AUDIOBOOK Caso Srta. Anna O. (COMPLETO) Freud e Breuer (1893-1895) Estudos sobre histeria

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Diálogo Psicanálise
O caso de Anna O., tratado por Josef Breuer e descrito no livro Estudos sobre Histeria, foi um marco...
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caso um senorita Ana ó na ocasião em que adoeceu Em 1880 a senorita Ana ó contava 21 anos de idade pode-se considerar que era portadora de uma hereditariedade neuropática moderadamente grave visto que algumas psicoses haviam ocorrido entre seus parentes mais distantes seus pais eram normais nesse aspecto a própria paciente fora sempre saudável até então e não havia mostrado nem um sinal de neurose durante seu período de crescimento era dotada de grande inteligência e aprendia as coisas com impressionante rapidez e intuição aguçada possuía um intelecto poderoso que teria sido capaz de assimilar um sólido acervo mental
e que dele necessitava embora não recebesse desde que saíra da escola Ana tinha grandes dotes poéticos e imaginativos que estavam sob o controle de um agudo e crítico bom senso graças a esta última qualidade ela era inteiramente não sugestionável sendo influenciada apenas por argumentos e nunca por meras asserções sua força de vontade era vigorosa tenis e persistente algumas vezes chegava ao extremo da obstinação que só cedia pela Bondade e consideração para com as outras pessoas um de seus traços de caráter essenciais era Generosa solidariedade Mesmo durante a doença pode ajudar muito a si mesma por
ter conseguido cuidar de grande número de pessoas pobres e enfermas pois assim satisfazia um poderoso instinto seus estados de espírito sempre tenderam para um leve exagero tanto na alegria como na tristeza Por conseguinte era às vezes sujeita a oscilações de humor a noção da sexualidade era surpreendentemente não desenvolvida nela a paciente cuja vida se tornou conhecida por mim num grau em que raras vezes a vida de uma pessoa é conhecida de outra nunca se apaixonara e em todo o imenso número de alucinações que ocorreram durante sua doença a noção da sexualidade nunca emergiu essa moça
cheia de vitalidade intelectual levava uma vida extremamente monótona no ambiente de sua família de mentalidade puritana embelezava sua vida de um modo que provavelmente a influenciou de maneira decisiva em direção à doença andu a devaneios sistemáticos que descrevia como seu teatro particular enquanto Todos pensavam que ela estava prestando atenção ela se imaginava vivendo contos de fada mas estava sempre Alerta quando lhe dirigiam a palavra de modo que ninguém se dava conta de seu estado exercia essa atividade de modo quase ininterrupto enquanto se ocupava de seus afazeres domésticos dos quais se desenc combia de forma irrepreensível
terei a seguir que descrever a maneira pela qual esses devaneios habituais no período em que ela estava com saúde foram se convertendo gradativamente em doença o curso da doença enquadrou se em várias fases nitidamente separáveis a incubação latente de meados de julho até cerca de 10 de dezembro de 1880 essa fase da doença costuma ficar omissa para nós mas nesse caso graças a seu caráter peculiar foi-nos completamente acessível esse fato por si só traz um apreciável interesse patológico para o caso descreverei esta fase em seguida b a doença manifesta uma Psicose de natureza peculiar com
parafasia estrabismo convergente graves perturbações da Visão paralisias sob a forma de contraturas completa na extremidade superior direita e em ambas as extremidades inferiores e parcial na extremidade superior esquerda e paresia dos músculos do pescoço redução gradual da contratura nas extremidades da mão direita alguma melhora interrompida por um grave trauma psíquico a morte do pai da paciente em abril depois do que se seguiram C um período de sonambulismo persistente alternando-se subsequentemente com estados mais normais grande nú número de sintomas crônicos perduraram até dezembro de 1881 D cessação gradual dos estados e sintomas patológicos até Junho de
1882 em Julho de 1880 o pai da paciente a quem ela era extremamente afeiçoada adoeceu de um abcesso periple río que não sarou e do qual veio a morrer em abril de 1881 durante os primeiros meses da doença Ana dedicou todas as suas energias a cuidar do pai e ninguém ficou muito surpreso quando Pouco a Pouco sua própria saúde foi se deteriorando de forma acentuada ninguém talvez nem mesmo a própria paciente sabia o que lhe estava acontecendo mas afinal o estado de debilidade animia e aversão pelos alimentos se agravou a tal ponto que para seu
grande pesar não lhe permitiram mais que continuasse a cuidar do paciente a causa imediata dessa proibição foi uma tosse muito intensa razão pela qual a examinei pela primeira vez era uma tsis nervosa típica Ana logo Começou a mostrar uma pronunciada necessidade de repouso durante a tarde continuada ao anoitecer por um estado semelhante a sono e a seguir por uma condição de intensa excitação no início de dezembro apareceu um estrabismo convergente um oftalmologista o explicou erroneamente como decorrente da paresia de um dos abdutores em 11 de dezembro a paciente caiu de cama e assim permaneceu até
primeiro de abril surgiu em rápida sucessão uma série de perturbações graves que eram aparentemente novas dor de cabeça occipital esquerda estrabismo convergente diplopia acentuadamente aumentado pela excitação queixas de que as paredes do quarto pareciam estar vindo abaixo afecção do nervo oblíquo perturbações da Visão difíceis de ser analisadas paresia dos músculos anteriores do pescoço de modo que afinal a paciente só conseguia mover a cabeça pressionando-a para trás entre os ombros erguidos e movendo as costas inteiramente contratura e anestesia da extremidade superior direita e depois de certo tempo da extremidade inferior direita esta última sofreu Total extensão
adução e rotação para dentro posteriormente surgiu o mesmo sintoma na extremidade inferior esquerda e por fim no braço esquerdo cujo os dedos contudo conservaram até certo ponto a capacidade de movimento de igual modo também não havia uma rigidez completa nas articulações do ombro a contratura atingiu seu ponto máximo nos músculos dos braços da mesma forma a região dos cotovelos revelou-se a mais atingida pela anestesia quando num estágio posterior tornou-se possível fazer um exame mais cuidadoso da sensibilidade no início da doença a anestesia não pode ser testada de modo eficiente em virtude da resistência da paciente
em decorrência de sentimentos de angústia foi enquanto a paciente Se achava nesse estado que comecei a tratá-la havendo logo reconhecido a gravidade da perturbação psíquica com que teria de lidar havia dois estados de consciência inteiramente distintos que se alternavam de modo frequente súbito e que se tornaram cada vez mais diferenciados no curso da doença num desses estados ela reconhecia seu ambiente ficava melancólica e angustiada mas relativamente normal no outro tinha alucinações e ficava Travessa Isto é agressiva e jogava almofadas nas pessoas tanto quanto permitiam as contraturas arrancava botões da roupa de cama e de suas
roupas com os dedos que conseguia movimentar e assim por diante nesse estágio da doença se alguma coisa tivesse sido tirada do lugar no quarto ou alguém tivesse entrado ou saído dele durante seu outro estado de consciência ela se queixava de haver perdido tempo e tecia comentários sobre as lacunas na sequência de seus pensamentos conscientes visto que as pessoas que acercam tentavam negar isso e confortá-la quando ela se queixava de estar ficando louca Ana depois de jogar os travesseiros acusava as pessoas de fazerem coisas contra ela e de a deixarem num estado de confusão seguiu-se um
breve acesso de raiva e depois uma grave crise de angústia que tive grande dificuldade em acalmar infelizmente tive que sair de Viena naquela noite ao retornar passados vários dias encontrei a paciente muito pior Ela ficará sem qualquer alimentação durante todo aquele tempo estava extremamente angustiada e em suas absen a alucinatórias via figuras aterradoras caveiras e esqueletos dado que se comportava diante dessas coisas como se as estivesse vivenciando e em parte as traduzia em palavras as pessoas em torno dela ficaram amplamente cientes do conteúdo dessas alucinações a ordem habitual das coisas era o estado sonolento à
tarde seguido após o pô do sol pela hipnose profunda para a qual Ela inventou o nome técnico de claudes quando durante a hipnose ela conseguia narrar as alucinações que tivera no decorrer do dia despertava com a mente desanuviado calma e Alegre sentava-se para trabalhar e escrever ou desenhar até altas horas da noite de maneira bem racional por volta das 4 horas ia deitar-se no dia seguinte toda a série de fatos se repetia era um contraste realmente notável durante o dia a paciente responsável perseguida por alucinações e à noite a moça com a mente inteiramente lúcida
Apesar de sua euforia noturna seu estado psíquico continuava a se deteriorar surgiram fortes impulsos Suicidas que tornaram desaconselhável que ela permanecesse morando no terceiro andar contra sua vontade portanto foi transferida para uma casa de campo nas imediações de Viena em 7 de junho de 81 eu nunca havia ameaçado com essa mudança de seu lar que ela encarava com horror mas ela sem o dizer havia esperado e temido tal medida esse fato deixou claro mais uma vez até que ponto o afeto de angústia dominava seu distúrbio psíquico assim como se havia instalado um estado de maior
tranquilidade logo após a morte do pai da paciente também agora quando que ela temia de fato ocorreu de de novo ela ficou mais calma não obstante a mudança foi imediatamente seguida por três dias e três noites sem qualquer sono e sem alimento por numerosas tentativas de suicídio embora como Ana ficasse num jardim Tais tentativas não fossem perigosas pela quebra de janelas e assim por diante e por alucinações não acompanhadas de absences que ela era capaz de distinguir facilmente de suas outras alucinações depois disso ficou mais calma passou a deixar que a enfermeira alimentasse e chegou
até a tomar cloral à noite antes de prosseguir em meu relato do caso preciso voltar mais uma vez para descrever uma de suas peculiaridades que até agora só mencionei de passagem já disse que ao longo de toda a doença até esse ponto a paciente caía num estado de sonolência Todas As Tardes e que após o pôr do sol esse período passava para um sono mais profundo claudes parece plausível atribuir essa sequência regular dos acontecimentos apenas à experiência dela enquanto cuidava do pai o que teve de fazer por vários meses durante as noites ela velava a
cabeceira do paciente ou ficava acordada escutando ansiosamente até amanhecer às tardes deitava-se para um ligeiro repouso Como é o costume habitual das Enfermeiras esse padrão de ficar acordada à noite e dormir tarde parece ter sido transposto para sua própria doença e persistido muito depois de o sono ter sido substituído por um estado hipnótico após cerca de uma hora de sono profundo ela ficava irrequieta virava de um lado para outro e repetia atormentando atormentando com os olhos fechados o tempo todo também se observou como durante suas absences jurnas ela obviamente criava alguma situação ou Episódio para
o qual dava uma p está murmurando algumas palavras acontecia então de início por acaso mas depois a propósito que alguém perto dela repetia uma dessas suas frases enquanto ela se queixava do atormentando ela imediatamente fazia couro e começava a retratar alguma situação ou a narrar alguma história a princípio com hesitação e no seu jargão parafrástico mas quanto mais se estendia mais fluente se tornava até que por fim falava um alemão bem fluente isso se aplica ao período Inicial antes que começasse a falar somente em inglês as histórias eram sempre tristes e algumas delas encantadoras no
estilo do álbum de figuras sem figuras de Hans Enderson e de fato é provável que se estruturassem sobre aquele modelo via de regra seu ponto de partida ou situação Central era o de uma moça ansiosamente sentada a cabeceira de um doente mas ela também com instruí suas histórias com outros temas bem diversos alguns momentos depois de haver concluído a narrativa ela despertava obviamente acalmada ou Como dizia gerra eglish durante a noite tornava ficar irrequieta e pela manhã após Algumas Horas de Sono estava visivelmente envolvida em algum outro grupo de representações quando por qualquer motivo não
podia narrar me a história durante a hipnose do anoitecer não conseguia acalmar-se depois e no dia seguinte tinha que me contar duas histórias para que isso acontecesse as características essenciais desse fenômeno o aumento e a intensificação de suas absences até sua auto hipnose do anoitecer o efeito dos produtos de sua imaginação como estímulos psíquicos e o afrouxamento e a remoção de seu estado de estimulação quandoos expressava verbalmente em sua hipnose permaneceram const antes durante todos os 18 meses em que a paciente ficou em observação as histórias naturalmente se tornaram ainda mais trágicas após a morte
do pai contudo foi só depois da deterioração do Estado mental da paciente o que se seguiu quando seu estado de sonambulismo sofreu uma interrupção abrupta da maneira já descrita que suas narrativas do anoitecer deixaram de ter o caráter de composições poéticas criadas de forma mais ou menos Livre e se transformaram numa cadeia de alucinações medonhas e apavorantes já era possível chegar a elas a partir do comportamento da paciente durante o dia já descreve como sua mente ficava inteiramente aliviada depois que trêmula de medo e horror havia reproduzido essas imagens assustadoras e dado expressão verbal a
elas enquanto Ana ficou no campo ocasião em que não pude fazer-lhe as visitas diárias a situação processou-se da seguinte maneira visitava a tardinha quando sabia que a encontraria em hipnose e então aliviava de toda a carga de produtos imaginativos que ela havia acumulado desde minha última visita era essencial que isso fosse feito de forma completa se se quisesse alcançar bons resultados quando isso era levado a efeito ela ficava perfeitamente calma e no dia seguinte mostrava-se agradável fácil de lidar diligente e até mesmo Alegre no segundo dia porém tornava-se cada vez mais mal humorada voluntariosa e
desagradável o que se acentuava ainda mais no terceiro dia quando ficava assim nem sempre era fácil fazê-la falar mesmo em seu estado hipnótico ela descrevia de modo apropriado esse método falando a sério como uma Talking cure ao mesmo tempo em que se referia a ele em tom de brincadeira como shimy seeping a paciente sabia que depois que houvesse dado expressão às suas alucinações perderia toda sua obstinação e aquilo que descrevia como sua energia e quando após um intervalo relativamente longo ficava de mau humor recusava-se a falar sendo eu obrigado a superar sua falta de disposição
encarecendo e suplicando e até usando recursos como repetir uma fórmula com a qual ela estava habituada a iniciar suas histórias mas ela jamais começava a falar antes de haver confirmado plenamente minha identidade apalpando meas mãos com cuidado nas noites em que não se acalmava pela enunciação verbal era necessário recorrer novamente ao cloral eu já o havia experimentado Em algumas ocasiões anteriores Mas vi-me obrigado a aplicar-lhe 5 G sendo sono precedido por um estado de intoxicação que Durava algumas horas quando me achava presente esse estado era de eu mas em minha ausência era altamente desagradável e
caracterizado por angústia e excitação pode-se observar a propósito que esse estado de intoxicação aguda não fazia nenhuma diferença quanto a suas contraturas eu havia conseguido evitar o uso de narcóticos visto que a expressão verbal de suas alucinações a tranquilizava ainda que não induz ao sono entretanto quando ela estava no campo as noites em que não conseguir alívio hipnótico eram tão insuportáveis que apesar de tudo era necessário recorrer ao cloral mas foi possível reduzir a dose de forma gradual o sonambulismo persistente não reapareceu mas por outro lado a alternância entre os dois estados de consciência perdurou
ela costumava ter alucinações no meio de uma conversa sair correndo subir numa árvore etc quando alguém a agarrava com grande rapidez retomava a frase interrompida sem tomar nenhum conhecimento do que acontecerá no intervalo todas essas alucinações contudo sobrinh e eram relatas em sua hipnose seu estado de modo geral experimentou melhoras ela ingeria alimentos sem dificuldades e permitia que a enfermeira alimentasse com exceção do que pedia rejeito toca lbios aisia espástica da perna teve uma diminuição acentuada verificaram-se também melhoras em sua capacidade de julgamento E ela ficou muito apegada a um amigo meu o Dr B
médico que a visitava beneficiou-se muito da presença de um cão terra nova que lhe tinha sido presenteado e pelo qual tinha uma afeição apaixonada em certa ocasião porém seu animal de estimação atacou um gato e foi extraordinário ver a forma como a frágil moça tomou de um chicote na mão esquerda e afastou as chicotadas o enorme animal para salvar sua vítima mais tarde cuidou de algumas pessoas pobres e doentes e isto a ajudou foi após minha volta de uma viagem de férias que durou várias semanas que tive a prova mais convincente do efeito patogênico e
excitante ocasionado pelos complexos de representações produzidos durante suas absences ou conditi um secunde e do fato de que esses complexos eram inados ao receberem expressão verbal durante a hipnose nesse intervalo não for efetuada nenhuma cura pela fala porque foi impossível persuadi-la confiar o que tinha dizer a qualquer pessoa sen não eu nem mesmo ao Dr b a quem sob outros aspectos ela se havia afeiçoado encontrei a num estado moral deplorável inerte intratável mal humorada e até mesmo Malévola tornou-se Claro por suas histórias noturnas que sua imaginativa e poética se estava esgotando o que ela relatava
dizia respeito cada vez mais as suas alucinações e por exemplo as coisas que haviam aborrecido nos últimos dias estas eram revestidas de uma forma imaginativa mas apenas formuladas em imagens estereotipadas e não elaboradas em Produções poéticas mas a situação só ficou tolerável depois de eu haver providenciado o retorno da paciente a por uma semana e de noite após noite fazer com que ela me Contasse três a cinco histórias quando levei isso a termo tudo que se acumulara durante as semanas de minha ausência fora descarregado foi só então que se restabeleceu o ritmo anterior no dia
seguinte aquele em que dava expressão verbal à suas fantasias ela ficava amável e Alegre no segundo dia mais irritadiça e menos agradável e no terceiro verdadeiramente detestável seu estado moral era uma função do tempo decorrido desde a última expressão oral isso ocorria porque cada um dos produtos espontâneos de sua imaginação e todos os fatos que tinham sido assimilados pela parte patológica de sua mente persistiam como um estímulo psíquico até serem narrados em sua hipnose após o que deixavam inteiramente de atuar quando no outono a paciente retornou à Viena embora para uma casa diferente daquela em
que adoecera sua condição era suportável tanto física como mentalmente pois pouquíssimas de suas experiências de fato as maises erem estímulos pí de patológica eu tinha esa de uma melora contínua e progressiv que de sua mente nov estímulos evit através daes de iní fi Deon em dezembro houve um agravamento acentuado de seu estado psíquico ela voltou a ficar excitada taciturna e irritável não tinha mais nenhum dia realmente bom mesmo quando era impossível detectar alguma coisa que estivesse permanecendo presa dentro dela em fins de dezembro na época do Natal a paciente ficou particularmente inquieta e por uma
semana inteira nos fins de tarde nada me disse de novo além dos produtos imag nativos que havia elaborado dia a dia sob pressão de uma angústia e emoção intensas durante o natal de 1880 um ano antes quando as séries eram concluídas ela sentia um enorme alívio já havia transcorrido um ano desde que Ana se separara do pai e caíra de cama e a partir dessa época seu estado tornou-se mais claro e foi sistematizado de maneira muito peculiar seus estados de consciência alternados que se caracterizavam pelo fato de que a partir da manhã suas absences Isto
é o surgimento de sua condi secunde sempre se tornavam mais frequentes à medida que o dia avançava e exerciam seu domínio absoluto até o anoitecer esses estados alternados tinham diferido um do outro no passado pelo fato de o primeiro ser normal e o segundo alienado agora porém eles diferiam ainda mais pelo fato de que no primeiro ela estava vivendo como o restante de nós no inverno de 1881 ao passo que no segundo vivia no inverno de 1880 e se esquecera por completo de todos os eventos subsequentes a única coisa que não obstante parecia permanecer consciente
a maior parte do tempo era o fato de que o pai morrera ela se via transportada ao ano anterior com tal intensidade que na casa nova tinha alucinações com seu antigo quarto de modo que quando queria ir até a porta tropeçava na estufa que ficava situada em relação à janela do mesmo modo que a porta em seu antigo quarto a transição de um estado para outro ocorria de forma espontânea mas também podia ser facilmente promovida por qualquer impressão sensorial que lembrasse o ano anterior com nitidez bastava segurar uma laranja diante dos olhos dela essa fruta
tinha constituído Seu principal alimento durante a primeira parte da doença para que ela se visse transportada para o ano de 1881 mas essa transferência ao passado não ocorria de modo geral ou Indefinido ela revivia o inverno anterior dia a dia eu só teria podido suspeitar de que isso estava acontecendo não fosse pelo fato de que todas as noites durante a hipnose ela falava sobre o que havia excitado no mesmo dia em 1881 e não fosse pelo fato de um diário particular mantido pela mãe dela em 1881 ter confirmado sem sombra de dúvida a ocorrência dos
fatos subjacentes essa revivescência do ano anterior continuou Até que a doença chegasse a seu final em junho de 1882 também foi interessante observar nesse aspecto a forma pela qual esses estímulos psíquicos revividos pertencentes a seu estado secundário insinuavam se em seu primeiro estado mais normal aconteceu por exemplo que certa manhã a paciente me disse rindo que não tinha nenhuma ideia de qual era o problema mas estava com raiva de mim graças ao diário eu sabia o que estava ocorrendo e dito e feito a situação foi revivida na hipnose do anoitecer eu tinha aborrecido muito a
paciente na mesma noite em 1881 houve outra ocasião em que ela me disse que havia algo errado com seus olhos estava vendo as cores erradas sabia estar usando um vestido marrom mas o via como se fosse Azul logo verificamos que ela sabia distinguir todas as cores das folhas de teste visual de forma correta e Clara e que a perturbação só se relacionava com o material do vestido o motivo foi que durante o mesmo período em 1881 ela estivera muito atarefada com a confecção de um roupão para o pai que era feito do mesmo material de
seu atual porém era azul em vez de marrom a propósito constatava-se com frequência que essas lembranças emergentes revelavam de antemão seu efeito a perturbação do estado normal ocorria mais cedo e a lembrança era despertada de forma gradativa apenas em sua con secde sua hipnose da noite ficava assim intensamente sobrecarregada Pois tínhamos que escoar pela fala não só seus produtos imaginários contemporâneos como também os eventos e vecha de 1881 felizmente nessa época eu já havia aliviado dos produtos imaginários daquele ano Mas além de tudo isso o trabalho a ser executado pela paciente por seu médico era
imensamente aumentado por um terceiro grupo de perturbações isoladas que tinham de ser eliminadas da mesma maneira tratava-se dos eventos psíquicos em jogo no período de incubação da moléstia entre Júlio e dezembro de 1880 Eles é que haviam produzido todos os fenômenos histéricos e quando receberam expressão verbal os sintomas desapareceram quando isso aconteceu pela primeira vez quando em decorrência de um enunciado acidental e espontâneo dessa natureza durante a hipnose da noite uma perturbação que havia persistido por um tempo considerável veio a desaparecer fiquei extremamente surpreso era verão numa época de calor intenso e a paciente sofria
de uma sede horrível pois sem que pudesse explicar a causa viu-se de repente impossibilitada de beber apanhava o copo de água desejado mas assim que o tocava com os lábios repelia o como alguém que sofresse de hidrofobia ao fazê-lo ficava obviamente numa absence por alguns segundos para mitigar a sede que a martirizar vivia somente de frutas como melões e etc quando isso já Durava perto de seis semanas um dia durante a hipnose ela resmungou qualquer coisa a respeito de sua dama de companhia inglesa de quem não gostava e começou então a descrever com demonstrações da
maior repugnância como fora certa vez ao quarto Dessa senhora e como lá pudera ver o cãozinho dela criatura nojenta bebendo num copo a paciente não tinha dito nada pois quisera ser gentil depois de exteriorizar energicamente a cólera que havia contido pediu para beber alguma coisa bebeu sem qualquer dificuldade uma grande quantidade de água e despertou da Hipnose com o copo nos lábios a partir daí a perturbação desapareceu de uma vez por todas vários outros Caprichos extremamente obstinados foram eliminados de forma semelhante depois de ela haver descrito as experiências que os tinham ocasionado a paciente deu
um Grande passo à frente quando o primeiro de seus sintomas crônicos desapareceu da mesma maneira a contratura da perna direita que é verdade já havia diminuído muito esses achados de que no caso dessa paciente os fenômenos histéricos desapareciam tão logo o fato que os havia provocado era reproduzido em sua hipnose tornaram possível chegar-se a uma técnica terapêutica que nada deixava desejar em sua coerência lógica e sua aplicação sistemática cada sintoma individual nesse caso complicado era considerado de forma isolada todas as ocasiões em que tinha surgido eram descritas na ordem inversa começando pela época em que
a paciente ficará acamada e retrocedendo até o fato que levará a sua primeira aparição quando este era descrito o sintoma era eliminado de maneira permanente dessa forma suas paralisias espásticas e anestesias os diferentes dist da visão e da audição as nevralgias tosses tremores etc e por fim seus distúrbios da fala Foram removidos pela fala entre suas perturbações da Visão os seguintes por exemplo foram eliminados um de cada vez o estrabismo convergente com diplopia o desvio de ambos os olhos para a direita de modo que quando a mão se estendia para apanhar algo sempre se dirigia
para a esquerda do objeto a do campo visual a ambliopia central a macropsia a visão de uma caveira em vez do pai e a incapacidade para a leitura apenas alguns fenômenos dispersos como por exemplo a extensão das paralisias espásticas para o lado esquerdo do corpo que surgiram enquanto ela estava confinada ao leito permaneceram entocados por esse processo de análise sendo provável na realidade que de fato não tivessem nenhuma causa psíquica imediata revelou-se inteiramente impraticável abreviar o trabalho pela tentativa de evocar de imediato em sua memória a primeira causa provocadora de seus sintomas ela era incapaz
de descobri-la ficava confusa e as coisas se processavam ainda com maior lentidão do que se lhe fosse permitido de modo tranquilo e firme retomar o fio retrospectivo das recordações em que se havia envolvido dado que este último método porém levava muito tempo na hipnose noturna em vista de ela estar muito tensa e profundamente perturbada por eliminar pela fala os dois outros grupos de experiências e também em virtude do fato de que as reminiscências precisavam de tempo antes para poderem atingir uma nitidez suficiente elaboramos o seguinte método Eu costumava visitá-la pela manhã e hipnotizável concentrasse os
pensamentos no sintoma que estávamos tratando no momento e me dissesse as ocasiões em que ele surgira a paciente passava descrever em rápida sucessão e em frases sucintas os fatos externos em causa os quais eu anotava durante sua subsequente hipnose noturna ela então me fazia com ajuda de minhas anotações um relato razoavelmente minucioso dessas circunstâncias um exemplo revelará a forma completa pela qual ela realizava isso nossa experiência comum era que a paciente não ouvisse quando lhe era dirigida A palavra foi possível diferenciar da seguinte forma esse hábito passageiro de não ouvir a não ouvir quando alguém
entrava enquanto se abstra em seus pensamentos 108 exemplos detalhados e isolados desses casos com menção das pessoas e circunstâncias muitas vezes com datas primeiro exemplo não ouvir o pai entrar b não compreender quando várias pessoas conversavam 27 exemplos primeiro exemplo o pai mais uma vez e um conhecido c não ouvir quando estava sozinha e lhe dirigiam a palavra diretamente 50 exemplos origem o pai tendo em vão lhe pedido vinho D surdez ocasionada por ter sido sacudida numa Carruagem etc 15 exemplos origem por ter sido sacudida com raiva pelo irmão mais novo quando este a surpreendeu
certa noite com o ouvido colado ao quarto do doente e surdez provocada ao assustar-se com o ruído 37 exemplos origem um acesso de sufocação do pai causado por ter engolido mal F surdez durante absencia profunda 12 exemplos G surdez ocasionada por ouvir mal durante muito tempo de modo que quando lhe dirigiam a palavra deixava de ouvir 54 exemplos é claro que todos esses episódios eram numa Ampla medida idênticos no sentido de que era possível relacioná-los com estados de aliamento absences ou susto mas na memória da paciente eram diferenciados de modo tão claro que se aconte
se ela cometer algum erro em sua sequência era obrigada a corrigir-se e pô-los na ordem certa se isso não fosse feito seu relato ficava paralisado os fatos que ela descrevia eram tão Sem interesse e significação e narrados com tanta riqueza de detalhes que não se poderia suspeitar de que tivessem sido inventados muitos desses incidentes consistiam em experiências puramente internas e assim não podiam ser verificados outros ou as circunstâncias que o cercavam estavam na lembrança das pessoas do ambiente de Ana também esse exemplo apresentava uma característica que era Sempre observável quando um sintoma estava sendo eliminado
pela fala o sintoma específico surgia com maior intensidade enquanto ela o abordava assim durante a análise de sua incapacidade de ouvir ela ficou tão surda que numa parte do tempo fui obrigada a comunicar com ela por escrito a primeira causa provocadora costumava ser um susto de alguma espécie experimentado enquanto ela cuidava do pai alguma negligência da parte dela por exemplo o trabalho de recordação nem sempre era fácil e algumas vezes a paciente tinha que fazer grandes esforos certa ocasião todo nosso Progresso ficou obstruído por algum tempo porque uma lembrança recusava-se a emergir tratava-se de uma
Alucinação particularmente pavorosa quando cuidava do pai vira seu rosto como se fosse uma caveira ela e as pessoas a seu redor lembravam que certa vez enquanto parecia ainda gozar de boa saúde ela fizera uma visita a um de seus parentes abrirá a porta e imediatamente caíra no chão inconsciente para superar a obstrução a nosso Progresso ela tornou a visitar o mesmo lugar e ao entrar no quarto mais uma vez caiu no inconsciente durante a hipnose noturna seguinte o obstáculo foi superado ao entrar no quarto ela vira seu rosto pálido refletido num espelho que pendia defronte
à porta mas não fora si mesma que tinha visto e sim o pai com o rosto de caveira muitas vezes observamos que seu pavor de uma lembrança como no presente exemplo inibia o surgimento da mesma e esta precisava ser provocada força pela paciente ou pelo médico o seguinte incidente entre outros ilustra o alto grau de coerência lógica de seus estados durante esse período Como já se teve ocasião de explicar a paciente Estava sempre em sua condi secunde Isto é no ano de 1881 à noite certa ocasião despertou durante a noite declarando ter sido levada para
longe de casa mais uma vez e ficou de tal forma excitada que toda as pessoas da casa se alarmaram a razão Foi simples na noite anterior a cura pela fala havia dissipado o distúrbio da Visão E isso também se aplicava sua condi secde assim ao acordar durante a noite ela se viu num quarto estranho pois a família se mudará na primavera de 1881 acontecimentos desagradáveis Dessa espécie eram evitados por mim pelo fato de a pedido da paciente eu sempre fechar seus olhos à noite e dar-lhe a sugestão de que ela não poderia abri-los até que
o próprio fizesse na manhã seguinte essa perturbação só se repetiu uma vez quando a paciente gritou num sonho e abriu os olhos ao despertar dele visto que essa trabalhosa análise de seus sintomas versou sobre os meses do verão de 1880 o período preparatório de sua doença consegui uma compreensão completa da incubação e patogênese desse caso de histeria que agora passarei a descrever de forma sucinta em Julho de 1880 quando se encontrava no campo o pai de Ana adoeceu gravemente em decorrência de um abcesso subpleural ela dividia com a mãe as tarefas de cuidar do enfermo
certa vez acordou de madrugada muito ansiosa pelo doente que estava com febre alta e ela estava sob atenção de aguardar a chegada de um cirurgião de Viena que iria operá-lo sua mãe se ausentar por algum tempo e an sentada cabeira do doente Pô o braço direito sobre o espaldar da cadeira entrou num estado de devaneio e viu como se viesse DAE umaobra negra aproxim do enfermo para mordê-lo é muito provável que no tereno sitado atrás daumas cobas essem de fato Aparecido anteriormente assustando a moça e fornecendo agora o material para alucinação ela tentou manter a
cobra distância mas estava Como que paralisada o braço direito que pendia sobre o espaldar da cadeira ficará dormente insensível e parético e quando ela contemplou seus dedos se transformaram em cobrinhas cujas cabeças eram caveiras as unhas é provável que ela tenha tentado afugentar a cobra com o braço direito paralisado e por isso a anestesia e a paralisia do braço se associaram com alucina ação da cobra quando a cobra desapareceu Ana aterrorizada tentou rezar mas não achou palavras em idioma algum até que lembrando-se de um poema infantil em inglês pode pensar e rezar nessa língua o
apito do trem que trazia o médico por ela esperado desfez o encanto no dia seguinte durante um jogo Ana tirou uma argola em alguns arbustos e quando foi buscá-la um galho recurvado fez com que ela vivesse a Alucinação da cobra e ao mesmo tempo seu braço direito ficou distendido com rigidez a partir de então ocorria invariavelmente a mesma coisa Sempre que a Alucinação era recordada por Algum objeto com aparência mais ou menos semelhante a de uma cobra essa Alucinação contudo bem como a contratura só apareciam durante as curtas absences que se tornaram cada vez mais
frequentes a partir daquela noite a contratura só veio a se estabilizar em dezembro quando a paciente ficou inteiramente prostrada e acamada de forma permanente como resultado de algum fato particular cujo registro não consigo encontrar em minhas anotações e do qual Não me recordo mais a contratura da perna direita foi acrescida do braço direito sua tendência à absences auto hipnóticas fixou-se a partir daquele momento na manhã seguinte à noite que descreve enquanto esperava a chegada do cirurgião Ana caiu num tal estado de aliamento que ele por fim chegou ao quarto sem que ela ouvisse aproximar-se sua
angústia persistente interferia com a ingestão de alimentos e conduziu aos poucos a intensas sensações de náusea afora isso a Rigor cada um de seus sintomas histéricos surgiu sob ação de um afeto não é bem certo se em cada um dos casos houve um estado momentâneo de absence mas isso parece provável em vista do fato de que em seu estado de vigília a paciente ficava totalmente alheia ao que havia acontecido alguns de seus sintomas contudo parecem não haver surgido em suas absences mas apenas quando de algum afeto durante sua vida de vigília se foi esse o
caso porém eles reapareciam da mesma forma assim podemos rastrear todas as suas diversas perturbações da Visão até diferentes causas determinantes mais ou menos Claras por exemplo certa ocasião quando com lágrimas nos olhos se achava sentada a cabeceira do pai ele de repente lhe perguntou que horas eram as coisas que me relatou estavam intimamente vinculadas com o que lhe era mais sagrado o que quer que pudesse ser verificado através de outras pessoas era plenamente confirmado até mesmo a moça mais bem ada seria incapaz de engendrar uma Trama de dados com tal grau de coerência interna como
exibido na história deste caso não se pode duvidar contudo de que precisamente sua coerência talvez a tenha levado em absoluta boa fé a atribuir a alguns dos seus sintomas uma causa desencadeadora que na verdade não possuíam mas também a essa suspeita Considero injustificada a própria insignificância de tantas dessas causas e o caráter racional de tantas das conexões envolvidas depõe a favor de sua realidade a paciente não conseguia entender como é que a música para danar a fazia tcir uma construção dessa natureza é por demais destituída de sentido para ter sido deliberada pareceu-me muito provável aliás
que cada um de seus dramas de consciência acarretasse um de seus habituais espasmos da glot e que os impulsos motores que sentia pois ela gostava muito de dançar transformassem o espasmo numa tosse nervosa Por conseguinte em minha opinião as declarações da paciente mereciam toda a confiança e correspondiam aos fatos e agora devemos considerar até que ponto é justificável supor que a esteria Se Produza de maneira análoga em outros pacientes e que o processo seja semelhante quando nenhuma condi um secunde tão claramente distinta tenha se organizado para sustentar esse ponto de vista posso assinalar o f
de que também no presente caso a história da evolução da doença teria permanecido inteiramente desconhecida tanto da paciente quanto do médico se não fosse a peculiaridade de a paciente se Recordar de coisas na hipnose como descreve e de conseguir relacioná-las enquanto estava em seu estado de vigília ela não tinha nenhum conhecimento de tudo isso portanto é impossível nos outros casos chegar-se ao que está acontecendo através de um exame dos pacientes em estado de vigília pois com a melhor boa vontade do mundo eles não podem dar informação alguma ninguém e já ressaltei como as pessoas que
cercavam a paciente eram pouco capazes de observar aquilo que estava acontecendo Por conseguinte só seria possível descobrir o estado de coisas em outros pacientes por meio de um método semelhante ao que foi proporcionado no caso de anao por suas autohipnosis por enquanto podemos apenas externar o ponto de vista de que sequências de fatos semelhantes aos aqui descritos ocorrem com maior frequência do que nos levou a supor Nossa ignorância do mecanismo patogênico em causa quando a paciente ficou de cama e sua consciência passou a oscilar de forma constante entre o estado normal e o secundário toda
série de sintomas histéricos que haviam surgido isoladamente e até então se achavam latentes tornou-se manifesta Como já vimos como sintomas crônicos acrescentou-se então a estes um novo grupo de fenômenos que pareciam ter tido uma origem diferente as paralisias espásticas das extremidades esquerdas e a paresia dos músculos elevadores da cabeça eu os distingo dos outros fenômenos porque uma vez que tivessem desaparecido nunca mais retornavam mesmo na forma mais breve ou Branda ou durante a fase conclusiva e de recuperação quando todos os outros sintomas se tornaram de novo ativos após terem ficado inativos por algum tempo da
mesma forma jamais vieram à tona nas análises hipnóticas e não foram rastreados até as fontes emocionais ou imaginativas inclino-me a pensar portanto que seu surgimento não se deveu ao mesmo processo psíquico dos outros sintomas mas que cabe atribuí-lo a uma extensão secundária daquela condição desconhecida que constitui o fundamento somático dos fenômenos estéricos durante toda a doença seus dois estados de consciência persistiram lado a lado o primário em que ela era bastante normal psiquicamente e o secundário que bem pode ser assemelhado a um sonho em vista de sua abundância de produções imaginárias e alucinações suas grandes
lacunas de memória e a falta de inibição e controle em suas associações nesse estado secundário a paciente ficava numa situação de alienação o fato de que toda a condição mental da paciente estava na dependência da intrusão desse estado secundário no normal parece lançar uma considerável luz sobre pelo menos um tipo de Psicose estérica cada uma de suas hipnoses à noite oferecia provas de que a paciente estava inteiramente lúcida e bem ordenada em sua mente normal no tocante a seus sentimentos e a sua avião desde que nenhum dos produtos de seu estado secundário atuasse como um
estímulo no inconsciente a psicose extremamente acentuada que surgia sempre que havia um intervalo considerável nesse processo de desabafo revelou o grau em que esses produtos influenciavam os fatos psíquicos de seu estado latentes tornou-se manifesta Como já vimos como sintomas crônicos acrescentou-se então a estes um novo grupo de fenômenos que pareciam ter tido uma origem diferente as paralisias espásticas das extremidades esquerdas e a paresia dos músculos elevadores da cabeça eu os distingo dos outros fenômenos porque uma vez que tivessem desaparecido nunca mais retornavam mesmo na forma mais breve ou Branda ou durante a fase conclusiva e
de recuperação quando todos os outros sintomas se tornaram de novo ativos após terem ficado inativos por algum tempo da mesma forma jamais vieram à tona nas análises hipnóticas e não foram rastreados até as fontes emocionais ou imaginativas inclino-me a pens portanto que seu surgimento não se deveu ao mesmo processo psíquico dos outros sintomas mas que cabe atribuí-lo a uma extensão secundária daquela condição desconhecida que constitui o fundamento somático dos fenômenos estéricos durante toda a doença seus dois estados de consciência persistiram lado a lado o primário em que ela era bastante normal psiquicamente e o secundário
que bem pode ser assemelhado a um sonho em vista de sua abundância de Produções imaginárias e alucinações suas grandes lacunas de memória e a falta de inibição e controle em suas associações nesse estado secundário a paciente ficava numa situação de alienação o fato de que toda a condição mental da paciente estava na dependência da intrusão desse estado secundário no normal parece lançar uma considerável luz sobre pelo menos um tipo de Psicose histérica cada uma de suas hipnoses à noite oferecia provas de que a paciente estava inteiramente lúcida e bem ordenada em sua mente normal no
tocante a seus sentimentos e a sua avião desde que nenhum dos produtos de seu estado secundário atuasse como um estímulo no inconsciente a Psicose extremamente acentuada que surgia sempre que havia um intervalo considerável nesse processo de desabafo revelou o grau em que esses produtos influenciavam os fatos psíquicos de seu estado normal é difícil evitar expressar a situação a afirmando que a paciente estava dividida em duas personalidades das quais uma era mentalmente normal e a outra Insana em minha opinião a nítida divisão entre os dois estados nessa paciente só vem revelar com maior clareza aquilo que
ocasionou um grande número de problemas inexplicados em muitos outros pacientes histéricos foi especialmente observável em anao o grau em que os produtos de seu mau eu conforme ela própria o denominava afetavam seu senso ético mental se esses produtos não tivessem sido continuamente eliminados ternos íamos confrontado com uma estérica do tipo malévolo teimosa indolente desagradável e rabugenta mas o que se passava era que após a remoção desses estímulos seu verdadeiro caráter que era o oposto de tudo isso sempre ressurgia de imediato não obstante embora seus dois estados fossem assim nitidamente reparados não só o estado secundário
invadia o primeiro como também E isso se dava com frequência em todas as ocasiões mesmo quando ela se encontrava numa condição muito ruim Um observador lúcido e calmo ficava sentado conforme ela dizia num canto de seu cérebro contemplando toda aquela loucura seu redor essa persistência do pensamento Claro enquanto a Psicose estava em pleno processo encontrava expressão numa forma muito curiosa numa ocasião em que depois de terem cessado os fenômenos estéricos a paciente estava atravessando uma depressão temporária ela apresentou grande número de temores e autorre recriminações infantis entre eles a ideia de que de modo algum
estivera doente e tudo aquilo fora simulado observações semelhantes como sabemos têm sido feitas com frequência depois que um distúrbio dessa natureza desapareceu e os dois estados de consciência voltaram a se fund num só os pacientes lançando um olhar retrospectivo para o passado se veem como a personalidade única e indivisa que se dava conta de todo aquele absurdo acham que poderiam tê-lo impedido se assim tivessem desejado e se sentem como se tivessem praticado todo mal de forma deliberada deve-se acrescentar que esse raciocínio normal que persistia durante o estado secundário deve ter variado enormemente de intensidade muitas
vezes até deve ter estado ausente de todo já descreve o surpreendente fato de que do começo ao fim da doença todos os estímulos decorrentes do Estado secundário junto com suas consequências eram eliminados de maneira permanente ao receberem expressão verbal na hipnose e resta-me apenas acrescentar a certeza de que isso não foi uma invenção minha imposta paciente por sugestão fui apanhado inteiramente de surpresa e só depois de todos os sintomas serem assim eliminados em toda uma série de situações é que desenvolvi uma técnica terapêutica A partir dessa experiência a cura final da histeria merece mais algumas
palavras ela foi acompanhada como já tive oportunidade de dizer por perturbações consideráveis e uma deterioração do Estado mental da paciente tive impressão muito forte de que os numerosos produtos do seu estado secundário que ficaram latentes forçavam agora sua entrada na consciência e embora de início fossem recordados apenas em seu estado secundário estavam ainda assim sobrecarregando e perturbando seu estado normal resta verificar se não deveríamos procurar a mesma origem nos outros casos em que a histeria crônica termina numa psicose
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