Notícias Univesp - História da Alfabetização - Maria do Rosário Longo Mortatti
42.96k views2182 WordsCopy TextShare
UNIVESP
A professora da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp de Marília, Maria do Rosário Longo Mortat...
Video Transcript:
bom o nosso tema agora é este livro aqui olha alfabetização no Brasil uma história de sua história um livro que foi organizado pela professora Maria do Rosário longo morate que é lá da Faculdade de Filosofia e ciências da Unesp de Marília tudo bem professora bem obrigada quer dizer organizado porque você e você reuniu aqui textos de 21 autores é isso e conta pra gente como é que surgiu a ideia de fazer o livro e porque o tema a história da história da alfabetização conta pra gente como é que é bem em primeiro lugar só posso agradecer por poder ter um interlocutor tão especializado em compreender um dos grandes problemas do nosso país hoje que é alfabetização neste livro estão reunidos estão Reunidas sínteses de estudos de pesquisadores brasileiros que têm a alfabetização como seu objeto de reflexão e a história da alfabetização quer dizer não é só então Então não é só a história da alfabetização não é nós chegamos a um momento no desenvolvimento de Pesquisas no Brasil especialmente nas últimas décadas quando os programas de pós-graduação se expandiram e um corpo de pesquisadores passou a enfrentar mais diretamente os problemas brasileiros um deles alfabetização constituiu-se um corpo de conhecimentos bastante consistente e a alfabetização passou a ser estudada em diferentes facetas uma delas é a histórica E por que é histórica justamente porque toue a persistência de problemas de nas dificuldades das crianças aprenderem a ler e escrever de os professores ensinarem as crianças e ao longo da mais ou menos 120 anos principalmente desde a proclamação da república eh em pesquisa que desenvolvi constatei a recorrência discursiva da necessidade de combater o tradicional e antigo como a causa dos males do presente e de fundar um novo uma isso desde o desde a república desde a proclamação da república em especial no caso do Estado de São Paulo onde se efetuou uma reforma da educação da instrução pública abrangente e dentre os aspectos abrangidos estava o de eh buscar um método para ensinar a ler e escrever que fosse o mais coerente com a excelência do Regime Republicano desde então o que se observa é que discussão de alfabetização sobre alfabetização é sempre uma discussão embora não desse de projetos para a nação então a base política dessas discussões está na base mesma da Constituição de um regime republicano e os republicanos paulistas investiram na discussão do ensino inicial da Leitura escrita alfabetização Bem na Escola Normal né enfim a partir da organização da escola normal que você então conhece bem a escola normal foi o Pilar dessa reforma com escolas primárias anexas jardim da infância grupo escolar a escola seriada e nas escolas anexas o método de ensinar a ler que propiciasse que as crianças aprendessem e rapidamente porque o cidadão esclarecido ilustrado é a base do Regime Republicano Esse aspecto político que está na base das discussões do regime mas gente quer dizer nunca nunca conseguimos superar esse discurso né passar do discurso para prática é a questão é por exemplo numa das pesquisas que desenvolvi identifiquei uma atensão constante ao longo do que eu classifiquei como quatro momentos cruciais em que essa tensão ganha destaque porque uma das propostas se torna oficial e hegemônica mesmo que não quer dizer que as outras não existam mas ela passa a fazer parte do discurso oficial eh em síntese posso dizer que a disputa entre o novo e o antigo que até hoje se manifesta entre o novo e o tradicional indica que o tradicional tem que ser constantemente identificado com o antigo homogêneo vazio de sentido origem dos males do presente para que o discurso novo e revolucionário possa se sobrepor e ganhar eh ganhar hegemonia e nesse nessa disputa em cada um dos quatro momentos a face mais visível e esta é a parte mais importante foi sempre a dos métodos de alfabetização como se fossem questões técnicas como ensinar a ler e escrever bom el de fato como mencionei há pouco a questão de projetos para a nação discussão sobre o método envolve uma discussão política assim foi em cada momento crucial e o que resultou dessas tensões entre o novo e o velho foi o que eu denomino um aparente paradoxo a fundação de novas tradições à medida que eh eh como para qualquer ser humano ou para qualquer ser histórico o a ruptura com o passado é impossível somos também o que fomos e o que seremos então a a cada momento em que o discurso se instaura em oposição ao antigo propondo ruptura que de fato há a incorporação de alguns aspectos e de fato avanços em relação a outros aspectos nisso que eu chamo nova tradição porque essa nova a tradição será incorporada pelos pósteros que por sua vez serão chamados também eles de antigos e assim isso não quer dizer que a história seja um ciclo de eternos retornos não é isto há avanços significativos você diz que incorpora coisas novas um movimento dialético bem então esta pesquisa que desenvolvi está um pouco na base de um conjunto de Pesquisas desenvolvidas no Brasil para tentar entender aqui no Estado de São Paulo alguns autores já tinham realizado pesquisas em outros estados passaram a tentar compreender como foi que ocorreu eh essa história da alfabetização inclusive porque embora os os pesquisadores de outros estados eh sempre reclamem dessa perspectiva mas é fato que esse modelo Paulista foi exportado para outros estados por meio das chamadas missões de professores Paulistas E à medida que eles levavam o modelo de instação pública levava um modelo de alfabetização com cartilhas de alfabetização produzidas aqui ou no Rio de janeiro então esses pesquisadores também desenvolveram em seus estados vêm desenvolvendo pesquisas para compreender como foi isso que hoje já não é mais Estadual hoje é podemos dizer é um problema brasileiro que caracteriza então uma história da alfabetização que vimos fazendo história entendida como a escrita da história O que foi como foi o que aconteceu o que dizem os documentos de época o que dizem os sujeitos esta então é a história da alfabetização que representantes de grupos núcleos e centros de pesquisa de diferentes estados brasileiros representados no livro que você fala do Brasil tá o Brasil representado aqui de Man Brasil tá representado não na no sentido quantitativo mas no sentido da representação daqueles que desenvolvem pesquisa sobre história da alfabetização como uma das facetas do grande problema mas eu tenho aqui exemplos por exemplo do nordeste do Norte aí estão representadas pesquisas Eh vamos do Sul para o Norte do Rio Grande do Sul temos dois grupos de pesquisa no Rio Grande do Sul um grupo de pesquisa no Estado de São Paulo dois grupos de pesquisa no Estado de São Paulo eh do Rio Grande do Sul Universidade Federal de Pelotas e Universidade Federal do Rio Grande do Sul em São Paulo a Unesp lá onde trabalho e também a USP e também a Unicamp São três instituições no estado do Rio de Janeiro São duas instituições Federal Fluminense estadual do Rio de Janeiro em Minas Gerais a Universidade Federal de Minas Gerais no Espírito Santo a Universidade Federal do Espírito Santo no Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte no Mato Grosso Universidade Federal Campus de Rondonópolis Mato Grosso Campus de Rondonópolis na Mato Grosso do Sul Universidade Federal também Estadual também do Mato Grosso do Sul e nesse conjunto nós temos também eh grupos que interagem por meio da formação de outros etc e neste livro então queríamos discutir a história que escrevemos em cada lugar e aí então eh a escrita da história suscitou problemas que métodos que fontes você utiliza a que conclusões Você chega que sentidos alfabetização eh foi for foi atribuído a alfabetização no seu estado como é que esse conhecimento se construiu reunindo como um balanço então nós propusemos uma historiografia que é a história da história como se vem escrevendo a história da alfabetização é esse resultado que está aí mas para nós era muito importante pensar o Brasil não como isolado Porque de fato a sua história da alfabetização não está isolada de um movimento de circulação de saberes no século XIX e no século XX então para essa atividade eu organizei um evento que passou a ser denominar seminário internacional sobre história do ensino de leitura escrita sim para para tentamos entender o o que constitui a característica brasileira em relação a esse movimento internacional desse evento que foi realizado em setembro de 2010 tá completando portanto 2 anos foi no dia 7 8 e 9 2010 participaram pesquisadores desses grupos e também a pesquisadora Francesa anim mar Chartier que veio discutir conosco em perspectiva histórica esta relação do que foi na Europa alfabetização do que foi escrever a história da alfabetização na Europa do ponto de vista europeu e também foi Nossa homenageada e convidada de honra a Professora Magda Soares da Universidade Federal de Minas que foi uma das primeiras eh pesquisadoras a indicar a necessidade de também se compreender historicamente a alfabetização quer dizer você quer dizer pra gente resumir aqui a nossa conversa você acha que quer dizer o quem trabalha com alfabetização é importante para esse para essa pessoa eh entender como é que se deu a evolução da alfabetização para poder refletir a respeito saber o que trabalho que ela tá fazendo que método que ela tá usando essa Pois é Edson essa é uma questão central neste evento para te dar um exemplo havia uma plateia imensa para nós ali naquele momento e um professor da educação básica nos Perguntou mas por que interessa estudar a história da alfabetização Se temos tantos problemas prementes para resolver eu me lembro que respondi a ele a é época o historiador Mark Block uma vez eh ouviu essa pergunta do seu filho pai para que serve a história e a resposta do Mark Block Historiador francês do século XX ficou emblemática a história serve para compreender ela não serve inicialmente para julgamentos de valor mas ao nos propiciar compreensão do que ocorreu ela também nos propicia uma uma forma de nos situarmos do presente de maneira a não repetir os erros do passado e ao mesmo tempo poder construir projetos para o futuro de forma mais consistente o caso da alfabetização é emblemático também do para que ser his dessa forma como você contou como como ela evoluiu a gente sempre destruindo tentando destruir um um o antigo que acaba se incorporando inclusive no novo e uma das marcas piores dessa tentativa de romper com o passado é que ao mesmo tempo que de fato não se pode romper do ponto de vista humano é também para as novas gerações se omite que esse passado exist e se omite que esse passado nos constitui Então as novas gerações desconhecendo que antecedeu repetem coisas antigas supondo que estão inventando o novo e passam por ingenuas hoje em alfabetização muitas das propostas que se apresentam como inovadoras já foram consideradas inadequadas no século XIX já foram superadas por el exatamente então é importante realmente ler eu vou vamos colocar o site que esse esse livro ele não tá só assim impresso né ele também tá disponível pela pela pela editor unes né né ebook é então a gente tem a gente coloca ele no site ele coloca o sitezinho na tela é o Marilia unesp. br né home publicações alfabetização PDF Então tá lá na Unesp de Marília no site da Unesp de Marila www. marilia.
unesp. br barh bar publicações alfabetização PDF quem quiser conversar mais sobre alfabetização disse que tem um tem um blog da Associação Brasileira de alfabetização né esse esse evento foi tão fecundo que dali o grupo que se organizou resolveu criar a associação brasileir Associação partiu desse evento a Associação Brasileira de alfabetização foi uma deliberação da plenária final deste evento Então há dois anos vínhamos atuando no processo de criação e finalmente a associação foi criada em 18 de julho agora de 2012 e nós temos um blog funcionando provisoriamente a sigla Associação Brasileira de alfabetização tem como sigla a balf a balf BF blogspot. com.