremos por exemplo aqui na esquerda vemos Porto Alegre significativamente inundada né ah pela cheia do Rio Guaíba vemos secas no Brasil Central na no Pantanal e na Amazônia e isto na verdade já está ocorrendo desde a década de 80 do século passado onde a gente a gente observa um aumento de quatro vezes no número de eventos climáticos extremos eh ao longo deste período esses eventos climáticos
extremos têm um impacto na saúde na economia e impactos sociais muito grande isso a gente olha em escala planetária em escala nacional e a gente também olha por exemplo numa microcid numa microrregião como a cidade de São Paulo né as as enchentes essas fotos aqui mostram eh eventos recentes de enchentes na cidade de São Paulo Além da Chuva estar aumentando devagarinho desde a década de 30 do século passado até agora o mais importante é que o número de dias com chuva acima de 80 MM e acima de 100 mm multiplicou ou por quatro então nós
estamos observando ah fortemente um aumento de eventos climáticos de chuva intensa mesmo em escala muito pequena como aqui em São Paulo no Rio Grande do Sul a mesma coisa em Petrópolis onde tivemos escorregamentos de terras frequentes na na última década a mesma coisa então isso tem impactos muito muito grandes e quanto ao futuro desse esses eventos né o painel intergovernamental de mudanças climáticas prevê que um evento que ocorria uma vez a cada 50 anos no século passado no mundo 4º mais quente vai se tornar 39 vezes mais frequente e vai ser cinco vezes mais quente
ou seja o que estamos vendo agora no Rio Grande do Sul é o início de um processo de intensificação dos eventos climáticos extremos que tem impactos não só nas enchentes mas também impactos na saúde como nós vamos ver daqui daqui a pouco e uma das grandes vulnerabilidades do Brasil é a Amazônia e este artigo na capa da revista nro de algumas semanas atrás mostra que os ecossistemas Amazônicos podem atingir o que a gente chama o tipping Point eh lá por 2050 ou seja basicamente o ecossistema vai deixar de conseguir sustentar a uma floresta tropical chuvosa
como a gente tem hoje e a relevância disso é de que a amazônia contém 120 bilhões de toneladas de carbono o que responde a 10 anos de toda a queima de petróleo no nosso planeta Então são vulnerabilidades importantes que o Brasil tem uma responsabilidade grande de impedir que um processo desse tipo ocorra Então para mim fechar essa primeira parte das verdades inconvenientes sobre as mudanças climáticas eu acho que é importante a gente perceber que é impossível com as emissões atuais limitar o aquecimento em 2 GC na verdade nós estamos indo para uma trajetória de aquecimento
entre 3 A 4º C ao longo desse século na média do nosso planeta com isso a saúde ah humana e a saúde ecossistêmica vão ser fortemente impactadas a gente também vai extinguir milhares de espécies ao longo deste século eh mamíferos insetos eh répteis e assim por diante porque eles são adaptados ao clima que a gente tem hoje e a velocidade da mudança climática é muito maior do que a capacidade de de eh mudança da maior parte das nossas ah espécies e o que nós também observamos é que produzir alimentos para 10 bilhões de pessoas neste
novo o clima é Um Desafio muito grande e nós podemos ter dificuldades importantes a de eh basicamente produtividade agrícola já nas próximas décadas como resultado disso migrações em massa vão ocorrer no nosso planeta isso é certo né com um aumento forte das tensões geopolíticas tanto da África para Europa quanto por exemplo da América Central para a América do Norte Então isto traz questões importantes e a grande pergunta é será que a humanidade como um todo vai sair desta situação que a gente acabou se colocando bom a minha resposta é sim e a a a razão
da minha resposta eh ser positiva basicamente é de que a humanidade tá passando por mais uma transição já tivemos muitas transições na história da humanidade na Revolução Industrial e no início do século passado com duas grandes guerras e assim por diante e o que eu espero é que essa nova transição eh vai ser feita para um mundo mais sustentável O problema é que cerca de dois a 3 bilhões de pessoas vão ficar para trás dessa transição porque elas não serão capazes de se adaptar ao novo clima a sua saúde vai ser comprometida e com isso
nós teremos uma mortalidade muito grande ao longo das próximas décadas particularmente da população mais vulnerável então é função Nossa estruturarmos políticas públicas para minimizar ao máximo esse dano né Além da questão dos gáses de efeito estufa a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento da Amazônia traz outros aspectos diferentes eh na questão da Saúde Humana além da temperatura e a questão da precipitação que é a poluição do ar né então basicamente a poluição do ar que hoje eh é responsável por cerca de 30 milhões de mortes adicionais a cada ano de acordo com a Organização
Mundial da Saúde afeta as pessoas desde a gravidez ou seja antes do nascimento enquanto são crianças no na no período adulto e principalmente os mais vulneráveis que é a população mais idosa né então basicamente a poluição do ar afeta fortemente eh todos os grupos etários ao longo de toda a sua vida e basicamente ente outros aspectos das mudanças climáticas é que a Sandra reikon da Fiocruz do Rio de Janeiro calculou a taxa de aumento do Risco relativo para diarreia infantil em vários cenários de aquecimento 1.5 G 2º e 4º e mostra que o aumento do
Risco relativo pode ser muito grande particularmente nos municípios mais mais vulneráveis pelo aumento da incidência de diarreia infantil outro aspecto muito importante é a questão do stress por calor junto com stress por alta umidade né estress por calor num ambiente seco é muito mais facilmente tolerável pro organismo humano do que um estress por calor com alta umidade e obviamente quem eh reside numa região Como a Floresta Amazônica onde a umidade relativa do ar frequentemente passa de 80 a 90% você ter altas temperaturas Com altas umidades é um risco muito grande que é expresso pelo que
a que a gente chame em Meteorologia índice do bulbo úmido que é uma combinação da temperatura da quantidade de vapor d'água no ar da velocidade do vento e da radiação solar e basicamente existe eh classificações de risco para esse índice de bubo úmido basicamente eh quando esse bub está acima de 29º c a o risco de vida é Extremo e e a recomendação interrupção de todas as atividades físicas com risco à saúde eh e o inct de mudanças climáticas calculou o número de dias com o bubbo úmido acima de 31º C mostrando no período de
1980 até 2015 mostrando que essencialmente Cuiabá Rio Branco e Teresina são cidades que já ultrapassam estes valores e como vocês viram no cenários de aumento de temperatura obviamente isso vai se tornar cada fez mais frequente no futuro muito próximo isso não é pro final do século outro aspecto importante do impacto das mudanças climáticas na saúde é a mudança dos vetores de ah incid da dos vetores que causam a doenças como o próprio aeds egipt que na verdade tá tendo uma ampliação da ocorrência com surtos em regiões que não Tin histórico de incidência anterior nós já
estamos eh observando malária ocorrendo sul da Europa onde basicamente não existia até algumas Décadas atrás e uma das grandes preocupações do impacto na ciência é o que a gente chama introdução de novos arbovírus basicamente a Amazônia é um repositório gigantesco de arbovírus estão hoje em equilíbrio né com a vegetação com os animais locais e assim por diante obviamente se o Brasil continuar a taxa de desmatamento de destruição do ecossistema amazônico a nossa proximidade com esses Arbor vírus vai aumentar e com isso outras grandes pandemias similares a do covid pode vir a ocorrer e Num futuro
próximo então basica ente isso são questões que a gente tem que se preocupar e já está existindo registros de casos de febre maiaro e europos que são que já estão no radar do Alerta das autoridades de saúde pública né e é importante a gente perceber que os que os extremos climáticos já trazem bilhões de perdas em dias de trabalho em perdas de vidas e isto é basicamente mostra a nossa enorme vulnerabilidade e o importante é que essas perdas se limitam na região Tropical como a gente pode ver e nesse mapa essas perdas não vão ocorrer
na Suécia no na Islândia ou na Noruega vão ocorrer basicamente no Oriente Médio na Índia no sudoeste da Ásia na África tropical e obviamente no Brasil como um todo que por ser um país tropical é um país extremamente vulnerável às mudanças climáticas né bom e para terminar alguns lembretes né da Organização Mundial da Saúde de que basicamente hoje a mudança climática é o o ameaça a maior ameaça a saúde pública global que nós temos hoje então basicamente eh esse é um recado importante de que o link entre mudança climática saúde e também perda de biodiversidade
eh é muito importante e que a gente estruturar políticas de redução de emissões dentro do acordo de Paris poderia salvar pelo menos 1 milhão de vidas a cada ano portanto não há tempo a perder temos que os nossos compromissos junto ao acordo de Paris né e do ponto de vista de perspectivas futuras basicamente cada vez mais é importante a gente ter uma abordagem sistêmica de determinantes sociais e ambientais junto com a questão da saúde humana e saúde ecossistêmica existe uma forte necessidade de políticas que sejam multissetoriais e transnacionais no caso da Amazônia isso é muito
Óbvio a Amazônia é compartilhada por nove países da América do Sul e obviamente ações em um país impactam eh na saúde pública em outros países e eh por último a vigilância epidemiológica e ambiental tem que ser muito bem trabalhada e calculada de acordo com fatores de Exposição com a as vulnerabilidades e as ameaças climáticas de cada região e de cada sociedade dentro destas regiões nós vimos no Rio Grande do Sul que obviamente a população mais vulnerável de baixa renda foi a população que foi mais afetada a mesma coisa na seca da Amazônia do ano passado
a mesma coisa nos escorregamentos de terra em Parati em São Sebastião e no Rio de Janeiro Então o que a gente vê é de que precisamos reforçar a vigilância epidemiológica e ambiental Se quisermos Minimizar os danos eh sociais das mudanças climáticas em conjunto com a questão da Saúde então basicamente agradeço a atenção de vocês e deixo aqui uma última frase que eu acho que é importante que a gente tem que restabelecer a conexão Vital e Entre Nós seres humanos e o resto do mundo que nos sustenta isso é fundamental para que a gente possa garantir
um futuro saudável paraas próximas gerações então eu paro a minha apresentação aqui E tô disponível pra gente conversar sobre qualquer assunto que vocês estejam interessados obrigado pela atenção gente nós é que agradecemos Professor Paulo a sua excelente Apesar de que ansiogênico vendo esse caminho que o nosso planeta está seguindo devido a intervenção humana para uma verdadeira catástrofe eh nós já sentimos isso como o senhor apresentou em vários exemplos no Brasil e no mundo também seja na África no Oriente na Europa né Essa questão da seca e da malária na Europa sul da Europa é algo
extremamente preocupante e os aspectos mentais acompanhados a tudo isso eu sou psiquiatra Professor Paulo e seja aqui na questão assim como o Flávio kizin né Nós somos colegas eh na questão de Petrópolis quando dos deslizamentos devido às fortes chuvas que sempre acabam trazendo desgraça para muitas pessoas além da perda de vidas da perda material há sempre uma questão mental muito grave que ocorre com as pessoas mais desfavorecidas com as pessoas que sofreram mais seja a perda de entes queridos ou de bens materiais que é o transtorno de estress pós-traumático que é uma doença mental grave
Geralmente vem acompanhada se segue a um evento de extrema violência com risco de morte ou de ver outros entes queridos ou pessoas sofrendo gravemente e acaba resultando em também perdas laborais perdas eh de qualidade de vida de saúde né a Saúde Mental faz parte é uma parte importante da saúde e isso tudo resulta em problemas graves atualmente conversei com o professor Flávio czin e isso é uma questão também preocupante no Rio Grande do Sul assim como foi na Amazônia durante a seca Onde a fome a falta de peixes de alimentos acaba resultando em situações extremas
para as pessoas recentemente eh fiz uma apresentação eh Rara para um psiquiatra falei sobre felicidade nós psiquiatras somos habituados a falar sobre doenças e não sobre saúde mental senso estrito ou felicidade e estudei um pouco diferente conceitos de felicidade e felicidade para a grande maioria da população do nosso planeta é uma coisa muito simples não precisa de muita elaboração para ver que tendo saúde tendo um Sistema básico de alimentação a felicidade estar em ter uma casa não significa ser proprietário de uma casa ter uma casa significa ter um lugar onde a pessoa possa dormir em
paz reconhecer como seu Ter suas coisas enfim se abrigar das Inter interpéries da vida e etc e todas essas ah alterações climáticas Além da questão da Saúde através de inúmeras doenças Além da questão da Saúde Mental traz a perda do Lar de muitas pessoas muitas pessoas agora no Rio Grande do Sul perderam tudo né e isso é algo que mobiliza todos nós todos nós acabamos tendo uma certa compaixão em relação a essas pessoas que perderam tudo imagina perder a casa perder seus bens queridos suas recordações enfim é algo muito grave e pela sua apresentação isso
vai se tornar cada vez mais frequente eu já acho extremamente frequente né mas eh o futuro parece que cada vez mais trará problemas tão graves O senhor falou que nós temos que cumprir o acordo de Paris e tornarmos mais vigilantes nesse controle das mudanças uma das perguntas que eu lhe faço é como nós cidadãos que temos uma uma influência política muito pequena podemos fazer isso de uma forma mais ativa porque evidentemente os políticos profissionais prometem tudo se mostram preocupados em épocas de eleição mas basta qualquer um deles ser eleito que o discurso muda e principalmente
a postura muda inteiramente né Eh começam a dizer que vão fazer o possível mas que não fica para daqui a 10 anos e como o senhor bem mostrou o tempo está correndo contra nós e essa Nova Era geológica não vai dar muita chance para nós esperarmos então gostaria de ouvir Como impedir isso né o senhor foi otimista no seu final a falar que sim que o ser humano se se adaptou a várias eh pandemias só não usou o termo pandemia mas há várias situações graves guerras eh outras desgraças e certamente mas ao custo de muitas
mortes né porque por exemplo na Segunda Guerra Mundial que o senhor citou o número de mortos Foi incrível na guerra civil americana também foi uma guerra com muitíssimos mortos muita violência e tantas outras guerras né ou situações climáticas pandemias o número de mortos foi extremamente elevado e nós temos que pensar nos menos favorecidos porque certamente serão os mais atingidos eu vou dar um pequeno exemplo aqui em frente à minha casa eu moro no Rio de Janeiro na praia do Flamengo uma praia que desde que eu moro aqui já faz um bom tempo é sempre uma
praia próprio ao banho apesar disso sábado e domingo é lotada de pessoas tomando banho na praia durante a pandemia devido a uma diminuição da indústria diminuição de frequentadores na praia eh um número de navios que poluem a Baía de Guanabara que é enorme também diminuiu bastante o tráfego de navios etc começamos a ver de novo tartarugas começamos a ver pássaros que não frequentavam aqui a região começamos a ver de novo alguns golfinhos poucos mas pode ser que estivessem perdidos mas agora recentemente eh Com pequenas mudanças no tratamento da água que de esgoto que vai Ia
para a Praia do Flamengo a Praia do Flamengo já há alguns meses está própria para banho está liberada para banho o número de tartarugas falo tartarugas porque a gente consegue ver da Areia né começam a aumentar de uma forma assim eh surpreendente os golfinhos também já estão mais frequentes eh inclusive eh baleias estão mais próximas da Bahia de Guanabara a a a Ecologia mudou com pequenas alterações aqui e isso faz com que a gente tenha Alguma esperança que pequenas medidas possam ajudar é claro que o aquecimento global Depende de 1 outras coisas mas é possível
eu concordo com o senhor no otimismo mas todos nós temos que agir né Eu acho que todos nós temos que estar prontos para lutar contra esse efeito estufa que evidentemente as indústrias o as máquinas os carros o transporte os aviões acabam cada vez mais piorando eh o aquecimento global nessas observações para a aumento de 4º isso será terrível né o aumento da temperatura do mar o aumento das Marés será muito danoso para todo o planeta e não só para os seres humanos como o Senor também bem apresentou mas para várias espécies que serão extintas em
relação a isso eh esse índice do bulbo úmido senhor mostrou ali Cuiabá e Rio Branco como as cidades onde o índice foi maior mas eu observei que Porto Alegre também tava com índice 13 e Vitória que é aqui do lado com índice 10 então outras cidades que a gente não imaginaria com índice tão alto né porque Rio Branco e Cuiabá Teresina que é terceiro lugar são cidades reconhecidamente quentes e úmidas mas outras cidades que nós não imaginaríamos ao menos eu não imaginaria estão assim com índice muito elevado e uma tendência piora né eu vou passar
a palavra ao acadêmico Marcelo Morales que também é da academia Nacional de medicina e da Academia Brasileira de ciências que está com a mão levantada antes de passar a outros que queiram fazer algum comentário ou alguma pergunta ao Professor Paulo artar Marcelo palavra é sua nard obrigado pela pela possibilidade de falar eu tô sem o vídeo porque se eu clicar no vídeo aqui vai cair a ligação eh atacho brilhante exposição eh Exatamente tudo que nós precisamos perseguir eh como coloca a agenda 2030 da ONU com os 17 objetivos eh eh de desenvolvimento sustentável e um
deles eh quer dizer vários deles inclui a saúde né e e eu queria trocar uma ideia aqui contigo sobre essa saúde única né você falou de saúde única que envolve o meio ambiente a saúde do ser humano e as mudanças climáticas que estão vindo que já estão aí na verdade e vão ficar cada vez eh pior pelo o cenário que você pintou nós teremos eventos extremos muito relevantes e a gente tá vendo aí que aconteceu esse desastre no Rio Grande do Sul e vão ficar cada vez mais frequentes mas também a gente tá vendo os
incêndios no Pantanal o desmatamento totalmente acelerado no Serrado ah ah na Amazônia também como você comentou mas eu tô chamando atenção também viu Artacho para paraos outros biomas que estão sendo deimos no nosso país e nós precisamos tomar conta disso caso contrário nós teríamos impactos muito maiores eu acho que a amazônia é muito relevante mas os biomas como o Pantanal o serrado o Pampa eh são tão relevantes quanto e a gente precisa de uma atenção mais eh eh eh robusta na defesa desses biomas eu moro aqui tô morando aqui no no no Planalto né então
eh O Cerrado é lindíssimo e tem uma biodiversidade fantástica e tem um aqui é o beço das águas na verdade né e o errado tá sendo dizimado eh o Pantanal tá pegando fogo e e por qu mudanças climáticas aumento das temperaturas mas isso vai ficar mais frequente e eu me pergunto Artacho pra gente pensar junto também eh e eu tenho estimulado isso eu estudei muito as leis brasileiras eu acho que as leis brasileiras elas de uma certa forma quando elas são colocadas em prática elas são respeitadas eh e fica mais difícil de se eh enfrentar
as questões amb fica mais fácil de enfrentar as questões ambientais quando a gente tem uma regulamentação uma delas que eu queria trocar a ideia com você é que a gente tem a política de proteção e Defesa Civil que é a lei 12.608 ela trata da Defesa Civil de uma forma em que eh eu acho que quando acontece O desastre tá próximo de aconteceu o desastre ela trata dele muito bem e depois que aconteceu o desastre também muito bem e e eu acho que esse o papel da Defesa Civil mas não é o papel da Defesa
Civil fazer uma política nacional de gestão integral de risco Uhum é outra coisa completamente diferente eu gostaria de colocar contigo eh é é esses fatos da gestão integral de risco que não é feito pela defesa civil é feito pelos cientistas com instituições de Pesquisas eh bastante robustas como é feito no IMP eh no semadem e outras instituições pelo Brasil afora mas nós não temos um Marco legal que fala sobre política nacional de gestão de riscos e sistema de informações de riscos e desastres naturais e um Sistema Nacional que trata disso então a política o sistema
e a gestão elas estão elas estão em segundo plano eh e foi colocado recentemente em em discussão com vários setores da sociedade científica inclusive o semadem um projeto de lei eh o 5002 de 2023 que trata da política nacional de gestão integral de riscos se a gente tiver isso nós temos uma gestão robusta eh num Marco legal para que a gente tenha um Marco legal para que a gente possa fazer e não a Mercer de governos um governo faz outro não faz mas existe um maco regulatório que faz a Gestão de Risco e com essa
as mudanças climáticas os impactos e os eventos extremos serão cada vez mais frequentes se a gente não tiver uma macro regulatório e a ciência Nacional preparada para Essa gestão eu acho que a gente vai ficar um risco muito grande o risco existe mas a gente pode mitigá-la com uma política bem robusta mas eu acho que a gente vai ficar com uma consequência muito grande se a gente não pensar radicalmente sobre uma política nacional de gestão integral de risco esse conceito nós cientistas precisamos falar então isso impacta o ambiente e também a saúde humana como a
gente tá discutindo aqui entre as duas academias Obrigado Parabéns pelo seu pelo seu enfoque muito importante parabéns mesmo Obrigado Marcelo Olha eu acho que na questão do Rio Grande do Sul nós temos uma tarefa como sociedade que é aprender com a experiência né muita coisa não funcionou adequadamente como deveria funcionar no Rio Grande do Sul ah em particular aquilo que você citou a questão da da da articulação das defesas civis né O Brasil precisa reforçar em muito as suas defesas civis a nível Municipal a nível estadual e também na articulação Federal com marco regulatório eh
adequado para isso então esse é um ponto Fundamental e você tem razão de que o país carece de um Arc bolso legal para lidar com a questão de risco né E nós vamos precisar ter isso eh cada vez mais o segundo ponto que Você levantou que é igualmente importante é a questão dos demais biomas brasileiros né em particular para mim me preocupa muito a questão do Nordeste por quê Porque o Nordeste era uma região semiárida já de difícil sobrevivência com taxas de precipitação baixíssimas e ela está Ah se transformando numa região árida com queda acentuada
da precipitação como vocês viram nos mapas eh que mostram o processo de desertificação acelerado que o nordeste brasileiro tá tendo E aí o país como um todo vai ter que pensar como que a gente vai realocar milhões de brasileiros que hoje vive numa região difícil mas que daqui a pouco pode se tornar eh inviável sobre vivência nessas regiões e nós temos que cuidar concordo contigo de todos os biomas incluindo o serrado o Pantanal teve eh anos eh consecutivos de incêndios devastadores queimando 30 a 40% e quando esses incêndios ocorrem intervalos de tempo mais curtos basicamente
a destruição de espécies arbóreas se torna muito maior porque a o ecossistema não deu tempo de se recuperar eh de um incêndio já vem outro de grandes proporções Então a nossa tarefa é enorme de reforçar a legislação e na verdade eh nós temos hoje um Congresso Nacional que obviamente tenta afrouxar a maior parte da legislação que protege o meio ambiente Nacional nós temos que reverter esse caminho e com isso garantir uma proteção maior pros nossos biomas do qual todos nós dependemos inclusive na questão da Saúde onde você leve a questão da Saúde junto com a
questão da preservação ambiental da da sustentabilidade das nossas cidades para aumentar a resiliência da população brasileira tanto aos eventos climáticos extremos como do Rio Grande do Sul quanto com a transição que está ocorrendo ah por causa do aumento gradual da temperatura que estamos observando então uma tarefa enorme mas dos quais a gente não pode escapar hoje de fazer isto é Professor Paulo e eu tenho observado que como o senhor citou na sua apresentação a questão das migrações que já ocorrem eh da África e do oriente principalmente para a Europa da América do Sul e central
para os Estados Unidos etc que essas migrações elas acabam influenciando nas eleições desses países né diversos países e sempre são sempre ou muitas vezes são eleitos políticos contra as migrações eu creio que até o brexit teve uma influência muito grande em relação à migração para o Reino Unido e isso sempre acabam num uma eleição para políticos que são mais frouxos em relação a que esento global ao efeito estufa que de uma forma maior ou menor tentam desvalorizar esse efeito dizer que é um efeito normal da natureza e isso faz com que a situação só piore
seja na questão da migração porque essas pessoas acabam sendo consideradas cidadãos de segunda ou terceira classe como o efeito estufa acaba sendo privilegiado por esse políticos então é algo que realmente preocupa e faz com que esse prognóstico seja muito reservado É verdade inclusive nar veja que no fim de semana passado tivemos eleições na França onde partidos de extrema direita tão levando vantagem né ainda vamos ver o resultado do segundo turno mas o fortalecimento de partidos de extrema direita inclusive no Brasil não só na França não só nos Estados Unidos eh certamente vai agravar Este quadro
porque por exemplo tivemos Governo dos Estados Unidos ameaçando sair do acordo de Paris no caso do governo de extrema direita do Brasil no no último mandato também muito claramente eh basicamente negava o aquecimento global negava as mudanças climáticas contra os interesses da população para favorecer uma parcela muito pequena do sistema econ econômico que é a parcela do agronegócio e a parcela da produção de combustíveis fósseis Então isso é um risco enorme adicional paraa humanidade como um todo que nós obviamente temos que lutar como cientistas Sem dúvida aí essa desertificação que o senhor mencionou em relação
ao nordeste ocorre como eu vi nos gráficos que o senhor apresentou em várias outras regiões do Globo e assim como alterações de chuva que também não são habituais e que podem trazer mais catástrofe mais miséria mais doenças mais sofrimento e tudo isso se associa a uma qualidade de vida pior maior número de óbitos enfim há situações muito alarmantes em relação ao futuro da humanidade professor Flávio kinski vejo o senhor aqui na minha tela senhor quer fazer algum comentário onde o senhor se encontra professor Flávio cizinho é bom então muito obrigado acadêmico nard e acadêmico Paulo
Artacho pela fantástica apresentação e eu me desculpo por não est aqui podendo ser eu a recebê-lo e porque Justamente eu peguei um voo do Rio para Porto Alegre e são se perde muitas horas nesse aeroporto de Canoas então gentilmente O acadêmico nard eh nos deu essa força Muito obrigado nard Eu que agradeço a oportunidade Flávio um prazer ouvir o professor Paulo estar aqui com outros colegas e tudo muito excelente e e Paulo Muito obrigado é fantástica a apresentação que eu pude acompanhar aqui e eu fico só pensando o o quanto estamos atrasados em transformar toda
essa esse conhecimento em currículo nas faculdades de medicina e na área da saúde de uma forma mais Ampla e reitero Paulo o convite para que no dia 8 de agosto você esteja com a gente lá recebido na academia Nacional de medicina para proferir eh essa palestra aí a nossa Comunidade da academia Nacional de medicina e Academia Brasileira de ciências precisa muito do seu conhecimento para eh É porque por incrível que pareça ainda precisa difundir muito mais e eu acho que com a tangibilidade da crise no Rio Grande do Sul eu acho que agora passou o
momento romântico de olhar lá longe no futuro né chegou agora tá tudo acontecendo tempo real né é é e olha eu vou estar na reunião lá no Rio de Janeiro e deixa eu te lembrar que essa questão da falta de discussão desses aspecto nos currículos das nossas universidades não é somente na de medicina tá então basicamente você forma economistas por exemplo hoje que realmente não tem um único curso sobre sustentabilidade Econômica Global né a gente forma Engenheiros Ah agrônomos que basicamente são treinados para favorecer O agronegócio independente da deterioração do do meio ambiente dos solos
etc e tal então Eh infelizmente esse não é só na na medicina mas é Nossa função na verdade trazer essa palavra para estudantes para Por exemplo agora na reunião da sbpc que teremos daqui a duas semanas vamos ter 25.000 pessoas lá muitos estudantes onde esse tema a questão da Amazônia e a questão das mudanças climáticas são temas centrais da nossa reunião anual da sbpc e eu eu tenho certeza que o professor Flávio e também Professor Paulo e as nossas presidentes Eliete bus quelar e Helena Nader certamente são favoráveis a que dessa reunião do dia 8
saia um documento de ambas as Universidades talvez da sbpc também assinando mais uma vez reforçando toda essa nossa preocupação a nossa pressão para que as autoridades responsáveis o público em geral a comunidade científica tudo que tiver ao nosso alcance reconheça né A questão do aquecimento global como uma emergência e que medidas sejam tomadas para atenuar o problema antes que seja tarde demais isso Paulo eu tenho uma outra um outro comentário e ao mesmo tempo eh quando a gente fala sobre temas médicos a gente tem um treino para fazer a comunicação social por exemplo numa emergência
Embora tenha crise a gente não pode dar uma perspectiva muito negativa para não gerar o pânico enchar o sistema etc e e eu pergunto eh o que que fica faltando na comunicação social para que o público saiba mais assim de que as coisas a crise já está aí né a gente fala mas parece que a mensagem não chega e E é difícil das pessoas verem como é que isso impactará no seu dia a dia dos seus filhos e e como que o nosso país vai ficar diferente e pior num curtíssimo prazo né Uhum é isso
é um ótimo ponto quer dizer a questão da comunicação da ciência e como fazer a ciência chegar até a Dona Maria até a dona Joana no interior do Brasil como todo é Um Desafio enorme mas absolutamente necessário né Principalmente em vista de que a propaganda negacionista ainda continua forte né ainda continua significativa né com por exemplo no evento do Rio Grande do Sul muitos políticos basicamente dizendo Olha o Rio Grande do Sul já teve outras enchentes como essa O que é verdade né e tentam minimizar a essa atribui são da questão das mudanças climáticas né
Eh sim as mudanças clim os eventos climáticos extremos sempre ocorreram só que eles estão ocorrendo cada vez mais forte e cada vez mais frequentes então a gente pode começar a questionar um estado que nem o Rio Grande do Sul né de de vocação agrícola quer dizer basicamente como é que fica um estado desse se eventos desse tipo ocorrerem a cada 5 anos a cada 7 anos ao invés de 30 ou 5050 anos como era antigamente Então isso é um exemplo Claro da vulnerabilidade do nosso sistema socioeconômico para as mudanças climáticas porque o Brasil é um
país tropical e muito vulnerável a essa questão muito mais do que os demais países então nós temos que cuidar disso ter uma agenda própria nesta questão atuação de vários ministérios com programas a atuação do congresso nacional é essencial nessa questão e assim por diante Então a nossa função é disseminar essas ideias levar paraa população para que a gente possa eleger políticos que efetivamente pensem nos interesses da população como um todo então isso é uma tarefa urgente de nós cientistas alertarmos a população dos riscos que a população tá correndo é Paulo nós temos um Acadêmico eh
que e cobre e e dá Assessoria pro Senado né O acadêmico Marcelo Morales e a minha pergunta vai para o acadêmico Marcelo Morales Quando que a saúde única e pessoas pesquisadores como Paulo serão ouvidos no senado eu não tô abrindo o vídeo porque se eu abrir vai cair aqui a ligação mas eh Paulo tá sendo convidado para falar em algumas audiências públicas inclusive é do Rio Grande do Sul muito em breve do da comissão do Rio Grande do Sul que tá tratando do Rio Grande do Sul né Paulo é uma pessoa extremamente eh é uma
referência eh na área ambiental membro da academia e certamente será convidado para especificamente paraa questão do Rio Grande do Sul su pel pela comissão eh transitória eh temporária né na verdade que trata das questões do Rio Grande do Sul Mas como eu falei o Você tocou no ponto aí vocês tocaram no ponto do congresso nacional eu acho extremamente importante a conscientização dos senadores e deputados e a gente fazer audiências públicas viu Eh Flávio eh com os cientistas na comissão de ciência e tecnologia a a gente falar sobre isso porque lá são aspectos técnicos não tem
esse esse debate político ideológico não são questões técnicas na comissão de ciência e tecnologia que são colocadas a gente pode fazer um debate específico na comissão de ciência e tecnologia para tratar de saúde única e aí a gente tem os vários aspectos e não só o Paulo mas outros expoentes da da área ambiental e da da Medicina também pra gente debater ter a as questões de de Meio Ambiente eh e também da Saúde Saúde Humana saúde eh dos animais e toda da flora da fauna e nós temos eu falei aqui anteriormente que nós temos um
projeto que é o 5002 é um projeto de lei 5002 de 2023 que é urgente nós precisamos tratar da política nacional de gestão integral de riscos porque as mudanças já estão aí E se a gente não tiver uma política que integre tudo isso através de um projeto através de lei os o a gente consegue com um projeto uma lei como essa integrar o governo federal as suas várias instâncias os seus vários ministérios os estados e os municípios é isso que coloca o projeto de lei 5002 de 2023 se a gente não tiver isso a gente
só fica com a lei 12.608 que trata de Defesa Civil que é outra coisa completamente diferente nós precisamos de uma política nacional de Gestão de Risco que é feita por cientistas e instituições de pesquisa muito bom Marcelo Obrigado também Flávio Quero Agradecer especialmente ao Professor Paulo ataro a apresentação e aguardo o senhor dia 8 na academia nacional de medicina será um prazer recebê-lo lá para todos nós eh acho que não há mais nenhuma pergunta então desejar a todos uma boa noite e agradecer a participação de todos obrigado boa noite obrigado Eu que agradeço gente abração
abraço bo Parabéns paulo tchau Parabéns Boa noite po encerrar você falou comigo tô encerrando Professor obrigado
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