Fala, pessoal! Tudo certo? Este é o Atualizaí!
, seu canal de política internacional descomplicada. Você sabe qual conflito histórico no Oriente Médio levou ao envio de tropas do Exército brasileiro? E como uma guerra nessa região afetou os mercados mundiais e provocou um aumento de quatro vezes no preço do barril de petróleo?
Ao longo do último século, o Oriente Médio foi palco de uma série de conflitos internos e internacionais. No vídeo de hoje, faremos um resumão das principais disputas nessa região. Então bora saber mais!
Após a Primeira Guerra Mundial, o antigo Império Otomano foi dissolvido, e parte de seus territórios foi colocada sob administração de alguns países europeus. Na Liga das Nações, organização antecessora da ONU, foi criado um regime de mandatos, por meio dos quais o controle administrativo e soberano de certos territórios foi assumido por potências ocidentais. A França assumiu o mandato para a Síria e o Líbano, e couberam ao Reino Unido os mandatos para a região histórica da Palestina e para a Mesopotâmia, no atual Iraque.
A perseguição na Europa e o extermínio promovido pela Alemanha Nazista durante o Holocausto motivaram grandes fluxos migratórios de retorno de judeus à Palestina, fortalecendo o movimento que buscava estabelecer um Estado independente para o povo judeu. Mas houve conflitos com povos árabes, que também habitavam essa região. Em 1947, a Assembleia Geral da ONU, presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, aprovou o Plano de Partição da Palestina.
Essa proposta diplomática previu a criação de dois Estados na região da Palestina, um árabe e outro judeu, com um regime internacional especial para a cidade de Jerusalém. O mandato britânico na região da Palestina foi encerrado em 1948, e Israel foi proclamado como um Estado judeu. Mas alguns países árabes vizinhos se opuseram à criação de Israel e invadiram o novo Estado.
Assim, Egito, Líbano, Síria e Transjordânia deram início à primeira guerra árabe-israelense. Nas Nações Unidas, o Conselho de Segurança criou a primeira operação de paz da ONU, com observadores militares responsáveis por monitorar acordos de trégua entre os beligerantes. Ao final da guerra, Israel assinou acordos de armistício com esses quatro países vizinhos, mas as disputas não pararam por aí.
Após a nacionalização do canal de Suez pelo governo egípcio, em 1956, Israel invadiu o Egito com o apoio da França e do Reino Unido. No Conselho de Segurança da ONU, a França e o Reino Unido vetaram propostas para o fim dessas hostilidades. Em seguida, a Assembleia Geral das Nações Unidas criou uma Força de Emergência para manter a paz e acompanhar a retirada das forças armadas estrangeiras.
O Brasil participou dessa operação de paz da ONU com contingentes do Exército organizados no Batalhão Suez. Cerca de uma década mais tarde, as tensões entre Israel e Egito foram retomadas. Em 1967, em apenas seis dias, Israel invadiu e conquistou territórios de três países vizinhos: a Faixa de Gaza e a Península do Sinai do Egito, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental da Jordânia e as Colinas de Golã da Síria.
Na ONU, o Conselho de Segurança conclamou Israel a retirar suas tropas e a respeitar a soberania, a independência e a integridade territorial dos Estados. Em 1973, o Egito e a Síria lideraram um ataque a Israel durante o feriado religioso judaico do Yom Kippur, o Dia do Perdão. Em retaliação ao apoio dado pelos Estados Unidos a Israel durante o conflito, os países árabes produtores de petróleo decretaram um embargo à sua produção, afetando os mercados do mundo todo.
Em poucos meses, o preço do barril de petróleo disparou de cerca de 3 para 12 dólares. Sob mediação dos Estados Unidos, Israel e Egito assinaram um acordo de paz que previu a normalização das relações bilaterais e a devolução da Península do Sinai ao Egito. Nos anos 1990, também com a mediação norte-americana, Israel assinou um acordo de paz com a Jordânia, estabelecendo as relações diplomáticas bilaterais.
A partir do final dos anos 1970, o Irã atravessou um período de mudanças políticas e conflito. Com a Revolução Iraniana, a monarquia chegou ao fim no Irã, e o país se tornou uma República Islâmica. Mais uma vez, os mercados mundiais foram afetados pela elevação dos preços do petróleo.
Em países importadores de petróleo, como o Brasil, a crise provocou medidas de racionamento. No Iraque, disputas geopolíticas e econômicas levaram o governo de Saddam Hussein a envolver-se em guerras com seus vizinhos. O Iraque invadiu o Irã em 1980 e o Kuwait em 1990.
A Guerra Irã-Iraque terminou em impasse, mas a Guerra do Golfo contra o Kuwait levou à formação de uma coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos e autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, que conseguiu deter a agressão iraquiana e levou à imposição de medidas estritas de desarmamento para o Iraque. Anos mais tarde, alegações de descumprimento dessas obrigações pelo Iraque levaram à invasão do país pelos Estados Unidos e por países aliados em 2003. A fragilidade institucional do Iraque e a persistência de instabilidades favoreceram o avanço de conflitos sectários e do terrorismo, incluindo a proclamação do autodenominado Estado Islâmico.
A Primavera Árabe, ocorrida a partir de 2010, foi uma série de manifestações populares no Oriente Médio e no norte da África. Reunindo demandas políticas, econômicas e sociais, os protestos levaram a mudanças de regime no Egito, na Tunísia, no Iêmen e na Líbia. Nestes dois últimos casos, a instabilidade política e institucional permaneceu e deu origem a guerras civis.
Na Síria, embora não tenha havido uma troca de regime, o país segue em guerra civil desde 2011, envolvendo o governo, grupos rebeldes de oposição e organizações terroristas, além de tropas de países estrangeiros. Curtiu o resumão? Escreva nos comentários qual desses conflitos você quer que a gente aprofunde em um vídeo futuro e se inscreva no canal para não perder nada por aqui.
Até o próximo!